Reportagem Brigada Paraquedista
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Reportagem Brigada Paraquedista
O Globo:
Entre o céu e o inferno
Penetramos na disputada Brigada de Infantaria Paraquedista, que terá a sede mudada do Rio para o centro do país
Por Chico Otávio
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Agora, tempos mais amenos, basta subir ao pedestal, expor o rosto na pequena abertura que dá para o campo de instrução e tocar um sino. Menos um.
Não há quem desça de lá de cabeça erguida. Ainda assim, todos querem correr o risco. Parece o treinamento de “Tropa de elite”, só que sem o Capitão Nascimento.
O sonho de todos é fazer parte da Brigada de Infantaria Paraquedista, a mais famosa tropa especial das Forças Armadas, e marchar com os lendários coturnos marrons, projeto de vida que não perde o encanto para jovens das periferias do Rio de Janeiro.
Somente naquele dia, foram 13 badaladas. As desistências, agravadas pelo calor severo, chegariam na primeira etapa (testes físicos) a 30% do total de voluntários do curso básico para oficiais e sargentos. Entre os que ficam, alguns recorrem ao direito a um atendimento médico durante a etapa para deixar o campo de instruções sem ter de subir ao pedestal. Um deles passa mancando por um oficial, que ironiza: — Isso parece pé-pretismo.
É uma alusão pejorativa ao soldado comum, que usa botas pretas e não tem o status do paraquedista.
— Para ser paraquedista, o voluntário não pode ter medo do solo ou pena do corpo — emenda o oficial.
Quem superar as provações, incluindo a terrível ginástica com toros, peça cilíndrica de ferro puro, erguida dezenas de vezes nos exercícios, chegará aos quatro saltos exigidos para receber o brevê e ao privilégio de usar as botas marrons e ostentar no peito o distintivo das asas de prata.
Mas a turma que se forma agora pode ser uma das últimas a festejar a formatura na Vila Militar do Rio. O projeto Braço Forte, lançado pelo Exército com as diretrizes para a reorganização da força, prevê a transferência da brigada para o Planalto Central, junto com os aviões de transporte da Força Aérea.
Formada por 15 quartéis com um total de cinco mil homens, a brigada dos soldados voadores da Vila Militar, em Deodoro, Zona Oeste, é movida por adrenalina. Logo no primeiro batalhão, uma placa expõe a política do lugar: “Tropa para homens de coragem e determinação.” A tensão faz parte da rotina, a ponto de existir um plano de pressão psicológica para a tropa. Afinal, em casos de conflitos, os paraquedistas são a primeira força a ser empregada, razão pela qual seus integrantes devem estar prontos para o lançamento na frente de combate em no máximo 48 horas.
De três a quatro vezes ao ano, a brigada testa sua capacidade de mobilização. Sem aviso prévio, os comandantes acionam o Plano de Chamada, que consiste em ativar uma teia de ligações telefônicas para achar todos os soldados, onde estiverem.
Desde 1944, quando o então capitão Roberto de Pessoa, primeiro paraquedista militar brasileiro, concluiu o curso nos Estados Unidos (no ano seguinte, ele ajudaria a fundar a brigada no Rio), a unidade acumulou poucas e discretas experiências de combate real.
Uma delas foi a campanha do Araguaia, confronto entre patrícios no regime militar dos anos 70. A outra, igualmente secreta, foi o lançamento de unidades na região do Rio Traíra, na fronteira da Amazônia brasileira com a selva colombiana, em retaliação ao ataque-surpresa dos guerrilheiros das Farc a um posto militar, em 1991.
Em tese, a decisão de transferir a brigada para o centro do país é uma estratégia de defesa. Além de ficar perto de Brasília, encurtaria a distância de áreas prioritárias, como a Amazônia. Outra razão é o crescente aumento do tráfego aéreo civil no Rio de Janeiro, que atrapalha as operações com as aeronaves de lançamento de tropas do Campo dos Afonsos.
Todavia, há outra motivação, mais reservada, para a saída da cidade: a preocupação do Exército com a cobiça do narcotráfico carioca no recrutamento, para as suas fileiras, do valente e bem treinado soldado pequedê.
Longe do Rio, o Exército estaria livre do risco. Mas, enquanto a mudança não acontece, a brigada reforça, a cada ano, os cuidados para impedir a contaminação. Já nos processos de seleção, o serviço de inteligência da unidade infiltra agentes entre os candidatos para checar se algum deles está envolvido, direta ou indiretamente, com o tráfico de drogas.
Até mesmo o endereço declarado pelo candidato é investigado, incluindo visitas ao local de residência. Este cuidado pode determinar o corte imediato do interessado, caso se verifique que ele mora em comunidades acossadas pela violência.
O futuro destino da brigada ainda não foi definido, mas estão cotadas as cidades de Anápolis (GO), Palmas (TO) e o Triângulo Mineiro.
No Rio, ficaria apenas uma brigada leve, com menos soldados e equipamentos.
Mas não há prazo definido para a transferência.
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
A brigada oferece dois cursos básicos, um para oficiais e sargentos e outro para recrutas.
Desde que foi fundada, em 1945, já receberam o brevê 77.740 paraquedistas.
A peneira começa sempre no ano anterior, quando seis mil voluntários, de 18 e 19 anos, se alistam na brigada. Até o fim do processo, cinco mil vão ficar pelo caminho, reprovados pelo exame médico-dentário (jovens com menos de 1,60 metro ou problemas de visão são automaticamente descartados), entrevistas sócio-psicológicas, pesquisa social (avalia a origem do candidato) e o primeiro exame físico, onde só passa quem conseguir subir numa corda de três metros, correr 2,2 mil metros em 12 minutos e fazer inúmeros saltos da torre, flexões e barras.
Em março, mês da incorporação, os mil selecionados passam a ser recrutas, mas terão de marchar os quatro meses seguintes, até o primeiro salto, de coturnos pretos.
A maior parte dos inscritos mora em bairros próximos, nas zonas Norte e Oeste, e em municípios da Baixada Fluminense.
Poucos chegaram ao ensino médio, perfil que faz do paraquedista um soldado privilegiado: sem boa instrução, o pequedê ganha R$ 800 mensais (o vencimento de um cabo chega a R$ 2 mil) e tem mais chance do que qualquer outro, após o serviço militar, de conseguir emprego na vida civil, principalmente na área de segurança privada — uma história já registrada no documentário “PQD”, de Guilherme Coelho.
A sargento Marília Gomes de Carvalho, de 28 anos, queria tanto ser paraquedista que, quando se candidatou (na época, já estava no Exército), recorreu a um treinador pessoal para ajudá-la a superar as provas físicas. Desde 2007 na brigada, Marília, moradora de Campo Grande, já acumula 14 saltos. Ela garante que não tem medo do que faz, porque confia nas instruções que recebe e no equipamento.
Mas nem todos da família pensam o mesmo.
— Nunca conto para minha mãe quando vamos voar. Só depois — diz ela.
Nas primeiras semanas, o recruta recebe a instrução militar tradicional, na qual aprende a marchar e fazer ordem unida, junto com a preparação física para o curso básico de paraquedismo.
Após outro teste físico, ele ingressa na área de estágio, um amplo e rústico centro de instruções onde se qualificará para o primeiro salto. São, seguramente, as duas mais difíceis semanas de preparativos.
Nessa fase, pelo menos 50 soldados não resistem aos rigores dos exercícios e tocam o sino da desistência.
— Já vai tarde — zomba um dos instrutores.
Apesar de toda a pressão, temperada pelos gritos e apitadas dos instrutores, os recrutas aprendem ali que a brigada é a mais democrática das unidades militares, porque, quando a tropa pula, todos os paraquedistas (oficiais e praças) são iguais no ar, e um depende do outro para uma descida segura.
— Já vi um general receber ordens de um sargento, que era o mestre-salto daquele avião mdash; conta um veterano paraquedista.
Como a pista de pouso, vizinha à brigada, e as aeronaves pertencem à Aeronáutica, o tal campo de instrução é o diferencial da brigada na Vila Militar.
O lugar é uma espécie de fitness rudimentar, com pesos de cimento, barras castigadas pela ferrugem e outras peças rústicas, como os toros de ferro — substitutos dos dormentes de trem usados no passado.
Mas ninguém se preocupa com as aparências. O que importa é a carga física e a capacidade de superação do recruta.
Ambulâncias com equipes atentas acompanham toda a jornada. Quando o calor é muito forte, o risco de intermação (estado mórbido produzido pelo calor) pode suspender a instrução.
Foi dali, garantem seus comandantes, que saíram no fim dos anos 70 os primeiros quadros do famigerado Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM. Outro filho da unidade é o antigo Batalhão de Forças Especiais do Exército, hoje transformado também em brigada.
Além das torres de saltos simulados, são atrações do campo as réplicas camufladas de três aviões usados no lançamento de paraquedistas (Bandeirantes, Hércules e Amazonas). Embora reproduzam as fuselagens originais, os protótipos, toscos, nem de longe compõem uma base aérea cenográfica. Servem apenas para reproduzir, na “aeronave”, todas as etapas que precedem o pulo.
Se resistir às duas semanas de estágio no campo, o recruta está apto para o momento mais importante dos quatro meses de instrução: o salto semiautomático, a 330 metros de altitude, na própria pista dos Afonsos.
Os militares brasileiros operam basicamente com dois tipos de salto. O mais difícil é o salto livre, feito a grandes alturas (até 11 mil metros), no qual o próprio militar aciona o paraquedas retangular, podendo direcionálo e aterrar em “áreas restritas”.
Já o salto mais simples é chamado de semiautomático porque o paraquedas é aberto sozinho, quatro segundos após o pulo, por uma fita conectada à aeronave.
Certa ocasião, nos anos 1990, essa fita não arrebentou, e um paraquedista, preso do lado de fora do avião, acabou arrancando com o corpo o leme de profundidade do aparelho. Era um Bandeirantes C-95 da FAB, que lançava paraquedistas na Restinga de Marambaia e virou imediatamente de cabeça para baixo, caindo instantes depois sobre uma casa no Recreio.
Quatro militares morreram, inclusive o responsável indireto pelo acidente, mas outros sete paraquedistas a bordo conseguiram saltar e sobreviver.
Um deles contou que teria oferecido um paraquedas ao mecânico, que preferiu ficar a bordo.
Hoje, em saltos semiautomáticos, o mestre-salto, militar responsável pela checagem do equipamento e pelo lançamento da tropa, incorporou uma faca a seu equipamento essencial.
— Se um paraquedista ficar preso e a situação colocar em risco a aeronave e seus tripulantes, não tenho dúvida: corto a corda e mando ele embora — diz um dos mais experientes da brigada.
Outro risco, instantes após o salto, é de entrelaçamento, situação que impede a abertura completa dos paraquedas.
Como o salto semiautomático é curto, para evitar que o militar seja abatido no ar em situações de combate, restaria pouco tempo para o acionamento manual do paraquedas reserva.
Além dos quatro saltos obrigatórios para o brevê, os paraquedistas terão ainda, no último pulo da série, de simular o assalto a uma força inimiga, seguida de uma marcha de combate que pode chegar a até 15 quilômetros, carregando todo o equipamento e armamento, que pesam cerca de 60 quilos.
Uma vez formados, os militares têm direito a ficar até seis anos em quartéis da brigada antes de ir para a reserva. Nesse período, precisam dar, no mínimo, quatro saltos por ano para não perder os conhecimentos adquiridos.
No mês passado, 480 paraquedistas aguardavam, num galpão chamado “rodoviária”, o momento de embarcar nos dois Hércules C-130 que faziam as operações naquele dia. Como chovia fino, parte do grupo, frustrada, foi mandada de volta à caserna, porque os oficiais temiam o desgaste dos paraquedas, que a cada secagem perdem a capacidade de reter o vento em seu tecido.
Agora, os que ficam não escondem a ansiedade que antecede a decolagem. O avião levanta voo e faz uma longa curva pelo flanco esquerdo da pista. Do alto, as portas abertas exibem os poucos edifícios, as casas e muitos barracos da Zona Oeste. O barulho dos motores, que invade a cabine, é ensurdecedor.
O paraquedista precursor (o primeiro a pular) se agacha e observa a manobra com a cabeça para fora do Hércules. Na gíria da brigada, ele “cheira o vento”. Ao verificar que o avião está na rota, comunica ao piloto, por intermédio do mecânico.
O mestre-salto, em seguida, dá uma ordem antes de contar o número de paraquedistas: — Preparar, levantar, enganchar.
Verificação de equipamento.
Em seguida, grita: — À porta! Os olhos do precursor, primeiro da fila, que se agarra à porta, se concentram nas lâmpadas comandadas pelo piloto.
Em segundos, a vermelha se apaga, substituída pela verde. O precursor, então, berra: — Já! E salta, seguido pelos demais companheiros.
Sonhando alto Num centro de instruções rústico (à esquerda), que simula as saídas do avião, militares se preparam antes de entrar numa aeronave de verdade (abaixo): a decisão de transferir a brigada para o centro do país é uma estratégia de defesa, mas há outras razões, como o crescente aumento do tráfego aéreo civil no Rio e a preocupação do Exército com a cobiça do narcotráfico no recrutamento dos valentes e bem treinados pequedês
Tiro e queda Depois dos saltos (abaixo), uma equipe especial cuida da dobragem dos paraquedas (à esquerda): além dos quatro pulos obrigatórios, os paraquedistas terão ainda, no último da série, de simular o assalto a uma força inimiga, seguida de uma marcha de combate que pode chegar a 15 quilômetros, carregando todo o equipamento e armamento, que pesam cerca de 60 quilos; no ar, no entanto, oficiais e praças são todos iguais e um depende do outro
Entre o céu e o inferno
Penetramos na disputada Brigada de Infantaria Paraquedista, que terá a sede mudada do Rio para o centro do país
Por Chico Otávio
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Agora, tempos mais amenos, basta subir ao pedestal, expor o rosto na pequena abertura que dá para o campo de instrução e tocar um sino. Menos um.
Não há quem desça de lá de cabeça erguida. Ainda assim, todos querem correr o risco. Parece o treinamento de “Tropa de elite”, só que sem o Capitão Nascimento.
O sonho de todos é fazer parte da Brigada de Infantaria Paraquedista, a mais famosa tropa especial das Forças Armadas, e marchar com os lendários coturnos marrons, projeto de vida que não perde o encanto para jovens das periferias do Rio de Janeiro.
Somente naquele dia, foram 13 badaladas. As desistências, agravadas pelo calor severo, chegariam na primeira etapa (testes físicos) a 30% do total de voluntários do curso básico para oficiais e sargentos. Entre os que ficam, alguns recorrem ao direito a um atendimento médico durante a etapa para deixar o campo de instruções sem ter de subir ao pedestal. Um deles passa mancando por um oficial, que ironiza: — Isso parece pé-pretismo.
É uma alusão pejorativa ao soldado comum, que usa botas pretas e não tem o status do paraquedista.
— Para ser paraquedista, o voluntário não pode ter medo do solo ou pena do corpo — emenda o oficial.
Quem superar as provações, incluindo a terrível ginástica com toros, peça cilíndrica de ferro puro, erguida dezenas de vezes nos exercícios, chegará aos quatro saltos exigidos para receber o brevê e ao privilégio de usar as botas marrons e ostentar no peito o distintivo das asas de prata.
Mas a turma que se forma agora pode ser uma das últimas a festejar a formatura na Vila Militar do Rio. O projeto Braço Forte, lançado pelo Exército com as diretrizes para a reorganização da força, prevê a transferência da brigada para o Planalto Central, junto com os aviões de transporte da Força Aérea.
Formada por 15 quartéis com um total de cinco mil homens, a brigada dos soldados voadores da Vila Militar, em Deodoro, Zona Oeste, é movida por adrenalina. Logo no primeiro batalhão, uma placa expõe a política do lugar: “Tropa para homens de coragem e determinação.” A tensão faz parte da rotina, a ponto de existir um plano de pressão psicológica para a tropa. Afinal, em casos de conflitos, os paraquedistas são a primeira força a ser empregada, razão pela qual seus integrantes devem estar prontos para o lançamento na frente de combate em no máximo 48 horas.
De três a quatro vezes ao ano, a brigada testa sua capacidade de mobilização. Sem aviso prévio, os comandantes acionam o Plano de Chamada, que consiste em ativar uma teia de ligações telefônicas para achar todos os soldados, onde estiverem.
Desde 1944, quando o então capitão Roberto de Pessoa, primeiro paraquedista militar brasileiro, concluiu o curso nos Estados Unidos (no ano seguinte, ele ajudaria a fundar a brigada no Rio), a unidade acumulou poucas e discretas experiências de combate real.
Uma delas foi a campanha do Araguaia, confronto entre patrícios no regime militar dos anos 70. A outra, igualmente secreta, foi o lançamento de unidades na região do Rio Traíra, na fronteira da Amazônia brasileira com a selva colombiana, em retaliação ao ataque-surpresa dos guerrilheiros das Farc a um posto militar, em 1991.
Em tese, a decisão de transferir a brigada para o centro do país é uma estratégia de defesa. Além de ficar perto de Brasília, encurtaria a distância de áreas prioritárias, como a Amazônia. Outra razão é o crescente aumento do tráfego aéreo civil no Rio de Janeiro, que atrapalha as operações com as aeronaves de lançamento de tropas do Campo dos Afonsos.
Todavia, há outra motivação, mais reservada, para a saída da cidade: a preocupação do Exército com a cobiça do narcotráfico carioca no recrutamento, para as suas fileiras, do valente e bem treinado soldado pequedê.
Longe do Rio, o Exército estaria livre do risco. Mas, enquanto a mudança não acontece, a brigada reforça, a cada ano, os cuidados para impedir a contaminação. Já nos processos de seleção, o serviço de inteligência da unidade infiltra agentes entre os candidatos para checar se algum deles está envolvido, direta ou indiretamente, com o tráfico de drogas.
Até mesmo o endereço declarado pelo candidato é investigado, incluindo visitas ao local de residência. Este cuidado pode determinar o corte imediato do interessado, caso se verifique que ele mora em comunidades acossadas pela violência.
O futuro destino da brigada ainda não foi definido, mas estão cotadas as cidades de Anápolis (GO), Palmas (TO) e o Triângulo Mineiro.
No Rio, ficaria apenas uma brigada leve, com menos soldados e equipamentos.
Mas não há prazo definido para a transferência.
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
A brigada oferece dois cursos básicos, um para oficiais e sargentos e outro para recrutas.
Desde que foi fundada, em 1945, já receberam o brevê 77.740 paraquedistas.
A peneira começa sempre no ano anterior, quando seis mil voluntários, de 18 e 19 anos, se alistam na brigada. Até o fim do processo, cinco mil vão ficar pelo caminho, reprovados pelo exame médico-dentário (jovens com menos de 1,60 metro ou problemas de visão são automaticamente descartados), entrevistas sócio-psicológicas, pesquisa social (avalia a origem do candidato) e o primeiro exame físico, onde só passa quem conseguir subir numa corda de três metros, correr 2,2 mil metros em 12 minutos e fazer inúmeros saltos da torre, flexões e barras.
Em março, mês da incorporação, os mil selecionados passam a ser recrutas, mas terão de marchar os quatro meses seguintes, até o primeiro salto, de coturnos pretos.
A maior parte dos inscritos mora em bairros próximos, nas zonas Norte e Oeste, e em municípios da Baixada Fluminense.
Poucos chegaram ao ensino médio, perfil que faz do paraquedista um soldado privilegiado: sem boa instrução, o pequedê ganha R$ 800 mensais (o vencimento de um cabo chega a R$ 2 mil) e tem mais chance do que qualquer outro, após o serviço militar, de conseguir emprego na vida civil, principalmente na área de segurança privada — uma história já registrada no documentário “PQD”, de Guilherme Coelho.
A sargento Marília Gomes de Carvalho, de 28 anos, queria tanto ser paraquedista que, quando se candidatou (na época, já estava no Exército), recorreu a um treinador pessoal para ajudá-la a superar as provas físicas. Desde 2007 na brigada, Marília, moradora de Campo Grande, já acumula 14 saltos. Ela garante que não tem medo do que faz, porque confia nas instruções que recebe e no equipamento.
Mas nem todos da família pensam o mesmo.
— Nunca conto para minha mãe quando vamos voar. Só depois — diz ela.
Nas primeiras semanas, o recruta recebe a instrução militar tradicional, na qual aprende a marchar e fazer ordem unida, junto com a preparação física para o curso básico de paraquedismo.
Após outro teste físico, ele ingressa na área de estágio, um amplo e rústico centro de instruções onde se qualificará para o primeiro salto. São, seguramente, as duas mais difíceis semanas de preparativos.
Nessa fase, pelo menos 50 soldados não resistem aos rigores dos exercícios e tocam o sino da desistência.
— Já vai tarde — zomba um dos instrutores.
Apesar de toda a pressão, temperada pelos gritos e apitadas dos instrutores, os recrutas aprendem ali que a brigada é a mais democrática das unidades militares, porque, quando a tropa pula, todos os paraquedistas (oficiais e praças) são iguais no ar, e um depende do outro para uma descida segura.
— Já vi um general receber ordens de um sargento, que era o mestre-salto daquele avião mdash; conta um veterano paraquedista.
Como a pista de pouso, vizinha à brigada, e as aeronaves pertencem à Aeronáutica, o tal campo de instrução é o diferencial da brigada na Vila Militar.
O lugar é uma espécie de fitness rudimentar, com pesos de cimento, barras castigadas pela ferrugem e outras peças rústicas, como os toros de ferro — substitutos dos dormentes de trem usados no passado.
Mas ninguém se preocupa com as aparências. O que importa é a carga física e a capacidade de superação do recruta.
Ambulâncias com equipes atentas acompanham toda a jornada. Quando o calor é muito forte, o risco de intermação (estado mórbido produzido pelo calor) pode suspender a instrução.
Foi dali, garantem seus comandantes, que saíram no fim dos anos 70 os primeiros quadros do famigerado Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM. Outro filho da unidade é o antigo Batalhão de Forças Especiais do Exército, hoje transformado também em brigada.
Além das torres de saltos simulados, são atrações do campo as réplicas camufladas de três aviões usados no lançamento de paraquedistas (Bandeirantes, Hércules e Amazonas). Embora reproduzam as fuselagens originais, os protótipos, toscos, nem de longe compõem uma base aérea cenográfica. Servem apenas para reproduzir, na “aeronave”, todas as etapas que precedem o pulo.
Se resistir às duas semanas de estágio no campo, o recruta está apto para o momento mais importante dos quatro meses de instrução: o salto semiautomático, a 330 metros de altitude, na própria pista dos Afonsos.
Os militares brasileiros operam basicamente com dois tipos de salto. O mais difícil é o salto livre, feito a grandes alturas (até 11 mil metros), no qual o próprio militar aciona o paraquedas retangular, podendo direcionálo e aterrar em “áreas restritas”.
Já o salto mais simples é chamado de semiautomático porque o paraquedas é aberto sozinho, quatro segundos após o pulo, por uma fita conectada à aeronave.
Certa ocasião, nos anos 1990, essa fita não arrebentou, e um paraquedista, preso do lado de fora do avião, acabou arrancando com o corpo o leme de profundidade do aparelho. Era um Bandeirantes C-95 da FAB, que lançava paraquedistas na Restinga de Marambaia e virou imediatamente de cabeça para baixo, caindo instantes depois sobre uma casa no Recreio.
Quatro militares morreram, inclusive o responsável indireto pelo acidente, mas outros sete paraquedistas a bordo conseguiram saltar e sobreviver.
Um deles contou que teria oferecido um paraquedas ao mecânico, que preferiu ficar a bordo.
Hoje, em saltos semiautomáticos, o mestre-salto, militar responsável pela checagem do equipamento e pelo lançamento da tropa, incorporou uma faca a seu equipamento essencial.
— Se um paraquedista ficar preso e a situação colocar em risco a aeronave e seus tripulantes, não tenho dúvida: corto a corda e mando ele embora — diz um dos mais experientes da brigada.
Outro risco, instantes após o salto, é de entrelaçamento, situação que impede a abertura completa dos paraquedas.
Como o salto semiautomático é curto, para evitar que o militar seja abatido no ar em situações de combate, restaria pouco tempo para o acionamento manual do paraquedas reserva.
Além dos quatro saltos obrigatórios para o brevê, os paraquedistas terão ainda, no último pulo da série, de simular o assalto a uma força inimiga, seguida de uma marcha de combate que pode chegar a até 15 quilômetros, carregando todo o equipamento e armamento, que pesam cerca de 60 quilos.
Uma vez formados, os militares têm direito a ficar até seis anos em quartéis da brigada antes de ir para a reserva. Nesse período, precisam dar, no mínimo, quatro saltos por ano para não perder os conhecimentos adquiridos.
No mês passado, 480 paraquedistas aguardavam, num galpão chamado “rodoviária”, o momento de embarcar nos dois Hércules C-130 que faziam as operações naquele dia. Como chovia fino, parte do grupo, frustrada, foi mandada de volta à caserna, porque os oficiais temiam o desgaste dos paraquedas, que a cada secagem perdem a capacidade de reter o vento em seu tecido.
Agora, os que ficam não escondem a ansiedade que antecede a decolagem. O avião levanta voo e faz uma longa curva pelo flanco esquerdo da pista. Do alto, as portas abertas exibem os poucos edifícios, as casas e muitos barracos da Zona Oeste. O barulho dos motores, que invade a cabine, é ensurdecedor.
O paraquedista precursor (o primeiro a pular) se agacha e observa a manobra com a cabeça para fora do Hércules. Na gíria da brigada, ele “cheira o vento”. Ao verificar que o avião está na rota, comunica ao piloto, por intermédio do mecânico.
O mestre-salto, em seguida, dá uma ordem antes de contar o número de paraquedistas: — Preparar, levantar, enganchar.
Verificação de equipamento.
Em seguida, grita: — À porta! Os olhos do precursor, primeiro da fila, que se agarra à porta, se concentram nas lâmpadas comandadas pelo piloto.
Em segundos, a vermelha se apaga, substituída pela verde. O precursor, então, berra: — Já! E salta, seguido pelos demais companheiros.
Sonhando alto Num centro de instruções rústico (à esquerda), que simula as saídas do avião, militares se preparam antes de entrar numa aeronave de verdade (abaixo): a decisão de transferir a brigada para o centro do país é uma estratégia de defesa, mas há outras razões, como o crescente aumento do tráfego aéreo civil no Rio e a preocupação do Exército com a cobiça do narcotráfico no recrutamento dos valentes e bem treinados pequedês
Tiro e queda Depois dos saltos (abaixo), uma equipe especial cuida da dobragem dos paraquedas (à esquerda): além dos quatro pulos obrigatórios, os paraquedistas terão ainda, no último da série, de simular o assalto a uma força inimiga, seguida de uma marcha de combate que pode chegar a 15 quilômetros, carregando todo o equipamento e armamento, que pesam cerca de 60 quilos; no ar, no entanto, oficiais e praças são todos iguais e um depende do outro
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Umas alfinetadas iniciais e um certo saudosismo expressado, dito pelo autor, por um oficial.
Alfinetadas:
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Saudosismo:
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
Não tem a menor idéia da babaquice que está dizendo.
Existe, Brasil afora, povo e soldados com gabarito e desenvoltura muito superior a estes aos quais ele se refere.
Pobre de espírito, não sabe nada do que acontece "do outro lado da colina".
Alfinetadas:
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Saudosismo:
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
Não tem a menor idéia da babaquice que está dizendo.
Existe, Brasil afora, povo e soldados com gabarito e desenvoltura muito superior a estes aos quais ele se refere.
Pobre de espírito, não sabe nada do que acontece "do outro lado da colina".
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Verdade, Jauro. O pessoal deve estar puto por estar de mudança. Trocar o funk pelo sertanejo! 

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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
jauro escreveu:Umas alfinetadas iniciais e um certo saudosismo expressado, dito pelo autor, por um oficial.
Alfinetadas:
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Saudosismo:
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
Não tem a menor idéia da babaquice que está dizendo.
Existe, Brasil afora, povo e soldados com gabarito e desenvoltura muito superior a estes aos quais ele se refere.
Pobre de espírito, não sabe nada do que acontece "do outro lado da colina".
PQP.. eu não li isso. Me desculpe o ofcial que disse essa asneira, acho que ele realmente não conhece a realidade de Goiás e do Brasil Central. A Brigada de Operações Especiais está em Goiânia à quase 7 anos, e perguntem aos militares que são de fora se estão insatisfeitos com os recrutados daqui?
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Acho o que pode mudar no perfil dos militares recrutados em Anápolis com os do Rio, é a nítida falta de envolvimento dos mesmos com narcotraficantes de morro e outros tipos de malandragem encontrado por lá. Garanto que aqui não brotará nenhum “Marcelo PQD do morro do dendê”.
O povo goiano é trabalhador e guerreiro. Não existe isso de "recrutas daqui são espertos e versáteis, ao contrário dos garotos de lá". Besteira!!!!!!!!
O sangue cerradista vai honrar e muito a Brigada de Infantaria Paraquedista do EB. Acho que esse tipo de declaração infeliz, não passa de um chilique recalcado, de dor de cotovelo bairrista.
E outra coisa, tudo é Brasil!!!!!
Quer dizer então que os recrutas nordestinos são mais isso do que os gaúchos? E que os paulistas são mais aquilo do que os mineiros? Palhaçada o nome disso.
Aqui é Goiás meus camaradas, terra do diabo velho!
Eu mudo de nome se o EB estiver insatisfeitos com os meus conterrâneos.
O povo goiano é trabalhador e guerreiro. Não existe isso de "recrutas daqui são espertos e versáteis, ao contrário dos garotos de lá". Besteira!!!!!!!!
O sangue cerradista vai honrar e muito a Brigada de Infantaria Paraquedista do EB. Acho que esse tipo de declaração infeliz, não passa de um chilique recalcado, de dor de cotovelo bairrista.
E outra coisa, tudo é Brasil!!!!!
Quer dizer então que os recrutas nordestinos são mais isso do que os gaúchos? E que os paulistas são mais aquilo do que os mineiros? Palhaçada o nome disso.
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Marino escreveu: O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Agora, tempos mais amenos, basta subir ao pedestal, expor o rosto na pequena abertura que dá para o campo de instrução e tocar um sino. Menos um.
A chamada televisão?!

Já postei essa história aqui no DB narrada por um tenente que estava no avião. Não faço nem idéia por onde anda esse postJá o salto mais simples é chamado de semiautomático porque o paraquedas é aberto sozinho, quatro segundos após o pulo, por uma fita conectada à aeronave.
Certa ocasião, nos anos 1990, essa fita não arrebentou, e um paraquedista, preso do lado de fora do avião, acabou arrancando com o corpo o leme de profundidade do aparelho. Era um Bandeirantes C-95 da FAB, que lançava paraquedistas na Restinga de Marambaia e virou imediatamente de cabeça para baixo, caindo instantes depois sobre uma casa no Recreio.
Quatro militares morreram, inclusive o responsável indireto pelo acidente, mas outros sete paraquedistas a bordo conseguiram saltar e sobreviver.
Um deles contou que teria oferecido um paraquedas ao mecânico, que preferiu ficar a bordo.
O procedimento é outro, mas tudo bem o cara pagou o embuste dele.Hoje, em saltos semiautomáticos, o mestre-salto, militar responsável pela checagem do equipamento e pelo lançamento da tropa, incorporou uma faca a seu equipamento essencial.
— Se um paraquedista ficar preso e a situação colocar em risco a aeronave e seus tripulantes, não tenho dúvida: corto a corda e mando ele embora — diz um dos mais experientes da brigada.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
guerra
voce poderia me informar como eu faço para entrar na brigada de infantaria paraquedista sendo que moro em curitiba e completei 18 anos agora em 2010.
obrigado
voce poderia me informar como eu faço para entrar na brigada de infantaria paraquedista sendo que moro em curitiba e completei 18 anos agora em 2010.
obrigado
- Marino
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
http://www.defesabrasil.com/forum/viewt ... start=3615Rodrigo almeida escreveu:guerra
voce poderia me informar como eu faço para entrar na brigada de infantaria paraquedista sendo que moro em curitiba e completei 18 anos agora em 2010.
obrigado
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Frederico não tem que mudar de nome, mas você sabe ou deve saber que é completamente diferente o recrutamento e as funções dos recrutas da Bda Inf Pqdt e Bda Op Esp. Estatisticamente a maior parte da tropa da Brigada é oriunda do Sudeste e SulFrederico Vitor escreveu:jauro escreveu:Umas alfinetadas iniciais e um certo saudosismo expressado, dito pelo autor, por um oficial.
Alfinetadas:
O vexame é grande, mas já foi pior. O museu da unidade guarda a forca onde os voluntários eram obrigados a botar a cabeça e anunciar a desistência.
Saudosismo:
Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
Não tem a menor idéia da babaquice que está dizendo.
Existe, Brasil afora, povo e soldados com gabarito e desenvoltura muito superior a estes aos quais ele se refere.
Pobre de espírito, não sabe nada do que acontece "do outro lado da colina".
PQP.. eu não li isso. Me desculpe o ofcial que disse essa asneira, acho que ele realmente não conhece a realidade de Goiás e do Brasil Central. A Brigada de Operações Especiais está em Goiânia à quase 7 anos, e perguntem aos militares que são de fora se estão insatisfeitos com os recrutados daqui?
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Como vc mora em Curitiba acho que vai ter se apresentar lá. Se fosse da guarnição era só dizer que é voluntário e fazer o teste. Pega o telefone do comando da bda e da uma ligada para tirar essa duvida.Rodrigo almeida escreveu:guerra
voce poderia me informar como eu faço para entrar na brigada de infantaria paraquedista sendo que moro em curitiba e completei 18 anos agora em 2010.
obrigado
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Olha, se ao falar que os goianos podem ser piores que os do Rio (e adjacências) soa bairrismo e preconceito, dizer que os cariocas são traficantes não fica longe.
Os PQDs não estão saindo do Rio porque os soldados daqui são bandidos.
A gente prá malhar o rabo alheio tem que olhar o próprio antes de falar.
Em tempo, o cara falou uma besteira sem tamanho, não existe essa coisa de superioridade geográfica.
Os PQDs não estão saindo do Rio porque os soldados daqui são bandidos.
A gente prá malhar o rabo alheio tem que olhar o próprio antes de falar.
Em tempo, o cara falou uma besteira sem tamanho, não existe essa coisa de superioridade geográfica.
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
O oficial parece que pensa que fora do Rio só tem caipira ingênuo. Julgando que alguém realmente falou isso a sério e não foi uma frase "a la" Barrica do tipo "o carro é uma porcaria" que é uma brincadeira pontual.jauro escreveu:Paraquedistas veteranos concordam com a mudança, mas temem que os futuros soldados, recrutados em cidades do centro do país, mudem o perfil da corporação: — Apesar dos perigos que o Rio oferece, os recrutas daqui são espertos e versáteis. Se viram bem em qualquer situação, ao contrário dos garotos de lá — diz um oficial.
Não tem a menor idéia da babaquice que está dizendo.
Existe, Brasil afora, povo e soldados com gabarito e desenvoltura muito superior a estes aos quais ele se refere.
Pobre de espírito, não sabe nada do que acontece "do outro lado da colina".
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
Calma ai, galera, falar mau de Carioca é apelar, sou do Rio e não sou Traficante, pelo contrario, odeio.
Mas eu vou tocar em um ponto que só estão falando em mudar e do Oficial que também acho que falou besteira.
Primeiramente, os esquadrões de transporte estão em Afonsos e Galeão, não ouvi falar em transferencia de Esquadrão de Transporte nenhuma logistica esta incompleta, pois acho que 6ºETA em Brasilia não dará conta de uma brigada PQP.
Segundo, Construir outro Campo se gasta dinheiro, e além do mais a Parasar e Fuzileiros vão continuar no Rio, ou seja o tudo que fala em operações, treinamento das forças em conjunto ficará no papel do END.
Terceiro, Falou que no lugar da Brigada PQD ficar uma Brigada Aeromovel, irá se transferir um esquadrão de Taubate ou vai ser criado outro?
Por ultimo, Claro, no centro do Pais estrategicamente é valido a transferencia e mais, não acho diferença nenhuma entre recruta do Rio e do Centro Oeste, só o terreno é diferente, porem PQD é pronto para qualquer terreno, se mantiver o mesmo treinamento. vai ser show.
Só acho caro transferir, sem que as outras força não vá junto, pois terá que deslocar Hercules e Amazonas, em vez de fazer contenção de gastos para investir onde se tem necessidade, vai fazer mais uma planta militar, para mais um gasto.
Além do mais querendo ou não centro oeste só tem a capital para defender, no Sudeste, tem pontos Cruciais, como Usinas Nucleares, Vale do Paraiba(70% de todas as industrias do Brasil), onde tem as Industrias Nuclear(Resende e Iperó), Aerea, Automotivas e Centros de pesquisas.
Acho que esta muito mau planejado essa transferencia, sem logistica aerea (esquadroes 1º GTT Gordo, Coral (1º/1º) Cascavel (2º/1º), e do Arara que faz o treinamento dos cadetes da AMAN em Resende), financeira que é pago para cada militar a transferencia de cidade.
Quero saber quem vai pagar essa Brincadeira, que deve sair mais de 1bilhão, só a Brigada de Forças Especiais, para ser criada foram mais de 300milhoes.
"Esses 4 Campos custarão ao EB US$ 300 milhões cada um em investimentos ao longo do plano. Entretanto, os 4 somados terão um alto, porém, necessário custo de operação anual de US$ 200 milhões, incluindo-se todas as despesas com treinamento, deslocamentos e manutenção de operações fora do país."
Custos da Brigada de Forças Especiais, coloca agora a PQD, e enquanto isso falta alguns milhoes para desenvolvimento de equipamentos criticos parados no CTEx.
Conclusão: "Tá legal levar a Brigada pra Centro Oeste, mas sem que algum esquadrão vá junto fica dificil e foda que Fuzileiro e Para-sar continua no Rio, será que a FAB vai deixar os seus para ir com o Exercito? E mais ainda, toda Logistica de armas, munições, equipamentos esta no sudeste, vale apena deixar os avioes longe dessas fabricas? "
Lembrando tambem, eu sei da dificuldade para o treinamento pqp no Rio, trafego intenso fazendo o Procedimento afonso para pouso em SDU.
Isso tem que ser analizado, em todos lado, financeiramente, estrategicamente(Vale apena no ponto que esta no centro do pais, porém 90% da infra estrutura critica esta no Sudeste).. Eu que não quero perder cabelo com isso, existe Generais, Almirantes e Brigadeiros para isso!
Lembrando, se o Brasil fosse invadido hoje, os lugares a serem defendidos são, Usinas Hidreletria e Nuclear, Industrias, portos com profundidade para recebimento de suprimentos, capital (caro).
https://www.defesa.gov.br/UserFiles/Fil ... z_2009.pdf
Se olharem o link na apresentação da restruturação, não tem transferencia dos vetores de transporte., vão solta de torrequeda, em vez de paraquedistas, vão ser torrequedistas???
Torrequeta é a torre que se faz o treinamento antes de pular do avião.. O que aparece já existe lá.
Mas eu vou tocar em um ponto que só estão falando em mudar e do Oficial que também acho que falou besteira.
Primeiramente, os esquadrões de transporte estão em Afonsos e Galeão, não ouvi falar em transferencia de Esquadrão de Transporte nenhuma logistica esta incompleta, pois acho que 6ºETA em Brasilia não dará conta de uma brigada PQP.
Segundo, Construir outro Campo se gasta dinheiro, e além do mais a Parasar e Fuzileiros vão continuar no Rio, ou seja o tudo que fala em operações, treinamento das forças em conjunto ficará no papel do END.
Terceiro, Falou que no lugar da Brigada PQD ficar uma Brigada Aeromovel, irá se transferir um esquadrão de Taubate ou vai ser criado outro?
Por ultimo, Claro, no centro do Pais estrategicamente é valido a transferencia e mais, não acho diferença nenhuma entre recruta do Rio e do Centro Oeste, só o terreno é diferente, porem PQD é pronto para qualquer terreno, se mantiver o mesmo treinamento. vai ser show.
Só acho caro transferir, sem que as outras força não vá junto, pois terá que deslocar Hercules e Amazonas, em vez de fazer contenção de gastos para investir onde se tem necessidade, vai fazer mais uma planta militar, para mais um gasto.
Além do mais querendo ou não centro oeste só tem a capital para defender, no Sudeste, tem pontos Cruciais, como Usinas Nucleares, Vale do Paraiba(70% de todas as industrias do Brasil), onde tem as Industrias Nuclear(Resende e Iperó), Aerea, Automotivas e Centros de pesquisas.
Acho que esta muito mau planejado essa transferencia, sem logistica aerea (esquadroes 1º GTT Gordo, Coral (1º/1º) Cascavel (2º/1º), e do Arara que faz o treinamento dos cadetes da AMAN em Resende), financeira que é pago para cada militar a transferencia de cidade.
Quero saber quem vai pagar essa Brincadeira, que deve sair mais de 1bilhão, só a Brigada de Forças Especiais, para ser criada foram mais de 300milhoes.
"Esses 4 Campos custarão ao EB US$ 300 milhões cada um em investimentos ao longo do plano. Entretanto, os 4 somados terão um alto, porém, necessário custo de operação anual de US$ 200 milhões, incluindo-se todas as despesas com treinamento, deslocamentos e manutenção de operações fora do país."
Custos da Brigada de Forças Especiais, coloca agora a PQD, e enquanto isso falta alguns milhoes para desenvolvimento de equipamentos criticos parados no CTEx.
Conclusão: "Tá legal levar a Brigada pra Centro Oeste, mas sem que algum esquadrão vá junto fica dificil e foda que Fuzileiro e Para-sar continua no Rio, será que a FAB vai deixar os seus para ir com o Exercito? E mais ainda, toda Logistica de armas, munições, equipamentos esta no sudeste, vale apena deixar os avioes longe dessas fabricas? "
Lembrando tambem, eu sei da dificuldade para o treinamento pqp no Rio, trafego intenso fazendo o Procedimento afonso para pouso em SDU.
Isso tem que ser analizado, em todos lado, financeiramente, estrategicamente(Vale apena no ponto que esta no centro do pais, porém 90% da infra estrutura critica esta no Sudeste).. Eu que não quero perder cabelo com isso, existe Generais, Almirantes e Brigadeiros para isso!
Lembrando, se o Brasil fosse invadido hoje, os lugares a serem defendidos são, Usinas Hidreletria e Nuclear, Industrias, portos com profundidade para recebimento de suprimentos, capital (caro).
https://www.defesa.gov.br/UserFiles/Fil ... z_2009.pdf
Se olharem o link na apresentação da restruturação, não tem transferencia dos vetores de transporte., vão solta de torrequeda, em vez de paraquedistas, vão ser torrequedistas???
Torrequeta é a torre que se faz o treinamento antes de pular do avião.. O que aparece já existe lá.
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Re: Reportagem Brigada Paraquedista
vitor freitas escreveu:Calma ai, galera, falar mau de Carioca é apelar, sou do Rio e não sou Traficante, pelo contrario, odeio.
Calma ai, galera, falar mau de Carioca é apelar, sou do Rio e não sou Traficante, pelo contrario, odeio.
Mas eu vou tocar em um ponto que só estão falando em mudar e do Oficial que também acho que falou besteira.
Primeiramente, os esquadrões de transporte estão em Afonsos e Galeão, não ouvi falar em transferencia de Esquadrão de Transporte nenhuma logistica esta incompleta, pois acho que 6ºETA em Brasilia não dará conta de uma brigada PQP.
(...)
Além do mais querendo ou não centro oeste só tem a capital para defender, no Sudeste, tem pontos Cruciais, como Usinas Nucleares, Vale do Paraiba(70% de todas as industrias do Brasil), onde tem as Industrias Nuclear(Resende e Iperó), Aerea, Automotivas e Centros de pesquisas.
Acho que esta muito mau planejado essa transferencia, sem logistica aerea (esquadroes 1º GTT Gordo, Coral (1º/1º) Cascavel (2º/1º), e do Arara que faz o treinamento dos cadetes da AMAN em Resende), financeira que é pago para cada militar a transferencia de cidade.
(...)
Conclusão: "Tá legal levar a Brigada pra Centro Oeste, mas sem que algum esquadrão vá junto fica dificil e foda que Fuzileiro e Para-sar continua no Rio, será que a FAB vai deixar os seus para ir com o Exercito? E mais ainda, toda Logistica de armas, munições, equipamentos esta no sudeste, vale apena deixar os avioes longe dessas fabricas? "
Prezado Vitor Freitas:
Quanto ao 6º ETA, tens razão, não será um Brasília mais três ou quatro Bandeirantes que poderão lançar a Brigada Aeroterrestre.
Mas, veja esta notícia:
A Base Aérea de Campo Grande receberá cinco novas unidades, que deverá aumentar o efetivo em 500 militares e mais 10 novas aeronaves. Neste ano, serão realizados investimentos de R$ 15 milhões.
A previsão é que o Para-sar (Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento), que será transferido do Rio de Janeiro para Mato Grosso do Sul, entre em funcionamento até o fim de 2010. O grupo é responsável pelas Operações Especiais da FAB (Força Aérea Brasileira) de busca e resgate.
Já a vinda do Grupo de Aviação (1º/16º GAvCa) Esquadrão Adelphy- trará caças A1-AMX, considerados de primeira linha, para Campo Grande. Conforme a assessoria de imprensa da Base, a aeronave é mais veloz dos que os caças Super Tucanos, utilizados atualmente.
Há indicações de que os Esquadrões “Coral” – 1º/1ºGTT e “Cascavel” – 2º/1ºGTT também serão transferidos para o Planalto Central, em seguimento à Brigada AeroTerrestre .
O projeto de ampliação também prevê a criação do Esquadrão Vant (Veículo Aéreo não Tripulado), do Grupo de Comunicação e Controle e da 2º CAAD (responsável pela Artilharia Anti-Aérea em aeródromos).