Túlio, não estraga o esculacho pô!
Não quer ser chato, mas o Brasil, ao comprar caças 4G, vai aposentar seus AEW&C e seus radares terrestres? Vai ficar na exclusiva dependência dos radares dos caças?
Charla...
Bem, desses dois meios de detecção que você citou, um está fora, porque eu desconheço país que mantenha uma frota de AWACS patrulhando 8.000km de costa 24 Hs/dia/ano. Os radares em terra tem alcance talvez até menor que nossas 200 milhas territoriais, portanto, basta manter essa distância da costa. São 356 Km para um alvo voando a 10.000m. Se descer para 1.000m a distância cai para 113 Km. Se descer mais, para 200m, cai para meros 50,5 Km. E a 50Km dá tempo para pouca coisa, se os mísseis já não tiverem sido lançados bem antes.
Na remota hipótese de algum Tu160 desgarrado resolver dar um passeio pelo Brasil, será detectado e rastreado pelos meios acima aludidos e não por radares de caças, que só serão ligados já no momento de travarem para disparar seus mísseis, que voam a bem mais de mach 2.2, como todos sabemos...
Mas é muita certeza cara! Matematicamente falando, as distâncias são essas que coloquei, se quiser calcular você mesmo, táqui:
http://newton.ex.ac.uk/research/qsystem ... s/horizon/
Vê-se que essa CHARLA de AWACS como bala de prata não é beeeem assim. Se souber-mos de antemão onde o avião vai passar, data e etc, dá pra colocar um por ali e esperar o contato e aí sim, enviar os caças. Fora que o sinal do AWACS poderia ser identificado pelos sensores do bombardeiro, logo, permite uma manobra evasiva ou contorno.
Essas esportivas idéias de perseguições são, ao menos para mim, esquisitas: mesmo um Flanker com mísseis sob as asas não voa tão mais rápido (mach 2.35 pelado) que um Tu160, o mais lógico seria uma interceptação vetorada pelo aspecto lateral ou frontal do alvo.
É o que penso.
Esportivas eu não sei, mas são exercícios para especularmos as chances de um caça mach 1.8 alcançar em perseguição um bombardeiro mach 2.2. E a chance é nenhuma nessas condições.
Agora, se ele for detectado com antecedência, e os caças forem enviados nas situações que você citou (que não são as da proposta feita) podem sim chegar no alvo e realizar o abate. Mas... Se for em alto-mar, sem os AWACS e sem GCI, eles vão ter que usar e muito o radar em modo de longo alcance, o que vai aparecer no RWR e sistemas de EW.
Se fosse assim tão fácil pegar esses aviões não creio que EUA e Rússia gastariam fortunas neles.
Abraços!