TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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mmatuso
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78211 Mensagem por mmatuso » Qui Fev 04, 2016 8:46 pm

joao fernando escreveu:Olha ai...da-lhe MPF!

http://politica.estadao.com.br/blogs/fa ... -de-cacas/
Jornal nacional vai dar mais um destaque hoje.




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knigh7
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78212 Mensagem por knigh7 » Qui Fev 04, 2016 8:58 pm

Adorei a decisão do Lula em 2.009 pelo Rafale. Elevou os rafaleiros lá no alto para depois soltar e se esborracharem no chão e estão chorando até hoje.
É o mesmo que agora. Que nutram as esperanças.




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arcanjo
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78213 Mensagem por arcanjo » Qui Fev 04, 2016 9:57 pm

ARTIGO OPINIÃO
O Gripen NG e os seus velhos e novos concorrentes

Uma comparação entre o caça sueco e alguns dos modelos que disputam o mercado de aviões de combate

Além da Suécia, o Gripen (que significa Grifo, ser mitológico com corpo de leão e asas de águia) foi adquirido por mais cinco países e tem atraído bastante atenção internacional com o desempenho elogiado pelos operadores e, nos últimos anos, pelas vitórias nas concorrências de caças na Suíça e no Brasil.
Mas como o “Grifo” se sai contra seus adversários em termos de desempenho e capacidades? O quadro abaixo mostra alguns dos aviões que a nova geração do Gripen vem enfrentando em concorrências internacionais e o texto a seguir o compara com as principais referências do mercado, de ontem e do futuro: o F-16 e o F-35.

http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2016/02/F-X2-Comparison-2.jpg
No infográfico, os concorrentes do Programa F-X2 da FAB e o Mirage 2000-5, que tem dimensões e desempenho similares ao Gripen e ao F-16

O Grifo e a Víbora
O F-16 Fighting Falcon, apelidado de “Viper” (Víbora) se consolidou ao longo de décadas como a aeronave de combate padrão em mais de 26 países, com mais de 4.500 unidades produzidas desde os anos 1970. O F-16 é considerado o “benchmark” dos caças modernos, ou seja, o padrão a ser superado, e ainda possui muitas vantagens sobre vários caças maiores e mais sofisticados. É mais leve, mais manobrável, mais barato de operar e pode realizar uma grande gama de missões, como reconhecimento, apoio aéreo aproximado e superioridade aérea.

Porém o caça, cujo projeto é bem mais antigo que o do Gripen, já está mostrando sua idade. Apesar das significativas melhorias das versões mais recentes e das modernizações, o F-16 não consegue acompanhar todos os avanços de caças projetados anos mais tarde, como a redução significativa da RCS (seção reta-radar), pois está no limite de desenvolvimento de sua fuselagem.
O Gripen, por outro lado, que usou a performance do F-16 como base para seu projeto, já nasceu com uma RCS muito pequena, de cerca de 10% da encontrada no caça americano. Isso dá uma vantagem ao caça sueco, pois ele é capaz de detectar o F-16 com antecedência e, conforme as circunstâncias de um combate, disparar primeiro.

O Gripen e o F-16 têm dimensões externas muito similares, mas o peso é bem diferente: o F-16 é 50% mais pesado que o Gripen, que usa muito material composto. O primeiro pesa cerca de 9 toneladas vazio, enquanto o último pesa 6,8 toneladas vazio (versão C) e se espera que a nova geração pese entre 7,2 e 7,5 toneladas. O peso máximo de decolagem é de cerda de 20 toneladas para o F-16 e 14 toneladas para o Gripen C/D, sendo que o NG poderá decolar com 16,5 toneladas de peso máximo. O F-16, por sua vez, consegue levar 7.700kg de cargas externas, enquanto o Gripen C leva 5,3 toneladas, e o Gripen E deverá ser da classe de 7 toneladas de carga máxima externa –embora tanto no F-16 quanto no Gripen (e na grande maioria dos caças) a soma do peso do combustível máximo interno com o máximo de cargas externas ultrapasse o peso máximo de decolagem, o que leva à redução em um ou outro (por exemplo, carga máxima externa de 6 toneladas entre armas e tanques externos, combinada ao máximo de combustível interno no Gripen NG).

Embora mais pesado, o F-16 é equipado com um motor Pratt and Whitney mais poderoso, que produz 50% a mais de empuxo que o Volvo RM12 do Gripen C/D, o que dá uma vantagem na razão empuxo/peso para o F-16. Esta razão no Gripen C/D fica pouco abaixo de 1 e no F-16 é de 1.1. Essa vantagem dá ao F-16 maior aceleração e razão de subida. Porém, e apesar do peso maior do Gripen NG, a potência extra do GE F414 da nova versão diminui e quase equilibra essa diferença, lembrando que o peso do F-16 continua a subir com novas variantes e modernizações.

Um outro fator-chave de comparação entre o Gripen e o F-16 é a carga alar. Geralmente, o caça com menor carga alar pode fazer curvas mais fechadas (taxa de curva maior) com menor perda de energia que um caça com maior carga alar. A carga alar do Gripen fica em torno de 60lb/ft2, enquanto a do F-16 fica em torno de 88lb/ft2. Isso significa que, mesmo que o Gripen tenha uma relação peso-potência pior, ele precisa de menos energia para restaurar a velocidade depois de uma curva. No quadro abaixo pode-se observar que o Gripen tem as melhores taxas de curva instantânea e sustentada em comparação com os atuais caças. Observar que o avião na parte mais baixa do quadro é o F-35A, com as piores taxas.

Imagem

As características de performance do Gripen indicam que, em geral, ele é mais leve, menor e mais ágil que o F-16, podendo fazer curvas mais fechadas que este. As tecnologias de radar e a aviônica da nova geração do Gripen são superiores, principalmente na guerra em redes, devido ao avançado data-link do caça sueco. Resumindo: o Gripen e o F-16 são muito similares em capacidade e desempenho, mas o F-16 é um projeto mais antigo. Os equipamentos da nova versão NG podem torná-lo um substituto convincente para o envelhecido F-16.


O Grifo e o F-35
O projeto do Lockheed F-35 Lightning II representa talvez a ameaça mais significativa para o sucesso de exportação do Gripen. O chamado “Joint Strike Fighter” (JSF) foi financiado por muitas das nações que buscam substituir seus caças F-16 atualmente em serviço.

Nesse caso, o Gripen tem a desvantagem de seu projeto inicial ser mais antigo que o do F-35, e o caça sueco, embora tenha uma pequena RCS, carece de verdadeiras capacidades furtivas. No entanto, ainda há uma boa esperança para as perspectivas de exportação do Gripen frente ao F-35, pois as derrapagens de custos do JSF estão fazendo muitas das nações que financiam o desenvolvimento da aeronave pensar duas vezes antes de comprar a plataforma. Sérias preocupações sobre o desempenho também foram levantadas. Além disso, o JSF é uma aeronave maior e mais pesada que o Gripen (seu peso vazio é duas vezes maior, proporção que se repete com peso máximo de decolagem), e seus custos operacionais são desconhecidos, enquanto o Gripen já provou ser um avião confiável e capaz.

O F-35 também voa mais limpo que o Gripen, pois tem duas baias internas de armas, que aumentam suas capacidades furtivas e aerodinâmicas. Esses compartimentos podem transportar cerca de 3.000 libras (cerca de 1.362kg) de munições no total. Já quando os cabides externos são utilizados, o JSF pode transportar cerca de 9 toneladas de armas.

O JSF utiliza um único motor Pratt and Whitney com pós-combustão, o mais potente motor de caça da atualidade, mas ainda assim só consegue voar a uma velocidade máxima de cerca de Mach 1.6. Sua razão empuxo/peso é de apenas 0,87 – significativamente pior que a do Gripen.

A carga alar do JSF é de 90lb/ft2 – consideravelmente maior que a do Gripen e também maior do que a do F-16, que se destina a substituir. Na verdade, esse fator de carga alar é maior que dos aviões de combate de quarta geração, incluindo o F-15, SU-27 e Mirage 2000. Isto significa que o F-35 é menos manobrável que o Gripen. O JSF tem um teto de serviço maior, mas seu raio de combate é só um pouco melhor que o do Gripen de nova geração.

Conclusão
O Gripen mantém vantagens na manobrabilidade e custos. É mais leve, com uma célula menor e os custos de produção e de operação são comprovadamente baixos.
Em última análise, o JSF foi concebido primariamente para missões de ataque e secundariamente para combate aéreo. O Gripen é um caça leve multimissão, otimizado para combate aéreo. Diferentes caças com diferentes propósitos.

Conforme a necessidade da maioria das forças aéreas, o Gripen pode cumprir a maioria das missões por um preço menor.

Artigo publicado originalmente na revista Forças de Defesa número 10, que foi às bancas no início de 2014 (os dados analisados no texto referem-se aos que eram de conhecimento à época)

http://www.aereo.jor.br/2016/02/04/o-gr ... correntes/

abs.

arcanjo




Editado pela última vez por arcanjo em Sex Fev 05, 2016 12:48 am, em um total de 1 vez.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78214 Mensagem por kirk » Qui Fev 04, 2016 11:26 pm

Somente para esclarecer um pequeno equivoco da matéria acima :

O Raio de combate do F-35 é um pouco melhor que a do Gripen C/D ... porém muito aquém do Gripen E/F ...

F-35A Combat Radius May Not Meet Minimum Requirement
http://defensetech.org/2011/05/13/f-35a ... quirement/

The F-35 may have big problems fighting at long range
http://www.businessinsider.com/f-35-can ... nge-2015-7




[] kirk

Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78215 Mensagem por Carlos Lima » Sex Fev 05, 2016 5:34 am

Do prp no DefesaBrasileira:
PRP escreveu:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Distrito Federal
Referência: IC nº 1.16.000.004707/2014-83
Despacho nº: /2016
DESPACHO
O inquérito civil em epígrafe foi instaurado, em 2015, a fim de apurar possíveis
irregularidades na contratação da empresa sueca SAAB para a fabricação de aviões de caça
Gripen NG pela Força Aérea Brasileira (FAB).
No dia 25 de agosto de 2015, após ampla instrução do feito, foi por mim proferido
despacho de arquivamento, cuja fundamentação é a seguinte:
Em maio de 2008, o Comandante da Aeronáutica determinou ao Estado Maior da
Aeronáutica (EMAER) a ativação do Projeto F-X2, por meio da portaria C-10-TGC-3, cuja
finalidade foi possibilitar a substituição das aeronaves Mirage F-2000, F-5M e A-1M por
aeronaves (caças de combate) mais modernos, em conformidade com a Estratégia Nacional de
Defesa, que é definida no Decreto nº 6.703/2008, publicado no final do mesmo ano.
De acordo com o mencionado Decreto, a Força Aérea Brasileira (FAB) deveria formular
um e executar um planejamento e “
priorizar, com compensação comercial, industrial e
tecnológica ...
a aquisição de aeronaves de caça que substituam, paulatinamente, as hoje
existentes, buscando a possível padronização; a aquisição e o desenvolvimento de armamentos e
sensores, objetivando a auto-suficiência na integração destes às aeronaves; e a aquisição de
aeronaves de transporte de tropa
”.
Conforme se pode perceber, o Projeto F-X2 tem, como base jurídica e estratégica, as
diretrizes do Decreto nº 6.703/2008, devendo compatibilizar 3 objetivos principais: (i) a aquisição
de aeronaves de caças modernos; (ii) a aquisição e o d
esenvolvimento de armamentos e sensores,
objetivando a autossuficiência na integração destes às aeronaves; (iii) a garantia de compensações
comerciais, industriais e tecnológica.
Chamo a atenção para o terceiro objetivo principal do Projeto F-X2, em consonância com a
Estratégia Nacional de Defesa: a garantia de compensações que devem ter, como escopo maior, o
desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico do Brasil. Tais compensações são
operacionalizadas por meio dos acordos de “
offset
”, por meio dos quais empresas brasileiras
passam a ser contratadas para desenvolver tecnologia que venham a beneficiar o país no médio e
longo prazo.
1
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Na primeira fase do Projeto F-X2, foi criada a Comissão Gerencial do mencionado projeto
(a CGPF-X2), a qual, analisando as propostas das empresas e os sistemas de armas selecionados,
exarou o “Relatório dos Estudos para Definição da
Short-List
”, em agosto de 2008. Nesse
relatório, constam como selecionadas as empresas Boeing, Dassault e SAAB. Tal relatório foi
aprovado pelo COMAER e pelo Ministro da Defesa, que determinou à Comissão Coordenadora de
Programas de Aeronaves de Combate (COPAC) a ativação do Projeto F-X2.
As contratações objeto do Projeto F-X2, como é fácil perceber, justificam a dispensa de
processo licitatório, em razão do que determina o art. 24, IX, XIX e XXVIII, da Lei nº 8.666/93.
Vejamos o texto legal:
Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Nacional;
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
(...)
Ainda que não fosse obrigatória a realização de certame licitatório, a FAB promoveu
processo seletivo internacional, no bojo do qual se permitiu a concorrência das empresas
estrangeiras interessadas no contrato com o Estado brasileiro. Tal processo seletivo, pelo que se
apurou, transcorreu sem qualquer causa de nulidade.
Conforme esclareceu a FAB, o Relatório Final do Processo de Seleção do Projeto F-X2 foi
encaminhado ao Comandante da Aeronáutica e ao Ministro da Defesa em janeiro de 2010. Porém,
somente em dezembro de 2013 foi realizado o anúncio, pelo Ministro da Defesa (com o aval da
Presidência da República), de que a oferta considerada mais vantajosa foi a da empresa sueca
SAAB, com o projeto Gripen NG.
Chama a atenção o fato de que a decisão ministerial (e presidencial) em favor da proposta
da SAAB (considerada mais vantajosa, principalmente levando em consideração os acordos de
offset
e o financiamento especial oferecido pelo banco de desenvolvimento sueco) deu-se somente
ao final de 2013, cinco anos após a emissão do pedido de oferta (RFP) pelas empresas. Esse fato
tem como consequência lógica a constatação de que, quando da assinatura do contrato (já em
2014), a oferta da empresa já se apresentava desatualizada, considerando, em especial, que o
mercado tecnológico de componentes aviônicos é bastante dinâmico, demandando decisões
negociais rápidas e constante atualização dos componentes.
Segundo a FAB, a defasagem tecnológica gerada pelo atraso na decisão ministerial e
presidencial sentiu-se na capacidade funcional do radar, na cobertura do sensor Infra-red Search
and Track (IRST) e no sistema de guerra eletrônica. Além disso, concebeu-se a agregação de novos
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armamentos ao arsenal a ser contratado bem com a inclusão do componente
Wide Area Display
(WAD), o qual teria vantagens tecnológicas de longo prazo.
Por conta da necessidade de superação dessa defasagem tecnológica de meia década, a FAB
enviou para a empresa SAAB, em maio de 2014, o
Request For Change
(RFC), solicitando a
atualização de sua proposta. A resposta da empresa deu-se em agosto de 2014. Com a atualização,
firmou-se o contrato de aquisição de aeronaves no valor de SEK 39.333.870.435,39 (trinta e nova
bilhões, trezentos e trinta e três milhões, oitocentos e setenta mil, quatrocentos e trinta e cinco
coroas suecas), o que equivalia, em janeiro de 2015, a US$ 4.748.288.277,77 (quatro bilhões,
setecentos e quarenta e oito milhões, duzentos e oitenta e oito mil, duzentos e setenta e sete reais e
setenta e sete centavos). Também foi firmado o contrato de apoio logístico no valor de SEK
548.465.036,26 (quinhentos e quarenta e oito milhões, quatrocentos e sessenta e cinco mil, trinta e
seis coroas suecas e vinte e seis centavos).
Paralelamente a esses dois contratos, foi firmado um terceiro, em que a SAAB
compromete-se a realizar compensações em favor da indústria brasileira, num valor próximo ao
dobro do valor do contrato de aquisição. Trata-se do contrato de compensação comercial, industrial
e tecnológico, que tinha o valor de US$ 9.118.170.000,00 (nove bilhões, cento e dezoito milhões,
cento e setenta mil reais dólares).
A respeito dos valores dos contratos mencionados, não há, s.m.j., elementos no presente
inquérito civil que permitam o reconhecimento de qualquer sobrepreço ou superfaturamento.
A respeito do processo de seleção e de contratação da empresa SAAB pelo FAB, conforme
relatamos, não encontramos qualquer ilicitude que mereça ser atacada por meio de ação judicial. A
par disso, outras suspeitas iniciais justificaram a investigação do Ministério Público Federal em
relação a outros pontos tangentes.
Um desses pontos investigados tratou da inclusão do componente aviônico
WAD
nos
projetos das aeronaves. Buscou-se, sobre esse ponto, esclarecer se: (i) era necessária a inclusão do
WAD; e (ii) a empresa contratada pela SAAB para seu desenvolvimento (a empresa AEL, cujo
capital majoritário é detido pela empresa israelense Elbit Systems) tinha
know-how
suficiente
para
o desenvolvimento deste tipo de componente.
A respeito da necessidade do WAD, de acordo com o que se apurou (especialmente por
meio dos depoimentos colhidos no decorrer do inquérito), concluímos que se trata de um avanço
tecnológico cuja necessidade somente pode ser apurada pelas próprias Forças Armadas. Não há
elementos, por parte do Ministério Público Federal, que fundamentem o reconhecimento de sua
necessidade ou desnecessidade. Igualmente, verificou-se que o componente de preço do WAD, em
relação aos demais componentes acrescentados por obra do RFC, que representam a atualização
tecnológica, equivale a somente 2,5% do valor do contrato de aquisição, ao contrário do que se leu
nos meios de comunicação, não havendo elementos para afirmar que se trate, portanto, de insumo
desnecessário que geraria sobrepreço ilícito.
Sobre a capacidade operacional e tecnológica e o
know-how
da empresa AEL Sistema S/A,
pudemos verificar que, não obstante o rápido crescimento de faturamento da empresa nos últimos
anos, a mencionada empresa possui diversos vínculos contratuais diretos e indiretos com a FAB e
outros importantes atores econômicos, fornecendo, direta ou indiretamente, outros componentes
aviônicos de alto grau tecnológico. Dessa forma, não é possível, pelos elementos do inquérito
civil, concluir sobre sua suposta incapacidade técnica. Até que se prove o contrário, a mencionada
empresa é idônea para executar os recursos vinculados ao desenvolvimento do WAD e dos demais
componentes aviônicos contratados.
3
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Apurou-se no bojo do inquérito civil em epígrafe, outrossim, a presença no quadro de
funcionários da AEL Sistemas S/A de familiares de oficiais da FAB. Nesse quesito, porém, não há
prova de que tais contratações tenham sido irregulares ou tenham, concretamente, gerados
benefícios ilícitos à mencionada empresa.
Também foi objeto de apuração a presença do brigadeiro Gilberto Antônio Saboya Burnier
no Conselho Consultivo (ou Executivo) da empresa AEL Sistemas S/A. Conforme apurou-se, tal
indicação do brigadeiro Burnier deu-se em razão doutras relações jurídicas contratuais entre a
empresa e a FAB, não havendo relação com o objeto aqui investigado. Outrossim, não há relatos
de que o brigadeiro Burnier tenha sido responsável por influência ou decisões vinculadas à
contratação da empresa SAAB ou pela elaboração do acordo de
offset
. Ademais, restou claro no
bojo da investigação que o brigadeiro Burnier não possui qualquer poder de gestão na empresa
AEL Sistemas S/A, não participando sequer da negociação ou da elaboração de negócios jurídicos.
Sua função é meramente consultiva.
Em suma, após perfunctória investigação ministerial, não foram encontrados elementos que
justifiquem a continuidade da investigação e o ajuizamento de ações judiciais relacionadas ao
objeto de apuração. Não há, nos autos, elementos mínimos que apontem a prática de ilicitude por
parte dos investigados.
Ressalto que inexistência de tais elementos mínimos, ao lado da
inexistência de indícios concretos de delitos, impede a definição de uma linha investigativa
eficiente e apta a formar elementos para uma futura ação penal ou de improbidade administrativa.
O ajuizamento destas ações
demanda a existência de elementos mínimos que justifiquem o início
da atividade persecutória pelos órgãos de investigação e acusação.
O mencionado arquivamento foi homologado pela
5ª Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público Federal por meio de decisão colegiada proferida no dia 21 de
outubro de 2015, no bojo de sua 884ª sessão ordinária (fls. 263/266 dos autos principais). Os
autos do inquérito arquivado foram-me remetidos no dia 14 de janeiro de 2016 (fl. 272-verso).
Sem embargo disso, nos últimos dois meses, especialmente a partir do final de
novembro de 2015, no bojo da Operação Zelotes (resultado de trabalho conjunto realizado pelo
Ministério Público Federal no Distrito Federal, Polícia Federal e Receita Federal), foram
colhidos novos elementos e indícios (divulgados amplamente nos meios de comunicação do
Brasil) indicando que o contrato administrativo internacional investigado neste inquérito civil
pode ter resultado não apenas de critérios técnicos que indicavam a preferência militar pelo
projeto Gripen NG, mas também de possível influência indevida exercida, supostamente, pelos
ali investigados Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni. Essa influência indevida,
possivelmente, exerceu-se por meio da corrupção de agentes e/ou ex-agentes públicos federais.
Dessa forma, considerando a superveniência de novos indícios que colocam em
dúvida a idoneidade do processo de contratação da empresa sueca SAAB, determino o
desarquivamento do inquérito civil
em epígrafe, reabrindo, portanto, a apuração ministerial.
4
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Outrossim,
autorizo, desde já, o compartilhamento de todas as provas
produzidas no bojo deste inquérito civil
para fins de instrução dos procedimentos cíveis e
criminais (inclusive inquéritos policiais) que são conduzidos pela Força-Tarefa da Operação
Zelotes.
A fim de dar continuidade à instrução do inquérito civil, determino:
1 – Oficie-se ao Ministro da Defesa, para que preste informações atualizadas
(com cópia digitalizada de todos documentos pertinentes) a respeito: (i) da
execução do contrato com a empresa SAAB, relativo ao projeto Gripen NG; (ii)
da execução do contrato de financiamento com o banco de desenvolvimento sueco
Swedish Export Credit Corporation (SEK)
, que tem por finalidade financiar o
projeto Gripen NG; (iii) da relação de pagamentos já possivelmente realizados em
favor da empresa SAAB; (iv) da execução dos acordos de
offset.
2 – Oficie-se ao representante legal no Brasil da empresa SAAB, para que
também preste informações atualizadas a respeito dos questionamentos
mencionados no item anterior, bem como para que explicite a relação de
pagamentos já realizados em favor de empresas brasileiras ou estrangeiras
decorrentes de contratos alcançados pelo acordo de compensação
comercial,
industrial e tecnológica (
offset
).
3 – Oficie-se ao Coordenador da Força-Tarefa da Operação Zelotes,
remetendo cópia integral do presente inquérito civil, para instrução dos
procedimentos cíveis e criminais (inclusive inquéritos policiais) que são
conduzidos pela mencionada Força-Tarefa, bem como solicitando cópia integral
de todos os documentos (após autorização judicial, quando for o caso –
documentos apreendidos por ordem judicial) obtidos no bojo da Operação Zelotes
que tenham relação direta ou indireta com a contratação da empresa SAAB pela
FAB para a execução do projeto Gripen NG, bem como com possíveis tratativas e
lobbies
para referida contratação;
5
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4 – Oficie-se ao Procurador-Geral da Justiça Militar, solicitando cópia
integral, em mídia digital, do PIC nº1.16.000.004593/2014-71.
Esclareço que, no bojo do ofício ao Coordenador da Força-Tarefa da Operação
Zelotes, deve-se solicitar manifestação a respeito da correlação do presente inquérito civil com
procedimentos da mencionada Operação. Após referida resposta,
decidir-se-á pela manutenção
do inquérito civil em trâmite neste 4º Ofício de Combate à Corrupção ou pela promoção de
seu envio (por correlação) à Força-Tarefa da Operação Zelotes
, considerando a possível
necessidade de reunião dos feitos e a busca de eficiência e celeridade na investigação.
Comunique-se o presente desarquivamento à 5ª Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público Federa

http://www.mpf.mp.br/df/sala-de-imprens ... brasileiro
[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78216 Mensagem por Penguin » Sex Fev 05, 2016 10:11 am

Esse FX2 ainda vai colocar algum presidente ou ex-presidente em maus lençóis... :roll:




Editado pela última vez por Penguin em Sex Fev 05, 2016 3:25 pm, em um total de 1 vez.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78217 Mensagem por joao fernando » Sex Fev 05, 2016 10:15 am

Tá engraçado ver os caras defenderem o Lula kkkkkkkkkkkkkkk




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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saullo
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78218 Mensagem por saullo » Sex Fev 05, 2016 2:11 pm

A casa caiu...

Quer dizer, o triplex caiu, a chácara caiu, só a sem-vergonhice dos que defendem o indefensável ainda resiste.

Abraços




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FABIO
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78219 Mensagem por FABIO » Sex Fev 05, 2016 4:00 pm

Porque a FAB naõ compra logo 24 F-16 em bom estado dos EUA,até que os novos cheguem
se chegarem :evil: o Brasil que esses politicos ta fudi....; :evil:




kirk
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78220 Mensagem por kirk » Sex Fev 05, 2016 7:51 pm

FABIO escreveu:Porque a FAB naõ compra logo 24 F-16 em bom estado dos EUA,até que os novos cheguem
se chegarem :evil: o Brasil que esses politicos ta fudi....; :evil:
Relaxa Fábio ... não há nada além de fumaça ... usar um lobista pra aproximar com o Lula não é crime e não há depósitos da empresa na conta do lobista ... oferecer vantagens nunca foi crime, pelo contrário depois que a Saab "adotou" o Marinho, os demais concorrentes correram pra la a oferecer "N" vantagens para a região ... acharam sim R$ 70 milhões creditado por MONTADORAS interessadas nas MPs que isentou impostos por vários anos ... foi daí que veio os tais R$ 2,5 MM do "Claudinho Lulinha" ... de aprovações de isenção de impostos no governo Lula a pedido do seu "amigão" ...

Por os caças nesse lamaçal é uma tentativa de confundir as investigações e desviar o foco ...




[] kirk

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78221 Mensagem por Penguin » Sex Fev 05, 2016 8:53 pm

FABIO escreveu:Porque a FAB naõ compra logo 24 F-16 em bom estado dos EUA,até que os novos cheguem
se chegarem :evil: o Brasil que esses politicos ta fudi....; :evil:
Com que dinheiro?!
Acho que hoje a grana só daria para comprar caças no leilão que a força aérea da Albânia está fazendo. Tem cada raridade...




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78222 Mensagem por ABULDOG74 » Sex Fev 05, 2016 9:02 pm

Não acredito , mas se cancelarem a compra do GRIPEN; caça novo ou usado no Brasil só no próximo "MILAGRE ECONÔMICO", não teria ambiente nem financeiro para uma compra dessas agora............ :| :| :| :|

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78223 Mensagem por joao fernando » Sáb Fev 06, 2016 9:17 am

ABULDOG74 escreveu:Não acredito , mas se cancelarem a compra do GRIPEN; caça novo ou usado no Brasil só no próximo "MILAGRE ECONÔMICO", não teria ambiente nem financeiro para uma compra dessas agora............ :| :| :| :|

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A MB e o EB pegaram o osso com gosto. A FAB fez biquinho...




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78224 Mensagem por ABULDOG74 » Sáb Fev 06, 2016 11:34 am

Olá camaradas, a meu ver, a FAB foi a que mais obteve exito , no quesito compra.

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#78225 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 08, 2016 11:57 am

Não tem isso de cancelar compra de nada. Não há nada neste projeto que esteja fora da legalidade. O MP já fez várias verificações do mesmo e nada encontrou. A CGU acompanhou desde o começo, e o TCU também.

Parem de tentar ficar encontrando chifre em cabeça de cavalo. O Gripen E/F vai sair. Aos trancos e barrancos, mas vai. Apesar torcida contra interna e externa.

abs.




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