A Rússia nunca disse que iria atacar ninguém. Não é isso, Clermont. Quem disse que iria atacar alguém é EUA, França, Reino Unido e etc que volta e meia falavam em atacar as tropas do Assad. Agora isso não existe mais, acabou. Vide as palavras de Kerry. A Rússia está lá para dar costas quentes ao Assad. Eu li, não lembro aonde, que a Força Aérea Síria faz mais incursões aéreas por semana do que a coalizão ocidental/árabe faz em meses. A Rússia já chegou a dizer que a coalizão sabe onde estão alguns esconderijos do Estado Islâmico e simplesmente não o atacam. Lembrando que o ocidente limita os ataques apenas ao Estado Islâmico e não a outros grupos extremistas, como a Al Nusra, que consegue se passar por "moderada" sabe-se lá como. É justamente a Frente Islâmica que conquistou Iblib e está avançando rumo a Latakia, onde os russos agora estão. De resto, o Leandro já explicou. Assad, querendo ou não, é o governo legítimo e representativo da Síria. O ocidente não conversa com ele, a Rússia conversa. Para vencer os extremistas a receita é simples, apoie e arme os governos locais dos estados com territórios contestados pelo EI. Fazem isso com os iraquianos, fazem isso com os curdos, só não fazem isso com os sírios. Agora os russos irão fazer. Creio que a intervenção russa será com caças e forças especiais junto as tropas sírias para guiar os ataques aéreos. É a mesmíssima coisa que o ocidente está fazendo no Iraque com relativo sucesso.Clermont escreveu:Mas tem o outro lado: algum russo, em sã consciência, vai atacar "Tornados" da RAF ou militares ocidentais?Bolovo escreveu:E outra coisa: os americanos e aliados intervieram durante anos sem fim no Iraque e no Afeganistão e não conseguiram a vitória e a pacificação nos termos desejados. Então, por que será que tanta gente parece acreditar que os russos tem alguma fórmula militar mágica que lhes garantisse o sucesso numa fantasiosa intervenção em larga escala contra os extremistas islâmicos na Síria?
E outra coisa: os americanos e aliados intervieram durante anos sem fim no Iraque e no Afeganistão e não conseguiram a vitória e a pacificação nos termos desejados. Então, por que será que tanta gente parece acreditar que os russos tem alguma fórmula militar mágica que lhes garantisse o sucesso numa fantasiosa intervenção em larga escala contra os extremistas islâmicos na Síria?
Se os ataques de "Tornados", F-15, F-16 da OTAN não dão mostras de estarem derrotando o ISIS, que feitiço especial os "Sukhoi" russos possuirão para conseguirem resultados melhores?
SYRIA
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Re: SYRIA
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Re: SYRIA
O que os russos estão fazendo é tentando forçar os ocidentais a sentar na mesa junto com o Assad, pois é a única saída para a crise.Clermont escreveu:Mas tem o outro lado: algum russo, em sã consciência, vai atacar "Tornados" da RAF ou militares ocidentais?Bolovo escreveu:E outra coisa: os americanos e aliados intervieram durante anos sem fim no Iraque e no Afeganistão e não conseguiram a vitória e a pacificação nos termos desejados. Então, por que será que tanta gente parece acreditar que os russos tem alguma fórmula militar mágica que lhes garantisse o sucesso numa fantasiosa intervenção em larga escala contra os extremistas islâmicos na Síria?
E outra coisa: os americanos e aliados intervieram durante anos sem fim no Iraque e no Afeganistão e não conseguiram a vitória e a pacificação nos termos desejados. Então, por que será que tanta gente parece acreditar que os russos tem alguma fórmula militar mágica que lhes garantisse o sucesso numa fantasiosa intervenção em larga escala contra os extremistas islâmicos na Síria?
Se os ataques de "Tornados", F-15, F-16 da OTAN não dão mostras de estarem derrotando o ISIS, que feitiço especial os "Sukhoi" russos possuirão para conseguirem resultados melhores?
Muito provavelmente não haverá enfrentamentos de aviões russo e ingleses/americanos/franceses, o que não é bem assim quanto aos aviões com a estrela de Davi e Turcos (que só querem ver o circo pegar fogo naqueles lados).
Não duvido nada de começar a aparecer F16 com problemas técnicos.

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Re: SYRIA
E como mágica... surgiram 12 Su-25 em Latakia. Além dos já conhecidos 4 Su-30SM.

As informações que chegam é que são 28 aeronaves de asa fixa russas na Síria: 4 Su-30SM, 12 Su-24M, 12 Su-25 e algo como 20 Mi-24/35 e Mi-8/17.
É meus amigos, a cana não é doce não.

As informações que chegam é que são 28 aeronaves de asa fixa russas na Síria: 4 Su-30SM, 12 Su-24M, 12 Su-25 e algo como 20 Mi-24/35 e Mi-8/17.
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Re: SYRIA
A Rússia não está indo na síria para brincar. Agora a coalizão não terá mais como derrubar Assad sem enfrentar os russos. Dizem por aí que os britânicos estão desesperados.
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Re: SYRIA
Mas eu digo assim, ajudar abertamente, desde o inicio e com maior intusiasmo. Bom, eu sou leigo no assunto e iiso reflete como eu vi ate agora esse conflito. Pq esperaram a siria chegar no atual estagio de destruicao e fragmaentacao... Sera que essa movimentacao que vemos agora por parte da russia, se fosse no comeco teria surgido algum efeito?mmatuso escreveu:Russia apoia a Siria faz tempo enviando armamento e "especialistas", inclusive fizeram uma bloqueio naval com uma frota quando os EUA queriam invadir há uns anos.
O que ocorreu é que a coisa deve estar péssima e agora é vital fazer o Assad resistir.
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Re: SYRIA
Sim, teria.shucrut escreveu:Sera que essa movimentacao que vemos agora por parte da russia, se fosse no comeco teria surgido algum efeito?
Os rebeldes jamais teriam crescido tanto a ponto de tentar criar um novo estado, e suas fileiras hoje seriam muito mais reduzidas, sem o apelo internacional para atrair militantes que mostram. A Síria estaria muito menos destruída do que está, e provavelmente não teria começado a onda de imigração em massa para a Europa.
Em compensação os russos teriam sido demonizados pelo ocidente, as relações com eles teriam sido completamente cortadas e os embargos seriam muito mais graves. Além disso os valorosos "combatentes da liberdade" rebeldes sírios, os mesmos que compõem o Isil e a Al Nusra, hoje seriam considerados "heróis da resistência contra o invasor eslavo" da mesma forma que um dia foram os Mujahidins/Talibãs afegãos, e estariam recebendo mísseis avançados, apoio de inteligência e uma enorme ajudas financeira e política dos EUA e de seus aliados

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Re: SYRIA
Uma leitura é que só recentemente é que só agora criou-se condições para apoio explicito russo ao governo do Assad, incluindo um apoio branco dos outros envolvidos. Ou talvez, nem apoio branco, mas sim com possibilidades de cooperação mais profundas com os outros autores da região para frear o ISIS.
A opção alternativa é que a coisa foi tão longe que os russos intervém ou Assad cai em semanas.
A região é tão confusa e cheia de entrelaçamento e conflito de interesses que é difícil de entender o que se passa pela movimentação russa.
A opção alternativa é que a coisa foi tão longe que os russos intervém ou Assad cai em semanas.
A região é tão confusa e cheia de entrelaçamento e conflito de interesses que é difícil de entender o que se passa pela movimentação russa.
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Re: SYRIA
Grande Rússia! Para cima desses FDP!!!!!Bolovo escreveu:E como mágica... surgiram 12 Su-25 em Latakia. Além dos já conhecidos 4 Su-30SM.
As informações que chegam é que são 28 aeronaves de asa fixa russas na Síria: 4 Su-30SM, 12 Su-24M, 12 Su-25 e algo como 20 Mi-24/35 e Mi-8/17.
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Re: SYRIA
Segundo informações lá da themess.net a base está protegida por duas baterias de Pantsyr. Em outro forum que sigo (air-defense.net) já até pegaram os números do SU30 (26, 27, 28 e 29) do 120º Regimento de aviação mixta. A foto postada pelo Bolovo confirma que 12 SU-24 também estão na base.
Ainda há divergencias sobre a infantaria, para alguns são infantes da marinha russa, para outros são paraquedistas. Ambos usam a famosa camiseta listrada...
Vale pensar sobre a estratégia russa. Não acho que eles vão enviar tropas para lutar na região. Creio que desejam criar um santuário na costa e realizarão somente bombardeios em apoio ao exército árabe sírio. Vejo esta jogada como mais diplomatica que militar pois estão criando um santuário na costa síria onde a aviação de outros países não irá operar e atualmente não será possível negociar sem um diplomata russo na mesa. Após um ano terrível o exército sírio finalmente recebeu uma boa notícia.
Vamos aguardar por mais informações. Russos, israelenses e americanos já entraram em acordo sobre o santuário, vamos ver como isto vai se refletir nas negociações e nos combates no solo.
Ainda há divergencias sobre a infantaria, para alguns são infantes da marinha russa, para outros são paraquedistas. Ambos usam a famosa camiseta listrada...
Vale pensar sobre a estratégia russa. Não acho que eles vão enviar tropas para lutar na região. Creio que desejam criar um santuário na costa e realizarão somente bombardeios em apoio ao exército árabe sírio. Vejo esta jogada como mais diplomatica que militar pois estão criando um santuário na costa síria onde a aviação de outros países não irá operar e atualmente não será possível negociar sem um diplomata russo na mesa. Após um ano terrível o exército sírio finalmente recebeu uma boa notícia.
Vamos aguardar por mais informações. Russos, israelenses e americanos já entraram em acordo sobre o santuário, vamos ver como isto vai se refletir nas negociações e nos combates no solo.
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Re: SYRIA
Os próprios.Poti escreveu:Segundo informações lá da themess.net a base está protegida por duas baterias de Pantsyr. Em outro forum que sigo (air-defense.net) já até pegaram os números do SU30 (26, 27, 28 e 29) do 120º Regimento de aviação mixta. A foto postada pelo Bolovo confirma que 12 SU-24 também estão na base.
Ainda há divergencias sobre a infantaria, para alguns são infantes da marinha russa, para outros são paraquedistas. Ambos usam a famosa camiseta listrada...
Vale pensar sobre a estratégia russa. Não acho que eles vão enviar tropas para lutar na região. Creio que desejam criar um santuário na costa e realizarão somente bombardeios em apoio ao exército árabe sírio. Vejo esta jogada como mais diplomatica que militar pois estão criando um santuário na costa síria onde a aviação de outros países não irá operar e atualmente não será possível negociar sem um diplomata russo na mesa. Após um ano terrível o exército sírio finalmente recebeu uma boa notícia.
Vamos aguardar por mais informações. Russos, israelenses e americanos já entraram em acordo sobre o santuário, vamos ver como isto vai se refletir nas negociações e nos combates no solo.




Pelo que sei estão colocando um S-300 lá também.
Acredito que tropas regulares russas ficarão somente para proteger Latakia e as instalações russas. Acredito que Forças Especiais russas estejam operando junto as tropas sírias para poder guiar os ataques dos aviões da Força Aérea Russa. Nada muito diferente do que o ocidente já está fazendo contra o EI. A diferença é que os russos irão atacar a Al Nusra também, coisa que o ocidente não está fazendo.
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Re: SYRIA
Os americanos já atacaram a frente al-Nosra o que acarretou em uma série de protestos em cidades dominadas pelo exército livre sírio.
Para falar a verdade os americanos pararam de apoiar o exército livre sírio faz tempo. Muitos dizem "que idiotas os EUA, formam homens que depois se juntam à frente al-nosra". Mas sejamos sinceros, até agora os americanos formaram 75 homens o que para mim significa que não desejaram formar uma unidade para combater na síria. Sabemos que se os EUA desejarem, podem formar e equipar MILHARES de combatentes e não fizeram isso por saber que daria errado. Atualmente usam os curdos como sua infantaria na síria. A rebelião é apoiada pelos países do golfo e Turquia. Atualmente a lira turca é usada nas zonas sob controle da rebelião, isto basta para mostrar a influência turca no conflito.
No fim sinto que todas as potências envolvidas estão numa sinuca de bico:
- EUA: notaram que o apoio aos rebeldes invariavelmente deixará os Islamistas no poder. Apoiar demais os curdos gera problemas com a Turquia. Apoiar o governo sírio é impensável, este último é aliado do Irã e Rússia. O que sobra? Atacar o Estado Islâmico.
- A Turquia: teme um Estado curdo nascer das cinzas sírias. Deseja por rebeldes pro-turcos (Ahrar al-sham principalmente) no poder após a queda de Assad mas outros grupos são apoiados pelas monarquias do golfo. A Turquia é um país laico e sabe que deve temer a ideologia salafista. O que sobra? atacar os curdos e fingir que ataca o Estado Islâmico.
- O Irã: quer acabar com a ideologia salafista e manter o crescente chiita intacto. Ganhou de presente um Iraque governado por chiitas após a invasão americana mas vê seu antigo aliado na síria em apuros. Apóis incondicionalmente o exército árabe sírio e o hezbollah. Recentemente voltou a ser um país aceito na comunidade internacional o que dificulta o apoio ao Hezbollah. Contrariamente à Turquia e EUA o Irã segue uma linha estratégica e buscará manter um Estado chiita na região (talvez com uma partição da síria).
- A Rússia: começou a apostar alto. Em 2013 a Rússia parou de fornecer armas modernas ao governo sírio. Pouco a pouco foi se soltando e após os eventos na Ucrânica sofre sanções econômicas que por incrível que aumentam a margem de ação. Antes, se a Rússia entrasse em ação correria o risco de sofrer sanções, agora já as sofre. Pouco a pouco Irã e Rússia se aproximam por ter interesses em comum (preço do barril alto, Síria sob o partigo Baath...). Esta intervenção tira o foco da Ucrânia e aumenta visibilidade dos russos como país importante no cenário internacional. Os inimigos de assad são naturalmente inimigos da Rússia, muitos da al-Nosra são russos (ou melhor têm cidadania russa). E vale lembrar que desde os tempos do Czar a Rússia busca manter portos em "águas quentes". Todos notamos a vulnerabilidade da Rússia ao ter que passar pelo bósforo. A Rússia foi ousada, caso o governo sírio não caia ganhará muito.
- As monarquias do golfo continuam com sua guerra indireta ao Irã. Desta vez atacaram o seu grande aliado na síria. O problema é que outra guerra estourou no Iemen com uma intervenção liderada pela Arábia Sáudita. O Estado Islâmico têm relações ambiguas com setores das monarquias do golfo. Frequentemente podemos ver afirmações que a Arábia Saudita apoia o EI o que não é verdade. Setores da Arábia Saudita apoiam o EI outros são totalmente contra. Esta monarquia vive uma intensa luta política entre alas pragmáticas e alas que querem uma linha voltada ao Djihad
- Israel: como sempre vê inimigos ao seu lado. A Síria de Assad é inimiga de Israel e financiou o Hezbollah que lutou bem na última guerra. O Estado Islâmico é inimigo de Israel. A rebelião é inimiga de Israel. Ou seja, desta guerra sairá um país inimigo de Israel. Mas vale uma ressalva, todos os inimigos de Israel aliados dos ocidentais (Arabia sáudita, EAU...) só ficam na retórica mas nunca atacam diretamente Israel, mas financiam seus inimigos. Por sua vez o eixo liderado pelo Irã é mais ativo e o Hezbollah ilustra isso. Ou seja, mais uma sinuca de bico.
Não busquei aqui analisar as partes sírias do conflito. Mas basta olhar para as potências envolvidas para ver que este imbroglio não acabará tão cedo pois a negociação é difícil.
Para falar a verdade os americanos pararam de apoiar o exército livre sírio faz tempo. Muitos dizem "que idiotas os EUA, formam homens que depois se juntam à frente al-nosra". Mas sejamos sinceros, até agora os americanos formaram 75 homens o que para mim significa que não desejaram formar uma unidade para combater na síria. Sabemos que se os EUA desejarem, podem formar e equipar MILHARES de combatentes e não fizeram isso por saber que daria errado. Atualmente usam os curdos como sua infantaria na síria. A rebelião é apoiada pelos países do golfo e Turquia. Atualmente a lira turca é usada nas zonas sob controle da rebelião, isto basta para mostrar a influência turca no conflito.
No fim sinto que todas as potências envolvidas estão numa sinuca de bico:
- EUA: notaram que o apoio aos rebeldes invariavelmente deixará os Islamistas no poder. Apoiar demais os curdos gera problemas com a Turquia. Apoiar o governo sírio é impensável, este último é aliado do Irã e Rússia. O que sobra? Atacar o Estado Islâmico.
- A Turquia: teme um Estado curdo nascer das cinzas sírias. Deseja por rebeldes pro-turcos (Ahrar al-sham principalmente) no poder após a queda de Assad mas outros grupos são apoiados pelas monarquias do golfo. A Turquia é um país laico e sabe que deve temer a ideologia salafista. O que sobra? atacar os curdos e fingir que ataca o Estado Islâmico.
- O Irã: quer acabar com a ideologia salafista e manter o crescente chiita intacto. Ganhou de presente um Iraque governado por chiitas após a invasão americana mas vê seu antigo aliado na síria em apuros. Apóis incondicionalmente o exército árabe sírio e o hezbollah. Recentemente voltou a ser um país aceito na comunidade internacional o que dificulta o apoio ao Hezbollah. Contrariamente à Turquia e EUA o Irã segue uma linha estratégica e buscará manter um Estado chiita na região (talvez com uma partição da síria).
- A Rússia: começou a apostar alto. Em 2013 a Rússia parou de fornecer armas modernas ao governo sírio. Pouco a pouco foi se soltando e após os eventos na Ucrânica sofre sanções econômicas que por incrível que aumentam a margem de ação. Antes, se a Rússia entrasse em ação correria o risco de sofrer sanções, agora já as sofre. Pouco a pouco Irã e Rússia se aproximam por ter interesses em comum (preço do barril alto, Síria sob o partigo Baath...). Esta intervenção tira o foco da Ucrânia e aumenta visibilidade dos russos como país importante no cenário internacional. Os inimigos de assad são naturalmente inimigos da Rússia, muitos da al-Nosra são russos (ou melhor têm cidadania russa). E vale lembrar que desde os tempos do Czar a Rússia busca manter portos em "águas quentes". Todos notamos a vulnerabilidade da Rússia ao ter que passar pelo bósforo. A Rússia foi ousada, caso o governo sírio não caia ganhará muito.
- As monarquias do golfo continuam com sua guerra indireta ao Irã. Desta vez atacaram o seu grande aliado na síria. O problema é que outra guerra estourou no Iemen com uma intervenção liderada pela Arábia Sáudita. O Estado Islâmico têm relações ambiguas com setores das monarquias do golfo. Frequentemente podemos ver afirmações que a Arábia Saudita apoia o EI o que não é verdade. Setores da Arábia Saudita apoiam o EI outros são totalmente contra. Esta monarquia vive uma intensa luta política entre alas pragmáticas e alas que querem uma linha voltada ao Djihad
- Israel: como sempre vê inimigos ao seu lado. A Síria de Assad é inimiga de Israel e financiou o Hezbollah que lutou bem na última guerra. O Estado Islâmico é inimigo de Israel. A rebelião é inimiga de Israel. Ou seja, desta guerra sairá um país inimigo de Israel. Mas vale uma ressalva, todos os inimigos de Israel aliados dos ocidentais (Arabia sáudita, EAU...) só ficam na retórica mas nunca atacam diretamente Israel, mas financiam seus inimigos. Por sua vez o eixo liderado pelo Irã é mais ativo e o Hezbollah ilustra isso. Ou seja, mais uma sinuca de bico.
Não busquei aqui analisar as partes sírias do conflito. Mas basta olhar para as potências envolvidas para ver que este imbroglio não acabará tão cedo pois a negociação é difícil.
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Re: SYRIA
https://www.facebook.com/GegacaoCocaCol ... 483204024/
Deem uma olhada neste vídeo. Chorei... bom, não sei se a legenda é fiel às falas, mas parece ser verídica, pela emoção do garotinho. (...) Como disse Albert Schweitzer, "A tragédia da vida é o que morre dentro do homem enquanto ele vive".
Ele foi feliz um dia? Um dia ele será feliz? Nós nos preocupamos com isso? Algumas tristezas o vento levou, e esta? O vento levará?
Este vídeo partiu meu coração. Será que os sonhos e as vontades se extinguiram?... até de uma criança... (...)?
Deem uma olhada neste vídeo. Chorei... bom, não sei se a legenda é fiel às falas, mas parece ser verídica, pela emoção do garotinho. (...) Como disse Albert Schweitzer, "A tragédia da vida é o que morre dentro do homem enquanto ele vive".
Ele foi feliz um dia? Um dia ele será feliz? Nós nos preocupamos com isso? Algumas tristezas o vento levou, e esta? O vento levará?
Este vídeo partiu meu coração. Será que os sonhos e as vontades se extinguiram?... até de uma criança... (...)?
A vida do homem na Terra é uma guerra.
Jó 7:1
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Re: SYRIA
No final ele diz: "Porque o povo ISRAELITA faz isso com a gente?"gingerfish escreveu:https://www.facebook.com/GegacaoCocaCol ... 483204024/
Deem uma olhada neste vídeo. Chorei... bom, não sei se a legenda é fiel às falas, mas parece ser verídica, pela emoção do garotinho. (...) Como disse Albert Schweitzer, "A tragédia da vida é o que morre dentro do homem enquanto ele vive".
Ele foi feliz um dia? Um dia ele será feliz? Nós nos preocupamos com isso? Algumas tristezas o vento levou, e esta? O vento levará?
Este vídeo partiu meu coração. Será que os sonhos e as vontades se extinguiram?... até de uma criança... (...)?
Este garoto está na Síria ou na Faixa de Gaza?
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