Coreia do Norte. Capacidades Militares
Enviado: Sex Out 06, 2006 12:09 pm
Coreia do Norte. Capacidades Militares
Alexandre Reis Rodrigues
A Coreia do Norte deve ser hoje o país mais militarizado do mundo e simultaneamente também um dos mais pobres. O seu orçamento de defesa é cerca 30% do produto interno bruto mas a sua população vive num estado de extrema pobreza e fome. Embora não tenha presentemente capacidade nuclear de longo alcance que ameace directamente o território dos EUA, pode vir a tê-la num futuro próximo se para isso dispuser de ajudas externas. O míssil TAEPODONG 2, que se presume possa vir a ter um alcance entre os 10.000 e os 15.000 quilómetros, ainda não foi testado e a sua versão anterior, o TAEPODONG 1, falhou o único teste. Ficam a restar os mísseis NODONG 1 e 2, com um alcance de 1.300 quilómetros, dos quais se presume terem várias dezenas. O número de armas nucleares é actualmente de duas mas admite-se que com o enriquecimento de urânio recentemente detectado poderão chegar às seis, ainda este ano, segundo William Perry, antigo secretário de defesa americano. De acordo com um relatório do International Crisis Group, revelado a 1 de Agosto, a Coreia do Norte tem os materiais e as capacidades para possuir um arsenal de mais de 200 armas nucleares em 2010.Mas há também as armas químicas, com a possibilidade de produção anual de 4.500 toneladas destes agentes, e armas biológicas, cujas infra-estruturas de investigação e produção se situam perto da fronteira com China, tornando-se por isso um alvo mais difícil. Aliás, estima-se que grande parte das suas facilidades industriais para fins militares encontra-se em instalações subterrâneas profundas e duplicadas. Fora estas armas de destruição maciça, a Coreia do Norte possui um exército de 1 milhão de efectivos e 4.7 milhões de reservas. Nas proximidades da zona desmilitarizada, ao longo da fronteira entre as duas Coreias, estima-se que possuam 13.000 peças de artilharia, capazes de lançar 500.000 projécteis por hora sobre a Coreia do Sul. Seoul está apenas a 50 quilómetros da zona desmilitarizada, bem dentro do alcance dessa artilharia. Essa zona desmilitarizada, que tem 4 quilómetros de largura e foi criada como parte do armistício no fim da guerra, tem sido palco de variados incidentes desde então. O último, ocorreu no passado dia 17 de Julho, incluindo uma troca de tiros sem consequências. Mais sérios têm sido os incidentes na fronteira marítima com navios de patrulha. O último ocorreu em 2002, quando um patrulha da Coreia do Norte afundou um patrulha da Coreia do Sul provocando seis mortos. Aparentemente uma retaliação de uma acção semelhante por parte da Coreia do Sul que em Julho de 1999 tinha afundado um navio norte-coreano.A Coreia do Norte alega agora a necessidade de um maior investimento em armas nucleares, segundo duas perspectivas. Como forma de dissuasão da “atitude agressiva” dos EUA e como forma de redução do orçamento de defesa, através de cortes nas capacidades convencionais. Não será apenas no eventual uso das capacidades nucleares que assenta a preocupação dos EUA. O problema principal reside na ameaça indirecta da proliferação de armamento de destruição maciça, em função da prática seguida pela Coreia do Norte de venda de tecnologia nuclear e de mísseis para terceiros. O que, aliás, reiteraram recentemente pretender continuar a fazer.Não restam dúvidas que os EUA têm capacidades militares mais do que suficientes para lidar com o poderio militar coreano. O que exclui uma solução militar da presente crise é a questão da incomportável dimensão provável dos danos colaterais de um possível conflito.
Criei este tópico para discutirmos a capacidade militar Norte Coreana e como ela resistiria a um ataque das FAs Americanas.
Alexandre Reis Rodrigues
A Coreia do Norte deve ser hoje o país mais militarizado do mundo e simultaneamente também um dos mais pobres. O seu orçamento de defesa é cerca 30% do produto interno bruto mas a sua população vive num estado de extrema pobreza e fome. Embora não tenha presentemente capacidade nuclear de longo alcance que ameace directamente o território dos EUA, pode vir a tê-la num futuro próximo se para isso dispuser de ajudas externas. O míssil TAEPODONG 2, que se presume possa vir a ter um alcance entre os 10.000 e os 15.000 quilómetros, ainda não foi testado e a sua versão anterior, o TAEPODONG 1, falhou o único teste. Ficam a restar os mísseis NODONG 1 e 2, com um alcance de 1.300 quilómetros, dos quais se presume terem várias dezenas. O número de armas nucleares é actualmente de duas mas admite-se que com o enriquecimento de urânio recentemente detectado poderão chegar às seis, ainda este ano, segundo William Perry, antigo secretário de defesa americano. De acordo com um relatório do International Crisis Group, revelado a 1 de Agosto, a Coreia do Norte tem os materiais e as capacidades para possuir um arsenal de mais de 200 armas nucleares em 2010.Mas há também as armas químicas, com a possibilidade de produção anual de 4.500 toneladas destes agentes, e armas biológicas, cujas infra-estruturas de investigação e produção se situam perto da fronteira com China, tornando-se por isso um alvo mais difícil. Aliás, estima-se que grande parte das suas facilidades industriais para fins militares encontra-se em instalações subterrâneas profundas e duplicadas. Fora estas armas de destruição maciça, a Coreia do Norte possui um exército de 1 milhão de efectivos e 4.7 milhões de reservas. Nas proximidades da zona desmilitarizada, ao longo da fronteira entre as duas Coreias, estima-se que possuam 13.000 peças de artilharia, capazes de lançar 500.000 projécteis por hora sobre a Coreia do Sul. Seoul está apenas a 50 quilómetros da zona desmilitarizada, bem dentro do alcance dessa artilharia. Essa zona desmilitarizada, que tem 4 quilómetros de largura e foi criada como parte do armistício no fim da guerra, tem sido palco de variados incidentes desde então. O último, ocorreu no passado dia 17 de Julho, incluindo uma troca de tiros sem consequências. Mais sérios têm sido os incidentes na fronteira marítima com navios de patrulha. O último ocorreu em 2002, quando um patrulha da Coreia do Norte afundou um patrulha da Coreia do Sul provocando seis mortos. Aparentemente uma retaliação de uma acção semelhante por parte da Coreia do Sul que em Julho de 1999 tinha afundado um navio norte-coreano.A Coreia do Norte alega agora a necessidade de um maior investimento em armas nucleares, segundo duas perspectivas. Como forma de dissuasão da “atitude agressiva” dos EUA e como forma de redução do orçamento de defesa, através de cortes nas capacidades convencionais. Não será apenas no eventual uso das capacidades nucleares que assenta a preocupação dos EUA. O problema principal reside na ameaça indirecta da proliferação de armamento de destruição maciça, em função da prática seguida pela Coreia do Norte de venda de tecnologia nuclear e de mísseis para terceiros. O que, aliás, reiteraram recentemente pretender continuar a fazer.Não restam dúvidas que os EUA têm capacidades militares mais do que suficientes para lidar com o poderio militar coreano. O que exclui uma solução militar da presente crise é a questão da incomportável dimensão provável dos danos colaterais de um possível conflito.
Criei este tópico para discutirmos a capacidade militar Norte Coreana e como ela resistiria a um ataque das FAs Americanas.