Enlil escreveu:O pior é quando alguns confundem ser PRÓ-BRASIL com ser "anti-americano". Como senão bastassem todos embargos e todo histórico de tratamento como "aliado" de 4ª categoria...
É normal os americanos defenderem seus interesses. A questão é que esses interesses são MUITO DIFERENTES dos interesses NACIONAIS do BRASIL como país independente geopoliticamente.
Pois justamente é a mentalidade de "culpa" por sermos independentes das políticas dos EUA que nos relega a passado, ao século XX, não ao XXI. Aliás já se dizia na década de 1970 que o "que é bom para os EUA é bom para o Brasil". E muita gente em nosso país, seja da "elite" econômica ou política, continua com essa mentalidade tacanha. Até parece que são os EUA que sabem o que é bom para nós, onde podemos no máximo chegar de acordo com seus interesses regionais, ou seja, um alinhamento direto e passivo com direito ao acesso sem restrição as nossas matérias-primas, neoliberalismo (mais privatizações direcionadas), ALCA (quebramos a indústria nacional, vendemos commodities e compramos produtos industrializados) e equipamentos militares versão 1.0 com um "botãozinh de off" no departamento de Estado. Será o que teremos como gratidão do tio Çam. Nada de VLS, mas sim Pegasus. Nada de Alcântara, já que seria usada pela NASA sem acesso a brasileiros. Submarino nuclear? Para que? Devemos mesmo assinar os protocolos adicionais de não-proliferação e acabar com nosso progrma de enriquecimento, um exemplo para o Irã...
Mas enfim, como tudo na vida uma visão PRÓ-BRASIL como senso-comum ainda é um processo que demorará décadas para se consolidar. Já fico feliz que pelo menos nos fóruns da net já há uma massa crítica de pessoas que pensam nosso país como potência independente. Não como aliado subserviente pronto para agir como polícia regional de repúblicas bananeiras, ou cocaleiras, como assim quiserem.
[]'s.
Enlil,
"O que é bom para os EUA, é bom para o Brasil" foi uma frase dita em 1965 pelo então Ministro da Justiça Juraci Magalhães.
Nossos pais foram doutrinados na década de 50 e 60, nós na década de 70, 80 e até 90 (!) nas escolas e universidades no qual diziam que os americanos eram a causa do subdesenvolvimento da AL e uma pilha de "teorias da conspiração" do malvado EUA.
É muito fácil jogar a culpa nos outros, criar um bode expiatório, pelas nossas próprias deficiências.
Os americanos são contra o nosso VLS?Sim. Fizeram embargos? Sim, mas foi solucionado.
A mira só recai sobre os americanos.
Nações não tem amigos, tem interesses. Partir do princípio de que país X, K, D é a favor dos nossos interesses e país Y, A, Z é contra, é um erro desde a origem, no qual induz a fechar os olhos para oportunidades sinérgicas com o segundo grupo e torna propícia a dependência para com o primeiro, velada ou não.
Nós perdemos oportunidades enormes de aumentar na década de 2000 as exportações para os EUA, quando o dólar estava sobrevalorizado, deixando de criar empregos aqui, sendo um dos poucos países a ter déficit na balança comercial com os eles, sob o argumento do Itamaraty de diminuir nossa dependência em relação àquele país.