Fórum Defesa Brasil

Penguin escreveu:

Mathias escreveu:Não, não sofre igual não, basta ver a diferença de potência e desempenho geral.
Um caça vazio, que sem nada é excelente em dogfight mas que se for pro combate e carregar armas perde essa excelência, como ferramenta de guerra é inútil.
É muito bom pra treinar combate estilo II-GM, no canhão, mas é só isso.
O F-5E sobe mal, acelera mal, tem velocidade final medíocre... Enfim, é um treinador melhorado e como tal deve ser visto.
Quem quiser os gráficos americanos sobre desempenho do F-5 eles estão disponíveis para comparações.
Por enquanto alguns números bem básicos de MIG-21 x F-5E diretamente do google:

Razão de subida: 225 m/s x 175 m/s.
Vel final: 2230 x 1700
Teto: 19000 m x 15800 m
Potência: 70 Kn x 44,4 Kn

Nesse episodio, os sovieticos descobriram na pratica que o supertrunfo tem serias limitacoes, não contando a história completa.

Hahahaha!!! Boa! Touché!

Em outros testes os americanos comprovaram o aposto.
Escreve agora aí: touché no touché!

Tigrada, saindo um pouco do enjoativo supertrunfo: há alguma possibilidade de algum dos nossos F-5M entrar em combate contra alguma versão do MiG-21? Algum vizinho tem este caça Russo em sua Força Aérea?

Não Túlio, mas existe a possibilidade de enfrentar Mig 29

Sim, mas segundo li num livro, o F-5 com vento a favor consegue curvar mais, subir mais, acelerar mais, e descer morro mais rápido que um MIG-29 comunista.

O tópico é sobre o F-5, não?
Então, tome-lhe F-5E!


27 de abril de 2010
Combate dissimilar – Mirage III X F-5E



“Em junho de 1979 eu tive oportunidade de fazer meu primeiro dissimilar com o Mirage. Eu, que já tinha tido a oportunidade de voar operacionalmente o Mirage, agora voava o F-5 e veria na prática como o embate é amplamente favorável ao caça americano. O F-103 foi feito para interceptações em altitude, foi concebido para pegar bombardeiros soviéticos nos idos da guerra fria e não para o combate aéreo. Minha primeira missão dissimilar ocorreria em Anápolis contra um F-103D, pilotado por um caçador francês que estava em intercâmbio. O menino tinha nada menos que 1.000 horas de Mirage. Ele voaria na nacele dianteira assistido por um piloto do GDA, que no caso era o capitão Azzi. Quando entramos na área o Azzi me disse no rádio: ‘E aí Coronel, é hoje então que vai nos detonar? ‘ Eu não entendi e perguntei se era tão fácil assim. E ele respondeu: ‘Pô Coronel, nunca voaste um dissimilar? Então vai deitar e rolar!’ E foi impressionante! Depois da abertura eu forcei a curva e chegamos a quase aos limites dos G’s. Quando terminou ele estava na mira! O francês estava desnorteado e o Azzis só ria na fonia pelo desespero do colega caçador. Fizemos três aberturas sem chance para ele. Quando pousamos o francês estava suado e assustado. Para ambos foram o seu primeiro dissimilar e aprendemos que o F-5 é imbatível nesta arena em condições normais . Se você não deixar o F-5 baixar de 300 nós (uma regra básica no combate) ele não perde energia na curva e sempre vai encaudar o Mirage!”

Tenente-Coronel Aviador Ivan von Trompowsky Douat Taulois, então comandante do 1º/14º GAv

Extraído do livro: ‘Ja te atendo tchê! A história do 1º/14º GAV, o Esquadrão Pampa’, de J. Casella e R. Cunha

---------------------------------

Combate dissimilar – Mirage III X F-5E (2)



Como o último post fez mais sucesso do que esperávamos e gerou uma discussão de alto nível, estamos publicando esta segunda parte.

“Somente um piloto muito experiente no Mirage ou um piloto muito novinho no F-5, ou ainda um fator imponderável qualquer do combate , para o F-5 perder um engajamento com o Mirage. O Mirage perde muita energia em curva e, com isto, velocidade, aliado à maneabilidade do F-5, ficava relativamente fácil antecipar e filmar ele. A tática era forçar o Mirage entrar em curva e aí fechar ele. Todas as vezes em que deslocávamos para Anápolis, especialmente depois de 1988 [a partir de 1988 o 1º/14º GAv deixou de ser uma unidade aerotática e tornou-se especializada em defesa aérea], voltávamos vitoriosos e com os pilotos cheios de belas fotos de Jacas na mira para pendurar na parede!”

Major-Aviador Itovar Silvio da Silva, então S3 do 1º/14º GAv

Extraído do livro: ‘Já te atendo tchê! A história do 1º/14º GAV, o Esquadrão Pampa’, de J. Casella e R. Cunha

NOTA: caso você ainda não possua o livro, compre através do site do prof. Rudnei (http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/)

Informações sobre F-5 versus Mig-21 retiradas de um fórum em inglês sobre história, inclusive combates aéreos:

"According to my information the only times F-5 and MiG-21 met in aerial combat were indeed in the Ogaden War (1977-78) between Ethiopia and Somalia and in the Iran - Iraq War (1980-89). They were also on different sides in the Vietnam war but apparently never met in aerial combat.

In the Ogaden War, Ethiopia flew F-5E for air to air combat and the older F-5A for ground attack. Somali MiG-21s were MiG-21MF (an improved version of the early to mid 70s). Ethiopian F-5Es shot down 3 MiG-21 MF and 2 MiG-17 without losses of their own. An additional 2 Somali MiG-21 collided in mid-air during aerial combat and further examples were destroyed on the ground or shot down by AA-guns. All F-5s were piloted by Ethiopians and all MiGs by Somalis. Although this speaks in favour of the F-5, it might (as often) have more to do with pilot skills than the differences between the aircraft. It seems Somali pilots only had 20-25 flying hours p.a. in the years before the war. Ethiopian training seems to have been a lot better (Ethiopian pilots also performed well in later in the Eritrean-Ethiopian War). See African MiGs Vol. 1 +2 by Tom Cooper et al. for very detailed and well researched info.

In the Iran - Iraq War, Iranian F-5Es shot down a number of Iraqi planes including a MiG-25(!), an Su-20 and an Su-22 but apparently no MiG-21. Iraqi MiG-21 MF and bis (the last and most advanced version) on the other hand shot down a number of F-5Es (11 confirmed kills according to acig.org, mostly in the first year of the war) I haven't up to now researched the quality of pilot training on both sides. Also I don't know in what roles the aircraft were employed in. It is possible the F-5s were used mostly in ground attack role in which it was quite capable, leaving air defence to the more advanced F-14 and F-4. This might partly explain the lower number of kills but purely from the numbers this war speaks for the MiG."

Fonte: http://historum.com/war-military-histor ... 5-a-2.html

O comentário é do forista Umlungu, da África do Sul. Não conheço as fontes dele, mas me parece alguém ponderado e bem informado, que não se prende apenas ao Super-Trunfo.


Leandro G. Card

Esse MIG-25 aí tinha sido avariado pelos F-14 e seguia em fuga, mas lento. Veio um F-5 e acabou de sacramentar.

Penguin escreveu:A proposito, o F-5 se encontrou com o Mig-21 no conflito entre Etiopia e Somalia. O F-5 levou vantagem. Ver pagina 36 e 37 do link abaixo (as recomendacoes dos russos nao deram muito certo):

Wings over Ogaden: The Ethiopian Somali War, 1978-1979
https://books.google.com.br/books?id=XU ... ia&f=false

Segundo os russos, eles não seguiram as recomendações, se a informação do Leandro de que os pilotos tinham 20 e poucas horas de voo for real então é bem possível que eles não tivessem capacidade de seguir as recomendações, o "hit and run" é um pouco complicado de executar corretamente, na segunda guerra os americanos inicialmente tiveram perdas pesadas para os zero japoneses até se adaptarem, depois dominaram completamente.

Um detalhe interessante é que no primeiro ano da Guerra Irã-Iraque muitos pilotos iranianos eram considerados "Pró-Xá" e por isso foram presos e torturados. Com isso os pilotos/mecanicos que serviam os F-5 nos primeiros anos da Guerra (assim como outras aeronaves) tinham péssimo treinamento.

Da mesma forma muitos pilotos iraquianos utilizavam os seus Migs não da maneira como os russos tinham ensinado, e sim no modo "Guerra dos Seis Dias" sem o devido controle aéreo.

Muitos desses combates foram decididos no braço e na sorte e nos mísseis terem funcionado na hora certa.

Isso leva a questão de que realmente sem treinamento adequado e sem a sabedoria de como a sua máquina/sistemas/armamento realmente funciona você vai sempre estar em desvantagem não importa o avião da sua Força Aérea.

[]s
CB_Lima

Fico lembrando do monte de pedrada que tomei na década passada, ao OUSAR sustentar que Mirage III não sobreviveria em combate WVR (lembrar, era no máximo Sidewinder "bravo", comprovadamente uma nulidade ainda no Vietnã) contra F-5E justamente porque não foi desenhado para isso...

Túlio escreveu:Fico lembrando do monte de pedrada que tomei na década passada, ao OUSAR sustentar que Mirage III não sobreviveria em combate WVR (lembrar, era no máximo Sidewinder "bravo", comprovadamente uma nulidade ainda no Vietnã) contra F-5E justamente porque não foi desenhado para isso...

Como no caso do Sea Harrier... tudo é uma questão de "altitude" .... para ínicio de conversa é claro !

[]s
CB_Lima

Pois é, cada um no seu quadrado.

Túlio escreveu:Fico lembrando do monte de pedrada que tomei na década passada, ao OUSAR sustentar que Mirage III não sobreviveria em combate WVR (lembrar, era no máximo Sidewinder "bravo", comprovadamente uma nulidade ainda no Vietnã) contra F-5E justamente porque não foi desenhado para isso...

Na mãos dos israelenses o Mirage III teve uma carreira exitosas contra os Mig-21. Ou seja, se saiu bem em WVR. O fator humano tem uma importância muitas vezes esquecida.

Penguin escreveu: Na mãos dos israelenses o Mirage III teve uma carreira exitosas contra os Mig-21. Ou seja, se saiu bem em WVR. O fator humano tem uma importância muitas vezes esquecida.

Correto, lembro de ter respondido à época sobre esse lance de HERRENVOLK, e o fiz mais ou menos assim (só pesquisar, nem cheguei a 40 mil posts ): tá, então bota um piloto num MIII e outro num F-5, ambos com as mesmas capacidades...