Como sou obrigado por circunstâncias de saúde a maiS ler do que escrever (o que em si é um bálsamo para todos

), vou lendo gratificado todos os excelentes posts que tem sido produzidos por vocês. O debate merecia uma citação na ESG. E falo sério.
Em todo o caso, aproveitando o sono da "sargento", a mão coçou e venho eu aporrinhá-los com meus achismos.
E como não dá para citar tudo o que eu gostaria, e importunar com meus comentários, vou pegar uma das últimas frases que li (acho que foi em um post do Sapão - se não foi, desculpem-me), onde ele diz: "Qual a nossa diferença entre os outros BRIC?"
Em minha opinião é muito por aí que começamos a desenvolver onde se inicia o nosso célebre complexo de vira-latas. Complexo este muitas das vezes que nos é imposto sem a menor cerimônia.
O Brasil sofre por seu posicionamento geopolítico e estratégico em relação aos EUA. Como dito em outro post,
"JAMAIS os EUA nos deixarão..."
Isto pode não ser absoluto, tanto na visão temporal ou de ação retaliatória, mas é assustador o modo como se aplica ao Brasil. Porém, com certeza, sair disto é saber que comeremos o pão que o diabo que come hamburguere amassou, sair um pouco da esfera de pressão e dependência será penoso e exigirá extrema cautela e malícia diplomática e, ainda assim, não há garantia de repressão militar. Os casos na história estão repletos de exemplos. Afinal é nossa posição geográfica e política global que nos empurra a este beco sem saída. Não temos a importância -e a "desimportância" - de uma Dinamarca, Suécia entre outras nações que podem se desenvolver sem aflições.
Mas porque os outros podem (China, Rússia e Índia)?
A
Índia já detém um forte aparato militar dissuasor, este criado por vários fatores, mas, principalmente, pela conjuntura do seu posicionamento geográfico/estratégico entre China e Rússia, sem dizer da necessidade em que se mantenha um vínculo com o ocidente antes que o caudaloso apelo islâmico a contamine como está a "momentos" de fazer com o Paquistão. Caso isto ocorra, todo um equilíbrio será desmontado. A Índia se beneficou disto, sem dúvida.
A
China, mesmo não sendo tão descomunalmente forte quanto à Rússia, já provou que pode mandar ondas de milhões de soldados à morte sem muito incômodo. Os americanos entenderam, da pior maneira, que lutar contra a China sem o uso de armas atômicas é quase inviável. Adimos a isto que mesmo no apogeu da guerra fria a China foi, sutilmente incentivada, pelos EUA, a acirrar competição com à Rússia. Quer dizer, soltar "bombinhas atômicas" - bem que MacArthur pensou em fazê-lo - não é tão simples quanto besuntar de ketchup um hot dog em uma barraquinha da 5ª Avenida. Trazer em milhares e milhares de sacos corpos de soldados americanos de volta pra cas também não é muito animador. Então, vai-se à retórica e às pressões comerciais. E nada mais do que isto, e que como se provou a China c#ag#gou e andou igual a cavalo de parada.
Quanto à
Rússia, o urso está mais magro, isto é fato, mas tudo o que não se pode dizer é que está morto.
O
Brasil, infelizmente, não tem muito o que negociar nem muito o que por na balança. E esta situação tem muito a ver por sua localização geográfica que lhe impõe contornos geopolíticos ainda não favoráveis a maiores arroubos, mas quem sabe um dia...
Durante a guerra fria viu-se posto em governos mais "duros", abonados pelos EUA, que destarte impulsos obras de infraestrutura e avanços singulares em outras esferas, não teve nenhuma outra benesse americana que não fosse afagos de retórica nas fugazes "visitas de quintal" de seus líderes. Aliás, esses sempre confundindo nossa capital ou mesmo o nome do país.
Estamos realmente expostos a todo tipo de pressão, pressão que inicia-se em sutilezas políticas e econômicas até constrangimentos abertos (ou camuflados de urgências como os arrotos de arrogância e prepotência americana no Haiti).
Talvez minha inconformidade em nos ver nesta situação (reversível assim espero), faz com que eu não concorde totalmente com o Sapão. Não que ele esteja errado (quem dera), mas consigo ver alguma chance de nos desvencilhar aos poucos e aos poucos trazer um que de ruptilidade a este cordão umbilical - um nó górdio na verdade. Este nó que nos ata ao peso do império do norte. E não digo isto com nenhum viés ideológico, longe disto. Pois, se não fossem eles seriam os russos, chineses, ingleses (e no passado foram) e por aí vai.
Quanto às pressões e - sabotagens mesmo - elas estão por toda parte.
Perguntem-se por exemplo: onde e em que estágio de ToT está a fábrica de semicondutores prometida pelo Japão em troca da adoção do seu sistema de TV digital. Teçam suas ilações e prometo-lhes um Kinder ovo se descobrirem de onde a maior pressão para que a prometida unidade fabril fique apenas na promessa de ToT.
Quem não lembra o veto do BID à estrada do "Transacrena". Estrada que contaria até com investimentos japoneses e que teve imensa pressão dos nossos amados irmãos, e que por isto foi esquecida nos escaninhos do Brasil milagre (e olha que era nos governos militares).Esta estrada foi atrasada, dolosa e na mais perfeita sabotagem política, evitando um acesso precioso ao Pacífico.
De qualquer forma, como sou um otimista incorrigível, alio-me à esperança que - com muito investimento em educação e pesquisa - além de saber aproveitar o momento econômico político que atravessamos, possamos buscar o melhor dos dois mundos, digo dos hemisférios de influência do ocidente e oriente, negociando ao máximo por migálhas tecnológicas que não temos. E com estas migálhas, porque NINGUÉM nos dará nenum pulo do gato, possamos juntar o que obtivermos com eles e com nossos próprios esforços.
São tantas emoções...