O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11791 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Mai 30, 2025 1:02 pm

RobsonBCruz escreveu: Sex Mar 14, 2025 11:40 am O curioso é que teremos o 12º GAAAe em Jundiaí-SP e o 12º GAAAe Sl em Manaus-AM.
PORTARIA – C Ex Nº 2.468, DE 15 DE MAIO DE 2025

Altera a denominação do 12º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva para 5º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11792 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Mai 30, 2025 1:04 pm

PORTARIA CGILAP/SUBLOGE/CHELOG/EMCFA-MD Nº 2.084, DE 14 DE MAIO DE 2025

Institui Subcomissão com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para o Sistema de Artilharia Antiaérea de Média Altura/Médio Alcance e de Grande Altura/Longo Alcance.

PORTARIA – EME/C Ex Nº 1.531, DE 19 DE MAIO DE 2025

Aprova os Requisitos Logísticos dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar de Defesa Antiaérea de Média Altura (EB20-RL-04.003), 1ª Edição, 2025, e dá outras providências.

PORTARIA – EME/C Ex Nº 1.532, DE 19 DE MAIO DE 2025

Aprova os Requisitos Técnicos e Industriais dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar de Defesa Antiaérea de Média Altura (EB20-RTI-04.004), 1ª Edição, 2025, e dá outras providências.

https://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/bol ... tas_be.php




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11793 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 31, 2025 7:43 pm

@RobsonBCruz

É possível explicar o que me parece ser algo contraditório, já que no dia 14\05 e EB aprovou uma subcomissão para definir os ROC, e logo em seguida, no dia 19\05, aprova os RTLI e os Requisitos Logísticos para a AAe?
Não era para a subcomissão primeiro definir os ROC e só depois se pensar no passo seguinte que seriam os RLTI e Requisitos Logísticos?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11794 Mensagem por RobsonBCruz » Dom Jun 01, 2025 2:05 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Mai 31, 2025 7:43 pm @RobsonBCruz

É possível explicar o que me parece ser algo contraditório, já que no dia 14\05 e EB aprovou uma subcomissão para definir os ROC, e logo em seguida, no dia 19\05, aprova os RTLI e os Requisitos Logísticos para a AAe?
Não era para a subcomissão primeiro definir os ROC e só depois se pensar no passo seguinte que seriam os RLTI e Requisitos Logísticos?
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11795 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 01, 2025 3:53 pm

Ou seja, como era de se esperar, isso de ROC é só para inglês ver.
Alguém deveria mandar fechar essa merda de MD, porque não serve para nada mesmo.
Nem para figura de linguagem esse negócio se presta.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11796 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 02, 2025 6:24 pm

Li os documentos acima e mais parece que foram rabiscados de mal gosto e nas coxas de tão resumido que são. Mas, temos alguns pontos que se repetem, como em outros documentos do tipo em relação aos demais projetos estratégicos do exército, como passo a apontar abaixo.

Quanto à Logística, entre itens obrigatórios e desejáveis, temos:

1. SLI de no mínimo 3 anos para o sistema ofertado;
2. Possibilidade de atuação de forma isolada com manutenção própria no local;
3. Vida operacional prevista de 25 anos;
4. Veículos base iguais para todos os sistemas e subsistemas e compatíveis com os veículos já operados pelas ffaa's;
5. Proteção blindada dos veículos base para no mínimo 7,62 como desejável;
6. Remuniciamento das lançadoras em no máximo 30 min;
7. Capacidade de manutenção modular dos sistemas e subsistemas;
8. Suporte Logística capaz de manter pelo menos 1 bia Msl sempre disponível;
9. Catalogação de todos os sistemas e subsistemas previsto no Sistema OTAN de Catalogação (SOC);
10. Atividades de manutenção com, no mínimo, de 70% de realização no Brasil;
11. Sistemas e subsistemas livres de restrições para exportação por parte do país de origem do material e disponíveis para aquisição em território nacional para pronta importação;
12 Utilização de veículos fabricados no Brasil como plataformas terrestres para todos os componentes móveis do sistema;

Apenas 7 requisitos absolutos e 32 desejáveis no documento sobre a logística. Para os requisitos técnicos e industriais, entre absolutos e desejáveis em nível de GAAe e Bia:

a. Radares devem detectar ameaças aéreas de seção reta radar (RCS) de 2,5 m2 a uma distância não inferior a 150 km, com probabilidade de detecção de 80% (oitenta por cento) e probabilidade de falso alarme (Pfa) de 10 elevado a menos seis;

b. Radares devem ter a capacidade de interrogar e receber dados de Identificação Amigo-Inimigo (IFF), para vetores aéreos voando entre o nível do solo e 20.000 m de altura, a uma distância não inferior a 200 km, com probabilidade de detecção de 80%.

c. Desejável que todas as plataformas veiculares terrestres e estruturas funcionais do sistema possuam blindagem básica em todos os compartimentos que abriguem tropa/tripulação, excluindo piso, com proteção a penetração de projéteis 7,62 x 51 mm;

d. Desejável que os sistemas possuam a capacidade de estabelecer enlace entre o GAAAe e o Sistema de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (SISDACTA) / Comando da Defesa Aeroespacial determinado, por meio de, no mínimo Terminal de Comunicações por Satélite empregado no SC²FTer; Rádio empregado no SC²FTer; Link BR2; e Enlace de dados;

e. Desejável que os sistemas que necessitarem se integrar com a FAC²FTer (Família de Aplicativos de Comando e Controle da Força Terrestre) sejam capazes de prover serviços web segundo a arquitetura REST, utilizando notação JSON e protocolo HTTPS na 17/32 EB70-RTI-04.004 18/32, implementação dos serviços REST a serem consumidos pelo SC²FTer, conforme as especificações RFC 4627/IETF e RFC 2818/IETF.

f. Desejável que os sistemas funcionem normalmente após submetidos à baixa pressão ocasionada pelo transporte em aeronave não pressurizada em altitude de, no mínimo. 3.000 m (três mil metros) e tempo de voo de, no mínimo, 2 horas;

g. Os sistemas de comunicação devem possuir capacidade de comunicação entre os seus S Sist utilizando, pelo menos, comunicação por rádio (voz e dados) e data link por rede com criptografia de dados;

h. Uma única plataforma de lançamento deverá ser capaz de disparar, pelo menos, 4 (QUATRO) mísseis sem necessidade de remuniciamento;

i. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam capazes de operar em ambiente com sinal do GNSS (Global Navigation Satellite System) negado;

j. Desejável que os mísseis antiaéreos possuam datalink embarcado, com redundância e criptografia de dados em uso nas Forças Armadas Brasileiras, que permita a recepção, em tempo real, de instruções capazes de promover a alteração de trajetória do míssil;

l. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam equipados de sensores embarcados (autodiretor ou seeker) capazes de engajar alvos ou ameaças de forma autônoma após o lançamento;

m. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam capazes de detectar, discriminar e superar contramedidas físicas lançadas por alvos aéreos, incluindo o uso de chaff (contramedidas de radar) e flare (contramedidas infravermelhas);

n Desejável que os SMEM/DAAe Me Altu do S Sist Ct Alr de Bia AAAe sejam capazes de apresentar a classificação de alvos realizada pelo SISDABRA e/ou pelo Comando da Defesa Aeroespacial determinado, quando esta estiver disponível;

o. Deve ser possível capacitar e homologar empresas locais para inspecionar e calibrar, mesmo que sob licença, ferramental e instrumentos diversos de utilização do SMEM, mediante acreditação junto a órgãos técnicos de homologação e, se necessário, certificação reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO);

p. Os componentes e acessórios aplicados e integrados ao SMEM, bem como seus sistemas e sensores, devem estar completamente desenvolvidos, considerando a versão fornecida, no prazo de entrega do sistema;

q. Devem ser alcançados os seguintes índices mínimos de nacionalização dos suprimentos e insumos de manutenção (referenciados por unidade ou custo, conforme o mais criterioso, com datas a contar da entrega da primeira Bateria adquirida): 80% dos itens previstos para manutenção preventiva, no prazo de 4 anos; a) 32/32 b) 40% dos itens de alta mortalidade, no prazo de 4 anos;


Muito do que está descrito nestes documentos quanto a capacidades e características dos sistemas a serem empregados devem ser entendidos, penso, como referenciais para o que a MB deve estar projetando em relação aos seu míssil AAe, de forma que no futuro a médio e longo prazo, talvez este possa vir a ser integrado ao sistema que for adotado.
Embora com menos fervor, a questão da nacionalização do sistema é vista aqui como sendo, em geral, como itens desejáveis, não limitando as ofertas quanto a este aspecto.
No mais, quase tudo já é bem conhecido do que havíamos visto antes, em documentos anteriores a estes. Resta aguardar para ver o que os tais ROC trarão ou não de novidade para este projeto.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11797 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 03, 2025 11:35 am

Pelo que se pode depreender dos requisitos expostos acima, o EB irá apelar para a compra de algum sistema já pronto e testado no mercado, além de restringir, talvez, fornecedores estrangeiros que tenham restrições de exportação\comercialização de seus produtos, além de outros que não ofereçam sistemas totalmente operacionais. Isto poria fora da concorrência, em princípio, USA, Alemanha e Índia.
A nacionalização da logística e da manutenção também é um indicativo de que a presença nacional de eventual fornecedor e a capacitação da BIDS para tratar os temas é necessária, mesmo que não impositiva, como se pode ver nos requisitos desejáveis.
Produtos oriundos da China e Rússia em tese também estariam vetados, dado os requisitos sobre padronização OTAN da logística, manutenção e questões técnicas dos sistemas a serem ofertados.
Como o tal míssil AAe da MB não sai do papel em tempo previsto, e os radares da EDS - Embraer Defesa também não estão com a vida fácil, atrasados como estão em seu desenvolvimento, a ideia parece ser mesmo conseguir um produto funcional e capaz de ser empregado imediatamente, dentro dos GAAe, assegurando que o suporte recebido garanta pelo menos um Bia sempre disponível.
A mim me parece que mais este processo está direcionado de antemão à dados fabricantes, ou dá a entender que o vencedor precisa ter presença no Brasil, o que facilitaria muito as coisas, ou dispor-se a implementar e apoiar seus sistemas via BIDS e\ou presença industrial direta no país. Israelenses e turcos entram nesta categoria, assim como franceses, italianos e britânicos. Mas podem aparecer novidades.
Resta aguardar o tal ROC de mentirinha para ver de fato o que o exército está querendo comprar, e de quem comprar.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11798 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 03, 2025 11:50 am

Os GAAe hoje existentes, salvo melhor juízo, são 7 OM, considerando a transformação de um GAC em GAAe Msl Média Altura em São Paulo e o agora 5o GAAe Sl em Manaus, operando apenas com Igla-S e RBS-70NG.
Eu tenho sérias dúvidas de que neste processo se intente dotar estes 7 grupos com pelo menos uma Bia Msl Média Altura\Alcance. Seria uma contabilidade na casa dos bilhões de dólares, que não se tem no momento disposição, e nem intenção, em apor ao orçamento da defesa, e menos ainda contrair empréstimo a curto prazo. Talvez, seja mais acessível, a compra de apenas 3 Bia Msl, com uma bia AAe para cada força, no escopo deste projeto, já que a ideia seria dispor deste material para todas as três ffaa's. Depois se vê o que dá para acrescentar no futuro.
Lembrando que no momento a FAB possui apenas 3 grupos de auto defesa AAe e o CFN possui uma única OM para defesa AAe, na forma do btl controle aerotático.
Enfim, qualquer que seja o escolhido, o interesse no momento parece estar focado em logística e operacionalidade, via BIDS e\ou presença direta no país, mas, principalmente, preço e custo.
A ver.




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