Fórum Defesa Brasil

Andre Correa escreveu:Pelos vistos, aquela maravilha toda, o dinheiro a sobrar, etc, era estoria para gringo ver, pois na realidade, o Governo vai sempre jogar a favor dos interesses a curto prazo, do lucro a curto prazo, independente se isto afetará o país daqui a 10, ou 15 anos... é a tal falta de Política de Estado, e não de Governo...

Apoio a concepção do Lima, e acredito que, se estes forem os motivos reais para a escolha, será uma vergonha para o Governo. À FAB desejo apenas que possa finalmente sair do pós Guerra do Vietnã, e finalmente entrar neste século, mas que não venha a ser pressionada nem boicotada nas próximas décadas.

Não sei qual dos candidatos vai vencer. Mas se a vitória de alguns deles for por causa da Embaer, vai ser por motivos bem mais nobres do que problemas administrativos da empresa.

Não

O plano é valorizar a indústria nacional, criar conglomerados e fortalecer as empresas nacionais. Esse é o movimento forte desde a crise financeira de 2007. No caso creio que venha algo grande por que ela precisa, como também as fornecedoras. O que pode passar por alguma ou várias parceiras internacionais seja Boeing, EADS ou outra qualquer. Não importa o nome, mas sim que se encaixe no plano maior.

Dentro desta perspetiva quem ganha o FX é se torna um produto de um ambiente mais amplo. Não é (ou nunca foi) o foco da discussão governamental. A decisão era não decidir. Ao contrário do que parece no DB o FX nunca foi importante na política externa ou pedra fundamental para defesa. Agora pode ter aparecido um motivo de força maior que justifica a escolha. A necessidade interna e muito mais forte que qualquer pressão externa.

A Presidenta vai para a Europa e Rússia fazer negócios de bilhões, acordos diplomáticos entre outros. E principalmente reforçar uma visão de mundo diferente. Enquanto no Brasil está com a reeleição quase certa. O resto é delírio dos periódicos internacionais.

Obrigado

Impressionante...

Para quem gostaria de um exemplo do chamado "soft power"... se isso tudo realmente acontecer, estaremos acompanhando ao vivo.

Só espero que ao final dessa novela triste, nenhum aloprado entenda que porque a FAB estaria indo de SHornet eles tem que tomar a av. naval de volta da MB.

Em tempos de Kfir BR tudo é possível...

Vamos aguardar.

Soft Power = ON

[]s
CB_Lima

Vai ser interessante se na mala Dilma ela levar bem mais do que o F-X 'fechado' para a Boeing e sim uma oportunidade de ouvir as "outras" apostas (já que temos que salvar a Embraer).

Seria bem interessante se ela e a acessoria dela tiver os "bagos" para isso...



[]s
CB_Lima

Será o Super Hornet?

O FX está morto. Só vai voltar a vida se for de interesse da Presidenta para justificar alguma decisão. Ou pode morrer e dar lugar a outro concorrente como os russos. E não seria em troca de carne. É difícil e a probabilidade baixa, mas pode ocorrer. Não seria incoerente entre os interessados nacionais. Como também ordo com os europeus. Ou, em paralelo, fechar o acordo com a Boeing.

Não reações comerciais e políticas não hiperestimem o poder de influência norte-americanas ou subestimem a capacidade do Brasil tomar decisões visando objetivos próprios. As relações são mais de conveniência entre eua e países em desenvolvimento. Bonzinho ninguém. Apesar das vezes parecer que são.

Enfim, o que vai orientar o FX ou novo caça serão interesses internos. O resto é consequência.

Bourne escreveu:Será o Super Hornet?

O FX está morto. Só vai voltar a vida se for de interesse da Presidenta para justificar alguma decisão. Ou pode morrer e dar lugar a outro concorrente como os russos. E não seria em troca de carne. É difícil e a probabilidade baixa, mas pode ocorrer. Não seria incoerente entre os interessados nacionais. Como também ordo com os europeus. Ou, em paralelo, fechar o acordo com a Boeing.

Não reações comerciais e políticas não hiperestimem o poder de influência norte-americanas ou subestimem a capacidade do Brasil tomar decisões visando objetivos próprios. As relações são mais de conveniência entre eua e países em desenvolvimento. Bonzinho ninguém. Apesar das vezes parecer que são.

Enfim, o que vai orientar o FX ou novo caça serão interesses internos. O resto é consequência.

Sim... acho que o "Leilão" ainda não terminou...

Pelo menos até a Dilma voltar de viagem.

Não é a toa que essa reportagem apareceu.

[]s
CB_Lima

Amigos

Enquanto discutimos sobre a veracidade da matéria da ISTO É, o primeiro M2000 da FAB está para dar baixa ainda este mês.
Um presentão de natal da FAB.......

Hélio

Pois é, os tapões já estão ficando velhos para o trabalho. E o que ele tampava? Vai ficar destampado?...

A Embraer já foi salva uma vez, quando foi privatizada. Cresceu, lançou novos produtos, mas parece que acabou se acomodando no sucesso dos E-Jets, e não percebeu ou desprezou os movimentos da concorrência, aliado à uma conjuntura econômica mundial muito pior desde 2008. Agora, até a chegada de uma versão EVOluída dos mesmos, vão ser tempos de vacas magras. Será que só a Aviação Executiva sustenta a Embraer? E modernizações de AMX, F-5EM, A-4? O principal mesmo era a Aviação Regional. E agora, com a Embraer querendo se tornar um conglomerado da área de Defesa, atirando para todos os lados, pode estar perdendo o foco, ou a competividade. Acordos com a Boeing ajudam, mas não salvam a mesma. O que vai ajudar mesmo, já que a Embraer que se tornar uma LM da vida, o GF começar a fazer encomendas pesadas na área de Defesa, e o principal seria o caça FX-2, além do KC-390 e o vant Harpia. E sim, encomendar desde já um caça de 5ª geração para 2025/30. Se o acordo com a Boeing aparentemente engloba tudo isso....

[]'s

Parece que a FAB vai prolongar a vida útil dos Mirage-2000 por algum preço...

Mas, na segunda quinzena Dilma chegará ao Brasil com todas as condições favoráveis para que se bata o martelo de uma vez, e trará nossos F/A-18, cuja entrega deve ser a mais rápida entre os três finalistas.

OBS: Esse General Error parece que não gosta de F/A-18...


abraços]

Amigos,

Notícia do UOL, há 30 minutos:
http://noticias.uol.com.br/internaciona ... -cacas.htm

DILMA VIAJA À FRANÇA PARA CONVERSAR SOBRE CRISE ECONÔMICA E VENDA DE CAÇAS
Renata Giraldi
Da Agência Brasil, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff viaja na manhã deste domingo (9) para Paris, onde ficará até quarta-feira (12), depois segue para Moscou, na Rússia.
Em Paris, Dilma deverá concentrar sua atenção em três temas: medidas para conter os impactos da crise econômica internacional, que atinge principalmente os países da zona do euro (17 nações que adotam a moeda única), questões relacionadas à defesa, pois os franceses negociam a venda de aviões caças para o Brasil, e ciência, tecnologia e inovação.
Dilma deve se reunir na segunda-feira (10) com o presidente da França, François Hollande. Ambos conversaram há seis meses, na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no Rio de Janeiro. Para negociadores franceses e brasileiros, um dos temas tratados será a venda de 36 caças franceses para o Brasil.
Em agosto, os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Celso Amorim, da Defesa, se reuniram com autoridades francesas para conversar sobre o assunto. Os Rafale, da fabricante francesa Dassault, concorrem com os caças F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com os Gripen NG, da sueca Saab. Mas o processo ainda está indefinido.
Na terça-feira (11), Dilma e Hollande participam do seminário Fórum pelo Progresso Social - O Crescimento como Saída para a Crise, promovido pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. A proposta do seminário, segundo organizadores do evento, é promover uma reflexão e analisar os desafios impostos pela globalização.
Participarão do seminário o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 12, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No total, foram convidadas 25 pessoas consideradas de destaque internacional. Lula participará da mesa-redonda intitulada "Reflexões para o Futuro", e Mantega, dos debates sobre justiça social em uma economia globalizada.
Durante a viagem à França, Dilma também quer conversar sobre a ampliação de parcerias com o país nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Em discussão, está o programa Ciência sem Fronteiras. Depois, a presidente segue para a Rússia, onde deve permanecer até o final da semana. A viagem à Rússia deve ser a última internacional de Dilma em 2012.

Abraços,

Justin

Bastante interessante e didáticos os posts dos colegas Bourne e osolamaalua.

Quanto a essa reportagem(?), compartilho da opinião do Lima e do Sky: Está com um cheiro muito forte de lobby.

Pensando no que Bourne colocou, o PT acaba de vencer a importante prefeitura de São José dos Campos, uma crise na Embraer tem implicações políticas muito fortes sobre o partido aqui no Estado.

E ainda em uma região que a CUT tem maioria, mas seria fortemente contestada pela Força Sindical que acabou de romper com governo.

Tucanos e FS mais fortes é tudo que ela não quer.

Me permitam dizer uma ou duas coisas, quanto as questões levantadas aqui pelos colegas.

Uma, se a Embraer está tão mal assim das pernas, que se nada de relevante em termos comerciais e financeiros não lhe sobrevierem em tempo, poderá haver exatamente o quê, além das demissões de alguns milhares de empregados? Acho eu, que nada. A empresa continua com 1,5 anos de linha de produção com as encomendas de E-Jet's de que já dispõe. Mas claro, para um governo populista como o nosso, isto se torna impensável, de antemão já preparando-se para o processo eleitoral de 2014.

Em segundo, se a situação, financeira e/ou comercial, da Embraer é tão má, que isto exigiria do governo federal uma tal intromissão nos negócios da empresa a fim de "salvá-la" (será que ela precisa realmente ser salva, ou é só mais uma motivação velada para o reforço do controle estatal sobre a mesma, como defendem muitos no governo?), que essas mesmas medidas governamentais não poderiam ser o próprio investimento e a aprovação, de parte do governo federal, dos não poucos projetos na área da aviação militar, de que necessitamos, e que ora jazem inertes em alguma gaveta no congresso ou MD, ou no planalto há anos? Ou mesmo o financiamento das empresas aéreas brasileiras na área da aviação regional/comercial, com aviões da empresa?

Enfim, não me parece que a Embraer pela notícias mais recentes que tenho lido, precise de ajuda do poder público e menos ainda que esteja a beira da falência. Já aludi anteriormente aqui no DB, em discussões n'outro tópicos, ao fato de que se o governo quisesse mesmo ajudar a Embraer, projetos e necessidades das mais variados e diversos em termos de aviação militar para as ffaa's é que não faltariam, visto que poderiam não só reforçar o caixa da empresa, como servir-lhe de backup tecnológicos, comerciais e financeiros, por longos anos a frente. Sem necessariamente se pensar em FX. Mas pensar no longo prazo não faz parte do dicionário político de Brasília.

Neste sentido, como se tem afirmado aqui, decisões sobre defesa para este governo, ou qualquer outro, continuam sendo muito mais uma questão de conveniência e de momento, do que de Estado. E usar a Embraer para justificar uma decisão que não se quer tomar sobre o FX, ao menos a mim, soa muito mais oportunista e lamentável/lastimável do que algo realmente bom para a empresa, apesar de todos os supostos perdulicários citos em seu favor.

Enfim, penso que se der F-18 mesmo, depois não vale dizer que os brigadeiros da FAB foram conservadores e que não estavam certos sobre serem reticentes com os políticos, sobre qual tipo de aeronave melhor caberia às suas necessidades, e não as daqueles.

Abs.

Não sabia dessa de a EMBRAER estar afundando de novo. Se for verdade, é carta forte na manga da Boeing. Mas então o que a Presidente Dilma vai fazer na França e Rússia mas NÃO NOS EUA?

Notar ainda que em texto recente no Defesanet se fala mais abertamente em caça de quinta geração (5G). Não sei de nenhum da Boeing em desenvolvimento ou ao menos com interesse manifesto do DoD/Pentágono. Já os Russos cambaleiam com o T-50 (atrasado 5 anos, sem radar nem motor, por exemplo) e os Franceses demonstram capacidade tecnológica na área (UCAV nEUROn), este um programa pan-Europeu mas conduzido pela França e cuja tecnologia pode conduzir a um caça 5G, se houver interesse externo (nós, por exemplo) e dinheiro para desenvolver, mas teria que partir praticamente do zero.

Já o caso do Super Hornet é diferente: como falei, não tenho conhecimento de nenhum desenvolvimento/envolvimento concreto da Boeing em direção a um 5G, tema que parece ser privativo da Lockheed-Martin nos EUA. Então, se a questão é mesmo um suposto salvamento da EMBRAER - notar que o mercado ianque é o mais importante para ela - adquire-se o 4G e fica-se ao sabor dos ventos políticos quanto ao 5G.

Alternativamente, é claro que a Boeing gostaria de entrar neste mercado (5G) e, como tradicional fornecedora de caças para a USN e USMC, seria o caminho lógico tentar algo neste sentido, o que esbarra na versão naval do F-35. A única alternativa que me ocorre seria um bimotor embarcado de superioridade aérea - o F-35 é mais para ataque - na classe do F-22 e não consigo imaginar o Brasil sequer sendo admitido como cliente de prateleira para um caça assim, quanto mais como parceiro de desenvolvimento. A história do Raptor fala por si, nem os aliados mais próximos dos EUA têm acesso até hoje, com crise e tudo...

Assim, a se acreditar no suposto salvamento da EMBRAER como prioridade governamental, sem dúvida a Boeing, com seu Super Hornet, seria a melhor escolha, mas à custa do 5G. Pois os ianques NÃO repassam este tipo de tecnologia a ninguém e Russos e Franceses não iriam querer compartilhar segredos (na verdade, o filé de sua tecnologia aeronáutica) com uma empresa parceira assumida dos EUA.

Então, neste cenário, seria o caso de dizer-se, mais uma vez:

- Sacrifica-se os anéis (5G) para salvar os dedos (EMBRAER).

Ainda há um ponto em que desejo tocar: o índice de Nacionalização do caça escolhido. Muito se bate nesta tecla mas sempre se esquece que produtos genuinamente Nacionais como o Super Tucano e o futuro KC-390 têm (ST) ou terão (KC) a maioria de seus componentes Made in USA (para ficar bem claro: IMPORTADOS DOS EUA). É assim (ST) e assim será (KC), então não consigo atinar com a razão dessa implicância para com o Super Hornet, se fizermos 20/30% dele aqui já estaremos no mesmo índice do Super Tucano.

Deste modo, a ser escolhido o Super Hornet, não creio que estaremos mal servidos, conforme o "recheio" teremos o caça mais poderoso da região por muitos anos. Na falta de melhor alternativa, isso me basta.

É o que penso.