ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5416 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 12, 2025 11:31 am

Em que pese o ASTROS 2020 ser o sistema de artilharia mais badalado do exército, a meu ver, é fato que ele não é o mais importante, e nem o mais necessário, neste momento, em termos de modernização da artilharia de campanha.

Ainda operamos, grosso modo, com obuseiros pré GM II, e isto nunca foi levado em consideração pelos vários projetos de modernização da força terrestre ao longo dos últimos 40 anos, sendo que contamos apenas com algumas poucas unidades do M-56 italiano, da década de 1950, e o britânico L-118, de fins dos anos 1970, em termos de projetos. Ou seja, a nossa artilharia de campanha basicamente nunca saiu da primeira metade do século XX. Estamos atrasados quase um século.

Neste sentido, é preciso voltar ao básico, que é começar a construir esta modernização pela "chão", que são os obuseiros de 105mm e 155mm AR, de preferência sem soluções de continuidade, com todos os GAC AR recebendo modernizações em relação ao processo de busca de alvos e C4ISR de gestão de tiro. A própria organização dos GAC AR precisa ser revista dada todas as inovações tecnológica observadas nas últimas décadas, como os UAV.

Temos hoje cerca de 35 OM de artilharia de campanha equipadas com obuseiros AR, e deveriam ser mais de 40 caso o EB tivesse um mínimo de hombridade para garantir a todas as suas brigadas leves seus GAC orgânicos. E se tudo o que está sendo planejado agora vier a se tornar concreto, podemos chegar a mais de 50 GAC AR nos próximos anos. Mas isto parece não preocupar o comando da força.

Do ponto de vista da modernização da artilharia de campanha, o EB está em dívida com os artilheiros, dado que os escassos projetos, e investimentos, na modernização dos GAC AR, pouco ou nada trouxeram de avanços significativos para esta arma, em que pese a baixa evolução dos meios empregados. Tirando o Sistema Gênesis, que é mais um dos vários projetos nascidos há quase 40 anos atrás, e que vem sendo mantido aos trancos e barrancos, não se observou mudanças objetivas, seja em relação às peças de tiro, sejam aos meios de C4ISR, e à própria organização dos GAC AR, os quais deveriam esta equipados há muito tempo, pelo menos, com modernos obuseiros AR.

Enfim, passados quase 40 anos do lançamento do projeto do Sistema Gênesis o EB conta hoje somente com 3 projetos no sentido de modernizar sua artilharia AR, quer sejam, o próprio Gênesis, que nunca entrou em operação totalmente, as Baterias de Busca de Alvo, com seus diversos insumos materiais e tecnológicos, com desenvolvimento nacional de um radar contra-bateria sendo a ponta de lança do mesmo, e por fim, a aquisição e\ou produção sob licença de novos obuseiros 105\155mm, ainda que em quantidades meramente representativas. Tudo o mais que tem sido feito até o presente momento são compras de oportunidade, pontuais e intempestivas sempre que há alguma disponibilidade de verbas.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5417 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mai 14, 2025 8:48 am

NEMESIS 155mm Self-Propelled Howitzer

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ASCOD + AGM-155.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5418 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mai 14, 2025 12:36 pm

Sierra-lake escreveu:El ascod nemesis es realmente impresionante no sé la anchura q tiene pero es mucha
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"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5419 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 16, 2025 3:12 pm

A saber, a curto e médio prazo, o Exército possui hoje demanda para (re)organizar em caráter urgente as seguintes OM de artilharia de campanha a partir das seguintes ações:

1. GAC AR Leves* - 11 (operacionais)
2. GAC AR AD* - 6 (operacionais)
3. GAC Mec* - 8 (a serem implantados) > Programa VBCOAP SR

*aquisição e\ou produção sob licença nos arsenais de guerra de SP ou RJ.

*Decisão do projeto em favor da proposta israelense com o obuseiro ATMOS suspenso pelo Palácio do Planalto. Exército avalia no momento o cancelamento da licitação e novo processo licitatório ou chamada do segundo colocado.

O projeto da VBCOAP considera no momento além das distribuição destes obuseiros para as Bda Cav e Inf Mec, a disposição de material para dotar ao menos 1 GAC AD a título de experimentação doutrinal.

Há demanda para criar, organizar e equipar, também em caráter de urgência no curto a médio prazo, 4 GAC Lv Sl para dotar a 2a, 16a, 17a e 22a Bda Inf Sl, que não contam com OM de artilharia de campanha orgânica. Outros 2 GAC Lv Sl podem vir a ser criados no longo prazo, na medida em que o planejamento estratégico do Exército que considera a criação de mais 2 Bda Inf Sl na região norte chegue a termo.

O projeto de criação de 1 AD em cada comando militar de área ainda está em suas fases iniciais, e depende essencialmente de decisões sobre a organização de cada GU, bem como os estudos de viabilidade de implantação nos respectivos comandos em que estão ausentes, a critério do EME e do comando do exército. Existem 8 comandos militares de área, sendo que o CMP não receberá AD orgânica.

AD existentes: AD1, AD3, AD5
AD em expectativa de criação: CMA, CMN, CMO, CMNE.

Cada AD possui, segundo o Manual de Operações de Artilharia Divisionária, de 2 GAC, não especificando se AP ou AR. A criação de mais 4 AD, supõe engendrar-se a criação e organização de 8 GAC AD. A eventual revisão das AD existentes conforme o manual de operações supõe a modernização de 6 GAC AD, totalizando 14 GAC AD a equipar com novos obuseiros 155mm AP ou AR.

Em termos orçamentários, o EB precisa definir no curto prazo como gerir a demanda para arbitrar a compra e\ou produção sob licença de até 17 GAC AR Leves, 14 GAC AR AD e 8 GAC Mecanizado, totalizando 306 obuseiros 105mm, 252 obuseiros 155mm AR\AP e 144 VBCOAP SR 155MM.

Em que pese estes números serem apenas para a modernização das peças de tiro, é importante ressaltar que a sua adoção não resolve por si a modernização integral da artilharia de campanha, mas, é apenas o primeiro passo neste sentido. Outros projetos podem e devem ser aquinhoados, de preferência ao mesmo tempo, com os investimentos necessários.

A ver.




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