Tomando como ponto de partida a atual organização dos GAAe do exército, podemos inferir algumas coisas sobre os sistemas em desenvolvimento pelo CTEx em parceria com a BID.
São 5 GAAe e 1 GAAe Slv que diferem apenas no tipo de equipamento utilizado. Ambos possuem a mesma organização a saber:
Cmdo
Bia Cmdo Ap
1 Bia Mísseis
2 Bia Canhões AAe
O EB já utiliza o radar M-60 Saber nestas OM, considerando-se a adoção de um radar para cada bateria de mísseis. Ainda está em desenvolvimento o radar M-200 nas versões vigilante e multimissão.
Supondo que no futuro o EB equipe todos os 5 GAAe com o novo sistema de defesa AAe a ser adquirido, sendo 1 bateria por grupo, tal como é hoje, temos então 5 baterias a serem adquiridas no total, que equivalem a 15 lançadores, no caso de o valor de referência mínimo no ROC da AAe comum ser utilizado, no caso, 3 peças por bia.
Estes números podem chegar até 30 lançadores caso seja adotado o padrão, digamos, formal das OM de artilharia com 6 peças por Bia. Ou 40 lançadores, se o valor máximo de 8 peças por Bia fosse adotado.
A depender do tipo de sistema a ser adquirido, e as quantidades, apenas o EB terá que dispor de recursos na ordem de US$ 1 a 3 bilhões de dólares apenas para dotar as 5 baterias\mísseis nos GAAe.
Se o EB porventura resolver organizar todos os 5 GAAe apenas com 3 bia de mísseis, então o investimento necessário pode chegar na casa dos US$ 3,8 a 6,7 bilhões.
Notar ainda que os valores referentes a uma bateria AAe apresentados pelas empresas variam de acordo com a quantidade de lançadores e sistemas anexos, enquanto logística, suporte material, ae apoio pós venda é tudo negociado em separado e de acordo com os interesses de cada comprador. Mas basicamente, os sistemas são oferecidos em sua menor configuração, que dependendo do modelo adota pode usar de 3 a 4 lançadores, conforme descrição do fabricante. O ROC do ministério da defesa exige a bateria equipada no mínimo com 3 lançadores. Os valores acima então podem ser multiplicados para cima do que foi aqui exposto. Nada indica que se compre, ao menos de início, sistemas com mais do que 3 lançadores por bateria.
Por fim, há de indicar que os valores apresentados talvez possam variar para baixo no caso de o país adotar os radares M200 e suas duas variantes (tal como se pretende), assim como o M-60 já utilizados. Conte-se além deles o sistema C2 também pretende-se será nacional, além da parte de comunicações e logística integrada, assim como os veículos base e de suporte. O apoio pós venda será feito de acordo com os requisitos emanados visando formação e treinamento de pessoal, além do estabelecimento do apoio industrial e tecnológico no país exigidos naquele documento.
Eu não faço muita ideia de quantos radares seriam necessários, mas a julgar pela organização que se pode verificar na maioria dos sistemas apresentados até agora, podemos inferir ao menos 1 radar M-200 Vigilante por bateria e 1 radar M-200 Multimissão por grupo AAe. Ou seja, temos supostamente uma demanda para 15 radares M-200 Vigilante e outros 5 radares M-200 Multimissão por parte do EB. Eu não sei se o M-60 ainda teria um papel a desempenhar quando da adoção desses radares maiores nos GAAe.
No caso da MB e FAB, fica um pouco mais difícil de saber o que será feito, visto que a FAB possui 3 GAAe e a MB\CFN apenas um btl AAe, para encurtar o nome. Ambos utilizam apenas Manpad na figura do Igla-S e do Mistral. Não conheço a organização destas OM a a disposição de seus equipamentos.
Em todo caso, pelo que está no ROC, seriam ao menos 1 bataria AAe para FAB e outra para a MB\CFN, o que em tese envolveria mais 2 radares M-60 Vigilante e 2 radares M-60 Multimissão.
Se a FAB equipar os 3 GAAe a 1 bateria AAe, são 3 M-60 Vigilante e 3 M-60 Multimissão.
Então, no que diz respeito às quantidades, me parece que o que temos hoje não seria, ou será, suficiente pelo menos para pagar o investimento feito no desenvolvimento deles. Sob este prisma, a sua adoção ou não, fica extremamente dependente ou de exportações ou de as ffaa's conseguirem comprar quantidades que justifiquem uma linha de produção e tudo o que envolve este processo.
A ver.
obs: para quem tem apenas 5 grupos AAe com 3 baterias para defender um espaço de 8,5 milhões km2, talvez lançar mão do maior esforço possível em termos de quantidade e disponibilidade de lançadores fosse a solução mais adequada. Nisto, organizar as baterias a 8 lançadores nos daria uma capacidade de ter GAAe equipados com até 24 lançadores. Pode não parecer muito, mas como cada um dos requisitos do ROC é que cada Bia possa cobrir uma área de até 10 mil km2 com 3 lançadores, um grupo com 24 deles poderia cobrir mais de 80 mil km2 de área; é um espaço bem razoável a se defender para um país com mania de gigantismo como o nosso.