PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1411 Mensagem por jauro » Sex Out 16, 2015 5:28 pm

Modernização e Revitalização da VBTP M113-B
29/09/2015
Na quarta-feira, dia 29 de setembro, nossa equipe visitou o Parque Regional de Manutenção/5, em Curitiba, onde está sendo conduzida a modernização dos blindados M-113 do Exército Brasileiro.
O projeto é resultado de parceria firmada entre o governo brasileiro, o governo americano a BAE Systems, e entre o final de setembro e começo de outubro deste ano acaba de ser concluída a modernização do primeiro lote de 150 unidades – que serão distribuídas a vários batalhões de infantaria blindada como o 29º BIB de Santa Maria (RS), o 7º BIB de Santa Cruz do Sul (RS), o 13º BIB de Ponta Grossa (PR) e o 20º BIB de Curitiba.
Os trabalhos começaram com o protótipo feito em 2012 com mão de obra americana. Em 2013 foi estabelecida a linha de montagem que, naquele ano, completou 42 unidades. Em 2014 foram modernizadas mais 60, e este ano 48, fechando o lote previsto no primeiro contrato. bv
Abaixo você confere a entrevista exclusiva com o diretor do Parque de Manutenção, tenente-coronel Everton Pacheco da Silva:
DefesaNet: Qual o objetivo de modernizar os M-113 do Exército?
Ten-Cel: Everton:Para começar, ninguém se desfaz de M-113, é um carro muito valorizado. São mais de 40 variantes e 80 mil unidades operando em todo o mundo. Quando esses carros vão ficando obsoletos ou deixam de atender às necessidades doutrinárias, o que se procura é fazer um upgrade ou mudar as características desse veículo. O M-113BR, esse modernizado, surgiu da necessidade de esses carros acompanharem os Leopard-1A5. Se você comparar a relação peso/potência do M-113BR com a do Leopard, o M-113 até supera, mantendo, lógco, a perspectiva do peso – o Leopard pesa em torno de 35 toneladas, e o M-113 pesa 11. Eles formam uma força-tarefa e conseguem acompanhar um ao outro.
DefesaNet: Como funciona o sistema de contrato Foreign Military Sales (FMS)?
Ten-Cel Everton:Ele é firmado entre o governo brasileiro e o governo americano. Nós não escolhemos a BAE Systems e sim os Estados Unidos. Funciona como um triângulo – a empresa fornece os kits de peças ao governo americano, que, no primeiro contrato, se encarregou do transporte até o porto de Paranaguá (PR). Nós ficamos a cargo do transporte final até Curitiba. Com esse formato FMS as peças para modernização acabam saindo mais baratas. Há também a possibilidade de acesso às peças excedentes dos arsenais dos Estados Unidos, e também facilita muito a troca de peças. Caso venha um componente com defeito em algum dos kits, basta informar a um dos dois funcionários americanos que trabalham conosco aqui no Parque, eles informam essa não-conformidade à empresa e a peça nova já vem no próximo container. Também podemos contar com a capacidade de engenharia da BAE Systems para conduzir novos estudos – há coisas que mudaram nos carros no decorrer do contrato, e que foram resultado de observações do Exército Brasileiro.
Um exemplo são os farois de LED. Outra situação foi com a tampa de combustível. Em um local como a Jordânia, onde é seco e o diesel usado é outro, não haveria problema. Aqui, onde que há umidade e usamos biodiesel, surgiu ferrugem. Então entramos em contato com a empresa e eles mesmos estudam uma solução.
DefesaNet: Que tipo de tecnologia foi transferida para o Brasil e para o EB no decorrer desse primeiro contrato de modernização?
Ten-Cel Everton:Mais até do que tecnologia, o pessoal aqui do parque ganhou expertise em saber o que acontece com o carro, mexer com ele. Desmontando até o último parafuso e remontando como fazemos aqui, o conhecimento que os sargentos adquiriram é fora de série.
Há certos itens que receberam um novo número com identificação BR, porque são coisas nossas, do nosso ambiente operacional, de como usamos o carro, e que percebemos que precisavam ser alteradas. E hoje já pedimos por essas pessas com número separado.
DefesaNet: E quais são essas circunstâncias específicas em que os nossos blindados operam, em nível de região Sul e Brasil?
Ten-Cel Everton:Eu estava presente na primeira reunião, aqui no Parque, para determinar como seria o contrato. A BAE Systems já havia feito contratos na Jordânia – 750 carros, no Chile e Noruega, cenários muito diferentes. No Chile, por exemplo, o deserto de Atacama, o carro anda sobre salitre, que quebra a borracha [das lagartas] e diminui a durabilidade das almofadas. Na Jordânia não há a necessidade que nós temos de o carro flutuar e navegar – é algo bem nosso. Na Noruega há gelo, lama e água.
Aqui, no caso a região Sul, é úmida, nosso regime de uso do carro é de cerca de 600 km/ano em percursos curtos, diferente da Jordânia e do Chile em que se fazem longos trajetos no deserto.
Em outros programas que a emprsa realizou, os veículos foram modernizados da versão A-1 para a versão A-2Mk1, equivalente ao nosso M-113BR. Esse trabalho de conversão demorou sete meses no protótipo apresentado em 2012, isso porque a versão que nós tínhamos aqui não era a A-1 e sim a A-0, a primeira versão do carro, que serviu na Guarda Nacional dos Estados Unidos, veio para cá e ainda foi repotencializada em 1985 pela empresa Moto Peças. E mesmo agora também temos a nossa própria versão, pois o BR é o M-113 A-2, com as peças fornecidas pelos americanos conforme contrato, mais as adaptações de acordo com as nossas necessidades.
DefesaNet: Considerando essa autonomia do Exército, como vocês desenvolvem essas especificidades para os blindados?

Ten-Cel Everton:Em 2012, enquanto os americanos construíam o protótipo, a Divisão Técnica do EB estudava o manual original do carro para poder entregá-lo nas melhores condições possíveis ao usuário. Percebemos que eram necessárias coisas como um kit de ferramentas completo com o tipo de ferramenta que nós precisamos, por exemplo um cabo de aço para reboque, galões de armazenamento que não são mais de metal e sim de poliuretano [não sofre corrosão], e a parte interna do carro é toda customizada para nós.
Durante a fabricação dos protótipos, o pessoal das brigadas em Santa Maria e aqui em Curitiba foi consultado sobre o que eles achavam necessário. Eles sugeriram uma bolsa para transporte de ferramentas, kit de primeiros socorros, bolsa para transporte de manuais, tudo preso às paredes. E foi feito. Quando recebemos o protótipo aqui, pensamos que não custava nada manter essas boas ideias na linha de modernização também, já que eram resultado da experiência dos próprios infantes. O M-113 BR corresponde, em termos de motor e suspensão, à versão A-2Mk1, mas já customizado para as nossas necessidades.
DefesaNet: Quais são as perspectivas para o futuro da linha de modernização?
Ten-Cel Everton:O contrato para a modernização do segundo lote – 236 carros – já foi formado. Os primeiros containers com as peças devem chegar aqui em novembro, e o mais provável é que o trabalho comece em janeiro ou fevereiro de 2016. Devemos receber em torno de 110 containers em um espaço curto de tempo, cerca de um ano.
Isso entre outras coisas diminui o preço, pois as fábricas de peças não precisam produzir motores ao longo de 2016, 2017 e 2018. Para nós trabalho não se altera, o que temos que pensar é em armazenamento. Nosso ritmo é limitado pelo efetivo de pessoas que temos aqui, além de outros gargalos na linha de montagem.
DefesaNet: O Exército Brasileiro teria autonomia para fornecer esse serviço de modernização para outros usuários do M-113 na América Latina?
Ten-Cel Everton:Acho que, nesse caso, o Estado Maior do Exército teria que conversar com o Comando Logístico para verificar a viabilidade disso. Não sei como esse contrato FMS seria firmado, se fecharíamos Brasil e Estados Unidos para trabalhar em carros do Chile, por exemplo. Vamos supor também que algum outro país firme contrato FMS com os EUA, mas não tenha capacidade instalada, então os veículos seriam trabalhados aqui, essa é uma possibilidade. Posso dizer que já ouvi sobre isso lá em 2010, 2011, não é novidade. Quem sabe a linha de montagem aqui dando certo e encerrando a frota brasileira seja possível fazer o mesmo para outros, mas aí depende de acordos internacionais também.
A linha de modernização
Enquanto caminhamos do prédio administrativo do Parque para começar o tour pelos seis pavilhões, uma coisa já fica bem clara: o trabalho nos M-113 não para nunca. Em vários pontos é possível ver blindados e carcaças em estágios variados de limpeza, reparos e montagem, e por fim os carros prontos com pintura verde uniforme que indica que precisam ser aprovados no ciclo final de testes antes de receberem a cobertura camuflada e serem incoporados às suas unidades definitivas.
Dentro dos pavilhões, o Tenente-Coronel Everton mostra as plantas que permitem visualizar e gerenciar o andamento da modernização das seis unidades que o Parque conclui por mês. O diretor explica que o trabalho nas instalações segue a lógica do modelo Toyota de produção – foram eliminadas práticas que desperdiçassem tempo, e foi estabelecido um ritmo fluido em que o trabalho em uma etapa depende da execução eficiente e a tempo da etapa anterior. Os quadros e diagramas para controle visual desenham o circuito que os M-113 percorrem ao longo da modernização, e também apontam as metas do que precisa ser cumprido semana a semana para que o ritmo se mantenha constante.
Resumidamente, cada carro é desmontado, lavado, jateado para remoção da pintura antiga, lavado novamente, soldado para reparar danos no casco, e lavado uma terceira vez para remover resíduos de graxa, jateamento e solda. Em seguida recebe o conjunto de força (motor e suspensão) e a pintura verde provisória. Então são acrescentados demais componentes e o carro sai do pavilhão rodando para receber a lagarta. Após rodar pelo asfalto e concreto dentro das instalações, o blindado entra na fila para o teste programado sempre para a quarta-feira do mês seguinte.
Só após o teste de pivoteamento e de flutuação, realizado no campo de instrução a 33km de Curitiba, é que o blindado recebe a pintura camuflada e vai para a preparação final, onde o interior é completado, são colocados avisos e é feita mais uma checagem, e então vai para o pátio onde aguarda distribuição para a OM de destino.
Além da administração inteligente da linha de desmontagem e remontagem, chamam atenção também alguns equipamentos que compõe a linha de modernização, como os três hull turner, estruturas que suspendem a carcaça do blindado e a rotaciona 360 graus, facilitando inspeções, soldas e reparos e economizando tempo e pessoal. No casco de alumínio balístico do M-113 é usada a solda de argônio a 99% de pureza – trata-se de trabalho sensível e especializado para o qual os militares nas oficinas foram capacitados com curso de 180 horas ministrado pela BAE Systems.
Durante a visita pudemos conhecer o protótipo do M-113 no qual são testadas e incorporadas inovações e soluções desenvolvidas pelo próprio EB com base no emprego dos carros. Um exemplo é a lagarta de borracha, fornecida pela empresa canadense Soucy, testada e aprovada pelo Exército, e que permite ao veículo rodar no asfalto, cria menos vibração e responde melhor aos comandos do motorista, além de executar de forma eficiente os requisitos de flutuação e navegação exigidos para a performance do M-113 brasileiro. Outra adaptação foi a troca das lâmpadas incandecentes nos farois por LED, que emite mais luz e dura mais tempo – a partir da unidade 115 todos os carros já contam com o farol modificado.
Adotar esse modelo de gestão foi iniciativa da própria Divisão Técnica do EB, e permitiu não apenas fechar o lote do primeiro contrato, mas adiantar os trabalhos nos carros da próxima leva – cerca de 24 blindados dos próximos 236 já estavam em etapas variadas do percurso, ainda que as peças enviadas pela BAE System só devam chegar a Curitiba em novembro.
Motivados pelo trabalho bem feito
Quando esta reportagem foi feita, as unidades 149 e 150, as duas últimas, estavam na estapa final da modernização antes do teste programado para a semana seguinte, no dia 07 de outubro. “Qual das duas fica pronta primeiro? Vamos criar uma competição saudável”, brinca o diretor do Parque.
Ao longo de todo o percurso pelos pavilhões, entre carcaças limpas debaixo do sol, carros velhos esperando sua vez de ganharem vida nova e carros verdes no pátio aguardando o ciclo de provas final, é possivel ver a dedicação e eficiência de todos os militares em cada etapa da linha de modernização dos M-113 e também em outros projetos desenvolvidos nas instalações em Curitiba. E essa diligência vai além de um modelo de gestão importado das indústrias civis ou dos quadros com metas.
O explica que nas quartas-feiras de teste, militares que não precisam estar na OM quando os carros saem cedo para o campo de instrução vêm mesmo assim para observar e, de certa forma, torcer – é o trabalho deles materializado e a caminho da última prova antes de esses carros serem aprovados e encaminhados às suas brigadas definitivas. “A maioria, se não todas as boas ideias que temos, vêm do nosso próprio pessoal. Você pode me perguntar qual a motivação deles, todos ganham o mesmo salário. O incentivo é o trabalho bem feito”, diz o tenente-coronel Everton
http://webcache.googleusercontent.com/s ... clnk&gl=us



O planejamento atual do projeto contempla o seguinte cronograma de produção:
Maio/2013
.
Ano Nr de Vtr Modernizadas Observações
2012 1 Protótipo
2013 9 Integrantes do lote piloto
44-56 Produção da série
2014 60-70 Produção da série
2015 14-36 Produção da série
Total 150 Modernizadas segundo a versão A2Mk1




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1412 Mensagem por ECSB » Sex Dez 11, 2015 4:47 am

Livro sobre o "M-113 no Brasil - O Clássico Ocidental" já está disponível no UFJF/Defesa.
Para maiores informações acesse:
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/ind ... &Itemid=72
Para folhear partes do livro acesse:
http://issuu.com/defesa/docs/m-113nobrasil




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1413 Mensagem por ECSB » Sex Dez 11, 2015 4:52 am

O link correto para maiores informações sobre o livro do M-113 No Brasil - O Clássico Ocidental é:
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/ind ... &Itemid=72
Para folhear partes do mesmo acesse:
http://issuu.com/defesa/docs/m-113nobrasil




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1414 Mensagem por jauro » Sex Dez 11, 2015 3:58 pm

Parque Regional de Manutenção/5 conclui modernização do primeiro lote de M113BR

http://www.defesanet.com.br/terrestre/n ... e-M113BR-/




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1415 Mensagem por FABIO » Seg Dez 14, 2015 5:38 pm

Amigo Jauro voce pode nos informar se os 584 M-113 do EB serao revitalizados, ou apenas os 386 ja contratados?




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1416 Mensagem por jauro » Seg Dez 14, 2015 6:23 pm

A curto prazo somente estes 386. Mas, a ideia inicial era de modernizar todos. O que há é uma priorização para as duas brigadas blindadas, cujos M 113 não acompanhavam os Leo 1A5.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1417 Mensagem por gabriel219 » Ter Dez 15, 2015 11:53 am

Até hoje não entendo a dinheirama que gastaram nos M113 com umas centenas de Marder dando sopa... era só encaixar um acento e pronto.

Abs.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1418 Mensagem por Lywis » Ter Dez 15, 2015 12:25 pm

gabriel219 escreveu:Até hoje não entendo a dinheirama que gastaram nos M113 com umas centenas de Marder dando sopa... era só encaixar um acento e pronto.

Abs.
Gabriel, o custo da modernização dos M113 foi uma pechincha. Comprar algumas centenas de Marders sairia por algumas centenas de milhões de euros a mais que o EB não tem.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1419 Mensagem por Clermont » Ter Dez 15, 2015 1:08 pm

Lywis escreveu:
gabriel219 escreveu:Até hoje não entendo a dinheirama que gastaram nos M113 com umas centenas de Marder dando sopa... era só encaixar um acento e pronto.

Abs.
Gabriel, o custo da modernização dos M113 foi uma pechincha. Comprar algumas centenas de Marders sairia por algumas centenas de milhões de euros a mais que o EB não tem.
O negócio é esperar que, algum ano desses, a crise passe, o dinheiro volte a entrar no Exército, e alguém leve a sério a idéia de construir uma família de blindados sobre lagartas ao estilo do que feito com o "Guarani".

Não há a mínima dúvida - pelo menos, creio eu! - que um esquadrão de fuzileiros blindados, dotado de "Marder", sempre será superior a um outro, dotado de M-113 modernizados. Mesmo com a diferença de que o "Marder" só carrega seis fuzileiros e o M-113, nove (na verdade, são onze), algo talvez não tolerado pelos chefes do Exército.

Mas ainda seria comprar material antigo e desgastado, abrindo mão de um ideal mais elevado.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1420 Mensagem por gabriel219 » Ter Dez 15, 2015 1:51 pm

Daqui pra que venha a VBTP-SL levará anos e não terá nada a ver com Guarani, já que será derivada de um MBT, como Merkava e Armata. Fazer o contrário é ter um MBT casca de ovo.

Os Marder carregam 10 homens, sendo 2 tripulantes, um comandante e 7 homens. A retirada da torre e a opção por uma externa, como Remax, ARX 20, UT-30 e entre outras abriria a possibilidade de um acento a mais.

Precisamos de VBCI pra ontem.

Países, salvo engano o Chile, compraram Leo 2A4 em boas condições por meroa 200 mil euros. Imagina o quanto sairia um Marder modernizado.

Agora esperar 20 anos, no mínimo, pra ter algo que substitua o M113 é esperar demais.

Sem falar que a nova família de viaturas sob lagartas só virá APÓS o programa do Guarani, que nem protótipo de sua segunda versão, VBR 8x8, existe e ainda falta outras versões.

Abs.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1421 Mensagem por Clermont » Ter Dez 15, 2015 2:32 pm

gabriel219 escreveu:Os Marder carregam 10 homens, sendo 2 tripulantes, um comandante e 7 homens.
Essa foi a versão inicial do "Marder". As versões posteriores reduziram para seis o número da fração desembarcada.
A retirada da torre e a opção por uma externa, como Remax, ARX 20, UT-30 e entre outras abriria a possibilidade de um acento a mais.
Mas, comprar um material de segunda mão já tendo de gastar tanto dinheiro numa reforma tão vasta, não é temerário?
Precisamos de VBCI pra ontem.
E também de fuzis modernos, metralhadoras leves, morteiros, obuseiros, armas antiaéreas e antitanque. E também "precisamos pra ontem" de fuzileiros que disparem, no mínimo, umas duzentas vezes por ano (ou mais vezes, com calibre 5,56 mm).
Agora esperar 20 anos, no mínimo, pra ter algo que substitua o M113 é esperar demais.
Se o Brasil esperou cerca de 40 anos pra ter algo que substitua o FAL-FN, desde a primeira vez que se cogitou na produção de fuzis 5,56 mm pela indústria nacional.
Sem falar que a nova família de viaturas sob lagartas só virá APÓS o programa do Guarani, que nem protótipo de sua segunda versão, VBR 8x8, existe e ainda falta outras versões.
De qualquer modo, sejam lá quais forem os argumentos todos eles param diante do enorme e intransponível obstáculo antitanque chamado de "Fosso do Dinheiro Que o EB Não Tem", como já foi apontado por Lywis.

Veja, eu no meu modo leigo, gosto do "Marder". Mesmo só com seis fuzileiros, salvo erro, ainda é uma viatura de combate superior ao M-113. Não sei se mostrou falhas nos poucos engajamentos ocorridos entre tropas germânicas no Afeganistão e o Taliban. Então, se qualquer dia desses, os chefes do Exército chegarem à conclusão que, em momento algum será viável a construção nacional de uma viatura sobre lagartas, aí, terá de surgir um substituto para o M-113, que é bom mas não é eterno.

E quem será o substituto? O "Marder"? O "Bradley"? Alguma viatura russa? Quem vai saber?




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1422 Mensagem por Fábio Machado » Ter Dez 15, 2015 5:45 pm

Marders ou Bradleys usados não custaria centenas de milhões de dólares, lembrando que os alemães já mandaram vários Marders para o ferro velho. Não seria algo inalcançável para o EB, acredito que simplesmente não é uma prioridade para eles.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1423 Mensagem por jauro » Ter Dez 15, 2015 6:07 pm

MARDER, algumas desvantagens vistas pelas Forças Armadas, MB e EB.

À medida que o primeiro VCI Ocidental, o Marder apresenta vários inconvenientes, seus designers conseguiram resultados só ambíguos. O peso do VCI é tão excessivo, que perdeu a capacidade anfíbia, pois pesa mais que 33 toneladas, mais do que qualquer outro VCI no mundo. A capacidade de transposição de cursos d'água interiores para as VCI do EB é condição primordial.

O custo também é excessivo. Os gastos com manutenção e peças de reposição são mais próximas às de um MBT, tanque, do que para uma VCI, o que reduziu drasticamente sua demanda e consequentemente a sua produção.

São maiores do que os tanques Leopard 1 e Leopard 2 ao qual devem apoiar. Assim, proporcionam uma silhueta maior ao inimigo, ficando mais vulneráveis que os próprios MBT, Leo 1A5 em uso pelo EB.

Sendo um híbrido de tanque e blindado, não tem cumprido nem uma missão nem outra, por isso tem sido um pouco esquecido. A melhor demonstração deste aspecto é o caminho para vadear um curso d'água obstáculo. CC, tanques, afundam com o seu peso e, portanto, a travessia do rio deve ter snorkel de ar para alimentar a tripulação e o motor. O TAP e VCI, por outro lado, tendem a flutuar, porque eles são mais leves e são concebidos para navegar a baixa velocidade. O Marder não faz nem uma coisa nem outra. Seu peso médio afunda-o, mas impede que as lagartas toquem o fundo do rio. Assim, não é possível navegar por conta própria, e deve ser auxiliado, rebocado, para fazê-lo com sucesso.

Com todo esse tamanho, a sua capacidade de transporte fica ainda restrita a 06 ou 07 combatentes.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1424 Mensagem por Clermont » Ter Dez 15, 2015 6:22 pm

jauro escreveu:MARDER, algumas desvantagens vistas pelas Forças Armadas, MB e EB.

perdeu a capacidade anfíbia, pois pesa mais que 33 toneladas, mais do que qualquer outro VCI no mundo. A capacidade de transposição de cursos d'água interiores para as VCI do EB é condição primordial.

O custo também é excessivo.

São maiores do que os tanques Leopard 1 e Leopard 2 ao qual devem apoiar. Assim, proporcionam uma silhueta maior ao inimigo, ficando mais vulneráveis que os próprios MBT, Leo 1A5 em uso pelo EB.

O Marder não faz nem uma coisa nem outra. Seu peso médio afunda-o, mas impede que as lagartas toquem o fundo do rio. Assim, não é possível navegar por conta própria, e deve ser auxiliado, rebocado, para fazê-lo com sucesso.

Com todo esse tamanho, a sua capacidade de transporte fica ainda restrita a 06 ou 07 combatentes.
Muito informativo, Jauro. Grato pela postagem.




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Re: PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA VBTP M113B

#1425 Mensagem por Fábio Machado » Ter Dez 15, 2015 7:42 pm

Clermont escreveu:
jauro escreveu:MARDER, algumas desvantagens vistas pelas Forças Armadas, MB e EB.

perdeu a capacidade anfíbia, pois pesa mais que 33 toneladas, mais do que qualquer outro VCI no mundo. A capacidade de transposição de cursos d'água interiores para as VCI do EB é condição primordial.

O custo também é excessivo.

São maiores do que os tanques Leopard 1 e Leopard 2 ao qual devem apoiar. Assim, proporcionam uma silhueta maior ao inimigo, ficando mais vulneráveis que os próprios MBT, Leo 1A5 em uso pelo EB.

O Marder não faz nem uma coisa nem outra. Seu peso médio afunda-o, mas impede que as lagartas toquem o fundo do rio. Assim, não é possível navegar por conta própria, e deve ser auxiliado, rebocado, para fazê-lo com sucesso.

Com todo esse tamanho, a sua capacidade de transporte fica ainda restrita a 06 ou 07 combatentes.
Muito informativo, Jauro. Grato pela postagem.
Um bom esclarecimento sobre o assunto. Entretanto, ao que parece, o EB vai manter os M113 para sempre.




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