O Brasil se arma

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 6 vezes

O Brasil se arma

#1 Mensagem por PQD » Ter Nov 13, 2007 9:33 am

Imagem

O Brasil se arma

A América Latina entra numa corrida armamentista, na maior movimentação militar desde a época das ditaduras, e o ministro Nelson Jobim diz que "se alguém entrar no espaço brasileiro vai ter problemas"

Por RUDOLFO LAGO E CLÁUDIO CAMARGO



A relativa estabilidade política entre os países da América do Sul, aliada à triste lembrança dos regimes militares que atormentaram a região nos anos 60 e 70, levou o Brasil a deixar suas Forças Armadas em petição de miséria nas últimas décadas. O fortalecimento militar da Venezuela parece ter acionado os alarmes, mostrando quanto o País está despreparado para qualquer tarefa de dissuasão. Agora, o governo brasileiro resolveu retomar os investimentos na área militar. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou o aumento de 50% no orçamento das Forças Armadas já para 2008 (de US$ 6,9 bilhões para R$ 9,1 bilhões), e garantiu recursos (R$ 1 bilhão durante oito anos) para a conclusão do projeto do submarino nuclear. Até 2021, poderá haver investimentos totais de R$ 16 bilhões. Mas Jobim não quer apenas o reaparelhamento das Forças Armadas. Sua idéia é que os produtos bélicos adquiridos no Exterior sejam comprados de fornecedores que ofereçam transferência de tecnologia, de modo a dar início a uma política industrial para o setor. Não se trata mais de comprar na prateleira pelo menor preço. “Queremos um plano estratégico de defesa nacional que precisa estar vinculado ao desenvolvimento nacional, ligando a questão a toda a política industrial e à criação de um parque industrial de defesa”, disse Jobim na audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, há dez dias.

Por trás de toda essa movimentação bélica está em jogo a questão da geopolítica da região. Os avanços do líder venezuelano Hugo Chávez têm assustado os vizinhos, em especial no que diz respeito à soberania de cada país. Rumores de que Chávez poderia até ter planos para a Bolívia, em acordo com o presidente daquele país, Evo Morales, causaram inquietação nos meios militares dentro do Brasil. O ministro Jobim nega que o reforço orçamentário para as Forças nacionais tenha ligação com a ameaça Chávez e diz que a compra de armas e equipamentos já estava prevista antes desse novo cenário. Segundo Jobim, o objetivo maior é defender o País de invasões. “O que é a Defesa no sentido em que estamos discutindo? É a afirmação de que, se alguém entrar no espaço aéreo brasileiro ou em águas territoriais, vai ter problemas”, disse ele na quinta-feira 8 em um congresso no quartel- general do Exército.

A situação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nacionais é dramática. Segundo o comandante do Exército, general- de-exército Enzo Martins Peri, 70% dos 1.500 blindados da força estão “indisponíveis” e quase 80% deles têm mais de 30 anos de vida. O armamento individual dos soldados, o FAL (Fuzil Automático Leve), tem mais de 40 anos de uso e o Exército “enfrenta séria restrição de munição, o que compromete o adestramento da tropa”. A Aeronáutica está com 37% da frota de 720 aviões sem condições de voar; só recentemente conseguiu substituir os velhos Mirage III por Mirage 2000 usados. De acordo com seu comandante, tenentebrigadeiro Junito Saito, depois das aquisições de Chávez – 24 caças supersônicos russos Sukhoi Su-30 –, a FAB se tornou a quarta Força Aérea da região – atrás da Venezuela, do Chile e do Peru. E a Marinha, além de ter metade de seus principais navios sem condições operacionais, precisa reformar os cinco submarinos diesel-elétricos.

Em 2003, ano em que o Orçamento das Forças Armadas brasileiras foi de R$ 4,3 bilhões, o menor dos últimos 15 anos, a Marinha chegou a considerar a hipótese de cancelar o programa de desenvolvimento do submarino nuclear. Seria uma forma de redirecionar o dinheiro para outras áreas necessitadas. O ministro Nelson Jobim tem usado esse exemplo para demonstrar como as decisões de investimentos na área militar eram, e ainda são, uma discussão exclusiva das próprias Forças, sem qualquer helicóptediálogo com os demais setores do governo e da sociedade. Ser considerado uma prioridade exclusivamente da Marinha era o pretexto do governo para cortar o orçamento do projeto do submarino. Da mesma forma, ser decisão exclusiva da Marinha permitia também à Força resolver unilateralmente, caso quisesse, não investir mais no projeto.

Além de aumentar o orçamento e de prometer investimentos no setor, Jobim quer que a construção de uma estratégia conjunta, criada pelo governo e discutida pela sociedade, passe a estabelecer os gastos das Forças Armadas. Mas num primeiro momento os recursos para o reaparelhamento irão para projetos que já estavam em andamento. Depois, Jobim pretende criar uma nova política nacional de Defesa, que ele espera ver definida para ser anunciada com pompa e circunstância em 7 de setembro de 2008. Um primeiro ensaio do que o governo quer daqui para a frente: pela primeira vez o orçamento das Forças Armadas foi definido de forma conjunta numa reunião presidida pelo ministro da Fazenda. Até então, cada comandante determinava os seus gastos e o Ministério da Defesa funcionava quase como um despachante: reunia os papéis e os encaminhava para a elaboração orçamentária. Agora, Jobim reuniuse com os três comandantes para traçar as prioridades. O Exército centrou-se na instalação de uma fábrica no Sul do País para a recuperação de tanques e demais blindados e no projeto de construção de radares tridimensionais, usados em baterias antiaéreas para orientar a mira dos canhões e metralhadoras. A Marinha, no projeto do submarino nuclear e na reforma de seus navios. E a Aeronáutica, no projeto F-X (caças supersônicos), na compra de helicópteros e de jatos para o transporte de tropas.

Depois disso, a definição das prioridades passará a responder a uma nova lógica. “Até agora, quando as Forças Armadas se queixavam que precisavam de mais dinheiro, isso parecia uma mera reclamação corporativista, porque a sociedade não tem real clareza dessa necessidade”, avalia Jobim. Para o ministro, os gastos precisam estar vinculados a uma definição clara. Para estabelecer essa política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou no dia 6 de setembro um decreto que criou o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa. O comitê é presidido por Jobim, coordenado pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, e integrado ainda pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Paulo Bernardo; da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; e pelos comandantes das três Forças. “É preciso uma estratégia que reflita a missão de cada Força”, explica Jobim. “Para, digamos, monitorar o território, do que precisa a Marinha? E a Aeronáutica? E o Exército? E, ainda, de que forma as Forças podem trabalhar em conjunto?” A inversão de filosofia, segundo o ministro, se daria da seguinte forma: a Marinha não mais define que precisa ter um submarino para fazer o patrulhamento da costa brasileira; ela primeiro define que, entre as suas tarefas, precisa patrulhar a costa brasileira; para fazer esse patrulhamento, necessita do submarino.

Embora a estratégia de defesa esteja apenas começando a ser alinhavada, já há alguns aspectos estabelecidos. A Política Nacional de Defesa, já transformada em lei, estabelece que a estratégia militar brasileira é dissuasória, ou seja, defensiva. Outro ponto fundamental acertado é que a aquisição de armas e equipamentos precisa garantir ao máximo possível a autonomia nacional. As Forças Armadas não podem correr o risco de, na hora de um conflito, sofrer um bloqueio do repasse do armamento.

A idéia é estabelecer uma estratégia que privilegie, sempre que possível, a indústria nacional. Para isso, o governo exigirá, na compra de material bélico, transferência de tecnologia para o País. “Comprar material de defesa sem garantia de transferência tecnológica é abdicar da soberania”, afirma o empresário Jairo Candido, do grupo Inbra, presidente do Departamento de Defesa da Fiesp. Nas compras de aviões de transporte de tropas pela Aeronáutica, esse critério já deverá ser observado. No caso do avião, a escolha deverá recair sobre um projeto nacional, da Embraer, um jato com a mesma capacidade de transporte (20 toneladas) dos atuais Hércules C-130, turbo-hélice.

Definir parâmetros que defendam a indústria nacional nas compras de equipamentos não é tarefa simples. O governo terá que modificar a Lei de Licitações para criar critérios que justifiquem o privilégio a uma empresa nacional. Hoje, essa lei determina a vitória pelo menor preço, sem levar em conta a nacionalidade do fornecedor. A mudança já foi defendida por Mangabeira Unger. O ministro defende até mesmo a possibilidade de não haver licitação para determinadas compras estratégicas. “Se queremos ser um grande país, se queremos nos defender sem nos intimidar, temos que nos armar”, disse ele. O desafio do comitê que Unger coordena será definir um critério transparente, que não deixe tais aquisições, evidentemente milionárias, ao sabor de corrupção e propinas.



DEPOIS DOS FRANGOS, TECNOLOGIA

As Forças Armadas e um grupo de indústrias brasileiras e francesas vão criar no Brasil um parque para a fabricação de helicópteros com tecnologia de ponta. O projeto será capitaneado pela Helibrás, única indústria de helicópteros da América Latina, que já produz os Esquilos em Itajubá, Minas Gerais. Pelo acordo, a francesa Eurocopter vai transferir tecnologia para que a Helibrás fabrique uma versão brasileira do Super-Cougar, que será usado para transporte de tropas das três Forças. A Helibrás precisará construir uma nova fábrica, num investimento de US$ 200 milhões, a ser financiado por bancos franceses e pelo BNDES. As Forças Armadas se comprometem a adquirir entre 40 e 60 aeronaves pelo prazo de dez anos, um negócio de US$ 1 bilhão. “O essencial é que vamos construir em Itajubá um parque tecnológico para os helicópteros similar ao parque aeronáutico de São José dos Campos”, explica Jorge Viana, presidente da Helibrás e ex-governador do Acre. A decisão sepulta a compra, feita pelo ex-ministro Fernando Furlan, de 20 helicópteros russos em troca de carne de frango.

HUGO STUDART

Imagem
Imagem


RETRATO FALADO



Uma das especialidades do ministro da Defesa, Nelson Jobim, é falar grosso. Depois do périplo que fez pelas fronteiras do País na Amazônia, Jobim volta agora as suas baterias para as Forças Armadas Revolucionárias (Farc). Ele alerta que a Colômbia tem de dar um jeito logo de resolver os problemas com o grupo guerrilheiro.

"Eles que não venham para cá. Se vierem, vão ter resposta"




Editado pela última vez por PQD em Qua Out 15, 2008 11:17 am, em um total de 2 vezes.
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62894
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6807 vezes
Agradeceram: 7105 vezes
Contato:

#2 Mensagem por Túlio » Ter Nov 13, 2007 9:42 am

Ah, se os desenhos tivessem mais a haver com a realidade...

Leopard 2A6 no EB, Rafale na FAB...

Só num gostei do Sidewinder sendo apresentado como Piranha... :lol: :lol: :lol: :lol:




“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”

Morpheus
Avatar do usuário
J.Ricardo
Sênior
Sênior
Mensagens: 8062
Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
Agradeceu: 2993 vezes
Agradeceram: 1194 vezes

Re: O Brasil se arma

#3 Mensagem por J.Ricardo » Ter Nov 13, 2007 5:25 pm

PQD escreveu:Ele alerta que a Colômbia tem de dar um jeito logo de resolver os problemas com o grupo guerrilheiro.

"Eles que não venham para cá. Se vierem, vão ter resposta"


Deixa o pessoal do PT ficar sabendo disso, ele perde o posto e retiram toda a verba das FA pra acalmar os "cumpanhero revolucionário da culombia"...




Avatar do usuário
Pablo Maica
Sênior
Sênior
Mensagens: 9114
Registrado em: Seg Dez 01, 2003 4:55 pm
Localização: Santa Maria Rio Grande Do Sul
Agradeceu: 341 vezes
Agradeceram: 644 vezes

#4 Mensagem por Pablo Maica » Qua Nov 14, 2007 12:13 am

Hehehe antes dos petralhas se mexerem ja vai ter outro presidente na cadeirinha do lula...


Um abraço e t+ :D




jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#5 Mensagem por jauro » Qua Nov 14, 2007 10:28 am

Forças Armadas terão R$2,3 bi em emendas
Pedidos serão levados à Comissão Mista de Orçamento



BRASÍLIA. As comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e do Senado aprovaram ontem uma verba adicional de R$2,39 bilhões ao orçamento das Forças Armadas em 2008. Os pedidos serão levados à Comissão Mista de Orçamento, que costuma atender em média a 10% dos valores solicitados pelas comissões.

A comissão do Senado aceitou emenda encaminhada pelo Ministério da Defesa no valor de R$1,55 bilhão para modernização e reaparelhamento das três Forças, mais um pedido da Aeronáutica no valor de R$380 milhões, para manutenção e no suprimento de material aeronáutico, operações de defesa aérea e atividades de apoio da Força à Marinha e à Polícia Federal.

A comissão da Câmara aceitou um pedido do Exército de R$220,4 milhões para compra de munição, combustíveis e peças de reposição para carros e reboque e uma proposta de emenda da Marinha, de R$240 milhões, para manutenção de navios. Como cada comissão só pode apresentar três emendas, as assessorias parlamentares dos militares acertaram a divisão com os líderes partidários. Elas receberam também pedidos do Itamaraty. Os valores a serem recebidos estão fora da proposta orçamentária encaminhada pelo Executivo, de R$9,3 bilhões.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 6 vezes

#6 Mensagem por PQD » Sex Nov 16, 2007 11:30 am

General defende idéia de País ter bomba atômica

Para Moreira, País precisa de ‘cadeado forte’, pois é cobiçado por ter água, alimentos e energia

Expedito Filho, BRASÍLIA



O secretário de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa, general de Exército José Benedito de Barros Moreira, defendeu esta semana a tese de que o Brasil deve desenvolver a tecnologia necessária para a fabricação da bomba atômica. O general fez a afirmação, com espontaneidade e franqueza, ao responder à pergunta de um telespectador do programa Expressão Nacional, da TV Câmara, transmitido na terça-feira. No mesmo programa, ele disse que o Brasil é alvo de cobiça por ter água, alimentos e energia. “Por isso, temos de colocar um cadeado forte na nossa tranca”, afirmou.

O general explicou sua posição sobre o desenvolvimento da bomba. “Nós temos de ter no Brasil a possibilidade futura de, se o Estado assim entender, desenvolver um artefato nuclear. Não podemos ficar alheios à realidade do mundo.” Moreira deixou espantados os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e José Genoino (PT-SP) e o professor Antônio Jorge Ramalho da Rocha, da Universidade de Brasília (UnB), que também participavam do programa.

Encarregado da estratégia e dimensionamento dos meios globais de defesa, o general admitiu que o País poderá descumprir o tratado de não-proliferação de armas nucleares. O descumprimento ocorreria, segundo ele, na hipótese de um país vizinho fabricar a bomba ou “no momento em que o Estado se sentir ameaçado”. Confirmadas essas duas condições, o Brasil estaria autorizado a desrespeitar o tratado e a fabricar sua bomba atômica.



MUNDO PERIGOSO

Na visão geopolítica de Moreira, o mundo estaria cada vez mais perigoso e imprevisível. “Não estou defendendo que desenvolvamos artefato nuclear. Nenhuma nação pode se sentir segura se não desenvolver tecnologia que a capacite a se defender quando necessário”, ressalvou, diante dos parlamentares dispostos a amenizar a gravidade de suas afirmações. Genoino chegou a lembrar que “artefato nuclear” é diferente de submarino nuclear, também defendido por Barros Moreira. Jungmann condenou um eventual rompimento do tratado de não-proliferação de armas nucleares, mas observou que, em tese, entendia o realismo exposto pelo general.

Moreira disse que o atual panorama aponta para um mundo violento e perigoso. Os sinais de eventuais conflitos entre nossos vizinhos já teriam até sido captados pelo Ministério da Defesa.

“Estamos colhendo na nossa área sul-americana pontos de tensão que podem se desenvolver e devem ser observados e acompanhados”, disse o general, sem contudo mencionar os focos de tensão.

Para ele, as mudanças no plano global levaram o governo brasileiro a tratar como prioritário o reequipamento das Forças Armadas. Moreira avaliou que, com a evolução econômica dos últimos anos, o Brasil se tornou alvo, já que é um país rico em água, minérios, alimentos e agora petróleo. “Esse alvo é nossa riqueza. O mundo carece de água, energia, alimentos e minérios. O Brasil é rico em tudo isso. Por isso tudo nós temos de colocar um cadeado forte na nossa tranca.”

O governo petista já teria percebido, na avaliação do general, as vulnerabilidades das Forças Armadas. Essa percepção teria sido imposta pelo ministro Nelson Jobim ao assumir a pasta da Defesa. “Hoje, o próprio presidente da República percebe a necessidade de que as Forças Armadas sejam capazes de defender o País, já que não temos intenção expansionista. A chegada do ministro Nelson Jobim trouxe a sua percepção política. Já tardava a retomada do desenvolvimento militar”, afirmou.

Durante o debate na TV Câmara, Genoino disse que “a Venezuela não pode ser tratada como objetivo ou alvo militar estratégico” do Brasil. “Isso é ridículo”, criticou. E concluiu, ao avaliar o reaparelhamento das tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica: “Forças Armadas é como seguro, é bom ter para não usar.”



FRASES

José Benedito Moreira

General de Exército

“Nenhuma nação pode se sentir segura se não desenvolver tecnologia que a capacite a se defender quando necessário”

“Estamos colhendo na nossa área sul-americana pontos de tensão que podem se desenvolver e devem ser observados e acompanhados”

“Já tardava a retomada do desenvolvimento militar”




Editado pela última vez por PQD em Sex Nov 16, 2007 2:36 pm, em um total de 3 vezes.
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#7 Mensagem por jauro » Sex Nov 16, 2007 12:39 pm

FRASES

José Benedito Moreira

General de Exército

“Nenhuma nação pode se sentir segura se não desenvolver tecnologia que a capacite a se defender quando necessário”

“Estamos colhendo na nossa área sul-americana pontos de tensão que podem se desenvolver e devem ser observados e acompanhados”

“Já tardava a retomada do desenvolvimento militar”


Onde está a frase do artefato nuclear? :roll: :roll: :? :?




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#8 Mensagem por jauro » Sex Nov 16, 2007 12:51 pm

SEGURANÇA NACIONAL

Jobim explora petróleo

Ministro cita descoberta de reserva para justificar necessidade de reaparelhar Forças

Maiá Menezes



O petróleo se tornou recurso para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, incrementar o discurso em prol do aparelhamento das Forças Armadas. De olho na descoberta da reserva gigante de petróleo e gás na Bacia de Santos, Jobim disse ontem, para uma platéia de estudiosos e autoridades de Defesa de três continentes, que o Brasil precisa, mais do que nunca, ter condições de defender seu território, até de ataques terroristas. O discurso foi feita na palestra de abertura IV Conferência do Forte de Copacabana, no Rio. Na semana passada, a Petrobras anunciou a descoberta de reservas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural no campo de Tupi - apontada como a maior já feita no Brasil.

- Evidentemente, no momento em que você tem uma grande riqueza nacional que se encontra na área do Atlântico, temos que ter condição de protegê-la. Não da invasão de qualquer país apenas. Mas de ações que possam vir da área do terror. É preciso que se tenha claramente a proteção. E para isso nós precisamos ter o navio de propulsão nuclear. Não pensem que vamos conseguir fazer isso exclusivamente com navios de superfície. A energia nuclear não é para nada de bomba atômica, isso é bobagem - disse o ministro, depois do discurso, em entrevista coletiva ao lado do ministro da Defesa de Portugal, Nuno Severiano Teixeira, presidente do Conselho de Ministros da Defesa da União Européia.



Jobim diz que havia "lógica primitiva"

Em um discurso afinado com o colega português, Jobim afirmou que existia uma "lógica primitiva" que levava à conclusão de que o fortalecimento militar de um país o tornaria imediatamente intervencionista. Para o ministro, o aparelhamento é a condição primeira para o Brasil assumir o protagonismo político na América do Sul.

- Quem não tem Forças Armadas equipadas não tem condição de ser protagonista na produção da estabilidade e da paz mundial. Não se constrói a paz exclusivamente fazendo recursos retóricos acadêmicos ou sentando na rua. Isso é importante para a manifestação política, mas não assegura a efetiva construção de uma paz internacional - disse Jobim.

O ministro anunciou ainda que começa pelo Chile, no próximo dia 3, uma série de viagens pela América do Sul, para encontros com ministros da Defesa do continente. O secretário de Planejamento de Longo Prazo, Mangabeira Unger, segundo Jobim, está em Paris, depois de visitas à Índia e a Moscou, para discutir estratégias de Defesa para o Brasil. Em janeiro, Mangabeira e Jobim embarcam para os Estados Unidos, para encontros no Ministério da Defesa americano.


FRASE

Nelson Jobim

Ministro da Defesa

“Para nós, é importante que esse fato do descobrimento aguça mais a necessidade de termos autonomia de produzir no Brasil (energia nuclear), fechando o ciclo do enriquecimento do urânio para a produção de propulsores”




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#9 Mensagem por jauro » Sex Nov 16, 2007 12:57 pm

- Não estou defendendo que desenvolvamos artefato nuclear. Nenhuma nação pode se sentir segura se não desenvolver tecnologia que o capacite a se defender quando necessário. J. Benedito Moreira.


ZH publicou isso.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
Tigershark
Sênior
Sênior
Mensagens: 4098
Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
Localização: Rio de Janeiro - Brasil
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 1 vez

#10 Mensagem por Tigershark » Sex Nov 16, 2007 1:36 pm

jauro escreveu:
- Não estou defendendo que desenvolvamos artefato nuclear. Nenhuma nação pode se sentir segura se não desenvolver tecnologia que o capacite a se defender quando necessário. J. Benedito Moreira.


ZH publicou isso.


Sem dúvida,não foi só a Zero Hora,saiu em vários jornais e internet.A General Benedito Moreira afirmou que,caso seja necessário,o país pode sim vir a fabricar a bomba.

Abs,

Tigershark




Avatar do usuário
delmar
Sênior
Sênior
Mensagens: 5319
Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
Localização: porto alegre
Agradeceu: 218 vezes
Agradeceram: 527 vezes

#11 Mensagem por delmar » Sex Nov 16, 2007 4:28 pm

Companheiros, assisti na TV um debate em que estavam o Genuino, o Jugman, um general e um outro professor. Neste debate é que o general, que trabalha no MD, falou sobre a tal de bomba. Não sei se era o Benedito Moreira.
O que ele disse foi o óbvio. Que embora o Brasil não tenha o objetivo de construir um bomba nuclear, deve ter a capacidade de faze-lo se um dia isto for necessário. Que esta capacidade estará naturalmente inserida dentro de nossa capacidade nuclear. Ou seja, quando dominarmos todo o ciclo nuclear dominaremos também a capacidade de fazer a bomba, mesmo que este não seja o objetivo.
A contestação dos outros participantes foi mais quanto a forma e não ao conteúdo. Eles acham que o assunto não deve ser considerado dentro de nosso programa nuclear, evitando-se alguma oposição externa ao Brasil. Segundo eles devemos ter em mente unicamente o uso pacífico da energia nuclear e propalar isto.
No final o resultado vai ser o mesmo.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#12 Mensagem por jauro » Sex Nov 16, 2007 4:59 pm

Quem conta um conto aumenta um ponto.

[005] da imprensa, doida pr'a tudo dar errado!!




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceu: 212 vezes
Agradeceram: 610 vezes

#13 Mensagem por jauro » Sex Nov 16, 2007 7:49 pm

O Brasil não necessita de um submarino nuclear para proteger suas riquezas naturais e o seu território contra a invasão de outros países ou de atentados terroristas, conforme defendeu ontem o ministro de Defesa, Nelson Jobim. A avaliação é de especialistas em política internacional que participaram da 4ª Conferência do Forte de Copacabana - Segurança internacional, um diálogo Europa-América do Sul , na zona sul do Rio.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia ... 83963.html


Foi neste mesmo evento que Jobim falou sobre a necessidade do País de aumentar sua capacidade de defesa, principalmente após a descoberta de uma reserva gigante de petróleo e gás na Bacia de Santos.

"Eu creio que não necessariamente a militarização ou a aquisição de armamentos serão a garantia de defesa dos recursos naturais do Brasil. Creio que deveriam ser criados outros sistemas", afirmou a diretora-executiva do Instituto Venezuelano de Estudos Sociais e Políticos (Invesp), Francine Jácome.


Pare ela, melhor seria se o Brasil criasse meios pacíficos para defender suas riquezas naturais, como cooperação internacional que possa criar mecanismos de confiança mútua, ou até mesmo o estabelecimento de zonas de paz.

"Outro elemento importante são mecanismos de inteligência", acrescentou Francine. Ela lembrou que, na Venezuela, a defesa das riquezas naturais tem sido usada pelo governo para legitimar o aumento do poderio de defesa, com a compra de aviões e de 100 mil fuzis anunciada recentemente pelo presidente Hugo Chávez. "Na Venezuela, uma das razões básicas para criar a guarda territorial é exatamente a defesa das reservas de petróleo."


Já o diretor da Associação para Políticas Públicas de Buenos Aires, Diego Fleitas, o Brasil não necessita de um submarino nuclear para proteger suas reservas de petróleo. "Para defender os recursos na costa brasileira, em princípio não há necessidade de um submarino nuclear", disse.

De acordo com Fleitas, o submarino nuclear é estratégico para nações que queiram revidar o ataque de uma potência ou atacar, devido ao seu poder de alcance de grandes distâncias. "Para defender algo que esteja a 400 quilômetros da costa, você não necessita de submarino nuclear. O mais importante é um projeto estratégico sem foco expansionista", afirma Fleitas.


"Eu creio que não necessariamente a militarização ou a aquisição de armamentos serão a garantia de defesa dos recursos naturais do Brasil. Creio que deveriam ser criados outros sistemas", afirmou a diretora-executiva do Instituto Venezuelano de Estudos Sociais e Políticos (Invesp), Francine Jácome.

Associação para Políticas Públicas de Buenos Aires, Diego Fleitas,

Vão dar pitaco nos seus rincões




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Avatar do usuário
Tigershark
Sênior
Sênior
Mensagens: 4098
Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
Localização: Rio de Janeiro - Brasil
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 1 vez

#14 Mensagem por Tigershark » Sex Nov 16, 2007 9:10 pm

11/2007 - 20h35

Bomba atômica tornaria Brasil um "pária", diz diplomata
'Bomba destruiria contexto de paz na região', afirma Roberto Abdenur.
Cientista político diz que Brasil passaria a ser alvo se tivesse bomba.
Do G1, no Rio

A possibilidade de o Brasil utilizar o seu programa energético nuclear para uma possível construção de bombas atômicas foi considerada impertinente por especialistas em política internacional presentes à 4ª Conferência do Forte de Copacabana sobre Segurança Internacional nesta sexta-feira (16), no Rio de Janeiro.

As conjecturas quanto a uma possível iniciativa brasileira de construir uma bomba atômica surgiram depois que o Secretário de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa, General de Exército José Benedito de Barros Moreira, defendeu, na terça-feira (13), que o Brasil desenvolva a tecnologia necessária para a fabricação da bomba atômica. O militar se pronunciou sobre isso num programa na TV Câmara ao ser indagado por um telespectador.


“Lamento a declaração do general brasileiro, porque está em contradição com os interesses da sociedade brasileira. O Brasil tem o privilégio de viver num contexto que não há risco de ataque nuclear. E a bomba destruiria esse contexto de paz na região”, disse o diplomata aposentado Roberto Abdenur, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Ainda segundo o diplomata, falar sobre bomba atômica suscita desconfianças nos EUA e na Europa, o que tornaria o Brasil um “pária” na comunidade internacional. “O domínio do enriquecimento de urânio é importante por questões de segurança energética do Brasil. Outra coisa é ter know-how para construir bomba”, argumentou Roberto Abdenur do Cebri.

O cientista político Clóvis Brigagão, diretor do Centro de Estudos das Américas, concorda em ser inadequada a produção de uma bomba atômica brasileira. “Se você tem arma atômica, você passa a ser alvo. Pra que uma bomba? O que nos ameaça?”, criticou o especialista em política internacional.




Sniper
Sênior
Sênior
Mensagens: 9654
Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
Localização: Contagem - MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 7 vezes
Contato:

#15 Mensagem por Sniper » Sáb Nov 17, 2007 9:47 am

"Eu creio que não necessariamente a militarização ou a aquisição de armamentos serão a garantia de defesa dos recursos naturais do Brasil. Creio que deveriam ser criados outros sistemas", afirmou a diretora-executiva do Instituto Venezuelano de Estudos Sociais e Políticos (Invesp), Francine Jácome.


Pra PQP! :evil:




Imagem
Responder