LeandroGCard escreveu:Luís Henrique escreveu:Mas a idéia é usar os S-BR para defesa próxima a costa brasileira.
Quem será utilizado mais distante serão os 6 submarinos nucleares.
Se a idéia não é esta e precisamos de submarinos com MUITO mais autonomia, não seria então pertinente em vez de 6 nucleares e 15 convencionais, fazermos o contrário.
Ou seja, apenas 6 convencionais e 15 nucleares.
A questão não é só a autonomia máxima total, que é medida sempre considerando navegação de cruzeiro, mas também o tempo de patrulha e principalmente a autonomia submerso em velocidade razoável (até 10-12 nós, menos do que isso torna muito difícil alcançar um alvo que não venha diretamente contra o sub, e mais do que isso torna o sub muito ruidoso), que é a condição em que o sub tenta se aproximar do inimigo para ataque e se afasta depois do ataque realizado. Nestas condições a autonomia cai muito, pois o arrasto do casco é proporcional ao quadrado da velocidade e aí os aprox. 1200 km a 5 nós do Scorpène-BR viram meros 300 Km. Esta seria a autonomia do sub em situação típica de combate e isso obrigaria o sub a iniciar suas ações de ataque a 150 Km ou menos do alvo, o que o deixaria vulnerável principalmente à cobertura aérea por helis.
Por conta disso é que sempre se comenta na ampliação das baterias dos submarinos, e a MB pediu um incremento razoável neste ítem à DCNS na compra dos seus Scorpène. Só que existe um limite para esta ampliação dado um diâmetro de casco, e se os franceses não foram estúpidos e projetaram o Scorpéne original próximo das dimensões ótimas então o Scorpène-Br já deve estar bem perto do limite do que se pode ampliar de forma razoável. Um sub maior precisaria de um casco com maior diâmetro.
Não vejo nenhum problema grave em se fazer isso, não é por outra razão que estamos pagando uma fortuna para formar equipes de engenharia capacitadas em projeto de submarinos modernos na França. Se fosse apenas para produzir o modelo original do SNB e Scorpénes não precisaríamos formar engenheiros especializados, bastaria comprar o projeto pronto do casco e a consultoria para instalação do reator. A experiência de projeto e construção de um novo sub convencional maior que o Scorpéne seria inclusive muito útil na ampliação da experiência desta equipe de engenharia, o que ajudaria no desenvolvimento da classe de submarinos nucleares que deve vir a ser construída logo após as primeiras unidades do SNB. E se for possível usar a mesma seção de casco, estes SSK´s maiores poderiam ter sua construção iniciada antes mesmo de 2020 e servir como excelente plataformas de testes para o casco do próprio SNB.
E além disso, um novo projeto convencional permitiria ao Brasil oferecer a venda de sub´s militares no mercado internacional, o que seria extremamente interessante para manter a própria viabilidade desta indústria no Brasil, coisa que será impossível apenas com Scorpénes e extremamente difícil com submarinos nucleares.
Leandro G. Card
Leandro, sei que vc deve saber, mas nunca é demais lembrar. Uma coisa é velocidade de trânsito até a área de patrulha designada, outra coisa é velocidade de interceptação. Esta última, ao contrário do que se pensa comumente, não é a maxima velocidade do submarino. Mas a velocidade taticamente mais adequada, que SEMPRE será inferior a máxima velocidade do sub. No caso do SSK.
Isso posto, temos que considerar que o emprego do sub convencional(SSK) é de "posição" e não de emprego de "movimento", posto que para isso existe o nuclear. A "posição" a que me refiro é justamente a área de patrulha designada, claro, a zona de passagem do adversário/alvo de interesse.
Ou seja, o sub SSK, não "irá atrás" dos alvos, mas ficará posicionado
aguardando sua passagem pelo ponto taticamente mais conveniente de ataque, dentro da sua área de patrulha muito limitada.
Limitada por:
_Qte. de energia armazenada nas baterias para;
Corrida final de interceptação/lançamento de Tps/Mísseis AN
Corrida de Evasão pós ataque.( que incluem, claro, no pior cenário, a evasão/diversão de Tps ASW inimigos, e a própria evasão de subs inimigos)
_Atualização de ordens de ataque(o sub pode estar no limite de alcance de comunicações seguras)/RoEs(rules of Engagement)
_Presença de outros SSKs amigos(as áreas de caça são pré-definidas rigidamente para evitar fraticídio)
_Conveniência de rearmamento/reabastecimento/manutenção.(todos os equipamentos à bordo tem um determinado ciclo operativo que demanda revisões periódicas de 30/60/90/120 dias-é necessário portanto, que exista sobressalentes à bordo para sustentar um ataque prolongado)
Existem mais coisas certamente.
Mas para combate em oceano aberto, não é preciso ter vivência marinheira, para se chegar a conclusão que se trata de terefa delineada para submarinos com propulsão nuclear, com uma infra-estrutura de comando adequada. Sistemas de satélites com transmissão em radio-cifra segura em frequência ELF/VLF(obrigatoriamente), um sistema de inteligência naval operante( este mais útil para o correto posicionamento dos SSKs, e disponibilidade de meios de reabastecimento de provisões adequado.
Tem muito mais a ser dito à respeito. Vou procurar o mecânico da brasília motors que faliu, e ainda hj volto.