gabriel219 escreveu: Sáb Dez 04, 2021 4:53 pm
FCarvalho escreveu: Sáb Dez 04, 2021 12:03 pm
Qual o problema em ter calibres diferentes se isto nos trouxesse a possibilidade de desenvolvimento de diversas versões do Guarani ao longo de vinte anos?
Sério? Isso é realmente um problema tão grave que impeça o EB de dispor de soluções autóctones e baseadas em soluções de apoio logísticas nacionais dentro do possível e viável?
Mas tá. Melhor mesmo é comprar bldo importado com um calibre só nunca usado por aqui e caríssimo para todo mundo e ficam todos felizes. Pronto. Todos os problemas do EB estão resolvidos.

Redundância, logística, custo, treinamento, cadeia de produção, manutenção, custo operacional de se ter 3 calibres diferentes exercendo a mesma função...
Precisa de mais?
Vamos lá. Seriam 3 veículos no modelo "VBR" com a arma principal em 90, 105 e 120 calibre.
Em todo caso, a base veicular deles, o Guarani 6x6 e posteriormente 8X8, seria a mesma com até 90% de partes e peças em comum. A logística agradece com um bom contrato de CLS junto a Iveco.
No caso da torre, a CMI seria a solução natural, podendo-se utilizar a atual 3000 Series oferecida para a VBC Cav, e que pode ser equipada com canhões de 90mm e 105mm, ou na minha opinião a melhor escolha, a dupla LCTS90 e XC8-C, sendo que esta última pode adotar tanto a peça de 105mm como a de 120mm. Ambas fabricadas pela empresa belga. Novamente, a logística agradece com um bom contrato de CLS via Jonh Cockerrill.
Em ambas as opções pode haver padronização das torres para o modelo 8x8, com sistemas C2 e optrônicos, além das munições, que podem inclusive ser produzidas aqui com transferência de tecnologia como os belgas já ofereceram no passado. Aliás, a CMI no passado já tinha oferecido ao EB inclusive a produção das torres no país e também de seus sistemas componentes além das munições.
Então, não vejo esse drama todo em termos de apoio a estes bldos posto que haveria muita homogenidade em termos de apoio logístico para os mesmos. E algo que seria feito no Brasil, pelo menos no caso da Iveco. Mas como disse, os belgas nunca esconderam que conseguir vender seus produtos ao exército seria a porta de entrada para o investimento na capacitação industrial da empresa no país. E eles seguem essa linha até hoje, mesmo na VBC Cav onde concorrem como fornecedores de várias propostas.
Enfim, quanto aos 3 veículos exercerem a mesma função, penso que isto não seja exatamente assim, dado que a doutrina da inf mecanizada ainda não está totalmente desenvolvida e ainda há muitas coisas sendo testadas e analisadas neste nível em termos de organização e recursos materiais e humanos nas bgdas. Que aliás só temos uma funcionando concretamente.
Neste aspecto, a oportunidade de um Guarani VBR can 90 se mostra bastante viável dada as semelhanças com o material que se possui atualmente, o EE-9, que não por acaso o EB quer modernizar. Seria um princípio de desenvolvimento com o seu ápice em 20 anos com a VBC Cav can 120.
Enfim, não sei quanto tempo e quais seriam as dificuldades e desafios que a Iveco teria para apresentar, testar e homologar a versão VBTP 8x8 do Guarani, mas presumindo que como o modelo foi preparado para receber desde o projeto um eixo a mais, não me parece que seja algo insuperável ou que leve anos a fio de desenvolvimento com custos altíssimo e portanto impagáveis.
Torno a dizer. É começar com a versão de reconhecimento mais simples equipada com torre e can 90 aproveitando a doutrina que dominamos e a base logística que temos dos Guarani junto a Iveco, e depois, passo a passo, desenvolver a VBTP 8X8, e na sequência a VBR 8x8, um modelo IFV quem sabe, e por fim a VBC Cav can 120. Não é algo para ser feito para ontem, é uma projeção de 20 anos de desenvolvimento. Como e quando possível e de acordo com os recursos disponíveis.
Penso que daria para fazer isso aproveitando o que já temos aí a nossa disposição. Duvido que os italianos se negassem a fazer novas versões do seu bldo para o EB. E menos ainda que a Jonh Cockerrill se negasse a assinar os contratos de CLS em apoio aos seus produtos no Brasil com tudo o que já foi oferecido para nós há anos.
Mas vamos de VBC Cav para ontem, seja lá qual for. Então, não esquenta que já já teremos muita coisa para saber e debater sobre o futuro "caça-tanques" do EB.