Simulador, só do Esquilo:
A tecnologia auxiliando na formação da nova geração
de pilotos de combate do Exército
O Centro de Instrução de Aviação do Exército está equipado com 15 helicópteros Esquilo e um Fennec, quantidade de aeronaves superior a qualquer uma das unidades operacionais de asas rotativas da Força Aérea Brasileira. Antes de executar o voo real, o aluno passa cerca de 20 horas treinando no simulador. Inaugurado em agosto do ano passado, o complexo de simulação – único em Forças Armadas latino-americanas - reúne quatro cabines de Esquilo, que integradas e no mesmo ambiente operacional possibilitam o treinamento de quatro pilotos e a simulação simultânea de missões de combate aéreo e de voos por instrumento, básico, tático e com óculos de visão noturna.
Cada uma das cabines possui um operador que pode inserir na missão alterações no cenário, mudanças meteorológicas repentinas e panes em todos os sistemas da aeronave. Essas ações são importantes para avaliar os procedimentos do futuro piloto e sua condição emocional ao se deparar com uma situação adversa ou de emergência. Além de garantir a segurança na instrução ao preservar as aeronaves e suas tripulações, o simulador proporciona uma otimização dos recursos disponíveis.
Dos sete níveis de realismo existentes, o complexo já atingiu o sexto e, neste ano, estará interligado ao Centro de Instrução de Blindados, em Santa Maria, onde os pilotos do CIAVEx e os tripulantes dos carros de combate do CIB poderão executar manobras virtuais dentro da doutrina adotada pelo Exército Brasileiro para operação conjunta da Cavalaria com a Aviação, adequando-se assim aos novos conceitos operacionais impostos pelo campo de batalha moderno.
defesanet
O Treinador Sintético do CIAvEx
O Treinador Sintético de Helicópteros do CIAvEx foi inaugurado oficialmente há praticamente duas semanas, em 18 de agosto. Existe uma diferença entre um simulador e treinador sintético (ou Flight Training Device), fazendo com que o simulador seja algo bem mais próximo da aeronave real. O treinador sintético busca simular apenas alguns aspectos do vôo e esta é a finalidade das nossas máquinas.
O vôo virtual na Aviação do Exército já vem de longa data, com várias iniciativas isoladas, mas ganhou força nos últimos quatro ou cinco anos com dois treinadores, um no CIAvEx e um no 1º BAvEx. O do CIAvEx, com uma estrutura um pouco maior (que englobava toda a tripulação), voltado principalmente para a instrução de CRM e o do 1º BAvEx (com apenas um posto de pilotagem), voltado quase que exclusivamente para o vôo IFR. Em ambos os casos, era utilizado o Microsoft Flight Simulator para a simulação, com as aeronaves Esquilo e Pantera desenvolvidas (ou adaptadas de outras encontradas na internet) pelos próprios militares que montaram o treinador. Já vi gente estranhando ou mesmo fazendo piadas sobre a Aviação do Exército usar o Flight Simulator para se adestrar, mas ele se prestava relativamente bem ao que se pretendia.
O treinador sintético atual começou a ser construído em novembro do ano passado e contará com cinco cabines moldadas a partir da cabine de um Esquilo real (bancos, painel, comandos de vôo e a cabine em si são idênticos à aeronave real). Quatro destas cabines estão na sala de simulação que foi construída e a quinta permanecerá na sala antiga. Destas cinco, duas já estão completamente operacionais e as outras três estão terminando de ser montadas.
Cada uma das cabines funciona com quatro computadores: um para o painel da aeronave, um para a visão superior, um para a visão frontal e um para o instrutor que gerencia os eventos. O painel é formado por três monitores LCD e, sobre eles, foi encaixada a máscara e a cobertura do painel da aeronave. A visão externa é dada por quatro projetores multimídia para cada cabine. Todas as cabines são interligadas e haverá mais uma máquina que fará o gerenciamento do sistema como um todo.
Nesta fase de implantação, estamos usando o X-Plane 9 rodando sobre o Windows XP Pro para conduzir a simulação porém, assim que tudo estiver montado, será instalado um software profissional de simulação de combate. Existe também a idéia de uma migração gradual de todo o sistema para o Linux.
Outras duas características merecem ser destacadas:
A primeira é o vôo com OVN. O X-Plane reproduz relativamente bem o vôo com OVN. Basta “pintar” a tela de verde e acrescentar alguns efeitos de luz. Mas um dos principais diferenciais para os tripulantes é a restrição dos campo visual. Isso foi conseguido de uma maneira meio expedita, mas que teve um ótimo resultado: um óculos de proteção, destes usados em oficina, obturado por tecido preto e dois pequenos tubos de PVC formando o binóculo, de maneira que o campo visual ficasse restrito a apenas 40 graus. Apesar da cara de gambiarra, o efeito ficou excelente e a sensação do vôo com OVN ficou muito convincente, melhor inclusive que a sensação do vôo simulado diurno.
A outra característica é que toda a arquitetura do sistema foi desenvolvida visando a integração com outros simuladores que futuramente sejam montados nos demais centros de instrução do Exército, unindo, por exemplo, militares em Taubaté, Santa Maria e Formosa num único exercício virtual conjunto.
Durante a inauguração, realizada há pouco mais de uma semana, realizamos um vôo em formação com duas aeronaves em um trecho de vôo desenfiado e outro vôo com óculos de visão noturna.
Este treinador se encaixa no nível 6 da norma AC 120-45 Airplane FTD Qualification da FAA (os níveis vão de 1 a 7) e poderá ser utilizado em todos os cursos de pilotagem da Aviação do Exército, com objetivos distintos em cada um e em diferentes níveis de simulação.
A foto a seguir não está lá essas coisas e foi tirada durante algunes testes realizados no final de semana anterior à inauguração. Assim que tiver, coloco aqui fotos melhores.
vootatico.com