gabriel219 escreveu: Qua Fev 16, 2022 4:06 pm
Não faz muito sentido operar dois sistemas, teria que ser o Barak ou o 9M96. Pra um alcance maior, nesse caso se tratando mais de negar espaço aéreo do que simplesmente defesa antiaérea é entre S-400 e David Sling, sendo esse último imensamente superior. O Stunner, míssil do David Sling, possui o primeiro sistema three-way data-link e tem três tipos de guiagem, sendo um radar AESA, um sistema de uso dual IRST/EOTV - semelhante ao IRIS-T, que talvez tenha o melhor Seeker dos mísseis EO/IR - e ainda um sistema que não é bem explicado, mas é chamado de
asymmetric 360º multi-seeker sensor engagement, além de seu próprio ECCM embarcado. É basicamente um míssil que, se caso entrar no
Pit-point, é quase impossível de escapar através de contra medidas.
Já está operando e foi testado em combate. O alcance do Stunner é estimado entre 300-500 km!
Mas aí é que está. Se EB e FAB utilizarem mísseis de procedência israelense caímos naquilo que argumentei sobre o perigo de colocar toda a nossa defesa AAe nas mãos de um único fornecedor. E isso na minha opinião não é uma boa escolha. Se tivermos alguma desavença com eles qualquer hora, ou com algum país que eles tenham interesses, o que acontece com a nossa AAe?
Idem para qualquer outro país que se torne fornecedor único para estes sistemas. Por isso que defendi a compra dos mísseis russos como um contra balanço. Como atualmente está organizada a AAe, todas as forças podem dispor de sistemas de todos os alcances e altitudes, depende das prioridades de defesa a que cada uma está ligada.
No caso do EB, é dele a obrigação de realizar a defesa de todos os pontos estratégicos do país, sejam militares ou civis. Neste caso, a operação de OM AAe a nível de comandos militares seria a lógica, mas não temos nada parecido com isso, assim como nas regiões militares. Em todo caso, pelo que vi, a OM AAe que atua no nível mais alto organizacional é a bateria AAe das AD. Ao menos elas existem no papel, mas em termos práticos, nunca vi tais organizações funcionarem de verdade. Nem sei se existem de fato.
Resumidamente a AAe do EB está organizada assim, até onde pude saber:
1. Seções AAe da Cia Cmdo Ap nos Btl Inf Lv/Pqdt/Slv/Amv/Mtz - Igla/RBS-70
2. Seções AAe da Cia Cmdo Ap nos Batalhões Inf Bld - Igla/RBS-70
3. Seções AAe da Cia Cmdo Ap nos Reg Cav Mec - sem nenhum sistema AAe
4. Bia AAe das AD - prevista no organograma da OM
5. GAAe/Bia Cav Blda - Guepard
6. GAAe - Bofors L-40/70
Seções AAe em todas as OM de engenharia, comunicações, artilharia, logística e material bélico, com provisão para auto defesa. Não há sistemas de mísseis adotados. Ou a defesa AAe é feita com metralhadoras Browning 12,7mm
Na teoria os 5 GAAe que existem no EB seriam responsáveis, também, pela defesa dos pontos estratégicos do país. Mas isso é apenas no papel.
Assim, me parece que sem OM AAe ligadas aos comandos militares e/ou regiões militares, ficamos sem a cobertura necessária para a defesa de qualquer ponto importante do país. Na prática hoje o EB só possui OM AAe para defender a si mesmo, e ainda assim muito mal, pela óbvia falta de sistemas que lhe sirvam para tal.