Indonésia e Coréia do Sul juntas no programa de caça de 4,5ª geração
16 de julho de 2010, em Noticiário Internacional, por Guilherme Poggio
A Coréia do Sul e a Indonésia assinaram um memorando de entendimento (MoU), neste 15 de julho, para desenvolver em conjunto um caça de 4,5ª geração com capacidade maior do que a do KF-16.
A Indonésia concordou em bancar 20 por cento dos custos de desenvolvimento do projeto de 5 trilhões de won (US$ 4,1 bilhões) durante a próxima década, segundo a Administração de Aquisição de Programas de Defesa da Coréia do Sul (DAPA). A Coreia do Sul planeja obter fundos para 60 por cento de sua parte, oriundos de recursos de outros parceiros na área governamental ou empresas.
A Indonésia também concordou em comprar cerca de 50 aeronaves KF-X quando começar a produção em massa.
O acordo dá seguimento a uma carta de intenções para o KF-X assinada, em março de 2009, pelo Presidente sul-coreano Lee Myung-bak, durante uma visita à Indonésia.
O Memorando de Entendimento “é o reflexo do nosso compromisso e da forte cooperação bilateral na área da indústria de defesa”, disse Eris Herryanto, Diretor-Geral das Instalações de Defesa do Ministério da Defesa da Indonésia, durante um discurso antes da cerimônia de assinatura com o comissário da DAPA, Byun Moo–Keun, no Ministério da Defesa da Coréia do Sul.
“Estou confiante de que, por intermédio da assinatura do presente Memorando de Entendimento sobre o desenvolvimento conjunto caça KF-X, o resultado da cooperação começará a ser implementado no momento mais oportuno”, disse Herryanto. “A realização conjunta do desenvolvimento, produção e comercialização será concluída utilizando a nossa máxima capacidade de desenvolvimento”.
O Coronel Lee Jong-hee, diretor da equipe de desenvolvimento do KF-X da DAPA, disse que sua agência está negociando com a Turquia e os Emirados Árabes Unidos a respeito de possíveis investimentos no programa KF-X.
“Existem duas opções na mesa. Uma delas é atrair investimentos financeiros de outras nações, como a Turquia e os Emirados Árabes Unidos,” disse Lee. “A outra é receber investimentos de fabricantes ocidentais de aeronaves que pretendam participar do KF-X”.
A Boeing e a Lockheed Martin dos Estados Unidos, o grupo de defesa europeu EADS e a sueca Saab demonstraram o seu interesse no programa KF-X, que está ligado à concorrência FX III para a aquisição de caças para a Coreia do Sul, definida para o próximo ano. No âmbito do Programa FX III, a Coreia do Sul planeja comprar de 40 a 60 caças furtivos (“stealth”).
Iniciado em 2002, o programa KF-X foi originalmente destinado a produzir e comercializar cerca de 120 aviões mais furtivos que o Dassault Rafale ou o Typhoon Eurofighter, mas não tão furtivo quanto o Lockheed F-35 Lightning II.
Devido às questões sobre a viabilidade econômica e técnica do programa, o governo sul-coreano reformulou a exigência no ano passado para produzir jatos de combate comparáveis com o F-16 Block 50 para substituir antigas aeronaves F-4 e F-5.
Os requisitos-chave para o KF-X incluem um radar de varredura eletrônica AESA, uma suíte de guerra eletrônica, um sistema de busca na faixa do infravermelho (IRST), capacidades de interceptação “super-velocity” e “super-supercruise”, além de capacidades de ataque ar-ar, ar-solo e ar-mar.
Nos primeiros 11 anos de completo desenvolvimento e operação inicial, cerca de 120 KF-X seriam construídos, e mais 130 aviões seriam produzidos assim que os aviões do primeiro lote venham a alcançar sua capacidade operacional inicial (IOC).
FONTE: Defense News (
http://www.defensenews.com/story.php?i= ... =AIR&s=TOP )