Por que o Brasil cresce pouco
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Por que o Brasil cresce pouco
FSP, São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006
JOSÉ MÁRCIO CAMARGO
Por que o Brasil cresce pouco
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Como o país gasta muito com os idosos, sobram poucos recursos para investimento na educação das crianças
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"O BRASIL tem carga tributária de Primeiro Mundo e serviços sociais de Terceiro Mundo." Essa frase tem sido dita e repetida por empresários, analistas, políticos, profissionais liberais etc. Não há dúvida de que a carga tributária brasileira, de 38% do PIB, é extremamente elevada. Nesse sentido, a frase está totalmente correta. Entretanto será que o complemento -"e serviços sociais de Terceiro Mundo"- está correto? E, caso a resposta a essa pergunta seja afirmativa, para onde vai o dinheiro arrecadado?
Comecemos pela pergunta: para onde vai o dinheiro arrecadado pelo Estado? O governo brasileiro gasta 13% do PIB com aposentadorias e pensões, 4,5% com educação e 7,5% com saúde. Somando os gastos com esses três setores, chegamos a 25% do PIB, ou 68% do total de tributos arrecadados. Se acrescentarmos 7% do PIB para o pagamento de juros da dívida pública e 4,25% correspondentes ao superávit primário necessário para diminuir a dívida, chegamos ao total de 36,25% do PIB. Sobra 1,75% do PIB para investimentos e manutenção dos outros setores (infra-estrutura, segurança, agricultura, ciência e tecnologia etc.). Como esse dinheiro não é suficiente, o governo brasileiro tem déficit anual de aproximadamente 3% do PIB. Portanto para todos os outros setores são destinados 4,75% do PIB a cada ano (o 1,75% que sobrou mais o déficit nominal de 3%).
De todas as rubricas descritas, alguns dirão que o total de recursos destinado ao pagamento de juros está excessivamente elevado e poderia ser reduzido. Entretanto, ainda que seja possível cortar a taxa de juros real à metade, sem gerar inflação, a economia de recursos seria da ordem de 3,5% do PIB. Um valor significativo, mas apenas o suficiente para eliminar o déficit nominal do setor público. Algo adicional teria de ser feito para viabilizar a redução da carga tributária e para ter mais investimentos sem gerar aumento do déficit público e, portanto, sem risco de volta da inflação.
Dos itens descritos, as proporções dos gastos com saúde e com educação estão basicamente dentro da média internacional. Entretanto os gastos com aposentadorias e pensões estão totalmente fora do padrão. O Brasil tem 6,5% de sua população composta de idosos -pessoas com 65 anos ou mais. Países com essa porcentagem de idosos gastam, em média, 6% de seus respectivos PIBs com tal rubrica. Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia) ou gastam menos de 2% do PIB com a rubrica (China e Coréia do Sul).
Suponha que o Brasil gastasse a média internacional (6% do PIB) com previdência e assistência social. Nesse caso, o total de gastos com os setores sociais (previdência, assistência, saúde e educação) seria de 18% do PIB e, mantendo-se os gastos com os demais setores nos mesmos níveis atuais, o total dos gastos públicos, excluindo o pagamento dos juros da dívida, atingiria 22,75% do PIB. O resultado seria um superávit primário de 15,25% do PIB (38% menos 22,75%), o que geraria uma queda dramática dos juros da dívida pública.
Suponha que, diante desse cenário, os juros reais possam cair para 3% ao ano, levando o gasto com juros para 2,5% do PIB. Nesse caso, o superávit nominal seria de 12,75% do PIB. Nesse cenário, o governo poderia reduzir a carga tributária em 6 pontos percentuais do PIB e, ao mesmo tempo, aumentar os investimentos em infra-estrutura, segurança, educação etc. em 6,75 pontos, preservando o equilíbrio das contas públicas.
Suponha, finalmente, que da queda da carga tributária de 6 pontos, 2 pontos sejam convertidos em investimentos pelo setor privado. Nesse caso, teríamos aumento da taxa de investimento da ordem de 8,75 pontos do PIB, o que elevaria a taxa de investimento total de 20,5% para 29,25% do PIB, permitindo à economia crescer de forma sustentada a taxas acima de 6% ao ano.
Portanto, ao contrário do que a afirmativa sugere, nosso sistema de aposentadoria e assistência social é muito mais generoso que o de qualquer país do Primeiro Mundo. O resultado é que gastamos muito com nossos idosos e sobra pouco para ser gasto com a educação de nossas crianças, com segurança, com infra-estrutura e com investimentos em geral. O Brasil gasta 15 vezes mais (em termos per capita) com aposentadorias e pensões do que com a educação de nossas crianças.
A lição é simples: para reduzir a carga tributária e aumentar as taxas de investimento e de crescimento é indispensável uma drástica reforma do sistema de previdência e assistência social. Sem tal reforma, vamos pagar cada vez mais tributos e crescer pouco.
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JOSÉ MÁRCIO CAMARGO é professor do Departamento de Economia da PUC-RJ e sócio da Tendências Consultoria Integrada.
JOSÉ MÁRCIO CAMARGO
Por que o Brasil cresce pouco
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Como o país gasta muito com os idosos, sobram poucos recursos para investimento na educação das crianças
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"O BRASIL tem carga tributária de Primeiro Mundo e serviços sociais de Terceiro Mundo." Essa frase tem sido dita e repetida por empresários, analistas, políticos, profissionais liberais etc. Não há dúvida de que a carga tributária brasileira, de 38% do PIB, é extremamente elevada. Nesse sentido, a frase está totalmente correta. Entretanto será que o complemento -"e serviços sociais de Terceiro Mundo"- está correto? E, caso a resposta a essa pergunta seja afirmativa, para onde vai o dinheiro arrecadado?
Comecemos pela pergunta: para onde vai o dinheiro arrecadado pelo Estado? O governo brasileiro gasta 13% do PIB com aposentadorias e pensões, 4,5% com educação e 7,5% com saúde. Somando os gastos com esses três setores, chegamos a 25% do PIB, ou 68% do total de tributos arrecadados. Se acrescentarmos 7% do PIB para o pagamento de juros da dívida pública e 4,25% correspondentes ao superávit primário necessário para diminuir a dívida, chegamos ao total de 36,25% do PIB. Sobra 1,75% do PIB para investimentos e manutenção dos outros setores (infra-estrutura, segurança, agricultura, ciência e tecnologia etc.). Como esse dinheiro não é suficiente, o governo brasileiro tem déficit anual de aproximadamente 3% do PIB. Portanto para todos os outros setores são destinados 4,75% do PIB a cada ano (o 1,75% que sobrou mais o déficit nominal de 3%).
De todas as rubricas descritas, alguns dirão que o total de recursos destinado ao pagamento de juros está excessivamente elevado e poderia ser reduzido. Entretanto, ainda que seja possível cortar a taxa de juros real à metade, sem gerar inflação, a economia de recursos seria da ordem de 3,5% do PIB. Um valor significativo, mas apenas o suficiente para eliminar o déficit nominal do setor público. Algo adicional teria de ser feito para viabilizar a redução da carga tributária e para ter mais investimentos sem gerar aumento do déficit público e, portanto, sem risco de volta da inflação.
Dos itens descritos, as proporções dos gastos com saúde e com educação estão basicamente dentro da média internacional. Entretanto os gastos com aposentadorias e pensões estão totalmente fora do padrão. O Brasil tem 6,5% de sua população composta de idosos -pessoas com 65 anos ou mais. Países com essa porcentagem de idosos gastam, em média, 6% de seus respectivos PIBs com tal rubrica. Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia) ou gastam menos de 2% do PIB com a rubrica (China e Coréia do Sul).
Suponha que o Brasil gastasse a média internacional (6% do PIB) com previdência e assistência social. Nesse caso, o total de gastos com os setores sociais (previdência, assistência, saúde e educação) seria de 18% do PIB e, mantendo-se os gastos com os demais setores nos mesmos níveis atuais, o total dos gastos públicos, excluindo o pagamento dos juros da dívida, atingiria 22,75% do PIB. O resultado seria um superávit primário de 15,25% do PIB (38% menos 22,75%), o que geraria uma queda dramática dos juros da dívida pública.
Suponha que, diante desse cenário, os juros reais possam cair para 3% ao ano, levando o gasto com juros para 2,5% do PIB. Nesse caso, o superávit nominal seria de 12,75% do PIB. Nesse cenário, o governo poderia reduzir a carga tributária em 6 pontos percentuais do PIB e, ao mesmo tempo, aumentar os investimentos em infra-estrutura, segurança, educação etc. em 6,75 pontos, preservando o equilíbrio das contas públicas.
Suponha, finalmente, que da queda da carga tributária de 6 pontos, 2 pontos sejam convertidos em investimentos pelo setor privado. Nesse caso, teríamos aumento da taxa de investimento da ordem de 8,75 pontos do PIB, o que elevaria a taxa de investimento total de 20,5% para 29,25% do PIB, permitindo à economia crescer de forma sustentada a taxas acima de 6% ao ano.
Portanto, ao contrário do que a afirmativa sugere, nosso sistema de aposentadoria e assistência social é muito mais generoso que o de qualquer país do Primeiro Mundo. O resultado é que gastamos muito com nossos idosos e sobra pouco para ser gasto com a educação de nossas crianças, com segurança, com infra-estrutura e com investimentos em geral. O Brasil gasta 15 vezes mais (em termos per capita) com aposentadorias e pensões do que com a educação de nossas crianças.
A lição é simples: para reduzir a carga tributária e aumentar as taxas de investimento e de crescimento é indispensável uma drástica reforma do sistema de previdência e assistência social. Sem tal reforma, vamos pagar cada vez mais tributos e crescer pouco.
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JOSÉ MÁRCIO CAMARGO é professor do Departamento de Economia da PUC-RJ e sócio da Tendências Consultoria Integrada.
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
jacquessantiago escreveu:Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia)
Na minha singela opinião José Camargo deveria ser esfolado e jogado numa piscina cheia de piranhas famintas por nos comparar ao bosteiro da Ásia em termos de qualidade de vida.
PS: reduzir a aposentadoria dos que agora já desfrutam dela seria uma molecagem sem comparações desse governo
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
3rdMillhouse escreveu:jacquessantiago escreveu:Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia)
Na minha singela opinião José Camargo deveria ser esfolado e jogado numa piscina cheia de piranhas famintas por nos comparar ao bosteiro da Ásia em termos de qualidade de vida.
PS: reduzir a aposentadoria dos que agora já desfrutam dela seria uma molecagem sem comparações desse governo
na minha opinião, o Brasil, dentre os países em desenvolvimento, é o que da melhores condiçoes de vida para a população, a china pode crescer absurdos 9% ao ano, mais se eu não me engano lá não existe direito trabalhista, comparar o Brasil com a india que não tem previdencia social, pelo amor de Deus, isso é um absurdo sem tamanho, um país só é desenvolvido se tiver um bom IDH e acho que sem previdencia social, direitos trabalhistas e etc, isso não ocorre nunca...
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
Edward Elric escreveu:3rdMillhouse escreveu:jacquessantiago escreveu:Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia)
Na minha singela opinião José Camargo deveria ser esfolado e jogado numa piscina cheia de piranhas famintas por nos comparar ao bosteiro da Ásia em termos de qualidade de vida.
PS: reduzir a aposentadoria dos que agora já desfrutam dela seria uma molecagem sem comparações desse governo
na minha opinião, o Brasil, dentre os países em desenvolvimento, é o que da melhores condiçoes de vida para a população, a china pode crescer absurdos 9% ao ano, mais se eu não me engano lá não existe direito trabalhista, comparar o Brasil com a india que não tem previdencia social, pelo amor de Deus, isso é um absurdo sem tamanho, um país só é desenvolvido se tiver um bom IDH e acho que sem previdencia social, direitos trabalhistas e etc, isso não ocorre nunca...
Temos dois sistemas na pratica: um grupo limitado de pensionistas vive como se estivessem na Suecia e absorvem a maioria dos recursos e a grande maioria vive como nos piores paises do finado 3o mundo.
O curioso eh que qd se fala em reformar a previdencia, quem mais reclama e faz barulho eh a minoria que pensa que vive na Suecia.
Se gastamos o dobro da media mundial com pensoes e aposentadorias e somos um pais ainda jovem comparado com o mundo desenvolvido e a maioria dos aposentados recebe uma porcaria, entao ha algo de muito errado com esse sistema.
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
jacquessantiago escreveu:--------------------------------------------------------------------------------
Como o país gasta muito com os idosos, sobram poucos recursos para investimento na educação das crianças
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Tá certo que a Previdência já faz alguns anos vem se tornando um problema devido a seus seguidos déficitis, mas quem lê isso pode pensar que se aposentar no Brasil é uma maravilha. O que obviamente não é.
Se gastamos o dobro da media mundial com pensoes e aposentadorias e somos um pais ainda jovem comparado com o mundo desenvolvido e a maioria dos aposentados recebe uma porcaria, entao ha algo de muito errado com esse sistema.
De acordo.
"Veni, vidi, vinci" - Júlio Cesar
http://www.jornalopcao.com.br/index.asp ... djornal=43
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
jacquessantiago escreveu:Edward Elric escreveu:3rdMillhouse escreveu:jacquessantiago escreveu:Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Países asiáticos, como a China e a Índia, ou não têm nenhum sistema de previdência social (Índia)
Na minha singela opinião José Camargo deveria ser esfolado e jogado numa piscina cheia de piranhas famintas por nos comparar ao bosteiro da Ásia em termos de qualidade de vida.
PS: reduzir a aposentadoria dos que agora já desfrutam dela seria uma molecagem sem comparações desse governo
na minha opinião, o Brasil, dentre os países em desenvolvimento, é o que da melhores condiçoes de vida para a população, a china pode crescer absurdos 9% ao ano, mais se eu não me engano lá não existe direito trabalhista, comparar o Brasil com a india que não tem previdencia social, pelo amor de Deus, isso é um absurdo sem tamanho, um país só é desenvolvido se tiver um bom IDH e acho que sem previdencia social, direitos trabalhistas e etc, isso não ocorre nunca...
Temos dois sistemas na pratica: um grupo limitado de pensionistas vive como se estivessem na Suecia e absorvem a maioria dos recursos e a grande maioria vive como nos piores paises do finado 3o mundo.
O curioso eh que qd se fala em reformar a previdencia, quem mais reclama e faz barulho eh a minoria que pensa que vive na Suecia.
Se gastamos o dobro da media mundial com pensoes e aposentadorias e somos um pais ainda jovem comparado com o mundo desenvolvido e a maioria dos aposentados recebe uma porcaria, entao ha algo de muito errado com esse sistema.
Concordo. Só haverá uma reforma tributária verdadeira se houver diminuição dos gastos públicos. E isso tem que ocorrer com a reforma da previdência.
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Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Discordo do professor. Acho perigoso fazer tal conclusão sem um estudo profundo dos impactos causados por uma redução a curto prazo dos gastos da previdência. Ademais seria interessante saber quais são as propostas para a redução e se tais são possíveis legalmente.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
lição é simples: para reduzir a carga tributária e aumentar as taxas de investimento e de crescimento é indispensável uma drástica reforma do sistema de previdência e assistência social. Sem tal reforma, vamos pagar cada vez mais tributos e crescer pouco.
Simples é aparecer em jornal e falar besteiras. Põe ele na cadeira de ministro e manda ele fazer esta simples lição...

O passivo previdenciário existe e resolver este imbróglio não tem nada de simples. Aliás, acho que é o principal problema do Brasil no médio prazo.
- FinkenHeinle
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Re: Por que o Brasil cresce pouco
LEO escreveu:Tá certo que a Previdência já faz alguns anos vem se tornando um problema devido a seus seguidos déficitis, mas quem lê isso pode pensar que se aposentar no Brasil é uma maravilha. O que obviamente não é.
Discordo! Basta refletir um pouco. Não é que todos os aposentados recebam caminhões de dinheiro. Mas o sistema é não só injusto como ineficiente.
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
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O desenvolvimento de um país não depende somente de investimentos governamentais. É preciso estabelecer incentivos ao desenvolvimento privado. Diminuir a tributação e atualizar nossa CLT. Estabelecer programas para o desenvolvimento industrial e de produção primária. Atualmente a atividade industrial está sufocada e o setor primário (muito competente) está a perder pontos ano a ano. O sistema financeiro parece que está para nos atrazar cada vez mais tal a carga de juros que nos impõe. As estatizações podem ser realizadas mas sempre levando em conta o setor ESTRATÉGICO que deve permanecer estatal e algumas atividades privadas que devem pertencer a brasileiros. Sem a apelação dos comunas ou do tipo evo morales...
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FSP, São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006
Brasil só cresce se cortar gasto, diz OCDE
Organização de nações ricas afirma que país precisa melhorar ajuste fiscal e investir em inovação para elevar potencial de expansão
Crescimento médio brasileiro de 2,5% desde 1995 aumentou distância da renda per capita do país para a das nações desenvolvidas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Acelerar o ritmo de crescimento da economia brasileira depende da consolidação do ajuste fiscal, na avaliação da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). O crescimento da economia brasileira de 2,5%, em média, desde 1995, aumentou a distância da renda per capita em relação aos 30 países-membros da organização. A renda per capita do brasileiro representa menos de 29% da média dos integrantes da OCDE, que reúne países desenvolvidos.
O país precisa resolver fraquezas políticas para elevar seu potencial de crescimento, segundo a organização. As três principais vertentes, de acordo com estudo divulgado ontem, são a melhora na qualidade do ajuste fiscal, o aumento do investimento em inovação no setor privado e a ampliação do emprego formal.
"O crescimento do Brasil tem sido bastante volátil e relativamente baixo nos últimos 25 anos. Isso tem feito o diferencial de renda per capita entre o Brasil e os países-membros da OCDE aumentar", afirmou Luiz de Mello, chefe da divisão para América do Sul do Departamento Econômico da OCDE.
Para a OCDE, o esforço fiscal deve ser mais focado no corte de despesas correntes do que no aumento da arrecadação de impostos. O limite no crescimento da despesa seria a saída para estancar o crescimento das despesas correntes. A organização recomenda que o teto de despesas na Lei de Diretrizes Orçamentárias seja definido em termos nominais, e não em relação ao PIB, porque a inflação já está amarrada à meta.
A organização sugere ainda a definição de metas para o déficit nominal, que permaneceu em 3% do PIB, em média, no período de 2004 a 2005.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que o terceiro estudo da organização sobre a economia brasileira está em linha com as preocupações do governo. Ele evitou, no entanto, comentar as principais propostas e se limitou a afirmar que a manutenção do superávit primário no nível atual leva a uma redução significativa da relação dívida/PIB. Questionado sobre quando sairá o pacote de medidas para redução de despesas, afirmou que se trata, na verdade, de um pacote de desenvolvimento. "Também gostaria de saber [quando sairá]. A decisão não é minha, mas do presidente da República."
Inovação
A OCDE enfatiza a necessidade de elevar a inovação no setor privado, o que poderia ser feito com mais investimento em pesquisa e desenvolvimento. "O fato de a intensidade de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, no setor de negócios, ter que quadruplicar para só alcançar a média da OCDE, que é de 1,6% do PIB, ilustra o tamanho do esforço que será necessário nessa área", afirma o estudo.
A receita de crescimento definida pela OCDE inclui também o aumento da produtividade, a ampliação do emprego formal e a melhor qualificação da mão-de-obra. "Na nossa avaliação, o grande desafio para o Brasil é aumentar a escolaridade da população. O nível de escolaridade tanto no ensino médio como no ensino superior está aquém do de países desenvolvidos e dos de patamar de renda similar", afirmou Mello.
A melhor utilização da mão-de-obra inclui a redução da informalidade e da evasão fiscal, o que contribuiria para reduzir a desigualdade de renda
Brasil só cresce se cortar gasto, diz OCDE
Organização de nações ricas afirma que país precisa melhorar ajuste fiscal e investir em inovação para elevar potencial de expansão
Crescimento médio brasileiro de 2,5% desde 1995 aumentou distância da renda per capita do país para a das nações desenvolvidas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Acelerar o ritmo de crescimento da economia brasileira depende da consolidação do ajuste fiscal, na avaliação da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). O crescimento da economia brasileira de 2,5%, em média, desde 1995, aumentou a distância da renda per capita em relação aos 30 países-membros da organização. A renda per capita do brasileiro representa menos de 29% da média dos integrantes da OCDE, que reúne países desenvolvidos.
O país precisa resolver fraquezas políticas para elevar seu potencial de crescimento, segundo a organização. As três principais vertentes, de acordo com estudo divulgado ontem, são a melhora na qualidade do ajuste fiscal, o aumento do investimento em inovação no setor privado e a ampliação do emprego formal.
"O crescimento do Brasil tem sido bastante volátil e relativamente baixo nos últimos 25 anos. Isso tem feito o diferencial de renda per capita entre o Brasil e os países-membros da OCDE aumentar", afirmou Luiz de Mello, chefe da divisão para América do Sul do Departamento Econômico da OCDE.
Para a OCDE, o esforço fiscal deve ser mais focado no corte de despesas correntes do que no aumento da arrecadação de impostos. O limite no crescimento da despesa seria a saída para estancar o crescimento das despesas correntes. A organização recomenda que o teto de despesas na Lei de Diretrizes Orçamentárias seja definido em termos nominais, e não em relação ao PIB, porque a inflação já está amarrada à meta.
A organização sugere ainda a definição de metas para o déficit nominal, que permaneceu em 3% do PIB, em média, no período de 2004 a 2005.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que o terceiro estudo da organização sobre a economia brasileira está em linha com as preocupações do governo. Ele evitou, no entanto, comentar as principais propostas e se limitou a afirmar que a manutenção do superávit primário no nível atual leva a uma redução significativa da relação dívida/PIB. Questionado sobre quando sairá o pacote de medidas para redução de despesas, afirmou que se trata, na verdade, de um pacote de desenvolvimento. "Também gostaria de saber [quando sairá]. A decisão não é minha, mas do presidente da República."
Inovação
A OCDE enfatiza a necessidade de elevar a inovação no setor privado, o que poderia ser feito com mais investimento em pesquisa e desenvolvimento. "O fato de a intensidade de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, no setor de negócios, ter que quadruplicar para só alcançar a média da OCDE, que é de 1,6% do PIB, ilustra o tamanho do esforço que será necessário nessa área", afirma o estudo.
A receita de crescimento definida pela OCDE inclui também o aumento da produtividade, a ampliação do emprego formal e a melhor qualificação da mão-de-obra. "Na nossa avaliação, o grande desafio para o Brasil é aumentar a escolaridade da população. O nível de escolaridade tanto no ensino médio como no ensino superior está aquém do de países desenvolvidos e dos de patamar de renda similar", afirmou Mello.
A melhor utilização da mão-de-obra inclui a redução da informalidade e da evasão fiscal, o que contribuiria para reduzir a desigualdade de renda
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O problema do Brasil é que os bocós acham que a função primeira do Estado é dar emprego. O que tem de gente só mamando no serviço público não está escrito em lugar nenhum. Educação de qualidade para as crianças? Negado. Universalização dos serviços de saneamento? Negado. Estradas de qualidade? Negado. Sistema público de saúde razoável? Negado. Uma teta no serviço público para mamar gostoso? Venham, venham todos! Tem teta pra todo mundo!
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Então o Brasil num cresce por culpa de quem se aposenta...
Lindo isso...
Vejamos o MEU caso:
PAGO QUASE 14% DE MEU VENCIMENTO BRUTO À PREVIDÊNCIA DO ESTADO (IPERGS).
PAGO UNS 10% DE IR.
Ou seja, QUASE UM QUARTO DE CADA ANO EU TRABALHO E DOU O RESULTADO DE PRESENTE PARA O GOVERNO. E estou mamando...
E nem falo no que consumo, em serviços e produtos, tudo pagando imposto também...
Daí, quando me aposentar, PELA LEI, passo a ser um pária, um vampiro da Nação, POWS!!!
Sodas isso...
Sabem qual a minha vingança?
OS QUE HOJE PENSAM ISSO DE MIM, AMANHÃ TERÃO OUTROS PENSANDO ISSO DELES...
Ou, claro, trabalharão até a morte, para gáudio dos que lucram com isso...
Nas buenas, algo está errado, creio...![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
Lindo isso...
Vejamos o MEU caso:


Ou seja, QUASE UM QUARTO DE CADA ANO EU TRABALHO E DOU O RESULTADO DE PRESENTE PARA O GOVERNO. E estou mamando...

E nem falo no que consumo, em serviços e produtos, tudo pagando imposto também...
Daí, quando me aposentar, PELA LEI, passo a ser um pária, um vampiro da Nação, POWS!!!
Sodas isso...
Sabem qual a minha vingança?
OS QUE HOJE PENSAM ISSO DE MIM, AMANHÃ TERÃO OUTROS PENSANDO ISSO DELES...

Ou, claro, trabalharão até a morte, para gáudio dos que lucram com isso...
Nas buenas, algo está errado, creio...
![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”
Morpheus
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