ninjanki escreveu:A Embraer não está pronta para desenhar um caça de 5a. geração. Ela não está pronta para desenhar um caça de 4a. geração. Se quisermos investir em tecnologia para cobrir o gap que falta, vamos levar mais de uma década, e vai custar muito mais caro que o FX-2, e isso sem nenhum avião para proteger nosso espaço aéreo no interim.
Logo, como não somos irresponsáveis, temos de:
1) ter equipamento para proteger nosso espaço aéreo, compatível com o nível das ameaças locais imediatas ou possíveis no curto prazo: Venezuela, colômbia.
2) Ter um plano para repor o equipamento que vai sair de operação por fim de vida útil.
3) Ter um plano e executar todos os desenvolvimentos para um caça de 5a. geração. Isso não tem chance de ocorrer sem um enorme investimento financeiro, material e humano. Não acho que seja viável no momento. Temos portanto de incrementar nossa capacidade, até que isso seja possível. A melhor forma de incrementar a capacidade é fabricar sob licensa, receber ToTs, depois participar de projetos e por último fazer um projeto sozinho. Cortar passos é pedir para dar errado.
Allan
Com certeza precisamos urgentemente melhorar nossa capacidade de defesa aérea, e não dá tempo para desenvolver absolutamente nada, só resta mesmo comprar logo estes 36 aviões. Mas se estamos falando em colocar o ítem ToT na lista de fatores que afetarão a escolha do modelo, então seria absolutamente necessário colocar a seguinte questão: Queremos e podemos afinal ter um caça desenvolvido aqui? Sem responder a esta questão não dá para começar a planejar nada.
Se sim, temos que ver que tipo de avião iríamos desenvolver (leve, médio, pesado, 4 ou 5 geração, etc...) etc..., e o fornecedor que pudesse e se dispusesse a nos ajudar no desenvolviemnto deste modelo teria sem dúvida prefer6encia na aquisição dos 36 caças de agora. Mas sem definir primeiro que modelo queremos desenvolver em função do uso que esperamos fazer dele, como saberemos quem poderia nos ajudar da melhor maneira?
-Queremos o mais poderoso caça possível em para os próximos 30 anos, para nos dar absoluta superioridade na AL e dissuadir qualquer nação do mundo a vir se meter conosco? Então estamos falando de algo como um PAK-FA, e os russos deveriam ter a preferência.
-Queremos um caça barato de adquirir e operar, para ser o complemento Low em um Hi-Low mix com o vencedor do FX-2? Então estamos vizualizando algo na categoria do Gripen, e talvez a Suécia devesse ser a preferida.
- Queremos um caça médio que possa ao mesmo tempo cumprir todas as missões do M-2000, F-5M e AMX-M e nos colocar em um patamar equivalente aos nossos vizinhos? Então estamos falando de algo do porte do Rafale, e a França conhece bem deste tipo de produto.
- Mas na verdade todos os casos acima poderiam ser supridos por aviões já existentes ou em desenvolvimento, então nem estaríamos interessados em criar um caça nacional coisa nenhuma, mas no máximo em licenciar algum existente para produção local. Um desenvolvimento genuinamente local poderia ser por exemplo um caça leve, o mais próximo possível da 5 geração, mas com o mesmo motor e a aviônica mais semelhante possível de outro mais pesado que seria o objeto do FX-2, e então estaríamos falando de PAK-FA, Hornet ou EFA (que tem motores fortes o bastante para serem utilizados em um caça menor monomotor), e própria lista da FAB estaria errada.
Alguém já viu considerações deste tipo no escopo das discussões do FX-2? Não? Então do que é que estamos falando, de comprar um caça agora com um desempenho qualquer (Rafale, F-18 e Gripen na mesma lista?!?) e em absorver tecnologia genérica de caças, para um projeto que sequer começamos a imaginar? Que raio de planejamento é este, que para mim não parece fazer o menor sentido. Se nem temos idéia de que avião gostaríamos de desenvolver no futuro, como este possível desenvolvimento pode ser levado em conta no processo de aquisição atual?
Leandro G. Card