Conselho de Defesa Sul-americano?
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- Edu Lopes
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
Brasil quer conselho de defesa sul-americano até fim do ano, diz Jobim
Ministro Nelson Jobim vai percorrer América Latina para discutir criação de órgão.
Da BBC Brasil em Washington - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta sexta-feira, em Washington, que acredita que a proposta brasileira de criar um Conselho Sul-Americano de Defesa será implantada até o final deste ano.
Jobim fará a partir do dia 14 de abril um giro pela América Latina para discutir a criação do órgão com os diferentes países da região.
As discussões do ministro terão início na Venezuela, onde ele irá se encontrar com o presidente Hugo Chávez.
Em seguida, ele irá para Suriname, Guiana, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Jobim disse na sede do instituto de pesquisas Center for Strategic and International Studies (CSIS) que a proposta brasileira de criar o conselho visa criar políticas comuns de defesa, intercâmbio de pessoal, participação conjunta em operações de paz da ONU e a possibilidade de ação coordenada em ameaças enfrentadas pelos diferentes países.
O ministro da Defesa se encontrou nesta sexta-feira com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e na quinta, como o secretário de Defesa, Robert Gates. Ele contou que os dois se entusiasmaram com a proposta brasileira.
Grande agrado
Jobim qualificou a conversa com Rice como ''ótima''. E, durante o encontro com a secretária, ele manifestou ''a posição brasileira sobre as questões da América do Sul, mostrando que temos condições de resolver as nossas questões''.
Segundo o ministro, Rice considerou ''extraordinariamente interessante a iniciativa, viu com grande agrado''.
A recente operação militar da Colômbia em território equatoriano também foi um dos temas do encontro.
Ele disse ter expressado a ''posição brasileira de que não admitiríamos, sob hipótese alguma, a invasão de território''.
Contribuição dos EUA
Jobim contou que o secretário Robert Gates teria indagado se os Estados Unidos poderiam contribuir com o conselho de defesa, mas respondeu que ''por enquanto, a colaboração que os senhores podem fazer neste momento é ficar à distância'', já que o órgão diz respeito apenas às nações sul-americanas.
Indagado se os Estados Unidos manifestaram qualquer reserva ao fato de a Venezuela ter um papel no conselho, o ministro comentou que não, mesmo porque ''não têm nenhum direito de fazê-lo, uma vez que não diz respeito a eles''.
Em resposta a uma pergunta se a proposta brasileira não entraria em choque com o projeto do líder venezuelano, Hugo Chávez, de criar um órgão de defesa com as nações que integram a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), Jobim afirmou que ''o presidente Chávez tem interesse na criação do conselho''.
Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac143968,0.htm
Ministro Nelson Jobim vai percorrer América Latina para discutir criação de órgão.
Da BBC Brasil em Washington - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta sexta-feira, em Washington, que acredita que a proposta brasileira de criar um Conselho Sul-Americano de Defesa será implantada até o final deste ano.
Jobim fará a partir do dia 14 de abril um giro pela América Latina para discutir a criação do órgão com os diferentes países da região.
As discussões do ministro terão início na Venezuela, onde ele irá se encontrar com o presidente Hugo Chávez.
Em seguida, ele irá para Suriname, Guiana, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Jobim disse na sede do instituto de pesquisas Center for Strategic and International Studies (CSIS) que a proposta brasileira de criar o conselho visa criar políticas comuns de defesa, intercâmbio de pessoal, participação conjunta em operações de paz da ONU e a possibilidade de ação coordenada em ameaças enfrentadas pelos diferentes países.
O ministro da Defesa se encontrou nesta sexta-feira com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e na quinta, como o secretário de Defesa, Robert Gates. Ele contou que os dois se entusiasmaram com a proposta brasileira.
Grande agrado
Jobim qualificou a conversa com Rice como ''ótima''. E, durante o encontro com a secretária, ele manifestou ''a posição brasileira sobre as questões da América do Sul, mostrando que temos condições de resolver as nossas questões''.
Segundo o ministro, Rice considerou ''extraordinariamente interessante a iniciativa, viu com grande agrado''.
A recente operação militar da Colômbia em território equatoriano também foi um dos temas do encontro.
Ele disse ter expressado a ''posição brasileira de que não admitiríamos, sob hipótese alguma, a invasão de território''.
Contribuição dos EUA
Jobim contou que o secretário Robert Gates teria indagado se os Estados Unidos poderiam contribuir com o conselho de defesa, mas respondeu que ''por enquanto, a colaboração que os senhores podem fazer neste momento é ficar à distância'', já que o órgão diz respeito apenas às nações sul-americanas.
Indagado se os Estados Unidos manifestaram qualquer reserva ao fato de a Venezuela ter um papel no conselho, o ministro comentou que não, mesmo porque ''não têm nenhum direito de fazê-lo, uma vez que não diz respeito a eles''.
Em resposta a uma pergunta se a proposta brasileira não entraria em choque com o projeto do líder venezuelano, Hugo Chávez, de criar um órgão de defesa com as nações que integram a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), Jobim afirmou que ''o presidente Chávez tem interesse na criação do conselho''.
Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac143968,0.htm


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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
Articulação da defesa
Mario Cesar Flores
Tem sido noticiado ser intenção do governo brasileiro promover a criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa para - conforme declaração atribuída ao ministro da Defesa - "articular a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, formação e treinamento de militares, realização de exercícios militares conjuntos, participação conjunta em missões de paz das Nações Unidas, integração de bases industriais de defesa".
O primeiro propósito merece cuidados, os demais fazem sentido. Até mesmo a integração industrial, que facilita a viabilização econômica da indústria e estimula a confiança mútua, embora realisticamente sua possibilidade de sucesso seja pequena, salvo talvez entre Brasil e Argentina. E mesmo essa viverá dificuldades decorrentes do conflito de interesses econômicos que já vem tumultuando o avanço do Mercosul e de um quesito tão complicado quanto necessário à produção rentável, a padronização da demanda.
Mas, admitida a pertinência dos propósitos, discutível o primeiro, para concretizá-los é indispensável esse conselho? Aparentemente, não: tais propósitos estão há muito tempo na agenda sul-americana desejável e possível, convindo incrementá-los via mecanismos de cooperação política, militar e econômica já existentes e usados.
Passemos à articulação das políticas de defesa, tratada aqui a partir de uma afirmação e de sua pergunta conseqüente: a política de defesa de um país deve ser função dos fundamentos que delineiam as preocupações nacionais; são esses fundamentos nacionais comuns aos países sul-americanos, a ponto de justificarem a complexa articulação das políticas?
Não são. Alguns países cultivam contenciosos de origem histórica (limites marítimos Peru-Chile e Colômbia-Venezuela, Essequibo, saída da Bolívia para o mar, o mal digerido Canal de Beagle, e por aí vai), outros surgirão na onda do interesse por recursos naturais, haja vista a Guerra do Chaco, e situações de confronto como a criada pelas Farc (Colômbia-Equador/Venezuela) podem repetir-se. Esses países vêem nesses contenciosos razões a serem consideradas em suas políticas de defesa. Um caso insólito: para o presidente da Venezuela e seu socialismo bolivariano, o inimigo é o "império" (seu agente protagônico, os EUA). Será esse o inimigo dos demais países? Provavelmente, não. Na verdade, é provável que alguns vejam mais razão de preocupação na Venezuela atual e, ainda que em declínio, para as culturas psicopolíticas de uns tantos vizinhos nossos o Brasil justifica apreensão - rescaldo do passado e por força da assimetria territorial, econômica e demográfica.
Nessas circunstâncias, como articular políticas de defesa? O que seria isso? A assimetria, naturalmente estendida ao preparo militar, será assimilável ou os demais países procurariam usar a articulação para cercear o preparo militar brasileiro coerente com o Brasil? Será que a articulação seria capaz de moderar o armamentismo venezuelano? Será que não viria a ser mais fonte de fricções (entre elas, seu uso para defender a alternância regional no cargo de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pretendido pelo governo brasileiro) do que solução para ameaças difusas? Existem aspectos concretos adequados à articulação, a exemplo do combate às drogas, ao contrabando e ao terrorismo. Entretanto, diferentemente da defesa ampla e abstrata, esses aspectos podem ser objeto de acordos específicos, mais de segurança que de defesa, embora implicando o uso do poder militar, restritos no propósito, no espaço e nas modalidades operacionais.
Enfim, há espaço para - e conveniência de - ajustes de cooperação limitada e conjuntural, mas a defesa em seu sentido abrangente é em princípio nacional. Assim tem sido na História, salvo quando existe claro inimigo comum: esse foi o caso da Otan na guerra fria - hoje em revisão em razão do colapso do propósito coletivo original - e do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), em que os EUA procuram substituir a extinta razão de ser inicial pelo terrorismo. No fundo, não há como fugir: articulação (integração ou seja qual for o conceito semântico usado) implica compromissos ou concessões - já difíceis na economia, muito mais são na defesa, sem a pressão de preocupação comum, como demonstra o lentíssimo avanço da união estratégica, na União Européia. E não é a versão de inimigo comum do presidente da Venezuela que irá produzir o clima necessário para admiti-los...
Pode-se assim resumir o tema: é desejável incrementar a participação conjunta em forças sob mandato internacional, a cooperação no combate ad hoc a delitos transnacionais e no preparo militar (humano, operacional e material), é desejável procurar a complementação industrial possível, inserida na integração econômica em curso - para o que já existem experiência e mecanismos. Quanto a eventuais contenciosos regionais, eles devem ser tratados nos foros políticos (ONU, OEA, Grupo do Rio...) e econômicos adequados, cabendo aos militares o assessoramento oportuno. Se a instância política tender a se esgotar, deve competir a ela própria conceber a seqüência conveniente: esse é o modelo não sujeito a regimes autoritário-militaristas, inexistentes na América do Sul. Vale aqui uma observação pertinente ao Brasil, onde é precário - se tanto - o relacionamento entre as políticas externa e de defesa: a existência de capacidade militar brasileira compatível com o País será apoio persuasivo útil ao sucesso da instância política.
O Conselho Sul-Americano de Defesa precisa, portanto, ser prudentemente avaliado quanto à sua efetiva necessidade em face das razões que o justificariam e da sua complicada operacionalidade, para evitar que as circunstâncias sul-americanas e a ausência de consistente preocupação comum o transformem em foro de fricções com sabor militar ou, mais provável, o tendam à inocuidade, à semelhança do Tratado de Cooperação Amazônica.
Mario Cesar Flores é almirante-de-esquadra (reformado)
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 1043,0.php
Mario Cesar Flores
Tem sido noticiado ser intenção do governo brasileiro promover a criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa para - conforme declaração atribuída ao ministro da Defesa - "articular a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, formação e treinamento de militares, realização de exercícios militares conjuntos, participação conjunta em missões de paz das Nações Unidas, integração de bases industriais de defesa".
O primeiro propósito merece cuidados, os demais fazem sentido. Até mesmo a integração industrial, que facilita a viabilização econômica da indústria e estimula a confiança mútua, embora realisticamente sua possibilidade de sucesso seja pequena, salvo talvez entre Brasil e Argentina. E mesmo essa viverá dificuldades decorrentes do conflito de interesses econômicos que já vem tumultuando o avanço do Mercosul e de um quesito tão complicado quanto necessário à produção rentável, a padronização da demanda.
Mas, admitida a pertinência dos propósitos, discutível o primeiro, para concretizá-los é indispensável esse conselho? Aparentemente, não: tais propósitos estão há muito tempo na agenda sul-americana desejável e possível, convindo incrementá-los via mecanismos de cooperação política, militar e econômica já existentes e usados.
Passemos à articulação das políticas de defesa, tratada aqui a partir de uma afirmação e de sua pergunta conseqüente: a política de defesa de um país deve ser função dos fundamentos que delineiam as preocupações nacionais; são esses fundamentos nacionais comuns aos países sul-americanos, a ponto de justificarem a complexa articulação das políticas?
Não são. Alguns países cultivam contenciosos de origem histórica (limites marítimos Peru-Chile e Colômbia-Venezuela, Essequibo, saída da Bolívia para o mar, o mal digerido Canal de Beagle, e por aí vai), outros surgirão na onda do interesse por recursos naturais, haja vista a Guerra do Chaco, e situações de confronto como a criada pelas Farc (Colômbia-Equador/Venezuela) podem repetir-se. Esses países vêem nesses contenciosos razões a serem consideradas em suas políticas de defesa. Um caso insólito: para o presidente da Venezuela e seu socialismo bolivariano, o inimigo é o "império" (seu agente protagônico, os EUA). Será esse o inimigo dos demais países? Provavelmente, não. Na verdade, é provável que alguns vejam mais razão de preocupação na Venezuela atual e, ainda que em declínio, para as culturas psicopolíticas de uns tantos vizinhos nossos o Brasil justifica apreensão - rescaldo do passado e por força da assimetria territorial, econômica e demográfica.
Nessas circunstâncias, como articular políticas de defesa? O que seria isso? A assimetria, naturalmente estendida ao preparo militar, será assimilável ou os demais países procurariam usar a articulação para cercear o preparo militar brasileiro coerente com o Brasil? Será que a articulação seria capaz de moderar o armamentismo venezuelano? Será que não viria a ser mais fonte de fricções (entre elas, seu uso para defender a alternância regional no cargo de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pretendido pelo governo brasileiro) do que solução para ameaças difusas? Existem aspectos concretos adequados à articulação, a exemplo do combate às drogas, ao contrabando e ao terrorismo. Entretanto, diferentemente da defesa ampla e abstrata, esses aspectos podem ser objeto de acordos específicos, mais de segurança que de defesa, embora implicando o uso do poder militar, restritos no propósito, no espaço e nas modalidades operacionais.
Enfim, há espaço para - e conveniência de - ajustes de cooperação limitada e conjuntural, mas a defesa em seu sentido abrangente é em princípio nacional. Assim tem sido na História, salvo quando existe claro inimigo comum: esse foi o caso da Otan na guerra fria - hoje em revisão em razão do colapso do propósito coletivo original - e do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), em que os EUA procuram substituir a extinta razão de ser inicial pelo terrorismo. No fundo, não há como fugir: articulação (integração ou seja qual for o conceito semântico usado) implica compromissos ou concessões - já difíceis na economia, muito mais são na defesa, sem a pressão de preocupação comum, como demonstra o lentíssimo avanço da união estratégica, na União Européia. E não é a versão de inimigo comum do presidente da Venezuela que irá produzir o clima necessário para admiti-los...
Pode-se assim resumir o tema: é desejável incrementar a participação conjunta em forças sob mandato internacional, a cooperação no combate ad hoc a delitos transnacionais e no preparo militar (humano, operacional e material), é desejável procurar a complementação industrial possível, inserida na integração econômica em curso - para o que já existem experiência e mecanismos. Quanto a eventuais contenciosos regionais, eles devem ser tratados nos foros políticos (ONU, OEA, Grupo do Rio...) e econômicos adequados, cabendo aos militares o assessoramento oportuno. Se a instância política tender a se esgotar, deve competir a ela própria conceber a seqüência conveniente: esse é o modelo não sujeito a regimes autoritário-militaristas, inexistentes na América do Sul. Vale aqui uma observação pertinente ao Brasil, onde é precário - se tanto - o relacionamento entre as políticas externa e de defesa: a existência de capacidade militar brasileira compatível com o País será apoio persuasivo útil ao sucesso da instância política.
O Conselho Sul-Americano de Defesa precisa, portanto, ser prudentemente avaliado quanto à sua efetiva necessidade em face das razões que o justificariam e da sua complicada operacionalidade, para evitar que as circunstâncias sul-americanas e a ausência de consistente preocupação comum o transformem em foro de fricções com sabor militar ou, mais provável, o tendam à inocuidade, à semelhança do Tratado de Cooperação Amazônica.
Mario Cesar Flores é almirante-de-esquadra (reformado)
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 1043,0.php


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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
El difícil camino hacia un Consejo de Defensa de Sudamérica
Abr-03-08 - por Ignacio J. Osacar (Coordinador de la Comisión de Defensa del CENM)
Pocos recuerdan hoy lo dicho por el presidente Chávez en 2006: "Debe llegar el día en que el Mercosur tenga una organización de defensa donde vayamos fusionando las Fuerzas Armadas de nuestros países y donde enmarquemos una estrategia propia de seguridad, soberanía y defensa". Esto fue expresado en presencia de muchos presidentes de la región, cuando celebraban el 195 aniversario de la independencia de Venezuela. Esta idea, que quizás sorprendió a algunos, no recibió apoyo de casi nadie, fue más bien vista como otra extravagancia inviable del bolivariano petrolero y pasó prontamente al olvido. Sin embargo, hace pocos días, acaba de ser relanzada por el presidente Lula, lo cual, lógicamente, merece ser apreciado de otra manera.
Es conveniente efectuar una revisión retrospectiva. El único apoyo recibido a la propuesta de Chávez provino casualmente del Dr. Aurelio Garcia, asesor del presidente Lula, quien se mostró partidario de una "Junta Sudamericana de Defensa", diferenciándose de la ya existente "Interamericana" con sede en Washington, con la finalidad de no cometer errores en la integración sudamericana, como los que cometiera Europa por no haber implementado oportunamente una forma autónoma de defensa europea y que, a pesar de tener firmes definiciones políticas, no contó con el instrumento militar necesario para detener la crisis en los Balcanes, antes de que escalara al nivel de conflicto bélico generalizado.
Dijo Garcia en ese momento: "Nosotros deberíamos empezar a discutir en Sudamérica una seguridad colectiva para la región, con las especificidades del caso, que son distintas a la seguridad que nos quieren imponer de afuera hacia adentro", en clara alusión a las nuevas doctrinas militares de Estados Unidos. Sin embargo, agregó que es necesario para implementar estas ideas en el marco de la integración "ceder soberanía" en algunos casos, además de llevar adelante "políticas industriales comunes en los sectores militares".
Otras voces no brasileras del Mercosur señalaron en ese momento que Brasil quería crear nuevas estructuras para liderarlas y presidirlas, lo que afirmaría su rol hegemónico, el que ya ha planteado en otros ámbitos, y que también lo extendería a la defensa de la región. Efectivamente, esto es así pero Brasil no solo pretende liderar la región, sino que va más allá y aspira a poseer un asiento permanente en el Consejo de Seguridad de la ONU.
El general brasilero Augusto Heleno Pereira, quien fuera jefe militar de la misión MINUSTAH en Haiti (importante laboratorio de conducción de tropas multinacionales regionales y extraregionales, experiencia que hasta ese momento era muy escasa para Brasil), quien es hoy Comandante de la vasta y estratégica Región Militar de Amazonía, agregó prudentemente al respecto que: "Se deben aumentar las relaciones entre las FFAA de América del Sur, con intercambio de personal y ejercicios conjuntos. Lo estamos haciendo pero podemos hacer mucho mas". El general Heleno quizás sea hoy uno de los más calificados para liderar una estructura como la anunciada por el presidente Lula.
Las objeciones al llamado de Chávez surgieron de Uruguay, en donde un documento militar afirmaba que: "La integración de un mecanismo de defensa regional, a partir de la asociación comercial existente implica estudiar en qué calidad nos integraríamos, junto a los demás miembros del bloque, y en particular con respecto a Brasil y Argentina, ya que se deberá tener en cuenta en qué proporción ellos estarán dispuestos a considerar nuestras posibilidades en recursos humanos y materiales, o nuestras limitaciones económicas."
Agregaba el documento uruguayo que "deberá quedar claramente establecida si la integración tendrá como objetivo la participación de fuerzas de paz, como se viene realizando en Haití, o si abarcará también la participación en cuestiones de seguridad interior de los países miembros del bloque, con lo cual nuestro país podría verse obligado a participar en la lucha contra el terrorismo, la delincuencia organizada o la insurgencia dentro del territorio de uno de los países del bloque y viceversa."
Más adelante afirma que: "Seguramente todos los países integrantes de la región comparten la visión actual de las "nuevas amenazas" (narcoterrorismo, narcotráfico, crimen organizado, corrupción, marginación, pobreza extrema, etc.). No obstante esto, por diversas razones de orden geográfico, político o económico, no todos los países se verán afectados por éstas, de la misma forma o con la misma intensidad, lo que puede llevar a que nuestro país "importe" amenazas (Internacionalización de la Amazonia). Ello provocará concepciones diferentes en lo que respecta a la definición de seguridad o a la formulación de las políticas de defensa".
Cabe señalar que esa misma inquietud es válida para otros países, muy especialmente para Argentina, cuyas tropas serían empeñadas en operaciones militares en un ámbito internacional que, paradójicamente, les son estrictamente prohibidas por ley en su propio país, pero que de hecho las están ejecutando en Haití bajo el mandato de la ONU.
Es posible que no se hubiera revalidado la necesidad de un órgano autónomo, independiente en su accionar de la participación o ingerencia de los Estados Unidos o de los mandatos de la ONU, sin que hubiera sucedido el ataque de Colombia contra las FARC, dentro de territorio de Ecuador, con la consiguiente movilización de efectivos militares hacia las fronteras, no sólo de los países directamente involucrados sino de un tercero como Venezuela. Esto quizás fue la gota que rebasó el vaso, ya que no es por la violencia originada por actores no estatales, la cual es sufrida por varios países de la región desde hace décadas, sino por la velocidad demostrada para que ésta pueda transformarse en un conflicto interestatal de proyecciones imprevistas.
La creación de un Consejo Sudamericano de Defensa fue anunciada por el ministro de Defensa de Brasil, Nelson Jobin, en la Escuela de Guerra Naval el 14 de marzo último. Se espera realizar una reunión con todos los representantes de países sudamericanos antes de fin de año en Brasilia para consolidar la creación de dicho organismo. Afirmó Jobin que: "América del Sur necesita tener una sola voz en la cuestiones de defensa. Esa voz única en el continente permitirá que los países de la región articulen medidas multilaterales de fomento, de confianza, de transparencia y de seguridad". Como cierre concluyó que: "La osadía tiene que ser la forma para alcanzar nuestra meta, sumada con la capacidad política de percepción de aquello que llamamos sentido de la oportunidad".
Ante el ofrecimiento de colaboración por parte de Estados Unidos al proyecto, la respuesta que trascendió de Jobin fue al parecer que "colaborarían mucho no haciendo nada."
La realidad es que no hay en la actualidad país sudamericano, que además de sus conflictos de seguridad internos, no mantenga alguna disputa o tensión con alguno de sus vecinos o, incluso, con países extracontinentales, como nuestro país por el reclamo por las Islas Malvinas con Gran Bretaña, la superposición de los limites del sector antártico, también con Gran Bretaña y con Chile, la demarcación de los Campos de Hielos Sur con Chile, las Papeleras con Uruguay y la Triple Frontera con Brasil y Paraguay. En el caso de Bolivia, ésta mantiene su reclamo a Chile y Perú por un corredor en Atacama para acceder al mar. Brasil, a pesar de su inmensa extensión territorial, ocupa una pequeña isla en el rio Cuareim, reclamada por Uruguay, caso que involucra también a la Argentina, además de otro litigio por una reducida zona fronteriza denominada Triangulo de Artigas. Perú reclama correcciones en sus límites marítimos, lo cual no es aceptado por Chile ni por Ecuador, además de sufrir en su territorio de cierta actividad narcoterrorista proveniente de Colombia. El Ecuador recibe la presión constante de numerosos refugiados colombianos y actividades de narcoterroristas localizadas en su frontera norte. Colombia, además del conocido conflicto interno terrorista-insurgente, que se extiende a países vecinos, también sostiene un litigio con Nicaragua y Venezuela por límites marítimos en el Caribe. Por otro lado Venezuela reclama el territorio de la Guayana Esequiba a Guyana y en consecuencia la extensión de sus límites marítimos, lo que es rechazado conjuntamente por los estados caribeños insulares de St. Kittis y Nevis, Dominica, Santa Lucia, San Vicente y las Granadinas. Por último, Surinam reclama a Guyana gran parte de su territorio oriental y las áreas marítimas correspondientes, y también reclama a la Guayana Francesa (léase Francia) sectores delimitados por los ríos Litani y Marovini, con lo cual se constituye, al igual que Argentina, en otro país sudamericano que mantiene disputas territoriales con potencias extracontinentales.
Con seguridad que la empresa emprendida por Brasil de crear un Consejo de Defensa Sudamericano es muy compleja, aun cuando se encuentre en construcción discreta y prolija desde hace ya bastante tiempo, observada de cerca con un complaciente blind eye de Estados Unidos, demasiado comprometido en otros escenarios conflictivos del mundo, a los cuales les asigna mayor prioridad, y que le requieren dedicación exclusiva. No obstante, la experiencia internacional respecto a estas superestructuras colegiadas indica que no tienen valor alguno si no están en capacidad de producir respuestas militares rápidas, contundentes y eficaces para enfrentar cualquier crisis, lo que implica antes superar las naturales diferencias políticas o ideológicas de sus miembros. Y en la actualidad no son precisamente pequeñas en la región sudamericana.
Aun teniendo en cuenta los positivos antecedentes acumulados en los últimos años, con ejercitaciones de interoperatividad entre las distintas FFAA, intercambios de alumnos en escuelas superiores, la integración en unidades tácticas para operaciones de paz, asistencia en desastres naturales y muchos otros gestos de confianza y buena voluntad, se aprecia que no serían suficientes para actuar con la necesaria libertad de acción, ante un escenario de crisis provocado eventualmente por algún conflicto que confronte los intereses nacionales fundamentales, de dos o más países miembros del bloque, como podría ser un simple caso de violación de la soberanía territorial o la afectación de recursos naturales esenciales para la subsistencia y el desarrollo económico, en especial en lo referido a la energía no renovable.
Fuentes:
Agence France-Presse. 26-03-08
"La Republica" Montevideo, Uruguay. 20-07-06
http://www.infotalam.com 26-03-08
http://www.defesa.gov.br 03-04-08
http://www.cia.gov 03-04-08
Abr-03-08 - por Ignacio J. Osacar (Coordinador de la Comisión de Defensa del CENM)
Pocos recuerdan hoy lo dicho por el presidente Chávez en 2006: "Debe llegar el día en que el Mercosur tenga una organización de defensa donde vayamos fusionando las Fuerzas Armadas de nuestros países y donde enmarquemos una estrategia propia de seguridad, soberanía y defensa". Esto fue expresado en presencia de muchos presidentes de la región, cuando celebraban el 195 aniversario de la independencia de Venezuela. Esta idea, que quizás sorprendió a algunos, no recibió apoyo de casi nadie, fue más bien vista como otra extravagancia inviable del bolivariano petrolero y pasó prontamente al olvido. Sin embargo, hace pocos días, acaba de ser relanzada por el presidente Lula, lo cual, lógicamente, merece ser apreciado de otra manera.
Es conveniente efectuar una revisión retrospectiva. El único apoyo recibido a la propuesta de Chávez provino casualmente del Dr. Aurelio Garcia, asesor del presidente Lula, quien se mostró partidario de una "Junta Sudamericana de Defensa", diferenciándose de la ya existente "Interamericana" con sede en Washington, con la finalidad de no cometer errores en la integración sudamericana, como los que cometiera Europa por no haber implementado oportunamente una forma autónoma de defensa europea y que, a pesar de tener firmes definiciones políticas, no contó con el instrumento militar necesario para detener la crisis en los Balcanes, antes de que escalara al nivel de conflicto bélico generalizado.
Dijo Garcia en ese momento: "Nosotros deberíamos empezar a discutir en Sudamérica una seguridad colectiva para la región, con las especificidades del caso, que son distintas a la seguridad que nos quieren imponer de afuera hacia adentro", en clara alusión a las nuevas doctrinas militares de Estados Unidos. Sin embargo, agregó que es necesario para implementar estas ideas en el marco de la integración "ceder soberanía" en algunos casos, además de llevar adelante "políticas industriales comunes en los sectores militares".
Otras voces no brasileras del Mercosur señalaron en ese momento que Brasil quería crear nuevas estructuras para liderarlas y presidirlas, lo que afirmaría su rol hegemónico, el que ya ha planteado en otros ámbitos, y que también lo extendería a la defensa de la región. Efectivamente, esto es así pero Brasil no solo pretende liderar la región, sino que va más allá y aspira a poseer un asiento permanente en el Consejo de Seguridad de la ONU.
El general brasilero Augusto Heleno Pereira, quien fuera jefe militar de la misión MINUSTAH en Haiti (importante laboratorio de conducción de tropas multinacionales regionales y extraregionales, experiencia que hasta ese momento era muy escasa para Brasil), quien es hoy Comandante de la vasta y estratégica Región Militar de Amazonía, agregó prudentemente al respecto que: "Se deben aumentar las relaciones entre las FFAA de América del Sur, con intercambio de personal y ejercicios conjuntos. Lo estamos haciendo pero podemos hacer mucho mas". El general Heleno quizás sea hoy uno de los más calificados para liderar una estructura como la anunciada por el presidente Lula.
Las objeciones al llamado de Chávez surgieron de Uruguay, en donde un documento militar afirmaba que: "La integración de un mecanismo de defensa regional, a partir de la asociación comercial existente implica estudiar en qué calidad nos integraríamos, junto a los demás miembros del bloque, y en particular con respecto a Brasil y Argentina, ya que se deberá tener en cuenta en qué proporción ellos estarán dispuestos a considerar nuestras posibilidades en recursos humanos y materiales, o nuestras limitaciones económicas."
Agregaba el documento uruguayo que "deberá quedar claramente establecida si la integración tendrá como objetivo la participación de fuerzas de paz, como se viene realizando en Haití, o si abarcará también la participación en cuestiones de seguridad interior de los países miembros del bloque, con lo cual nuestro país podría verse obligado a participar en la lucha contra el terrorismo, la delincuencia organizada o la insurgencia dentro del territorio de uno de los países del bloque y viceversa."
Más adelante afirma que: "Seguramente todos los países integrantes de la región comparten la visión actual de las "nuevas amenazas" (narcoterrorismo, narcotráfico, crimen organizado, corrupción, marginación, pobreza extrema, etc.). No obstante esto, por diversas razones de orden geográfico, político o económico, no todos los países se verán afectados por éstas, de la misma forma o con la misma intensidad, lo que puede llevar a que nuestro país "importe" amenazas (Internacionalización de la Amazonia). Ello provocará concepciones diferentes en lo que respecta a la definición de seguridad o a la formulación de las políticas de defensa".
Cabe señalar que esa misma inquietud es válida para otros países, muy especialmente para Argentina, cuyas tropas serían empeñadas en operaciones militares en un ámbito internacional que, paradójicamente, les son estrictamente prohibidas por ley en su propio país, pero que de hecho las están ejecutando en Haití bajo el mandato de la ONU.
Es posible que no se hubiera revalidado la necesidad de un órgano autónomo, independiente en su accionar de la participación o ingerencia de los Estados Unidos o de los mandatos de la ONU, sin que hubiera sucedido el ataque de Colombia contra las FARC, dentro de territorio de Ecuador, con la consiguiente movilización de efectivos militares hacia las fronteras, no sólo de los países directamente involucrados sino de un tercero como Venezuela. Esto quizás fue la gota que rebasó el vaso, ya que no es por la violencia originada por actores no estatales, la cual es sufrida por varios países de la región desde hace décadas, sino por la velocidad demostrada para que ésta pueda transformarse en un conflicto interestatal de proyecciones imprevistas.
La creación de un Consejo Sudamericano de Defensa fue anunciada por el ministro de Defensa de Brasil, Nelson Jobin, en la Escuela de Guerra Naval el 14 de marzo último. Se espera realizar una reunión con todos los representantes de países sudamericanos antes de fin de año en Brasilia para consolidar la creación de dicho organismo. Afirmó Jobin que: "América del Sur necesita tener una sola voz en la cuestiones de defensa. Esa voz única en el continente permitirá que los países de la región articulen medidas multilaterales de fomento, de confianza, de transparencia y de seguridad". Como cierre concluyó que: "La osadía tiene que ser la forma para alcanzar nuestra meta, sumada con la capacidad política de percepción de aquello que llamamos sentido de la oportunidad".
Ante el ofrecimiento de colaboración por parte de Estados Unidos al proyecto, la respuesta que trascendió de Jobin fue al parecer que "colaborarían mucho no haciendo nada."
La realidad es que no hay en la actualidad país sudamericano, que además de sus conflictos de seguridad internos, no mantenga alguna disputa o tensión con alguno de sus vecinos o, incluso, con países extracontinentales, como nuestro país por el reclamo por las Islas Malvinas con Gran Bretaña, la superposición de los limites del sector antártico, también con Gran Bretaña y con Chile, la demarcación de los Campos de Hielos Sur con Chile, las Papeleras con Uruguay y la Triple Frontera con Brasil y Paraguay. En el caso de Bolivia, ésta mantiene su reclamo a Chile y Perú por un corredor en Atacama para acceder al mar. Brasil, a pesar de su inmensa extensión territorial, ocupa una pequeña isla en el rio Cuareim, reclamada por Uruguay, caso que involucra también a la Argentina, además de otro litigio por una reducida zona fronteriza denominada Triangulo de Artigas. Perú reclama correcciones en sus límites marítimos, lo cual no es aceptado por Chile ni por Ecuador, además de sufrir en su territorio de cierta actividad narcoterrorista proveniente de Colombia. El Ecuador recibe la presión constante de numerosos refugiados colombianos y actividades de narcoterroristas localizadas en su frontera norte. Colombia, además del conocido conflicto interno terrorista-insurgente, que se extiende a países vecinos, también sostiene un litigio con Nicaragua y Venezuela por límites marítimos en el Caribe. Por otro lado Venezuela reclama el territorio de la Guayana Esequiba a Guyana y en consecuencia la extensión de sus límites marítimos, lo que es rechazado conjuntamente por los estados caribeños insulares de St. Kittis y Nevis, Dominica, Santa Lucia, San Vicente y las Granadinas. Por último, Surinam reclama a Guyana gran parte de su territorio oriental y las áreas marítimas correspondientes, y también reclama a la Guayana Francesa (léase Francia) sectores delimitados por los ríos Litani y Marovini, con lo cual se constituye, al igual que Argentina, en otro país sudamericano que mantiene disputas territoriales con potencias extracontinentales.
Con seguridad que la empresa emprendida por Brasil de crear un Consejo de Defensa Sudamericano es muy compleja, aun cuando se encuentre en construcción discreta y prolija desde hace ya bastante tiempo, observada de cerca con un complaciente blind eye de Estados Unidos, demasiado comprometido en otros escenarios conflictivos del mundo, a los cuales les asigna mayor prioridad, y que le requieren dedicación exclusiva. No obstante, la experiencia internacional respecto a estas superestructuras colegiadas indica que no tienen valor alguno si no están en capacidad de producir respuestas militares rápidas, contundentes y eficaces para enfrentar cualquier crisis, lo que implica antes superar las naturales diferencias políticas o ideológicas de sus miembros. Y en la actualidad no son precisamente pequeñas en la región sudamericana.
Aun teniendo en cuenta los positivos antecedentes acumulados en los últimos años, con ejercitaciones de interoperatividad entre las distintas FFAA, intercambios de alumnos en escuelas superiores, la integración en unidades tácticas para operaciones de paz, asistencia en desastres naturales y muchos otros gestos de confianza y buena voluntad, se aprecia que no serían suficientes para actuar con la necesaria libertad de acción, ante un escenario de crisis provocado eventualmente por algún conflicto que confronte los intereses nacionales fundamentales, de dos o más países miembros del bloque, como podría ser un simple caso de violación de la soberanía territorial o la afectación de recursos naturales esenciales para la subsistencia y el desarrollo económico, en especial en lo referido a la energía no renovable.
Fuentes:
Agence France-Presse. 26-03-08
"La Republica" Montevideo, Uruguay. 20-07-06
http://www.infotalam.com 26-03-08
http://www.defesa.gov.br 03-04-08
http://www.cia.gov 03-04-08
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
Conselho de defesa não prevê ação militar em conflitos, diz Jobim
Em visita à Venezuela, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta segunda-feira que o Conselho Sul-americano de Defesa, projeto defendido pelo governo brasileiro, se limitará à integração em temas de defesa e não assumirá um caráter militar operacional na solução de conflitos
Segundo Jobim, o projeto não destoa da proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que propunha a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul (Otas) para servir de contraponto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Não há nenhuma pretensão operacional neste Conselho, e sim a necessidade de uma integração em questões de treinamento e de um conselho integral de defesa”, disse Jobim, que faz um giro por países da América do Sul para promover o projeto.
A idéia de criar o Conselho Sul-americano de Defesa foi lançada pelo governo brasileiro em fevereiro, na Argentina, pouco antes da invasão militar da Colômbia no Equador, mas ganhou força logo após o ataque, que provocou uma crise diplomática na América do Sul.
Depois de uma reunião de mais de três horas com Chávez, realizada no palácio de governo, em Caracas, Jobim afirmou que o Conselho já é uma “realidade” e que a diferença entre a proposta brasileira e a da Venezuela é apenas questão de linguagem.
Segundo o ministro, Chávez está de acordo que o novo Conselho não opere nos mesmos moldes da Otan.
“É uma questão puramente de linguagem. Nisso há um acordo com o presidente Chávez, na questão de que não seja algo operacional, e isso nos distancia muito da linguagem das velhas alianças clássicas, como a Otan”, afirmou Jobim.
Corrida armamentista
Questionado se o Conselho Sul-americano de Defesa poderia regular a compra de armas na América do Sul e evitar, assim, uma corrida armamentista, Jobim saiu em defesa do “direito dos países” sul-americanos de comprar novos armamentos e negou que exista uma corrida armamentista na região.
“Não há nenhuma corrida armamentista na América do Sul. A decisão dos países de comprar armas é algo importante, porque a projeção de poder da América do Sul depende de sua possibilidade de dissuasão e de defesa”, afirmou.
O ministro afirmou que o Conselho será formado depois da decisão “política” dos presidentes que participarão do lançamento da União Sul-americana de Nações (Unasul), no dia 23 de maio.
Segundo Jobim, o Conselho poderia entrar em vigor ainda no final deste ano.
Funções
A proposta prevê que o Conselho assuma funções como a elaboração conjunta de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal entre as Forças Armadas de cada país, realização de exercícios militares conjuntos, participação em operações de paz das Nações Unidas, troca de análises sobre os cenários mundiais de defesa e integração de bases industriais de material bélico.
De acordo com Jobim, "apenas a proposta" é brasileira, mas as diretrizes do Conselho serão elaboradas por um grupo de trabalho que deve ser formado por dois representantes de cada país, um de Relações Exteriores e outro de Defesa.
“O grupo trabalhará para a formatação de uma visão integral da defesa sul-americana”, afirmou.
Jobim encerrou sua visita a Caracas afirmando que é natural que os Estados Unidos estejam fora do novo Conselho. “Não temos nenhuma obrigação de pedir licença para os Estados Unidos para fazer isso”, disse.
No mês passado, ao ser questionado pelo secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, sobre como os Estados Unidos poderiam contribuir com o Conselho, Jobim disse que ''por enquanto, a colaboração que os senhores podem fazer neste momento é ficar à distância''.
Na próxima semana, Jobim deve visitar Suriname, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Uruguai para apresentar o projeto.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... j_ac.shtml
Em visita à Venezuela, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta segunda-feira que o Conselho Sul-americano de Defesa, projeto defendido pelo governo brasileiro, se limitará à integração em temas de defesa e não assumirá um caráter militar operacional na solução de conflitos
Segundo Jobim, o projeto não destoa da proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que propunha a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul (Otas) para servir de contraponto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Não há nenhuma pretensão operacional neste Conselho, e sim a necessidade de uma integração em questões de treinamento e de um conselho integral de defesa”, disse Jobim, que faz um giro por países da América do Sul para promover o projeto.
A idéia de criar o Conselho Sul-americano de Defesa foi lançada pelo governo brasileiro em fevereiro, na Argentina, pouco antes da invasão militar da Colômbia no Equador, mas ganhou força logo após o ataque, que provocou uma crise diplomática na América do Sul.
Depois de uma reunião de mais de três horas com Chávez, realizada no palácio de governo, em Caracas, Jobim afirmou que o Conselho já é uma “realidade” e que a diferença entre a proposta brasileira e a da Venezuela é apenas questão de linguagem.
Segundo o ministro, Chávez está de acordo que o novo Conselho não opere nos mesmos moldes da Otan.
“É uma questão puramente de linguagem. Nisso há um acordo com o presidente Chávez, na questão de que não seja algo operacional, e isso nos distancia muito da linguagem das velhas alianças clássicas, como a Otan”, afirmou Jobim.
Corrida armamentista
Questionado se o Conselho Sul-americano de Defesa poderia regular a compra de armas na América do Sul e evitar, assim, uma corrida armamentista, Jobim saiu em defesa do “direito dos países” sul-americanos de comprar novos armamentos e negou que exista uma corrida armamentista na região.
“Não há nenhuma corrida armamentista na América do Sul. A decisão dos países de comprar armas é algo importante, porque a projeção de poder da América do Sul depende de sua possibilidade de dissuasão e de defesa”, afirmou.
O ministro afirmou que o Conselho será formado depois da decisão “política” dos presidentes que participarão do lançamento da União Sul-americana de Nações (Unasul), no dia 23 de maio.
Segundo Jobim, o Conselho poderia entrar em vigor ainda no final deste ano.
Funções
A proposta prevê que o Conselho assuma funções como a elaboração conjunta de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal entre as Forças Armadas de cada país, realização de exercícios militares conjuntos, participação em operações de paz das Nações Unidas, troca de análises sobre os cenários mundiais de defesa e integração de bases industriais de material bélico.
De acordo com Jobim, "apenas a proposta" é brasileira, mas as diretrizes do Conselho serão elaboradas por um grupo de trabalho que deve ser formado por dois representantes de cada país, um de Relações Exteriores e outro de Defesa.
“O grupo trabalhará para a formatação de uma visão integral da defesa sul-americana”, afirmou.
Jobim encerrou sua visita a Caracas afirmando que é natural que os Estados Unidos estejam fora do novo Conselho. “Não temos nenhuma obrigação de pedir licença para os Estados Unidos para fazer isso”, disse.
No mês passado, ao ser questionado pelo secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, sobre como os Estados Unidos poderiam contribuir com o Conselho, Jobim disse que ''por enquanto, a colaboração que os senhores podem fazer neste momento é ficar à distância''.
Na próxima semana, Jobim deve visitar Suriname, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Uruguai para apresentar o projeto.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... j_ac.shtml


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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
O brasil quer mercado cativo para vender seus produtos bélicos. Nada mais. Se vier Rafales sendo montados aqui, primeiro temos que barateá-lo para vendê-los à Argentina, Peru, Colômbia, quiçá o Chile (esse último está mais interessado no C-390).
Re:
born escreveu:O conselho de defesa sulamericano ou numavisão mais ampla com a maior integração dos países da América do Sul em todos os sentidos, deveria prevenir conflitos diplomáticos como ocorreu no recente episódio entre Equador e Colombia. Quem sabe, num futuro muito distânte, objetivar uma integração nos moldes da União Européía. O problema é que tem certos países sulamenricanos que não estão preparados para esse tipo de cooperação, um dia quem sabe?
De acordo Born. Precisamos de uma instituição séria e competente no âmbito militar, capaz de unificar interesses e ações no sentido de proteger a América do Sul, nos moldes da OTAN. E PORQUE NÃO!!
Num tá morto quem peleia!!
Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticia ... 66845/viewTratado para criar União das Nações Sul-Americanas deve sair em maio, diz ministro
Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No mês de maio deve ser firmado o tratado de formação da União das Nações Sul-Americanas, segundo informou o hoje (17) o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, ministro Marco Aurélio Garcia, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara.
Ele disse que durante a reunião para assinatura do tratado, prevista para Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende propor que se discuta a idéia de criação de um Conselho de Defesa Sul-Americana.
Garcia comentou estudo da Grã Bretanha segundo o qual o Brasil está nos últimos lugares do ranking mundial em termos de armamentos e equipamentos de defesa e admitiu que o país precisa melhorar nessa área. Ele destacou que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem se empenhado principalmente na defesa de fronteiras.
- Edu Lopes
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
Conselho de Defesa: Brasil precisa definir o que quer
Cientista político diz que País precisa pensar melhor sobre criação do Conselho de Defesa Sul-Americano
Marcelo Copelli
A proposta de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa (CSD) poderá se tornar realidade até o fim deste ano, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Entretanto, as questões que definem os seus parâmetros ainda se mostram bastante indefinidas, não somente pela diversidade em termos de posicionamento de cada país que possa vir a integrar o órgão, mas também pela própria divergência de metas já apresentadas por Jobim, demonstrando com isso, a ausência de uma estrutura no subcontinente que viabilize a consolidação da proposta em tão curto prazo.
De acordo com o centista político, ex-assessor do Ministério da Defesa, especialista em segurança internacional e professor do curso de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco (SP), Gunther Rudzit, (foto) a implantação do conselho poderia ser feita de forma gradual e mais embasada. "Acredito que seria melhor começar tal processo por países que estão muito mais alinhados, como é, por exemplo, o caso do Mercosul", diz. Rudzit explica que fazer tudo de supetão pode trazer sérias conseqüências.
Para ele, antes de se "levar para fora", a idéia deveria ser um pouco mais amadurecida aqui dentro, senão fica parecendo "muito mais uma campanha política do que uma proposta de segurança e defesa". O professor comenta ainda que a realidade do País, em termos de administração militar, deveria servir como ponto de apoio para uma reflexão quando o assunto é América do Sul.
"Se nós não conseguimos fazer uma coordenação e um planejamento estratégico das três forças aqui no Brasil, como é que vamos conseguir fazer isso com previdentes composturas tão antagônicas como as que existem na região?"
TRIBUNA DA IMPRENSA - Já é possível definir algumas das diretrizes do Conselho Sul-Americano de Defesa proposto pelo governo?
GUNTHER RUDZIT - As questões relativas à criação do Conselho de Defesa Sul-Americano ainda estão bastante no ar. O próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, em cada uma das suas entrevistas, principalmente enquanto viaja, apresenta posições até divergentes. Por exemplo, em Washington ele afirmou que o conselho seria uma lugar para se discutir a integração de políticas de Defesa.
Isso só ocorre quando existe uma aliança militar, como é o caso da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), entre os países europeus, Estados Unidos e Canadá. No caso, se tratando de uma aliança desse tipo, os países precisam se planejar militarmente de uma forma conjunta. Além disso, ele também já disse que o futuro órgão não vai ser uma aliança militar, ou seja, as declarações se contradizem. Ficamos sem saber ao certo o que o ministro pretende. Caso tenhamos um fórum de debates de questões de segurança, aí existe uma certa possibilidade de tal proposta vir a se concretizar.
TRIBUNA DA IMPRENSA - E a administração do futuro órgão seguiria algum modelo já existente?
GUNTHER RUDZIT - Normalmente é criado um fórum através de um acordo internacional em que ficam estabelecidas as regras. Não existe um modelo único para todos, e depende da vontade política dos estados que vão participar. Mas isso tudo está ainda em aberto. Em geral, os países integrantes quando se reúnem já têm toda a carta de fundação preparada, onde os órgãos internos ficam definidos, estabelecendo-se uma sede para a Secretaria Executiva do conselho. Entretanto, por todas as implicações e pela falta de definições, fica ainda difícil de saber o que virá a ser o conselho.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Na sua análise, qual a importância que o Conselho Sul-Americano de Defesa poderá ter para os países e quais desdobramentos poderiam ser esperados a médio e longo prazo?
GUNTHER RUDZIT - Atualmente, em que as tensões ainda estão grandes na região devido às operações militares da Colômbia em território equatoriano e a reação do presidente da Venezuela, criar um organismo como esse é bastante complicado. Isso vai dar, principalmente, um palco para o Chávez que tem uma oratória muito boa, muito inflamada, e que é completamente oposta à visão colombiana. Aí, já temos um problema. Era justamente isso que o presidente venezuelano estava querendo e não sei se há um interesse da diplomacia brasileira nesse exato momento. Acredito que seria melhor começar tal processo por países que estão muito mais alinhados, como é por exemplo o caso do Mercosul, onde a integração militar entre o Brasil e a Argentina está muito mais desenvolvida até do que a cooperação econômica e política entre os dois países. Cito, por exemplo, a reforma que a Marinha brasileira fez no único submarino argentino no final da década de 90. Isso não é pouca coisa, uma vez que submarino é a principal arma estratégica de uma Marinha.
Quando se faz isso, o outro país tem acesso a toda a capacidade operacional do objeto em questão e demonstra a integração que os dois países têm. Seria muito mais fácil começar por aqui, com quatro membros, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em seguida, quem sabe, incluir o Chile e ir, paulatinamente, com um órgão estabelecido, com as suas linhas mestras já claras, expandindo para a América do Sul. Certamente, a visão de segurança e defesa que o Chávez tem vai ser muito diferente do que a Colômbia, Peru, Chile, Argentina e do que o próprio Brasil possuem.
TRIBUNA DA IMPRENSA - No início da década o senhor defendeu a tese de que o Brasil deveria adotar um sistema de segurança cooperativa uma vez que tal política diminuiria a probabilidade de eclosão de conflitos. De que forma se daria tal processo?
GUNTHER RUDZIT - Infelizmente tenho que dizer que naquela época os valores e os objetivos buscados pelos governos da região eram muito mais convergentes. Uma proposta de segurança cooperativa é transformar esses valores e objetivos em comum em fatores integrantes de políticas de defesa da referida área. Só que, de lá para cá, houve uma mudança muito grande. Tivemos a ascensão de Chávez, na Venezuela, de Evo Morales, na Bolívia e de Rafael Correa, no Equador. A partir daí já começa a complicar, uma vez que temos valores diferentes no sentido societal. As políticas que Hugo Chavez, por exemplo, implementou na Venezuela, no que ele chama de um "socialismo bolivariano do século XXI", o que quer que isso seja, pois até agora ele também não definiu direito o que é, com certeza não correspondem aos valores da sociedade brasileira. A convergência da época, então, parece que se perdeu.
TRIBUNA DA IMPRENSA - O fato de o ministro Jobim já ter apresentado diferentes objetivos, conforme o senhor mesmo reconheceu, pode tirar credibilidade do futuro organismo internacional?
GUNTHER RUDZIT - Isso realmente pode acontecer. Primeiro, o que parece até um tanto quanto estranho é o fato do ministro ter apresentado isso antes de uma reformulação da estrutura militar brasileira. Não foi discutido internamente. A criação de um organismo como esse precisa ser debatida com a própria sociedade brasileira através das comissões de Defesa Nacional e Relações Exteriores nas duas casas do Congresso. Ele (o ministro) lança a idéia aqui e no exterior através de diferentes explicações, podendo ocasionar a falta de credibilidade.
O fato do debate dentro da comunidade acadêmica brasileira sobre segurança e defesa não ser muito grande, infelizmente, vai gerar bastante crítica. Antes de se "levar para fora", a idéia deveria ser um pouco mais amadurecida aqui dentro. Fica parecendo até muito mais uma campanha política do que uma proposta de segurança e defesa.
Questionado se o Conselho pode ser uma espécie de Otan da região, como sugeriu Chávez, Jobim explicou que "a questão armamentista é um equívoco, não há nenhuma corrida armamentista na América do Sul".
TRIBUNA DA IMPRENSA - O senhor acredita na ocorrência de distorções dos propósitos?
GUNTHER RUDZIT - A minha grande preocupação é realmente essa. Quais as percepções dos estados que dizem que querem participar, e portanto de suas lideranças, e no caso específico de Hugo Chávez em relação ao conselho? Por toda a situação, na qual ele (Chávez) sempre declara ser contra o imperialismo dos Estados Unidos, de estar armando a Venezuela contra uma invasão americana, ter ordenado o alerta e transferido tropas para sua fronteira com a Colômbia, diverge bastante da postura brasileira. Conciliar isso exigirá um malabarismo político diplomático que, sinceramente, não sei como o ministro Jobim pretende resolver. Nós tivemos a criação da Otan de forma relativamente rápida porque a situação era outra.
Existia um "grande inimigo" de todos que realmente era uma ameaça, a União Soviética, na época. Isso tornou fácil a convergência de objetivos e interesses, principalmente por parte dos europeus que não tinham como conseguir se defender sem o maciço apoio militar americano.
Aqui, primeiro teríamos que definir qual o objetivo do conselho. Porque as percepções e entendimentos de segurança são bastante divergentes na região. E estamos falando só de América do Sul, nem me refiro em termos de hemisfério. Um exemplo, o governo colombiano considera as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) uma ameaça. Já o Hugo Chávez declarou que ele as reconhece como um movimento legítimo politicamente. De que forma se concilia tal situação? E se vai haver um debate é fácil prever que não se chegará a lugar nenhum.
TRIBUNA DA IMPRENSA - O ministro Jobim, no mês passado, visitou Washington para obter apoio do governo Bush para a criação do conselho de segurança na América do Sul. Ao mesmo tempo, o próprio ministro declarou que os países sul-americanos não precisam pedir permissão a Washington para iniciar um mecanismo que é de seu interesse. Embora os Estados Unidos não venham como integrante, qual a importância do apoio dos americanos?
GUNTHER RUDZIT - Primeiro, tenho certeza que o ministro não foi mesmo lá pedir autorização. É inconcebível um representante do governo brasileiro, seja do governo Lula ou de qualquer outro, pedir autorização ao governo americano. Isso não faz parte da postura histórica que o Brasil tem em relação aos Estados Unidos. O Itamaraty os reconhecem como a grande superpotência mundial, não só regional, e procura ter um bom relacionamento nos últimos anos. Eu diria até há mais de uma década. Contudo, em uma iniciativa assim precisa ficar claro ao governo americano de que não se trata de uma ação para excluir ou principalmente se opor aos Estados Unidos. Não podemos tê-los "jogando contra", até mesmo pelo atual nível de relacionamento mantido com o Brasil. Logo, esse tipo de consulta faz parte da diplomacia internacional.
TRIBUNA DA IMPRENSA - E, por exemplo, em relação à parceria dos Estados Unidos com os colombianos na atuação contra o narcotráfico. Existiria condições de situações assim continuarem com a criação do conselho?
GUNTHER RUDZIT - Caso os países membros de um possível conselho regional decidam que o narcotráfico é uma ameaça à segurança e defesa, aí não vai ter jeito de tentar fingir que a presença e a influência americana de combate ao narcotráfico não existe. Com certeza, isso seria bastante contraditório com as posturas que, por exemplo, o atual governo boliviano tem de considerar que parte da população dispõe do direito de plantar a folha de coca por motivos tradicionais, culturais, religiosos.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Alguns críticos declararam que seria "quase ridículo falar em defesa regional sem incluir os Estados Unidos" e que "fazê-lo seria condenar o novo conselho à irrelevância". O senhor concorda com tal ponto de vista?
GUNTHER RUDZIT - O Itamaraty, principalmente após essas consultas que o ministro Jobim fez em Washington, recentemente, nos permite perceber que é do interesse americano o conselho e, principalmente, o vê como uma iniciativa brasileira e não como uma ação venezuelana.
Hoje, para qualquer analista está mais do que claro que o parceiro preferencial americano aqui no subcontinente é o Brasil. Por mais que isso pareça até algo bastante estranho, afinal de contas o governo Bush é teoricamente de direita e o governo Lula teoricamente de esquerda, os dois presidentes se aproximaram muito e se dão muito bem.
Isso não é só retórica. Temos um nível de contato e de consultas em vários órgãos dos dois governos muito grande. Não acho que tocar adiante um projeto como esse, só que de forma mais clara, com objetivos e parâmetros mais definidos, sem a presença americana, seja irrelevante. Mas, ressalto, tem que ser muito bem posto, discutido, construído aos poucos e não de supetão.
TRIBUNA DA IMPRENSA - No início do ano, o governo declarou que "não há que se pensar um avanço tecnológico das forças armadas sul-americanas sem que tenhamos, no próprio continente, a capacitação dos insumos necessários para esse avanço, senão fica algo dependente". Como o senhor analisa tal questão?
GUNTHER RUDZIT - Nós termos hoje uma estrutura militar 100% nacional é impossível. Nem os americanos conseguem isso. Eles dependem de outros países para o fornecimento de algumas peças, principalmente microeletrônicas, por exemplo, em relação ao Japão. E nós estamos falando da superpotência que tem o maior complexo militar do mundo.
Aqui na região não existe uma justificativa nesses termos para que a gente tente desenvolver todo o amplo espectro de armamentos necessários para uma guerra moderna. Entretanto, termos alguns nichos de produção locais mais utilizados por aqui, como o transporte terrestre de tropas por exemplo, poderia servir como um processo de integração e construção da confiança entre países. Agora, tudo é impossível.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Uma das propostas seria articular na América do Sul a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, e a realização de exercícios militares conjuntos. Como seria observar a execução de tais diretrizes em um cenário no qual líderes da região trocam acusações e chegam a mobilizar tropas uns contra os outros?
GUNTHER RUDZIT - Acredito que para trocas de pessoal, principalmente observadores, para uma possível distensão após uma crise, seria um local adequado para isso. Agora, coordenação de políticas de defesa? Se nós não conseguimos fazer uma coordenação e um planejamento estratégico das três forças aqui no Brasil, como é que vamos conseguir fazer isso com previdentes composturas tão antagônicas como as que existem na região?
TRIBUNA DA IMPRENSA - Na hipótese extrema de crises entre os países, como se enquadraria esse órgão?
GUNTHER RUDZIT - Boa pergunta, e que eu gostaria que o ministro Jobim respondesse. Não sabemos, até o momento, quais seriam as competências que esse órgão que ele defende teria. Qualquer resolução tomada seria impositiva, ou seria simplesmente um fórum de consultas, ou ainda um fórum deliberativo? Não está claro e não ficou expresso em nenhuma entrevista.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Propor a criação de um organismo de natureza militar, uma vez que é a isso que remete o termo "defesa", pela ordem jurídica que vigora nos países sul-americanos, em tempos de paz, não se chocaria com as políticas externas de responsabilidade dos diplomatas, sob supervisão direta do presidente da República?
GUNTHER RUDZIT - Acredito que não. Diplomacia e esfera militar têm que andar paripasso. A política de defesa tem que estar consonante com a política externa, e a política externa consonante com a política de defesa. Tem que ser objeto das políticas de defesa da região uma integração, pois se a diplomacia diz que um determinado país é aliado, e entretanto, a política de defesa afirma que vai transferir tropas para a fronteira de tal país, fica divergente.
Vai dar "curto-circuito" entre esses dois países. Sou a favor da criação de um organismo assim, mas, volto a repetir, formulado, implementado e discutido de outra forma. O interesse brasileiro é realmente de construção de um processo de integração regional ampliado para América do Sul, além do Mercosul.
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/not ... cia=pais07
Cientista político diz que País precisa pensar melhor sobre criação do Conselho de Defesa Sul-Americano
Marcelo Copelli
A proposta de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa (CSD) poderá se tornar realidade até o fim deste ano, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Entretanto, as questões que definem os seus parâmetros ainda se mostram bastante indefinidas, não somente pela diversidade em termos de posicionamento de cada país que possa vir a integrar o órgão, mas também pela própria divergência de metas já apresentadas por Jobim, demonstrando com isso, a ausência de uma estrutura no subcontinente que viabilize a consolidação da proposta em tão curto prazo.
De acordo com o centista político, ex-assessor do Ministério da Defesa, especialista em segurança internacional e professor do curso de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco (SP), Gunther Rudzit, (foto) a implantação do conselho poderia ser feita de forma gradual e mais embasada. "Acredito que seria melhor começar tal processo por países que estão muito mais alinhados, como é, por exemplo, o caso do Mercosul", diz. Rudzit explica que fazer tudo de supetão pode trazer sérias conseqüências.
Para ele, antes de se "levar para fora", a idéia deveria ser um pouco mais amadurecida aqui dentro, senão fica parecendo "muito mais uma campanha política do que uma proposta de segurança e defesa". O professor comenta ainda que a realidade do País, em termos de administração militar, deveria servir como ponto de apoio para uma reflexão quando o assunto é América do Sul.
"Se nós não conseguimos fazer uma coordenação e um planejamento estratégico das três forças aqui no Brasil, como é que vamos conseguir fazer isso com previdentes composturas tão antagônicas como as que existem na região?"
TRIBUNA DA IMPRENSA - Já é possível definir algumas das diretrizes do Conselho Sul-Americano de Defesa proposto pelo governo?
GUNTHER RUDZIT - As questões relativas à criação do Conselho de Defesa Sul-Americano ainda estão bastante no ar. O próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, em cada uma das suas entrevistas, principalmente enquanto viaja, apresenta posições até divergentes. Por exemplo, em Washington ele afirmou que o conselho seria uma lugar para se discutir a integração de políticas de Defesa.
Isso só ocorre quando existe uma aliança militar, como é o caso da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), entre os países europeus, Estados Unidos e Canadá. No caso, se tratando de uma aliança desse tipo, os países precisam se planejar militarmente de uma forma conjunta. Além disso, ele também já disse que o futuro órgão não vai ser uma aliança militar, ou seja, as declarações se contradizem. Ficamos sem saber ao certo o que o ministro pretende. Caso tenhamos um fórum de debates de questões de segurança, aí existe uma certa possibilidade de tal proposta vir a se concretizar.
TRIBUNA DA IMPRENSA - E a administração do futuro órgão seguiria algum modelo já existente?
GUNTHER RUDZIT - Normalmente é criado um fórum através de um acordo internacional em que ficam estabelecidas as regras. Não existe um modelo único para todos, e depende da vontade política dos estados que vão participar. Mas isso tudo está ainda em aberto. Em geral, os países integrantes quando se reúnem já têm toda a carta de fundação preparada, onde os órgãos internos ficam definidos, estabelecendo-se uma sede para a Secretaria Executiva do conselho. Entretanto, por todas as implicações e pela falta de definições, fica ainda difícil de saber o que virá a ser o conselho.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Na sua análise, qual a importância que o Conselho Sul-Americano de Defesa poderá ter para os países e quais desdobramentos poderiam ser esperados a médio e longo prazo?
GUNTHER RUDZIT - Atualmente, em que as tensões ainda estão grandes na região devido às operações militares da Colômbia em território equatoriano e a reação do presidente da Venezuela, criar um organismo como esse é bastante complicado. Isso vai dar, principalmente, um palco para o Chávez que tem uma oratória muito boa, muito inflamada, e que é completamente oposta à visão colombiana. Aí, já temos um problema. Era justamente isso que o presidente venezuelano estava querendo e não sei se há um interesse da diplomacia brasileira nesse exato momento. Acredito que seria melhor começar tal processo por países que estão muito mais alinhados, como é por exemplo o caso do Mercosul, onde a integração militar entre o Brasil e a Argentina está muito mais desenvolvida até do que a cooperação econômica e política entre os dois países. Cito, por exemplo, a reforma que a Marinha brasileira fez no único submarino argentino no final da década de 90. Isso não é pouca coisa, uma vez que submarino é a principal arma estratégica de uma Marinha.
Quando se faz isso, o outro país tem acesso a toda a capacidade operacional do objeto em questão e demonstra a integração que os dois países têm. Seria muito mais fácil começar por aqui, com quatro membros, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em seguida, quem sabe, incluir o Chile e ir, paulatinamente, com um órgão estabelecido, com as suas linhas mestras já claras, expandindo para a América do Sul. Certamente, a visão de segurança e defesa que o Chávez tem vai ser muito diferente do que a Colômbia, Peru, Chile, Argentina e do que o próprio Brasil possuem.
TRIBUNA DA IMPRENSA - No início da década o senhor defendeu a tese de que o Brasil deveria adotar um sistema de segurança cooperativa uma vez que tal política diminuiria a probabilidade de eclosão de conflitos. De que forma se daria tal processo?
GUNTHER RUDZIT - Infelizmente tenho que dizer que naquela época os valores e os objetivos buscados pelos governos da região eram muito mais convergentes. Uma proposta de segurança cooperativa é transformar esses valores e objetivos em comum em fatores integrantes de políticas de defesa da referida área. Só que, de lá para cá, houve uma mudança muito grande. Tivemos a ascensão de Chávez, na Venezuela, de Evo Morales, na Bolívia e de Rafael Correa, no Equador. A partir daí já começa a complicar, uma vez que temos valores diferentes no sentido societal. As políticas que Hugo Chavez, por exemplo, implementou na Venezuela, no que ele chama de um "socialismo bolivariano do século XXI", o que quer que isso seja, pois até agora ele também não definiu direito o que é, com certeza não correspondem aos valores da sociedade brasileira. A convergência da época, então, parece que se perdeu.
TRIBUNA DA IMPRENSA - O fato de o ministro Jobim já ter apresentado diferentes objetivos, conforme o senhor mesmo reconheceu, pode tirar credibilidade do futuro organismo internacional?
GUNTHER RUDZIT - Isso realmente pode acontecer. Primeiro, o que parece até um tanto quanto estranho é o fato do ministro ter apresentado isso antes de uma reformulação da estrutura militar brasileira. Não foi discutido internamente. A criação de um organismo como esse precisa ser debatida com a própria sociedade brasileira através das comissões de Defesa Nacional e Relações Exteriores nas duas casas do Congresso. Ele (o ministro) lança a idéia aqui e no exterior através de diferentes explicações, podendo ocasionar a falta de credibilidade.
O fato do debate dentro da comunidade acadêmica brasileira sobre segurança e defesa não ser muito grande, infelizmente, vai gerar bastante crítica. Antes de se "levar para fora", a idéia deveria ser um pouco mais amadurecida aqui dentro. Fica parecendo até muito mais uma campanha política do que uma proposta de segurança e defesa.
Questionado se o Conselho pode ser uma espécie de Otan da região, como sugeriu Chávez, Jobim explicou que "a questão armamentista é um equívoco, não há nenhuma corrida armamentista na América do Sul".
TRIBUNA DA IMPRENSA - O senhor acredita na ocorrência de distorções dos propósitos?
GUNTHER RUDZIT - A minha grande preocupação é realmente essa. Quais as percepções dos estados que dizem que querem participar, e portanto de suas lideranças, e no caso específico de Hugo Chávez em relação ao conselho? Por toda a situação, na qual ele (Chávez) sempre declara ser contra o imperialismo dos Estados Unidos, de estar armando a Venezuela contra uma invasão americana, ter ordenado o alerta e transferido tropas para sua fronteira com a Colômbia, diverge bastante da postura brasileira. Conciliar isso exigirá um malabarismo político diplomático que, sinceramente, não sei como o ministro Jobim pretende resolver. Nós tivemos a criação da Otan de forma relativamente rápida porque a situação era outra.
Existia um "grande inimigo" de todos que realmente era uma ameaça, a União Soviética, na época. Isso tornou fácil a convergência de objetivos e interesses, principalmente por parte dos europeus que não tinham como conseguir se defender sem o maciço apoio militar americano.
Aqui, primeiro teríamos que definir qual o objetivo do conselho. Porque as percepções e entendimentos de segurança são bastante divergentes na região. E estamos falando só de América do Sul, nem me refiro em termos de hemisfério. Um exemplo, o governo colombiano considera as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) uma ameaça. Já o Hugo Chávez declarou que ele as reconhece como um movimento legítimo politicamente. De que forma se concilia tal situação? E se vai haver um debate é fácil prever que não se chegará a lugar nenhum.
TRIBUNA DA IMPRENSA - O ministro Jobim, no mês passado, visitou Washington para obter apoio do governo Bush para a criação do conselho de segurança na América do Sul. Ao mesmo tempo, o próprio ministro declarou que os países sul-americanos não precisam pedir permissão a Washington para iniciar um mecanismo que é de seu interesse. Embora os Estados Unidos não venham como integrante, qual a importância do apoio dos americanos?
GUNTHER RUDZIT - Primeiro, tenho certeza que o ministro não foi mesmo lá pedir autorização. É inconcebível um representante do governo brasileiro, seja do governo Lula ou de qualquer outro, pedir autorização ao governo americano. Isso não faz parte da postura histórica que o Brasil tem em relação aos Estados Unidos. O Itamaraty os reconhecem como a grande superpotência mundial, não só regional, e procura ter um bom relacionamento nos últimos anos. Eu diria até há mais de uma década. Contudo, em uma iniciativa assim precisa ficar claro ao governo americano de que não se trata de uma ação para excluir ou principalmente se opor aos Estados Unidos. Não podemos tê-los "jogando contra", até mesmo pelo atual nível de relacionamento mantido com o Brasil. Logo, esse tipo de consulta faz parte da diplomacia internacional.
TRIBUNA DA IMPRENSA - E, por exemplo, em relação à parceria dos Estados Unidos com os colombianos na atuação contra o narcotráfico. Existiria condições de situações assim continuarem com a criação do conselho?
GUNTHER RUDZIT - Caso os países membros de um possível conselho regional decidam que o narcotráfico é uma ameaça à segurança e defesa, aí não vai ter jeito de tentar fingir que a presença e a influência americana de combate ao narcotráfico não existe. Com certeza, isso seria bastante contraditório com as posturas que, por exemplo, o atual governo boliviano tem de considerar que parte da população dispõe do direito de plantar a folha de coca por motivos tradicionais, culturais, religiosos.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Alguns críticos declararam que seria "quase ridículo falar em defesa regional sem incluir os Estados Unidos" e que "fazê-lo seria condenar o novo conselho à irrelevância". O senhor concorda com tal ponto de vista?
GUNTHER RUDZIT - O Itamaraty, principalmente após essas consultas que o ministro Jobim fez em Washington, recentemente, nos permite perceber que é do interesse americano o conselho e, principalmente, o vê como uma iniciativa brasileira e não como uma ação venezuelana.
Hoje, para qualquer analista está mais do que claro que o parceiro preferencial americano aqui no subcontinente é o Brasil. Por mais que isso pareça até algo bastante estranho, afinal de contas o governo Bush é teoricamente de direita e o governo Lula teoricamente de esquerda, os dois presidentes se aproximaram muito e se dão muito bem.
Isso não é só retórica. Temos um nível de contato e de consultas em vários órgãos dos dois governos muito grande. Não acho que tocar adiante um projeto como esse, só que de forma mais clara, com objetivos e parâmetros mais definidos, sem a presença americana, seja irrelevante. Mas, ressalto, tem que ser muito bem posto, discutido, construído aos poucos e não de supetão.
TRIBUNA DA IMPRENSA - No início do ano, o governo declarou que "não há que se pensar um avanço tecnológico das forças armadas sul-americanas sem que tenhamos, no próprio continente, a capacitação dos insumos necessários para esse avanço, senão fica algo dependente". Como o senhor analisa tal questão?
GUNTHER RUDZIT - Nós termos hoje uma estrutura militar 100% nacional é impossível. Nem os americanos conseguem isso. Eles dependem de outros países para o fornecimento de algumas peças, principalmente microeletrônicas, por exemplo, em relação ao Japão. E nós estamos falando da superpotência que tem o maior complexo militar do mundo.
Aqui na região não existe uma justificativa nesses termos para que a gente tente desenvolver todo o amplo espectro de armamentos necessários para uma guerra moderna. Entretanto, termos alguns nichos de produção locais mais utilizados por aqui, como o transporte terrestre de tropas por exemplo, poderia servir como um processo de integração e construção da confiança entre países. Agora, tudo é impossível.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Uma das propostas seria articular na América do Sul a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, e a realização de exercícios militares conjuntos. Como seria observar a execução de tais diretrizes em um cenário no qual líderes da região trocam acusações e chegam a mobilizar tropas uns contra os outros?
GUNTHER RUDZIT - Acredito que para trocas de pessoal, principalmente observadores, para uma possível distensão após uma crise, seria um local adequado para isso. Agora, coordenação de políticas de defesa? Se nós não conseguimos fazer uma coordenação e um planejamento estratégico das três forças aqui no Brasil, como é que vamos conseguir fazer isso com previdentes composturas tão antagônicas como as que existem na região?
TRIBUNA DA IMPRENSA - Na hipótese extrema de crises entre os países, como se enquadraria esse órgão?
GUNTHER RUDZIT - Boa pergunta, e que eu gostaria que o ministro Jobim respondesse. Não sabemos, até o momento, quais seriam as competências que esse órgão que ele defende teria. Qualquer resolução tomada seria impositiva, ou seria simplesmente um fórum de consultas, ou ainda um fórum deliberativo? Não está claro e não ficou expresso em nenhuma entrevista.
TRIBUNA DA IMPRENSA - Propor a criação de um organismo de natureza militar, uma vez que é a isso que remete o termo "defesa", pela ordem jurídica que vigora nos países sul-americanos, em tempos de paz, não se chocaria com as políticas externas de responsabilidade dos diplomatas, sob supervisão direta do presidente da República?
GUNTHER RUDZIT - Acredito que não. Diplomacia e esfera militar têm que andar paripasso. A política de defesa tem que estar consonante com a política externa, e a política externa consonante com a política de defesa. Tem que ser objeto das políticas de defesa da região uma integração, pois se a diplomacia diz que um determinado país é aliado, e entretanto, a política de defesa afirma que vai transferir tropas para a fronteira de tal país, fica divergente.
Vai dar "curto-circuito" entre esses dois países. Sou a favor da criação de um organismo assim, mas, volto a repetir, formulado, implementado e discutido de outra forma. O interesse brasileiro é realmente de construção de um processo de integração regional ampliado para América do Sul, além do Mercosul.
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/not ... cia=pais07


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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
28/04/2008 - 11h49 - Atualizado em 28/04/2008 - 11h55
Jobim discute Conselho de Defesa com Uribe
Da Agência Estado
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, se reúne hoje em Bogotá, capital da Colômbia, com o ministro de Relações Exteriores, Fernando Araújo Perdomo, no Palácio San Carlos, segundo informou o Ministério, em Brasília. Em seguida, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, recebe Jobim, no Palácio de Nariño. O encontro faz parte da série de visitas que Jobim vem fazendo aos países com o objetivo de discutir a proposta de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa.
Jobim está acompanhado do comandante do Exército, general Enzo Peri, e do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Ainda hoje, ele embarca para o Equador.
A autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Jobim visitar a Colômbia e o Equador foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Jobim já discutiu a proposta de criação do Conselho com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Caracas, e com os presidentes da Guiana, Bharrat Jagdeo, e do Suriname, Ronald Venetiaan. Jobim, segundo seus assessores, deverá visitar todos os países da América do Sul antes do dia 23 de maio.
Jobim discute Conselho de Defesa com Uribe
Da Agência Estado
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, se reúne hoje em Bogotá, capital da Colômbia, com o ministro de Relações Exteriores, Fernando Araújo Perdomo, no Palácio San Carlos, segundo informou o Ministério, em Brasília. Em seguida, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, recebe Jobim, no Palácio de Nariño. O encontro faz parte da série de visitas que Jobim vem fazendo aos países com o objetivo de discutir a proposta de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa.
Jobim está acompanhado do comandante do Exército, general Enzo Peri, e do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Ainda hoje, ele embarca para o Equador.
A autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Jobim visitar a Colômbia e o Equador foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Jobim já discutiu a proposta de criação do Conselho com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Caracas, e com os presidentes da Guiana, Bharrat Jagdeo, e do Suriname, Ronald Venetiaan. Jobim, segundo seus assessores, deverá visitar todos os países da América do Sul antes do dia 23 de maio.
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
29/04/2008 - 00h23 - Atualizado em 29/04/2008 - 00h30
Jobim chega a Quito para propor criação do Conselho Sul-Americano de Defesa
Da EFE
Quito, 28 abr (EFE).- O ministro da Defesa Nelson Jobim chegou hoje a Quito para apresentar ao presidente do Equador, Rafael Correa, e a seu colega equatoriano, Javier Ponce, a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa.
Jobim, que chegou a Quito em um avião da Força Aérea Brasileira, deve reunir-se amanhã, de forma reservada, com Ponce e, em seguida, assistir a um encontro de trabalho entre delegações de Brasil e Equador, segundo um comunicado do Ministério da Defesa.
O ministro brasileiro também se reunirá com Correa, segundo a nota, que informa ainda que a visita de Jobim ao Equador tem como objetivo apresentar a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa.
No dia 4 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a criação de um Conselho de Defesa Sul-Americano que possa fortalecer a posição da região nos foros multilaterais de segurança.
Jobim assinalou recentemente que esse Conselho também poderia tratar situações como a gerada no dia 1º de março entre Quito e Bogotá, pela incursão militar colombiana em um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Equador, que matou o porta-voz internacional da guerrilha, "Raúl Reyes".
O Equador também negocia com o Brasil a compra de 24 aviões de combate "Super Tucano", da Embraer, e equipamentos de radar de alerta rápido para melhorar a capacidade operacional das Forças Armadas equatorianas, a fim de impedir que se repitam ataques como o de 1º de março, segundo o próprio Correa. EFE
Jobim chega a Quito para propor criação do Conselho Sul-Americano de Defesa
Da EFE
Quito, 28 abr (EFE).- O ministro da Defesa Nelson Jobim chegou hoje a Quito para apresentar ao presidente do Equador, Rafael Correa, e a seu colega equatoriano, Javier Ponce, a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa.
Jobim, que chegou a Quito em um avião da Força Aérea Brasileira, deve reunir-se amanhã, de forma reservada, com Ponce e, em seguida, assistir a um encontro de trabalho entre delegações de Brasil e Equador, segundo um comunicado do Ministério da Defesa.
O ministro brasileiro também se reunirá com Correa, segundo a nota, que informa ainda que a visita de Jobim ao Equador tem como objetivo apresentar a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa.
No dia 4 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a criação de um Conselho de Defesa Sul-Americano que possa fortalecer a posição da região nos foros multilaterais de segurança.
Jobim assinalou recentemente que esse Conselho também poderia tratar situações como a gerada no dia 1º de março entre Quito e Bogotá, pela incursão militar colombiana em um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Equador, que matou o porta-voz internacional da guerrilha, "Raúl Reyes".
O Equador também negocia com o Brasil a compra de 24 aviões de combate "Super Tucano", da Embraer, e equipamentos de radar de alerta rápido para melhorar a capacidade operacional das Forças Armadas equatorianas, a fim de impedir que se repitam ataques como o de 1º de março, segundo o próprio Correa. EFE
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
02/05/2008 - 20h12 - Atualizado em 02/05/2008 - 20h20
Nelson Jobim viaja ao Paraguai para negociar convênios bilaterais
Da EFE
Assunção, 2 mai (EFE).- O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, realizará uma curta visita ao Paraguai, na próxima terça-feira, para se reunir com seu colega deste país, Nelson Mora, informaram hoje fontes oficiais.
Mora receberá Jobim para tratar de diversos temas "relacionados com os convênios bilaterais entre Paraguai e Brasil na área da defesa", anunciou em comunicado o Ministério de Defesa paraguaio.
Jobim voltará a seu país no mesmo dia "em horário a ser confirmado", segundo o texto oficial. EFE
Nelson Jobim viaja ao Paraguai para negociar convênios bilaterais
Da EFE
Assunção, 2 mai (EFE).- O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, realizará uma curta visita ao Paraguai, na próxima terça-feira, para se reunir com seu colega deste país, Nelson Mora, informaram hoje fontes oficiais.
Mora receberá Jobim para tratar de diversos temas "relacionados com os convênios bilaterais entre Paraguai e Brasil na área da defesa", anunciou em comunicado o Ministério de Defesa paraguaio.
Jobim voltará a seu país no mesmo dia "em horário a ser confirmado", segundo o texto oficial. EFE
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
05/05/2008 - 12h31 - Atualizado em 05/05/2008 - 12h35
Jobim debate Conselho de Defesa com governo peruano
Da Agência Estado
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou hoje para Lima, onde discute com autoridades do governo do Peru o projeto de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, segundo informação do Ministério, em Brasília. A autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Jobim viajar ao Peru e também ao Paraguai está na edição de hoje do "Diário Oficial da União".
As reuniões em Lima e Assunção (Paraguai) fazem parte da série de viagens do ministro brasileiro pela América do Sul para tratar com autoridades dos países do hemisfério da formação do conselho. Hoje, na capital peruana, Jobim almoça com o ministro da Defesa, Antero Flores Araoz, e conversa depois com o presidente do Peru, Alan García. No final do dia, o ministro brasileiro embarca para Assunção.
Jobim tem dito que espera consolidar ainda neste ano o conselho, que deverá se encarregar da solução de problemas militares dos países sul-americanos. Um exemplo seria a tarefa de tratar preventivamente situações de conflito como a criada recentemente com a invasão do território do Equador por forças militares da Colômbia que bombardearam acampamento do grupo extremista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Jobim debate Conselho de Defesa com governo peruano
Da Agência Estado
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou hoje para Lima, onde discute com autoridades do governo do Peru o projeto de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, segundo informação do Ministério, em Brasília. A autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Jobim viajar ao Peru e também ao Paraguai está na edição de hoje do "Diário Oficial da União".
As reuniões em Lima e Assunção (Paraguai) fazem parte da série de viagens do ministro brasileiro pela América do Sul para tratar com autoridades dos países do hemisfério da formação do conselho. Hoje, na capital peruana, Jobim almoça com o ministro da Defesa, Antero Flores Araoz, e conversa depois com o presidente do Peru, Alan García. No final do dia, o ministro brasileiro embarca para Assunção.
Jobim tem dito que espera consolidar ainda neste ano o conselho, que deverá se encarregar da solução de problemas militares dos países sul-americanos. Um exemplo seria a tarefa de tratar preventivamente situações de conflito como a criada recentemente com a invasão do território do Equador por forças militares da Colômbia que bombardearam acampamento do grupo extremista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
06/05/2008 - 16h32 - Atualizado em 06/05/2008 - 16h35
Conselho de Defesa pode ser definido na cúpula d Unasul--Jobim
Da Reuters
ASSUNÇÃO (Reuters) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, assegurou nesta terça-feira que as gestões para a criação do Conselho Sul-Americano de Defesa estão avançadas e que os presidentes poderão tomar uma decisão política durante a cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no dia 23, em Brasília.
"Já falamos com Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e agora com o Paraguai. Todos têm posições no sentido da necessidade de criação do conselho, porque é uma forma pela qual a América do Sul pode ter uma posição internacional muito importante", afirmou Jobim a jornalistas na capital paraguaia.
Na próxima semana, Jobim conversará com Argentina, Chile, Uruguai e Bolívia.
Durante sua breve visita ao Paraguai, Jobim se reuniu com o presidente Nicanor Duarte, com o ministro da Defesa, Nelson Mora, e tinha encontro previsto com o presidente eleito Fernando Lugo.
O ministro brasileiro disse que o conselho não pretende ser operacional, e buscará fomentar a transparência, a cooperação e o intercâmbio de informação, de tecnologia e de pessoal militar. Recentemente, Jobim afirmou que o Brasil pretendia ocupar determinados nichos do mercado bélico regional.
"(Buscamos) que a defesa integre também o desenvolvimento econômico porque toda a indústria de defesa é dual", disse Jobim, citando como exemplo a Embraer, "que nasceu como uma indústria de defesa e hoje é uma grande empresa com presença mundial na avaiação civil".
O ministro paraguaio de Defesa manifestou a adesão de seu governo ao projeto, que considerou "razoável e histórico".
"Essa é uma proposta que esperamos que os senhores presidentes possam formatar na reunião de Brasília, um foro onde se poderá discutir com um critério não operacional estratégias e sistemas que fazem a defesa da América Latina", disse Mora.
(Reportagem de Mariel Cristaldo)
Conselho de Defesa pode ser definido na cúpula d Unasul--Jobim
Da Reuters
ASSUNÇÃO (Reuters) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, assegurou nesta terça-feira que as gestões para a criação do Conselho Sul-Americano de Defesa estão avançadas e que os presidentes poderão tomar uma decisão política durante a cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no dia 23, em Brasília.
"Já falamos com Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e agora com o Paraguai. Todos têm posições no sentido da necessidade de criação do conselho, porque é uma forma pela qual a América do Sul pode ter uma posição internacional muito importante", afirmou Jobim a jornalistas na capital paraguaia.
Na próxima semana, Jobim conversará com Argentina, Chile, Uruguai e Bolívia.
Durante sua breve visita ao Paraguai, Jobim se reuniu com o presidente Nicanor Duarte, com o ministro da Defesa, Nelson Mora, e tinha encontro previsto com o presidente eleito Fernando Lugo.
O ministro brasileiro disse que o conselho não pretende ser operacional, e buscará fomentar a transparência, a cooperação e o intercâmbio de informação, de tecnologia e de pessoal militar. Recentemente, Jobim afirmou que o Brasil pretendia ocupar determinados nichos do mercado bélico regional.
"(Buscamos) que a defesa integre também o desenvolvimento econômico porque toda a indústria de defesa é dual", disse Jobim, citando como exemplo a Embraer, "que nasceu como uma indústria de defesa e hoje é uma grande empresa com presença mundial na avaiação civil".
O ministro paraguaio de Defesa manifestou a adesão de seu governo ao projeto, que considerou "razoável e histórico".
"Essa é uma proposta que esperamos que os senhores presidentes possam formatar na reunião de Brasília, um foro onde se poderá discutir com um critério não operacional estratégias e sistemas que fazem a defesa da América Latina", disse Mora.
(Reportagem de Mariel Cristaldo)
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
Nelson Jobim viaja a Argentina, Chile e Uruguai para prosseguir conversas sobre Conselho Sul-Americano de Defesa
BRASÍLIA (12/05/2008) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, inicia nesta semana mais um ciclo de viagens pela América do Sul para apresentar a presidentes e autoridades de defesa dos países a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. Jobim embarca nesta segunda-feira (12/05) para a Argentina e, em seguida, irá ao Chile e Uruguai. Ele estará acompanhado do Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, do Comandante Militar do Sul, General José Elito Carvalho Siqueira, e do ministro Marcos Vinícius Pinta Gama, do Ministério das Relações Exteriores.
No início da semana que vem, Jobim irá à Bolívia onde encerrará o ciclo de viagens pela América do Sul. O ministro já teve encontros com as autoridades da Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e Paraguai. A proposta de criação do Conselho, de uma maneira geral, tem tido boa receptividade entre os governos sul-americanos e será discutida pelos presidentes da região em reunião de cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a ser realizada em Brasília no dia 23 de maio.
Nos encontros com as autoridades sul-americanas, o ministro da Defesa tem reiterado que a proposta do Conselho Sul-Americano de Defesa não é ser uma aliança militar convencional, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O Conselho, de acordo com Jobim, é uma aliança de diálogo entre os ministérios da Defesa e governos. Uma tentativa de integração do pensamento de Defesa para discutir as realidades e necessidades de Defesa que os países tenham em comum com o objetivo de formar, no futuro, uma política regional de defesa.
O Conselho proposto pelo Brasil teria como princípio a não intervenção e o respeito à soberania de cada país, à autodeterminação dos povos e à integridade territorial.
E sua criação respeitaria, de acordo com Jobim, as três vertentes existentes no continente: a amazônica, a andina e a platina.
Entre os objetivos do Conselho, estariam a intensificação do intercâmbio de ensino militar, sob a ótica dos governos, e não apenas das forças singulares, como ocorre em muitos casos; a participação comum em missões de manutenção de paz; a ajuda a regiões afetadas por desastres naturais; a realização de exercícios militares conjuntos; e a integração das bases industriais de Defesa da região. A meta dessa última ação seria aumentar a autonomia de suprimentos da região, com maior capacitação tecnológica e a custos menores, resultantes do aumento de escala.
O Conselho também teria por objetivo a busca de posições consensuais da região em fóruns multilaterais, como a Junta Interamericana de Defesa (JID), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Ministério da Defesa
BRASÍLIA (12/05/2008) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, inicia nesta semana mais um ciclo de viagens pela América do Sul para apresentar a presidentes e autoridades de defesa dos países a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. Jobim embarca nesta segunda-feira (12/05) para a Argentina e, em seguida, irá ao Chile e Uruguai. Ele estará acompanhado do Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, do Comandante Militar do Sul, General José Elito Carvalho Siqueira, e do ministro Marcos Vinícius Pinta Gama, do Ministério das Relações Exteriores.
No início da semana que vem, Jobim irá à Bolívia onde encerrará o ciclo de viagens pela América do Sul. O ministro já teve encontros com as autoridades da Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e Paraguai. A proposta de criação do Conselho, de uma maneira geral, tem tido boa receptividade entre os governos sul-americanos e será discutida pelos presidentes da região em reunião de cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a ser realizada em Brasília no dia 23 de maio.
Nos encontros com as autoridades sul-americanas, o ministro da Defesa tem reiterado que a proposta do Conselho Sul-Americano de Defesa não é ser uma aliança militar convencional, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O Conselho, de acordo com Jobim, é uma aliança de diálogo entre os ministérios da Defesa e governos. Uma tentativa de integração do pensamento de Defesa para discutir as realidades e necessidades de Defesa que os países tenham em comum com o objetivo de formar, no futuro, uma política regional de defesa.
O Conselho proposto pelo Brasil teria como princípio a não intervenção e o respeito à soberania de cada país, à autodeterminação dos povos e à integridade territorial.
E sua criação respeitaria, de acordo com Jobim, as três vertentes existentes no continente: a amazônica, a andina e a platina.
Entre os objetivos do Conselho, estariam a intensificação do intercâmbio de ensino militar, sob a ótica dos governos, e não apenas das forças singulares, como ocorre em muitos casos; a participação comum em missões de manutenção de paz; a ajuda a regiões afetadas por desastres naturais; a realização de exercícios militares conjuntos; e a integração das bases industriais de Defesa da região. A meta dessa última ação seria aumentar a autonomia de suprimentos da região, com maior capacitação tecnológica e a custos menores, resultantes do aumento de escala.
O Conselho também teria por objetivo a busca de posições consensuais da região em fóruns multilaterais, como a Junta Interamericana de Defesa (JID), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
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Re: Conselho de Defesa Sul-americano?
13/05/2008 - 18h49 - Atualizado em 13/05/2008 - 18h55
Jobim expõe na Argentina plano para Conselho de Defesa na América do Sul
Da EFE
Buenos Aires, 13 mai (EFE).- O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, ofereceu hoje detalhes ao Governo argentino sobre o projeto para criar um Conselho de Defesa na América do Sul, informaram fontes oficiais.
Jobim foi recebido pela ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, com quem manteve uma reunião de meia hora à qual também participaram, mais tarde, as delegações de ambos os países.
Durante uma hora e meia, Jobim informou "amplamente sobre a iniciativa brasileira de formar um Conselho de Defesa no marco da União Sul-Americana", informou o Ministério da Defesa argentino em comunicado.
"Os funcionários argentinos realizaram diversas perguntas ao ministro brasileiro e tomaram nota de suas observações", informou a nota oficial, na qual o Governo de Cristina Fernández de Kirchner não se pronuncia sobre a decisão a ser tomada frente ao plano apresentando.
O ministro da Defesa do Brasil também viajará ao Chile e ao Uruguai para promover a criação do Conselho Sul-americano de Defesa, iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que será discutida pelos presidentes da região na Cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), prevista para 23 de maio, em Brasília.
Segundo Jobim, a proposta "não se trata de uma aliança militar convencional, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas de uma aliança de diálogo entre os ministérios de Defesa para uma integração do pensamento, visando formar uma política regional de defesa".
Os princípios de "não-intervenção à soberania de cada país, à autodeterminação dos povos e à integridade territorial" são defendidos no objetivo da iniciativa, que seria aplicada às vertentes amazônica, andina e platina em assuntos como posições conjuntas perante organismos e em missões de paz.
Além de se reunir com Garré, Jobim visitou hoje o chanceler argentino, Jorge Taiana, antes de ir para a sede do Executivo para uma audiência com a presidente Cristina Kirchner. EFE
Jobim expõe na Argentina plano para Conselho de Defesa na América do Sul
Da EFE
Buenos Aires, 13 mai (EFE).- O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, ofereceu hoje detalhes ao Governo argentino sobre o projeto para criar um Conselho de Defesa na América do Sul, informaram fontes oficiais.
Jobim foi recebido pela ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, com quem manteve uma reunião de meia hora à qual também participaram, mais tarde, as delegações de ambos os países.
Durante uma hora e meia, Jobim informou "amplamente sobre a iniciativa brasileira de formar um Conselho de Defesa no marco da União Sul-Americana", informou o Ministério da Defesa argentino em comunicado.
"Os funcionários argentinos realizaram diversas perguntas ao ministro brasileiro e tomaram nota de suas observações", informou a nota oficial, na qual o Governo de Cristina Fernández de Kirchner não se pronuncia sobre a decisão a ser tomada frente ao plano apresentando.
O ministro da Defesa do Brasil também viajará ao Chile e ao Uruguai para promover a criação do Conselho Sul-americano de Defesa, iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que será discutida pelos presidentes da região na Cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), prevista para 23 de maio, em Brasília.
Segundo Jobim, a proposta "não se trata de uma aliança militar convencional, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas de uma aliança de diálogo entre os ministérios de Defesa para uma integração do pensamento, visando formar uma política regional de defesa".
Os princípios de "não-intervenção à soberania de cada país, à autodeterminação dos povos e à integridade territorial" são defendidos no objetivo da iniciativa, que seria aplicada às vertentes amazônica, andina e platina em assuntos como posições conjuntas perante organismos e em missões de paz.
Além de se reunir com Garré, Jobim visitou hoje o chanceler argentino, Jorge Taiana, antes de ir para a sede do Executivo para uma audiência com a presidente Cristina Kirchner. EFE