Guerra no tráfico no RJ - mais um capítulo

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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#16 Mensagem por Clermont » Seg Fev 20, 2006 12:28 pm

Parece que a situação criada por essas gigantescas favelas e a situação dos presos está "blindada" por uma legislação politicamente correcta.

Certo?


Certo. Em grande parte, a fraqueza de nosso sistema jurídico é um reflexo da própria Ditadura Militar. Depois de tantos excessos monstruosos, os novos legisladores foram ao extremo oposto. Quem pode explicar isso em detalhes é o amigo Túlio, mas vários dispositivos “politicamente corretos” foram introduzidos no Código de Processo Penal e nas Leis de Execuções Penais.

Além disso, é muito grande a influência (espero que diminua a partir de outubro) da esquerda e da Igreja Católica, com reflexos nas entidades representativas da área jurídica, como a OAB. Portanto, muitas tentativas de reformas no Congresso são barradas pelos “lobbies” dessas entidades. Sem contar, é claro, que muitos parlamentares não tem interesse algum em legislações penais mais duras. Afinal, dado o fato incontestável que muitos desses legisladores estão envolvidos em crimes (em diversos graus), apoiar uma tal mudança acabaria se mostrando um tiro no próprio pé.

Uma favela (a da Rocinha como 200.000 hab mas há que legislar, há que recencear os moradores e construir bairros para ralojamento.

Há que ir diminuindo a densidade dos moradores e de edificado dessas favelas.

Criar espaços amplos e descontinuados nessas favelas, com largos e ruas mercê da demoliçao das casas e respectivo realojamento dos moradores.


Pois é. Vejam só como é interessante. O amigo Rui é um europeu. E tem um pensamento de forte viés esquerdista. Mesmo assim, ele – com um oceano inteiro de distanciamento – chega a conclusões que qualquer pessoa sensata chegaria. As mesmas que um alemão, ou um russo, ou um mongol, também alcançariam. Só que, se um brasileiro (especificamente, um fluminense ou um carioca) pronunciar tais propostas em público, será imediatamente soterrado por uma avalancha de berros de padres, advogados, sociólogos, militantes de ONGs: - Fascista! Ateu! Filho de Satanás! Inimigo das massas! Autoritário! Anti-democrata! Filhote da Ditadura! Destruidor da Ordem Jurídica! Esmagador das Liberdades Constitucionais! TEM QUE MORREEEERRR!!!!

Como eu já disse, isso é uma tarefa hercúlea, e uma anta como eu não tem capacidade alguma para oferecer propostas. Mas, permita-me dar um exemplo, só pra mostrar o tipo de problemas que se teria de enfrentar para corrigir 100 anos de descaso e irresponsabilidade da sociedade e do estado:

As pessoas moram em favelas porque essas ficam próximo ao mercado de trabalho da cidade do Rio de Janeiro. Isso porque a cidade não tem transporte de massa coletivo. O que se tem é o transporte por ônibus (não é como na Europa. Aqui, na maioria, são chassis de caminhões revestidos por uma estrutura para acomodar os passageiros. Imagine só, o desconforto. Aliás, eu duvido que muitos europeus possam imaginar o que seja ficar uma hora presos dentro de um ônibus com quase 100 pessoas amontoadas, para trafegar um espaço de uns poucos quilômetros entre a Praça Mauá e a Rodoviária Novo Rio...).

Pois bem, ocorre que os donos de empresas de ônibus são uma espécie de máfia que controla os vereadores, o prefeito, os deputados estaduais e até o governador. Controle esse exercico pelo dinheiro que é fornecido para as campanhas eleitorais desse senhores. Por isso, jamais as autoridades públicas irão investir numa modificação da matriz de transporte coletivo da cidade. Os donos de ônibus não vão deixar. E nem os sindicalistas que manipulam os políticos de esquerda, pois, se tal modificação fosse realizada, muitos milhares de motoristas e cobradores ficariam desempregados. Veja que, no Rio de Janeiro existem mais de seis mil ônibus circulando diariamente.

E, sem transporte coletivo de massa, como então se pretende realocar dezenas de centenas de milhares de pessoas para fora das grandes favelas (se não me falha a memória, pelo menos dois milhões de cariocas vivem em favelas.

Viu como é complicado?

Ou de outro odo, o RJ acabará por se tornar numa conferedarão de micro-estados onde o Estado federal e central não tem poder nem soberania.

É essa a imagem que passa do Brasil para fora, com mais essa rebelião na Rocinha que está a passar nos telejornais de todo o mundo.


Como brasileiro é muito triste ver que é essa triste imagem que a minha pátria tem lá fora...




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#17 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Fev 20, 2006 12:39 pm

Pois, Clermont:

Parece que se a coisa é como a descreve, e eu acredito que assim seja, a coisa é de muito difícil resolução.

Estas coisas de acabar com bolsas de pobreza, demolir ou diminuir bairros pobres e realojar pessoas (o recenceamento é fundamental para que não hajam "moradores de favela de última hora que se habilitam a receber casa) não tem côr politica.

Não se é de esquerda ou de direita.

É uma forma de conseguir a manutenção de uma coesão social que é fundamental para que as instituições do estado funcionem.




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#18 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Fev 20, 2006 7:27 pm

Já escrevi há tempos aqui no DB minhas propostas. E reafirmo que a remoção dos moradores, demolição da favela com reflorestamento das áreas de proteção ambiental (Rocinha) ou construção de bairros de verdade nas que não são (Maré?) é uma medida obrigatória se quisermos resolver o problema.




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#19 Mensagem por Einsamkeit » Ter Fev 21, 2006 1:47 am

ai vagos de plantao

o Bope vai te pegar, o bope vai te pegar

:twisted: :twisted: :twisted:




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
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#20 Mensagem por SALVATORE » Ter Fev 21, 2006 9:14 am

não se pode acabar com o joio, pois ele está junto ao trigo...... os proprios policiais que fazem a patrulha no morro dão apoio tatico e de fogo. Quando aparece um PM que realmente merece vestir a farda, se dá de cara como um muleque com uma 380 na mão e dois pente no bolso num confronto o moleque morre e o PM e processado porque estava cumprindo com o seu dever. Mais quando vem um elemento e dispara 5 tiros de 380 e fica livre por que é menor e reu primario, vai pra uma instituição de recuperação de menores infratores e passa cinco meses de reclusão e depois é solto, e a familia do PM que se ferre, que se mude de cidade ou estado. ô lei 'fuleraje", não se pode cumprir a lei se não cumprir e esonerado e se cumprir e processado....... um dia pensei em ser PM pra cumprir a lei e fazer a minha parte, mas depois vi no que eu iria me meter, num lamaçal onde existe corrupção, traição. esterionato,...etc em um local onde era para existir dedicação, coragem, social. Que atraves da Ordem podessemos chegar ao Progresso




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#21 Mensagem por VICTOR » Sáb Fev 25, 2006 10:56 am

Clermont escreveu:Pois é. Vejam só como é interessante. O amigo Rui é um europeu. E tem um pensamento de forte viés esquerdista. Mesmo assim, ele – com um oceano inteiro de distanciamento – chega a conclusões que qualquer pessoa sensata chegaria. As mesmas que um alemão, ou um russo, ou um mongol, também alcançariam. Só que, se um brasileiro (especificamente, um fluminense ou um carioca) pronunciar tais propostas em público, será imediatamente soterrado por uma avalancha de berros de padres, advogados, sociólogos, militantes de ONGs: - Fascista! Ateu! Filho de Satanás! Inimigo das massas! Autoritário! Anti-democrata! Filhote da Ditadura! Destruidor da Ordem Jurídica! Esmagador das Liberdades Constitucionais! TEM QUE MORREEEERRR!!!!


:idea: Por essas e outras que entrar no DB e ler as mensagens do Clermont é sempre um imenso prazer. Parabéns, mais uma vez. Já me flaguei citando frases suas em conversa de boteco




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#22 Mensagem por JL » Dom Fev 26, 2006 10:58 am

O problema do Rio de Janeiro, não é exclusivo do rio, aqui em São Paulo, ocorre algo muito semelhante, na minha cidade Santos, isso ocorre. O que acontece, por exemplo no caso de Santos é que as favelas ficam escondidas, longe da área nobre, não visíveis aos turistas. Nestas favelas, existe tráfico forte com toda a organização do movimento carioca. Tem olheiros, aviões, embaladores, soldados, gerentes e patrões, tem soldado armado com submetralhadoras Uru, tem pistolas importadas etc. Já foram apreendidas pistolas HK .40, Walter P99 cal.9mm, revólver Taurus cal. 44 magnum, só para citar exemplos.
A comunidade respeita os traficantes, acoberta, e se alguém é preso, vem para a porta do DP em massa, protestar. Isso não é divulgado pela Imprensa, o que dá a falsa imagem de que aqui em São Paulo, não existe uma situação semelhante.
E não existe solução no momento atual. Não há nada o que fazer, pois se qualquer individuo do esquema é preso ou morto ele é substituido de imediato, pois o tráfico é uma empresa, cujas as vagas são disputadas por vários jovens candidatos da comunidade. Tendo em vista que um garoto ou vai trabalhar ganhando R$300,00 num supermercado por mes ou se for maior de idade e tiver dinheiro para comprar uma moto vai arriscar a vida como moto-boy. Então ganhar 300 por semana para fazer qualquer coisa no tráfico compensa, o risco das penas no Art. 12 da lei 6368/76. E assim vai a humanidade, onde o que governa é o dinheiro. Tudo isto é uma luta economica e política.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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#23 Mensagem por talharim » Dom Fev 26, 2006 11:13 am

E em Santos tem um grave problema que a classe média/média alta está fortemente envolvida com o tráfico de drogas.

Eu diria que 50% dos jovens dessa classe são dependentes de algum tipo de droga.




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#24 Mensagem por VICTOR » Dom Fev 26, 2006 2:44 pm

Agora vai rolar sangue no tópico. Vou dizer que acho que o problema só vai crescer. Mesmo num lugar com instituições sólidas e polícia eficiente como são os EUA, as drogas geram crime, violência e poder nas mãos erradas. Então eu digo: sou total e irrestritamente A FAVOR do comércio legalizado e taxado de dogas, como acontece com o álcool.

Em vez de gastar com repressão, colhe-se montanhas de dinheiro em impostos, como acontece com cigarro e álcool.

FOLHA DE S. PAULO - 26 de fevereiro, 2006

A decadência do Rio de Janeiro

JOSÉ ALEXANDRE SCHEINKMAN

O recente episódio de guerra na Rocinha entre dois bandos rivais foi mais um marco na decadência do Rio de Janeiro. Como é comum nessas ocasiões, as autoridades estaduais alegaram que não havia muito a fazer e que a responsabilidade era do governo federal, que não consegue controlar o fluxo de armamentos e de drogas.
É verdade que o governo federal poderia fazer mais. Assim como no resto do mundo, a proibição da venda e consumo de drogas é um fracasso no Brasil. Um trabalho recente do qual o professor de Chicago e Prêmio Nobel de Economia Gary Becker é um dos autores demonstra que, se o objetivo é diminuir o consumo, uma política de taxação de drogas é muito mais eficiente do que a interdição. É preciso aprofundar a discussão sobre a proibição de drogas no Brasil, mesmo sabendo que mudanças nessa política provavelmente vão gerar uma resposta histérica da atual administração em Washington. Também cabe ao governo federal reprimir o contrabando e o comércio interestadual de armas.


Interessante, os ianques, conservadores como são, não gostariam de uma solução dessas, e investem bilhões numa repressão forte. O professor Becker, de Chicago, não está sozinho. Há uns três anos, o periódico The Economist (só uns 150 anos de tradição) dedicou uma capa ao tema, também sugerindo que a liberação com impostos faria a sociedade poder gastar mais com educação, saúde e segurança, ao mesmo tempo que reduziria a violência.


A falência da Guerra às Drogas

GARY BECKER
University of Chicago

Every American president since Nixon has engaged in a “war” on illegal drugs: cocaine, heroin, hashish, and the like. And every president without exception has lost this war. The explanation lies not in a lack of effort- indeed, I believe there has been too much effort- but rather in a basic property of the demand for drugs, and the effects of trying to reduce consumption of a good like drugs by punishing persons involved in its trade.

The war on drugs is fought by trying to apprehend producers and distributors of drugs, and then to punish them rather severely if convicted. The expected punishment raises the price that suppliers of drugs need to receive in order for them to be willing to take the considerable risks involved in the drug trade. The higher price discourages purchase and consumption of illegal drugs, as with legal goods and services. The harder the war is fought, the greater the expected punishment, the higher is the street price of drugs, and generally the smaller is the consumption of drugs.

Those suppliers who are caught and punished do not do very well, which is the typical result for the many small fry involved in distributing drugs. On the other hand, those who manage to avoid punishment- sometimes through bribes and other corrupting behavior-often make large profits because the price is raised so high.

This approach can be effective if say every 10% increase in drug prices has a large negative effect on the use of drugs. This is called an elastic demand. However, the evidence from more than a dozen studies strongly indicates that the demand for drugs is generally quite inelastic; that is, a 10% rise in their prices reduces demand only by about 5%, which means an elasticity of about ½. This implies that as drug prices rise, real spending on drugs increases, in this case, by about 5% for every 10% increase in price. So if the war on drugs increased the price of drugs by at least 200%- estimates suggest this increase is about right- spending on drugs would have increased enormously, which it did.

This increased spending is related to increased real costs of suppliers in the form of avoidance of detection, bribery payments, murder of competitors and drug agents, primitive and dnagerous production methods, and the like. In addition, the country pays directly in the form of the many police shifted toward fighting drugs, court time and effort spent on drug offenders, and the cost of imprisonment. The US spends about $40,000 per year per prisoner, and in recent years a sizeable fraction of both federal and state prisoners have been convicted on drug-related charges.

After totaling all spending, a study by Kevin Murphy, Steve Cicala, and myself estimates that the war on drugs is costing the US one way or another well over $100 billion per year. These estimates do not include important intangible costs, such as the destructive effects on many inner city neighborhoods, the use of the American military to fight drug lords and farmers in Colombia and other nations, or the corrupting influence of drugs on many governments.

Assuming an interest in reducing drug consumption- I will pay little attention here to whether that is a good goal- is there a better way to do that than by these unsuccessful wars? Our study suggests that legalization of drugs combined with an excise tax on consumption would be a far cheaper and more effective way to reduce drug use. Instead of a war, one could have, for example, a 200% tax on the legal use of drugs by all adults-consumption by say persons under age 18 would still be illegal. That would reduce consumption in the same way as the present war, and would also increase total spending on drugs, as in the current system.

But the similarities end at that point. The tax revenue from drugs would accrue to state and federal authorities, rather than being dissipated into the real cost involving police, imprisonment, dangerous qualities, and the like. Instead of drug cartels, there would be legal companies involved in production and distribution of drugs of reliable quality, as happened after the prohibition of alcohol ended. There would be no destruction of poor neighborhoods- so no material for “the Wire” HBO series, or the movie “Traffic”- no corruption of Afghani or Columbian governments, and no large scale imprisonment of African-American and other drug suppliers. The tax revenue to various governments hopefully would substitute for other taxes, or would be used for educating young people about any dangersous effects of drugs.

To be sure, there would be some effort by suppliers of drugs to avoid taxes by going underground with their production and distribution. But since there would then be a option to produce legally-there is no such option now- the movement underground would be much less than under the present system. As a result, the police could concentrate its efforts more effectively on a greatly reduced underground drug sector. We have seen how huge taxes on cigarettes in New York and elsewhere have been implemented without massive movement of production and distribution underground in order to avoid the taxes.

So legalization could have a greater effect in reducing drug use than a war on drug without all the large and disturbing system costs. How high the tax rate should be would be determined by social policy. This approach could accommodate a libertarian policy with legalization and low excise taxes, a socially “conservative” position that wants to greatly reduce drug use with very high tax rates, and most positions in between these two extremes. So if drug consumption was not considered so bad once it became legal, perhaps the tax would be small, as with alcoholic beverages in the US. Or perhaps the pressure would be great for very high taxes, as with cigarettes. But whatever the approach, it could be implemented far more successfully by legalizing drugs than by further efforts to heat up the failing war on illegal drugs.

http://www.becker-posner-blog.com/archi ... re_of.html




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#25 Mensagem por FinkenHeinle » Dom Fev 26, 2006 3:28 pm

Rui Elias Maltez escreveu:Eu não entendo o que se passa.

Parece que o estado perdeu a autoridade e controlo sobre essas favelas, e até dá a sensação de que essa favelas sãio uma espécie de regiões autónomas que escapam á ordem do Estado brasileiro.

O que parece que aconteceu, foi que durante décadas nenhum governo brasileiro de direita ou de esquerda mexeu uma palha para dar conta desse problema social.

Pois é Rui.

Sei que não sou fluminense. Mas arriscando mandar a bola na geral, vou dar minha opinião.

O que me parece é que realmente, o problema começou pequeno. Um barraco ali, outro acolá. Ninguém deu importância, afinal, era insignificante. Ao longo dos anos, ele foi aumentando, mas ninguém deu bola, afinal de contas, isso nunca iria tornar-se um grande problema mesmo. Até que se tornou. Até que soluções mais simples não mais eram suficientes para solucionar o problema.

E é bom que se diga: o problema não é culpa somente do Rio de Janeiro, assim como as favelas em São Paulo não são problemas exclusivos dessa cidade ou estado.

E sim do país, que não foi capaz de realmente interiorizar o desenvolvimento. Um país cujo Nordeste é um verdadeiro ralo do recurso público, sem contudo conseguir algo além da mitigação dos problemas daquela região. Um país cujo meio rural formou miseráveis.

E essa gente toa afluiu para onde?! Para os centros desenvolvidos do país. Quais sejam eles?! Em especial o São Paulo e Rio de Janeiro!

E de fato, o Rui parece ter a real dimensão do problema. As favelas representam uma Terra sem Lei. Uma bolha que foge ao controle do Estado. Lá, quem manda são os "novos coronéis"!

Rui Elias Maltez escreveu:Acho que qualquer governo brasileuiro estadual ou federal deveria de uma vez por todas tomar medidas drástricas, como demolir certas partes das favelas que representem perigo para as investidas policiais, realojar pessoas em bairros sociais melhor controlados, acabar com essa coisa inacreditável dos presos terem celulares na prisão e assim se acabavam com as favelas.

Eu sei que a dimensão de uma favela do RJ é muito maior que os nossos bairros problemáticos, mas há que haver um princício para tudo.

Realojamento dos moradores, com prévio recenciamento de quem efectivamente vive nessas casas, relaojá-las fora desses morros, demolir partes dos bairros e depois, mã forte sobre as pandilhas de traficantes, nem que chamasem as FA's, como os israelitas fazem com os palestinos.

Nem que chamasse a aviação e bombardeassem essas bolsas de resistência.

Aos presos, eram campos de concentração e chicotada da forte á la Fidel.

Com um plano desses em 10 anos teriam o problema resolvido.

Sou obrigado à concordar com o Rui, o Clermont, o Vinícius...


Enfim, a problemática é como fazer isso. Afinal, na periferia do Rio de Janeiro (exceto os Morros, claro), existe espaço para realizar isso?!

Lembro do que ocorreu com Londres após a 2GM! Contruíram enormes bairros, todos com Infra-Estrutura completa, na periferia da cidade, para alojar os desabrigados da Guerra.

Acho que realojar aqueles favelados, tirando-os do Morro, tem vários motivos, sejam econômicos, sociais, e até mesmo ambientais.

A questão que se interpõe é: como?!




Atte.
André R. Finken Heinle

"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
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#26 Mensagem por VICTOR » Dom Fev 26, 2006 3:55 pm

FinkenHeinle escreveu:Lembro do que ocorreu com Londres após a 2GM! Contruíram enormes bairros, todos com Infra-Estrutura completa, na periferia da cidade, para alojar os desabrigados da Guerra.

Por outro lado, acho que tentaram fazer isso no Brasil no anos 70. Cidade de Deus é uma tentativa de realocação de favelas




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#27 Mensagem por rodrigo » Ter Fev 28, 2006 7:50 pm

O Estado covarde

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio (editorial), 21 de fevereiro de 2006

Uma coisa espantosa no Brasil de hoje é a candura, a inocência pueril ou mongolóide com que, num país onde ocorrem 50 mil homicídios por ano, as pessoas se acomodam à violência como uma fatalidade inevitável , dizendo de si para si que aquilo que não tem remédio remediado está, e saem buscando soluções para outros problemas em volta.

Digo cinqüenta mil porque é a estatística oficial da ONU. Segundo o repórter espanhol Luís Mir são 150 mil. Mas, se fossem cinqüenta mil, já seria o equivalente a três guerras do Iraque por ano, em tempo de paz.

Quem pode fazer a economia render, ampliar o mercado de empregos, aumentar a produção de bens, melhorar a distribuição, numa sociedade onde ninguém tem o mínimo de segurança física para saber se vai voltar vivo do trabalho? Quem pode pensar em educação, saúde, habitação, vestuário, se está sob ameaça de morte 24 horas por dia?

Isso é tudo ilusão, besteira, desconversa. Sem segurança não há progresso, educação, saúde, nem coisa nenhuma. Todo mundo sabe disto e faz de conta que não sabe. Faz de conta porque tem medo de enfrentar o problema fundamental, e então sai brincando de resolver os problemas periféricos só para dar "a si mesmo ou à platéia" a impressão de que está fazendo alguma coisa.

A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de auto-ajuda dos incapazes. E você, brasileiro, paga. Paga a pantomima toda. Paga para o sr. Gilberto Gil fazer de conta que é culto, paga para o sr. Nelson Jobim fazer de conta que é honesto, até para o sr. Lula da Silva fazer de conta que preside alguma coisa.

O Brasil, na verdade, só tem dois problemas: a insegurança geral e a inépcia da classe dirigente. O primeiro não deixa ninguém viver e o segundo anestesia a galera para que não ligue e trate de pensar em outra coisa.

Desaparecidos esses dois problemas, a sociedade encontraria sozinha as soluções dos demais, sem precisar da ajuda de governo nenhum. A sociedade pode perfeitamente criar e distribuir riqueza, dar educação às crianças, encontrar meios de que todos tenham uma renda decente, moradia, saúde, assistência na velhice.

O que a sociedade não pode é garantir a ordem pública pela força das armas e educar os governantes para que governem. Isso tem de vir do Estado. Mas o Estado, justamente para não ter de fazer o que lhe compete, prefere se meter em todo o mais. É o Estado educador, o Estado médico, o Estado assistente social, o Estado onissapiente. Só não é o Estado-Estado. Só não é o que tem de ser.

É o Estado que tem cada vez mais poder sobre os cidadãos e menos poder contra os inimigos do cidadão. É o Estado santarrão, pomposo, grandiloqüente e covarde.

http://www.olavodecarvalho.org/semana/060221dce.htm




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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#28 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Fev 28, 2006 8:11 pm

Sem querer entrar na velha briga direita X esquerda e já entrando, o sr, Olavo esqueceu que a direita teve oito anos para consertar esta merda toda e também não teve competência. Ninguém pode falar nada, todos cagões e incompetentes. Ninguém quer arcar com o custo político de remanejar favelas. No Rio, só Carlos Lacerda fez isso e foi violentamente criticado. Aliás, os bairros que ele criou são hoje imensas favelas urbanizadas onde o tráfico manda do mesmo jeito. Vila vintém, Vila Kennedy e Vila Aliança. São todos redutos do tráfico e sabe-se por exemplo que a grande maioria dos carros roubados na região de Bangu, onde moro, são levados para a Vila Kennedy. A polícia não entra porque tem o arrego e se entrar vai ser recebida a tiros de fuzil. A situação da corrupção está se rornando surreal. Nenhuma destas sugestões vai funcionar se antes não se fizer um trabalho profundo de moralização das forças policiais. Podem colocar o povo prá morar em palácios que a coisa não muda. Enquanto o consumo financiar a corrupção e o funcionamento do tráfico nada funciona. Alguns países árabes muçulmanos são extremamente pobres, no entanto as leis sobre tráfico de drogas funcionam e isso(o tráfico) praticamente não existe lá, e quando um brasuca esperto vai prá lá tentar, é condenado à morte via pisão de elefante na cabeça. Pisão na cabeça já!!!!!!




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#29 Mensagem por Einsamkeit » Ter Fev 28, 2006 8:13 pm

Eu quero saber que direita estao falando? porque PSDB é centro-esquerda, Nao temos partido conservador aqui, alias nesta putaria politica..........




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Carlos Mathias

#30 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Fev 28, 2006 8:25 pm

Que seja centro-meia-esquerda-direita-meia-bomba-pro-lado e etc. ninguém fez porra nenhuma, tudo cagão!!!!




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