Brasil Corre Grave Risco de Decidir Pelo Rafale Dada a Ameaça da OTAN
Se Lula pretende anunciar os Rafales, então só vai lhe sobrar uns 20 dias a partir de 16 de novembro próximo, o que nos remete até 10 de dezembro, uma 6ª feira.
Digo isso porque aí vem aquela estória de “Tudo é Natal” e ninguém em Brasília vai querer fazer mais nada, ainda mais um presidente cansado de 8 anos diretos e querendo relaxar “alguns dias” antes de sua próxima empreitada.
Essa estória de que “a FAB nunca escondeu sua preferência pelo caça de fabricação sueca Gripen” é conversa. É aquela mentira que, de tão repetida que é, acaba virando verdade.
O que aconteceu foi que grupos de pressão da sueca SAAB foram formados no Brasil com lobbies milionários e envolveram parte da imprensa, tendo a Folha de São Paulo à frente. Todos que acompanham o assunto se lembram da campanha feita pela jornalista Eliane Castanhede.
A escolha de Lula e Jobim será pelo caça francês Rafale F3, de 4ª Geração. Mas há um risco muito grande e grave nessa decisão. Se amanhã ficar comprovado que os franceses compartilham com os americanos de verdade esse “conceito de soberania compartilhada Atlântico Norte-Atlântico Sul” em torno da OTAN, a decisão deles irá se revelará como o maior fiasco de nossa história.
Uma escolha pelos russos – perenes inimigos da OTAN -- jamais nos traria tal problema e foi esquecida pelo atual governo. O Brasil teve a chance de compartilhar o projeto do PAK-FA, chegando até a assinar um memorando do acordo, assunto depois esquecido na Era Jobim.
O atual ministro e seu grupo se pautam excessivamente por transferência tecnológica, a todo custo, sem terem jamais pensado em investir em paralelo para criarmos nossas tecnologias próprias, mesmo tendo o país algumas instituições em torno da FAB absolutamente dispendiosas e inservíveis nesse aspecto.
Nos ensinava João Verdi (presidente da Avibrás, que desapareceu em viagem de helicóptero em janeiro de 2008) que é preciso evitar essas famosas aquisições condicionadas à transferência de tecnologia, pois nenhuma empresa de Defesa do mundo irá transferir tecnologia atualizada e de ponta, para um país dito emergente.
Em 2007, a Rússia ofereceu ao Brasil a possibilidade de tornar-se parceiro do Programa PAK FA. Em 15 de abril de 2008, os governos do Brasil e da Rússia anunciaram terem assinado, em Brasília, memorando de entendimento de cooperação para o lançamento de satélites, construção de foguetes e o desenvolvimento conjunto do Caça Furtivo de 5ª Geração T-50 PAK FA.
Com a derrocada do Su-35BM na short list do FX-2, essa cooperação tornou-se inviável, mas o seu cancelamento nunca foi oficialmente comunicado à nação.
E agora o Brasil fica sem opção, entre ofertas de EUA, França e Suécia, todos participantes da ameaçadora OTAN. Não seria melhor deixar a futura presidente Dilma Rousseff analisar essa “nova” situação e resolver o que fazer pelo bem do país?
As conseqüências dessa decisão de Lula recairão sobre ela de qualquer modo e o potencial de crise na área da Defesa poderá ser ainda maior do que ficarmos sem escolha.
Já passamos tantos anos envolvidos nessa eterna novela, portanto, não custará nada amadurecermos bastante a avaliação dessa potencial ameaça de EUA+UE (OTAN).
Uma decisão estratégica concebida no erro, que favoreça essa aliança sim é que poderá custar nossa soberania, e de mãos abertas em prol da soberania compartilhada deles aqui.
Roberto Silva
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