Creio que não é só comprar mísseis e manter a linha de produção aberta, mas, e também, fazer com que a FAB utilize os mísseis que tem em treinamentos regulares de seus pilotos e caças, de forma a manter encomendas regulares, ainda que de pequenos lotes, mas o suficiente para comprometer os investidores a seguir colocando dinheiro no projeto.
O que não pode é a FAB comprar meia dúzia de mísseis e depois disso trancar tudo em um paiol e esquecer que eles existem só porque não temos uma guerra ou ameaça real para dar conta, ou que é muito caro manter os mísseis voando junto com os aviões porque isso diminui a vida útil deles...
Aí novas compras nem os anjos sabem.
Apenas para os 36 Gripen E\F seriam necessários 72 mísseis para poder equipar todo o GDA. Sem contar reservas. Se isto for considerado, então um único lote poderia chegar, digamos, a até 108 mísseis. Depois disso é ir comprando até todos os novos caças da FAB disporem de seus A-Dater no longo prazo, já que pelo menos um segundo lote está previsto com 30 unidades pelo menos. Seriam mais 60 ou 90 mísseis a mais. Uma produção estimada, por baixo, de quase 200 mísseis.
Pode até não parecer grande coisa, mas eu entendo que para um míssil que precisa de escala para justificar uma linha de produção aberta, duas centenas deles a se encomendar já é algo até positivo para começar a industrialização do projeto e garantir seu desenvolvimento futuro.
Mas nós não fizemos nada disso e ainda compramos mísseis importados. Ou seja, me parece que nós garantimos uma pá de cal no A-Dater de qualquer jeito, indiferente as condições da Denel atualmente.
Não sei se isso é plenamente justificável nos dias de hoje. Mas como ninguém no Brasil costuma questionar o que os militares fazem com os recursos que recebem.
Fica aí mais uma lição.