DELTA22 escreveu:Tocaste em um ponto interessante, Lima. Pode-se generalizar para todos.
Mas, como estou reavaliando o processo do F-X2, vou fazer algumas considerações, pegando carona no post, se me permite. O que você disse faz sentido se, e somente se, é intenção do Brasil em construir todo o caça aqui (ou boa parte). Lembrando o que o Ministro Jobim sempre diz sobre "capacitação nacional" creio que eu fiz uma confusão com isso durante muito tempo e considerava também que nestas palavras estavam contidas a intenção em construir o caça escolhido aqui no Brasil para posteriormente exportá-lo, no entanto, pensando melhor, creio que o que ele diz tem outro sentido.
Penso que a "capacitação nacional" citada por ele é, no fundo, trazer ao país via ToTs, tecnologias que seriam vitais a projetos nacionais, com foco especial à Embraer. Veja, a Embraer não tem, ou não demonstra abertamente, intenções de médio prazo em construir um jato de combate, no entanto ela sabe bem que tecnologias vindas dos jatos militares modernos muito pode ajudá-la a modernizar seus processos de produção e projeto. Hoje, a Embraer chegou a uma situação confortável em que atende um vasto mercado que vai desde os jatos leves (jatinhos) até os jatos médios da família E-Jet, porém, é de se imaginar que este não é seu limite, ela quer voos mais altos, imagino; mostra disso é o KC-390 e aqui eis a "justificativa" para conseguir ToTs dos jatos militares e matar dois coelhos com uma cajadada: terá um grande jato de transporte militar e a tecnologia para expandir seus modelos civis.
Portanto, no fundo, agora vejo as ToTs de forma diferente. Vejo (não sei se erradamente, é só minha opinião) que o objetivo é dar condições para a Embraer (e as empresas "terceirizadas" por ela) se expandir mais no mercado civil. Creio que, ao contrário do que a SAAB propõe (não estou pegando no pé da empresa, deixo claro) no que se refere a construções de estruturas, não é exatamente o que a terceira maior indústria aeronáutica do mundo quer, isso ela já sabe e melhor que ninguém. Ela quer mais que isso, penso. Ela quer as tecnologias atuais dos jatos militares para aplicá-las rapidamente em seus projetos civis (e no "militar" KC-390), não fabricar o jato escolhido no F-X2 aqui, pois se assim fosse, nenhuma empresa repassaria tecnologia, pois estaria criando um concorrente também na área de jatos militares (e competente, como demonstra ser na parte civil, diga-se).
Outro ponto das ToTs que vejo, é principalmente dar independência à FAB, por meio das indústrias instaladas aqui (multinacionais, inclusive) de poder manter seus aviões voando com o mínimo de dependência possível, principalmente de ítens de desgaste acelerados de sistemas do avião. Quem atender a isso tudo, na minha opinião, leva o pacote! Como disse, estou reavaliando minhas considerações quanto ao tema.
É isso. Desculpe o post extenso, pois sei que é um saco ler esses testamentos...
[]'s.