Pepê Rezende escreveu:
Vou contar uma historinha. O adido militar de um dos G-7 queria saber onde gastávamos nosso IMENSO orçamento de defesa. Ficou surpreso ao saber:
1. Que alguns salários na Reserva e para oficiais chegam a ser um pouco maiores que os da Ativa;
assim como em TODOS os setores do serviço publico, inclusive algums com um salário maior do que o teto previsto em lei
2. Que as mulheres recebem pensões integrais;
como no restante do serviço publico
3. Que essas pensões são transferidas às filhas solteiras.
direito extinguido em 2001
Ficou ainda mais surpreso ao saber que alguns militares ADOTAM NETAS E BISNETAS para transferirem os benefícios ...
assim como no resto do serviço publico se colocam dependentes para receberem ajuda de custo, auxilio creche, auxilio-maternidade...
...e que, por isso, ainda tínhamos pensionistas da Guerra do Paraguai pendurados no Tesouro. No país dele, que é uma das cinco maiores economias do Mundo, e com alto IDH para idosos, as regras são as seguintes:
1. A passagem para a Reserva representa a perda de 40% dos salários;
2. As pensões pagas às mulheres representam apenas 30% do salário do marido na Ativa.
Concordo com ambas as regras, desde que elas fossem aplicadas em TODO o funcionalismo federal no 3 poderes
Seu comentário: "Se soubesse disso antes teria servido aqui e não na/o (nome do país)..."
PS: A origem dos benefícios foi nobre. Havia uma enorme quantidade de mulheres desassistidas depois da Guerra do Paraguai. Em 1870, havia três saídas.
a) Arrumar uma vaga como criada;
b) Virar freira;
c) Ir para um prostíbulo...
Na época, só um estúpido casava com uma mulher sem dote, por mais gata que fosse. Tendo uma renda, a vida das mulheres e órfãs estava garantida.
(e dessa maneira foi estendida a TODO o funcionalismo, com exceção da regras das filhas que já foi corrigida)
Hoje, elas disputam o mercado de trabalho e chegam a presidentA! E os beneficios se mantêm.se mantem em todos os ramos do serviço publico
sapao escreveu:E logico que existe uma disparidade, mas ela é na previdencia como um todo, não é exclusividade dos militares.
Reformas virão e não tenho duvida, muito menos de que elas ocorrerão primeiro com as FFAA; isso não me preocupa pois não tenho o menor melindre de procurar emprego para complementar renda.
O que me preocupa é que elas sejam feitas em TODO o serviço publico porque uma hora essa bomba vai estourar e pegar todo mundo, concursado ou não.
E sobre o adido, o que foi que ele achou quando contaram para ele que nossos politicos trabalham 3 vezes por semana, que o judiciario tem 2 meses de ferias por ano, que só no senado com 81 eleitos temos cerca de 6.000 funcionarios e que cada um deles que é concursado TAMBEM se aposenta ganhando integral, que aqui temos que pagar para uma pessoa dizer que você está falando a verdade (cartório) e que essa função até pouco tempo atrás era passada de pai para filho, que a concessão de meios de comunicação e midia e feita pelos politicos para eles mesmos, que matar uma arara é crime inanfiançavel e que matar um pessoa não, que pagamos a mesma (ou talvez até mais) porcentagem de impostos que ele paga só que com um retorno sofrivel em todas as areas de atuação do governo em todas as esferas, que um processo aqui dura mais que a pena em si e mais um monte de coisas que não dá para escrever porque existe um limite de caracteres.
O Orçamento brasileiro e sua distribuição é uma piada em muitos aspectos, mas dizer que SÓ existem problemas e regalias na previdencia das FFAA acho uma injustiça.
O sistema previdenciario do funcionalismo publico do Brasil é obsoleto, paternalista e impossivel de ser bancado a longo prazo, talvez até mesmo a medio prazo.
E os militares não são exceção.
Alias, explicaram para o Adido como funciona a aposentadoria dos deputados federais e dos senadores, que inclui inclusive despesas medicas com seus dependentes?
Antes de mais nada, alguns esclareciomento. A APOSENTADORIA dos deputados federais e senadores NÃO INCLUI despesas médicas com seus dependentes e não é integral. Funciona, como no caso do FUSEX, como um plano de saúde PAGO pelo parlamentar. Tem mais, para obter salário pleno (que representa cerca de METADE do que recebia no cargo) o cara precisa ter cumprido, no mínimo, 20 anos de mandatos. Bate-se muito no Legislativo, e os interesses por trás disso nem sempre são honestos. Roubou-se MUITO MAIS no Regime de 1964. Eu OUVI (infelizmente não estava com gravador na hora) um ex-ministro da Era Costa e Silva negociar, pelo telefone, UMA TONELADA de ouro na véspera de uma mega desvalorização do cruzado. Trocou por dólares... A preços de hoje, representa um valor de US$ 250 milhões. Pelo jeito que falava, era PARTE de sua fortuna. Se quiser mais detalhes, mande uma mensagem em privado.
O trabalho de um deputado ou senador NÃO SE RESUME aos três dias de votação. Em verdade, é tempo integral. Se ele não visitar as bases durante a semana, perde a eleição. Foi um dos aspectos que o Senador Mão Santa esqueceu. Nos dias de votação, a média de trabalho ULTRAPASSA 12 horas. São comuns jornadas de até 14h. As férias do Judiciário não se aplicam a todo o pessoal. Apenas juízes têm dois meses de férias. Enquanto isso, organizam-se os monumentais arquivos. Há processos que precisam de até dez carrinhos para serem transportados. Um deles, chegou a UMA TONELADA de papel.
Voltando à vaca fria, o sistema de pensões federais é caótico, mas nenhum cargo civil, a não ser no Judiciário de alguns estados, benefício que, se não me engano, está em extinção ou sob judice, transfere pensões a filhos com mais de 21 anos. Hoje, também, as vantagens não são mais repassadas a não ser nas carreiras de Estado (diplomatas, Tesouro, procuradores, agentes da PF, militares e membros da Advocacia Geral da União). A sobrecarga pode ser vista no Orçamento Militar. As despesas salariais chegam a 80% do Orçamento. Desse total, 80% vão para pensões e aposentadorias. A solução passaria pela criação de um Fundo de Pensões, mas sempre que se fala sobre isso, a trurma de verde reage (a Marinha propôs e a ideia foi rechaçada).
Concordo que há MUITO para ser feito, mas as maiores distorções, por incrível que pareça, ainda estão entre os militares. Tirando a Marinha, que tem regras de expulsória muito rígidas, qualquer aluno das academias militares tem o potencial de chegar a tenente-coronel ou coronel. Nos EUA, começam expulsando a rabeira da turma a partir de major. Só isso representa uma grande economia, além de impedir o envelhecimento do quadro de oficiais superiores. Vc não percebe o fenômeno porque, em sua força, há uma grande evasão para a iniciativa privada.
Em minha opinião, deveríamos criar um Fundo Previdenciário para as carreiras de Estado, mas proponho que terminemos o debate por aqui. É mexer em vespeiro.
Abraços
Pepê