Mundo Árabe em Ebulição
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Brasil recua de intenção inicial de condenar Damasco
Número 1 de direitos humanos da ONU diz que 'contínua e implacável repressão’ exige intervenção externa
03 de dezembro de 2011 | 0h 01
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6004,0.htm
Jamil Chade, correspondente em Genebra
GENEBRA - A alta-comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, conclamou nesta sexta-feira, 2, a comunidade internacional para que adote medidas para frear o massacre de civis sírios. "À luz da manifesta falha das autoridades sírias em proteger seus cidadãos, a comunidade internacional precisa tomar medidas urgentes e efetivas para proteger o povo sírio", discursou Pillay na abertura da reunião do Conselho de Direitos Humanos sobre a situação na Síria.
Denis Balibouse/Reuters
Pinheiro: 'Não dá pra entender'
Na mesma reunião, o Brasil recuou de sua intenção inicial de apoiar uma resolução que condenasse a repressão de Damasco. Um texto crítico às ações do regime de Bashar Assad acabou aprovado por ampla maioria – com base no relatório da comissão internacional liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. O documento conclui que o regime de Assad cometeu crimes contra humanidade, como o assassinato e estupro de mais de 250 crianças.
Brasília, por seu lado, justificou o recuou na condenação à Síria sob o argumento de querer evitar que a situação dos direitos humanos na Síria seja usada como justificativa para uma intervenção militar, como ocorreu na Líbia. Enquanto países árabes tomavam a palavra para condenar a Síria, Brasília explicou, horas depois do fim da reunião, que é preciso "preservar um espaço mínimo para um diálogo".
O Brasil, que neste ano é apenas observador no órgão, apoiou a convocatória da reunião de emergência. O Itamaraty fez saber nesta semana que, mesmo sem direito a voto, adotaria uma posição de "forte apoio" à condenação. Mas o Brasil surpreendeu a ONU, diplomatas ocidentais e mesmo os árabes adotando um silêncio total na sexta.
Com 37 votos a favor, 6 abstenções e 4 votos contrários, o conselho aprovou a resolução que condena a Síria por violações e cria um mecanismo permanente de monitoramento da situação. Mas, em razão da profunda divergência entre as maiores potências, o texto da resolução foi esvaziado e a reunião acabou marcada pelo descompasso entre China, Rússia, Europa e EUA.
"Não dá para entender", lamentava Pinheiro ao Estado, ao ver que o Brasil manteve um silêncio durante as seis horas de reunião e nem sequer registrou que a investigação havia sido conduzida por um ex-ministro brasileiro. O Brasil é conhecido nos círculos diplomáticos por comentar todo e qualquer assunto na ONU. A embaixadora brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo nem mesmo permaneceu na sala à tarde e apareceu apenas cinco minutos antes da votação.
Frustração
O Brasil também optou por não copatrocinar a versão final da resolução, o que deixou diplomatas europeus frustrados. Antes da reunião, o embaixador britânico na ONU, Peter Gooderham, chegou a dar entrevistas para elogiar a "posição construtiva do Brasil". Horas depois, ao ver que a resolução não teria o apoio brasileiro, sua missão foi até a delegação brasileira queixar-se do comportamento. O Itamaraty havia feito questão de sugerir mudanças no texto da resolução durante os últimos dias em reuniões fechadas.
O Estado apurou que um dos problemas encontrados pelo Brasil no texto era a tentativa explícita dos patrocinadores de politizar a questão das violações aos direitos humanos e de levar o caso ao Conselho de Segurança. Apesar de considerar que Assad está dificultando as ofertas de diálogo, o governo de Dilma Rousseff mantém a posição de que é contrário à adoção de sanções, embargos ou levar o caso ao Tribunal Penal Internacional.
O Itamaraty ainda deixou claro que via com desconfiança a tentativa de ter uma resolução e uma reunião que servisse de plataforma para conseguir uma condenação no Conselho de Segurança. Para o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, o Brasil não aceitaria um exercício que se "prestasse a outra finalidade". Na prática, o Brasil quer evitar a manipulação da situação de direitos humanos para justificar uma eventual intervenção militar, como ocorreu na Líbia.
"Acreditamos que o fórum adequado é Genebra para tratar da questão de direitos humanos", explicou Nunes. "O fato de não termos copatrocinado a resolução não significa que não estamos acompanhando com grande interesse a situação dos direitos humanos na Síria", disse.
"Países que são contra levar o tema ao Conselho de Segurança terão de explicar ao povo sírio o que pretendem fazer para acabar com o massacre", disse Philippe Dam, da entidade Human Rights Watch.
A resolução original apresentada pela UE pedia que a Síria fosse levada ao Conselho de Segurança da ONU para que sanções fossem adotadas e para que Assad fosse citado pelo Tribunal Penal Internacional. Mas a proposta teve de ser amenizada para obter apoio.
Número 1 de direitos humanos da ONU diz que 'contínua e implacável repressão’ exige intervenção externa
03 de dezembro de 2011 | 0h 01
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6004,0.htm
Jamil Chade, correspondente em Genebra
GENEBRA - A alta-comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, conclamou nesta sexta-feira, 2, a comunidade internacional para que adote medidas para frear o massacre de civis sírios. "À luz da manifesta falha das autoridades sírias em proteger seus cidadãos, a comunidade internacional precisa tomar medidas urgentes e efetivas para proteger o povo sírio", discursou Pillay na abertura da reunião do Conselho de Direitos Humanos sobre a situação na Síria.
Denis Balibouse/Reuters
Pinheiro: 'Não dá pra entender'
Na mesma reunião, o Brasil recuou de sua intenção inicial de apoiar uma resolução que condenasse a repressão de Damasco. Um texto crítico às ações do regime de Bashar Assad acabou aprovado por ampla maioria – com base no relatório da comissão internacional liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. O documento conclui que o regime de Assad cometeu crimes contra humanidade, como o assassinato e estupro de mais de 250 crianças.
Brasília, por seu lado, justificou o recuou na condenação à Síria sob o argumento de querer evitar que a situação dos direitos humanos na Síria seja usada como justificativa para uma intervenção militar, como ocorreu na Líbia. Enquanto países árabes tomavam a palavra para condenar a Síria, Brasília explicou, horas depois do fim da reunião, que é preciso "preservar um espaço mínimo para um diálogo".
O Brasil, que neste ano é apenas observador no órgão, apoiou a convocatória da reunião de emergência. O Itamaraty fez saber nesta semana que, mesmo sem direito a voto, adotaria uma posição de "forte apoio" à condenação. Mas o Brasil surpreendeu a ONU, diplomatas ocidentais e mesmo os árabes adotando um silêncio total na sexta.
Com 37 votos a favor, 6 abstenções e 4 votos contrários, o conselho aprovou a resolução que condena a Síria por violações e cria um mecanismo permanente de monitoramento da situação. Mas, em razão da profunda divergência entre as maiores potências, o texto da resolução foi esvaziado e a reunião acabou marcada pelo descompasso entre China, Rússia, Europa e EUA.
"Não dá para entender", lamentava Pinheiro ao Estado, ao ver que o Brasil manteve um silêncio durante as seis horas de reunião e nem sequer registrou que a investigação havia sido conduzida por um ex-ministro brasileiro. O Brasil é conhecido nos círculos diplomáticos por comentar todo e qualquer assunto na ONU. A embaixadora brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo nem mesmo permaneceu na sala à tarde e apareceu apenas cinco minutos antes da votação.
Frustração
O Brasil também optou por não copatrocinar a versão final da resolução, o que deixou diplomatas europeus frustrados. Antes da reunião, o embaixador britânico na ONU, Peter Gooderham, chegou a dar entrevistas para elogiar a "posição construtiva do Brasil". Horas depois, ao ver que a resolução não teria o apoio brasileiro, sua missão foi até a delegação brasileira queixar-se do comportamento. O Itamaraty havia feito questão de sugerir mudanças no texto da resolução durante os últimos dias em reuniões fechadas.
O Estado apurou que um dos problemas encontrados pelo Brasil no texto era a tentativa explícita dos patrocinadores de politizar a questão das violações aos direitos humanos e de levar o caso ao Conselho de Segurança. Apesar de considerar que Assad está dificultando as ofertas de diálogo, o governo de Dilma Rousseff mantém a posição de que é contrário à adoção de sanções, embargos ou levar o caso ao Tribunal Penal Internacional.
O Itamaraty ainda deixou claro que via com desconfiança a tentativa de ter uma resolução e uma reunião que servisse de plataforma para conseguir uma condenação no Conselho de Segurança. Para o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, o Brasil não aceitaria um exercício que se "prestasse a outra finalidade". Na prática, o Brasil quer evitar a manipulação da situação de direitos humanos para justificar uma eventual intervenção militar, como ocorreu na Líbia.
"Acreditamos que o fórum adequado é Genebra para tratar da questão de direitos humanos", explicou Nunes. "O fato de não termos copatrocinado a resolução não significa que não estamos acompanhando com grande interesse a situação dos direitos humanos na Síria", disse.
"Países que são contra levar o tema ao Conselho de Segurança terão de explicar ao povo sírio o que pretendem fazer para acabar com o massacre", disse Philippe Dam, da entidade Human Rights Watch.
A resolução original apresentada pela UE pedia que a Síria fosse levada ao Conselho de Segurança da ONU para que sanções fossem adotadas e para que Assad fosse citado pelo Tribunal Penal Internacional. Mas a proposta teve de ser amenizada para obter apoio.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Mundo Árabe em Ebulição



Sem comentários. Um passo pra frente, e dez pra trás...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Negativo. A posição brasileira sempre foi a de evitar o uso político da questão dos direitos humanos. Nada há de novo nisso.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
É a representação escrita da nossa diplomacia de bêbado. Aliás o Brasil diz o seguinte: é condenável a repressão exercida pela ditadura síria, mas ao mesmo tempo a soberania da ditadura deve ser preservada.Sem comentários. Um passo pra frente, e dez pra trás...
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
E se não fosse isso? Parece que os BRICS têm uma posição comum no assunto e esta está em consonância com a DA RÚSSIA, não com a DOS EUA, assim, menos pressa em começar a entoar aos berros a "Star Spangled Banner"... ![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
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“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Pois é, até parece que a posição dos EUA, Inglaterra, França e da Liga Árabe são em defesa dos direitos humanosTúlio escreveu:E se não fosse isso? Parece que os BRICS têm uma posição comum no assunto e esta está em consonância com a DA RÚSSIA, não com a DOS EUA, assim, menos pressa em começar a entoar aos berros a "Star Spangled Banner"...

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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Taí, essa doce tchurminha parece que descobriu o modo definitivo de acabar com a pobreza no mundo: é só matar os pobres...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Direitos humanos e questões ambientais sempre foram uma ferramenta de intervenção nas mãos de potências hegemônicas. Dá um verniz bacana e aceitável para ações que nada mais são do que intervenções geopolíticas simples. É por esta razão que a diplomacia brasileira SEMPRE foi contra o uso deste tipo de argumento. Uma hora isso pode se voltar contra nós. Basta arrumar um bando de índio vivendo em cima de uma tremenda reserva de algo muito valioso, somar a um governo nacionalista que não se dobra e vocês vão sentir o peso da democracia e dos direitos humanos caindo sobre vossos ombros...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Tem gente que não entende isso, Hader véio, e acha que essa lambança toda vai começar e terminar nas areias do Oriente Médio. Conosco ninguém vai mexer porque somos limpinhos e certas potências cada dia mais aturdidas com seu contínuo empobrecimento nem vão notar que estamos aqui, desarmados e sentados em cima de muito mais riqueza do que o OM inteiro, oh não, são nossos AMIGUINHOS...





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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Pois é Túlio. É preciso entender que quem puxa os fios do teatro geopolítico não tem ideologia. Ideologia é uma ferramenta para controlar as massas de manobra. E dar a elas a impressão de que são algo mais do que realmente são...
Buenas tche!

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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Boa Hader, é bem isso!
Saudações
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Eu já discordo, pois quem não toma partido, já está a tomar partido de alguma coisa, e nesse caso, o Brasil está a fazer vistas grossas ao massacre em nome de ficar "isento" de idelogia política ou quer evitar que o caso seja levado ao CS da ONU. Ou seja, está a dar de Poncios Pilatos, e está a lavar as mãos... Não é assim que vai conseguir a tal cadeira, e acho que já está na hora de deixar a demagogia de lado, pois enquanto discutem os interesses das grandes potências sobre um ataque militar, centenas, ou milhares, já foram assassinados por um governo decadente, que recusa-se a retirar-se... e quem sofre mais com isso??? com certeza não é o povo do Itamaraty, ao fazer o seu silêncio...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Discordo pois o massacre é dirigido ao povo sunita arabe o mesmo de Saddam Hussein. Este povo na Siría que é inimigo de drusos , cristãos e alawitas. É uma minora que controla a maioria é errado mas só não removeram Assad pois temem os sunitas e suas retaliações no poder principalmente com a irmandade muçulmana. Esta maioria massacrada na Síria é mesma massacrada por americanos e Shias no Iraque.
Resumir isto só ao governo do imbecil do Assad é um tanto demagogo. Não tem bonzinho do outro lado da história. É simplesmente para retirar dos iranianos um aliado iraniano e russo das bordas do Mediterrâneo.
Resumir isto só ao governo do imbecil do Assad é um tanto demagogo. Não tem bonzinho do outro lado da história. É simplesmente para retirar dos iranianos um aliado iraniano e russo das bordas do Mediterrâneo.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Massacre? A partir de que fonte? Não há dúvida que muitos manifestantes foram mortos na Síria; no entanto, o governo tem enfrentado oposição armada, seja de desertores das forças armadas e até do serviço secreto, seja de dissidentes que se suspeita foram financiados e/ou armados pelos EUA e até Israel. É só observar que fontes minimamente independentes relatam constantes ataques e baixas nas forças armadas do governo. Alguém acredita mesmo que "manifestantes indefesos" tem capacidade de matar dezenas de soldados do Exército sírio? ou seja, é preciso ter cuidado com as fontes ocidentais, que se detém apenas em números mas não informam (aliás não tem o mínimo interesse) quem foi morto pelas forças estatais e em que circunstâncias. A questão básica em relação a Síria é que é um país inimigo de Israel e possui um base naval russa; ou seja, é um questão geopolítica, não de direitos humanos. Mas enquanto isso em outras paragens como Arábia Saudita ou Iêmem...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
A Rússia e China não são os melhores parceiros para se alinhar em questões de direitos humanos. E se a opinião desses dois fosse importante, Milosevic, Sadam Hussein e Kadafi ainda estariam no poder. O interesse das potências encontra no ditador Assad a justificativa plausível para intervenção. A sorte da Síria é a mesma do Irã, os EUA e a Europa vendendo o almoço para pagar o jantar.
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