#11434
Mensagem
por FCarvalho » Dom Nov 12, 2023 7:53 pm
Parece notícia velha, mas, com o atual imbróglio dos israelenses em Gaza, e a AEL fechando parceria com os alemães da Dielh para oferecer o sistema IRIS-T AAe, vai ficar difícil para eles arrumarem uma boquinha nesse programa do MD se as nuvens diplomáticas entre ambos os lados não se dissiparem.
A Embraer de público não se manifesta sobre o programa AAe Média Altura, mesmo sabendo que os seus radares e outros sistemas C4ISR fazem parte da ideia do MD em dispor dos mesmos para o sistema a ser adotado. E nem se aliou a qualquer empresa estrangeira para oferecê-los formalmente ao EB, que é o gestor do processo.
A Avibras continua cega, surda e muda também em relação a este programa, mesmo com os investimentos sauditas alegadamente servindo para tirar a empresa do buraco em que se enfiou. E também publicamente nenhuma empresa de fora chegou a oferecer-lhe parceria neste negócio.
A ARES junto com a IAI, pode ser outra concorrente com o sistema Barak e\ou Spider. Mas, novamente, se nada mudar nas relações já pouco amistosas entre o governo brasileiro e Israel, as chances destes sistemas diminuem bastante, mesmo com toda a influência deles por aqui.
Dos indianos poderia vir alguma solução, mas tudo depende do KC-390 ser comprado ou não. O EB e posteriormente FAB e MB foram à India passear e ver o que há por lá. Devem ter cada um tratado dos temas de seu interesse. Como a quantidade de aviões é muito grande e será exigido off set, determinado pelos indianos, a ver no que podemos conseguir desta possível venda, e como a Defesa será aquinhoada ou não com ela. As demandas para a compra de sistemas indianos podem não ser exatamente tão atrativas em termos de custos quanto se possa supor.
Ainda há eventuais propostas da Turquia e que não foram mostradas em público, assim como a China segue discreta nesta concorrência. Dos USA aparentemente não vem nada, bem como da Rússia, vide as ameaças estadunidenses sobre qualquer um que comprar armamento deles.
Enfim, as alternativas continuam por enquanto as mesmas que se sabe desde há algum tempo. Se teremos surpresas, acho difícil, pois está ficando cada vez mais claro que o EB não terá todas as verbas necessárias para fazer andar este programa tão cedo. E com a guerra na Ucrânia, a corrida por material militar está jogando o preço de quase tudo nas alturas, principalmente dos fornecedores tradicionais que temos. E isso terá um impacto significativo para as decisões aqui tendo em vista os riscos associados às contas públicas deficitárias.
Vamos aguardar para ver quem tira vai dar arrego primeiro.
Carpe Diem