#11796
Mensagem
por FCarvalho » Seg Jun 02, 2025 6:24 pm
Li os documentos acima e mais parece que foram rabiscados de mal gosto e nas coxas de tão resumido que são. Mas, temos alguns pontos que se repetem, como em outros documentos do tipo em relação aos demais projetos estratégicos do exército, como passo a apontar abaixo.
Quanto à Logística, entre itens obrigatórios e desejáveis, temos:
1. SLI de no mínimo 3 anos para o sistema ofertado;
2. Possibilidade de atuação de forma isolada com manutenção própria no local;
3. Vida operacional prevista de 25 anos;
4. Veículos base iguais para todos os sistemas e subsistemas e compatíveis com os veículos já operados pelas ffaa's;
5. Proteção blindada dos veículos base para no mínimo 7,62 como desejável;
6. Remuniciamento das lançadoras em no máximo 30 min;
7. Capacidade de manutenção modular dos sistemas e subsistemas;
8. Suporte Logística capaz de manter pelo menos 1 bia Msl sempre disponível;
9. Catalogação de todos os sistemas e subsistemas previsto no Sistema OTAN de Catalogação (SOC);
10. Atividades de manutenção com, no mínimo, de 70% de realização no Brasil;
11. Sistemas e subsistemas livres de restrições para exportação por parte do país de origem do material e disponíveis para aquisição em território nacional para pronta importação;
12 Utilização de veículos fabricados no Brasil como plataformas terrestres para todos os componentes móveis do sistema;
Apenas 7 requisitos absolutos e 32 desejáveis no documento sobre a logística. Para os requisitos técnicos e industriais, entre absolutos e desejáveis em nível de GAAe e Bia:
a. Radares devem detectar ameaças aéreas de seção reta radar (RCS) de 2,5 m2 a uma distância não inferior a 150 km, com probabilidade de detecção de 80% (oitenta por cento) e probabilidade de falso alarme (Pfa) de 10 elevado a menos seis;
b. Radares devem ter a capacidade de interrogar e receber dados de Identificação Amigo-Inimigo (IFF), para vetores aéreos voando entre o nível do solo e 20.000 m de altura, a uma distância não inferior a 200 km, com probabilidade de detecção de 80%.
c. Desejável que todas as plataformas veiculares terrestres e estruturas funcionais do sistema possuam blindagem básica em todos os compartimentos que abriguem tropa/tripulação, excluindo piso, com proteção a penetração de projéteis 7,62 x 51 mm;
d. Desejável que os sistemas possuam a capacidade de estabelecer enlace entre o GAAAe e o Sistema de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (SISDACTA) / Comando da Defesa Aeroespacial determinado, por meio de, no mínimo Terminal de Comunicações por Satélite empregado no SC²FTer; Rádio empregado no SC²FTer; Link BR2; e Enlace de dados;
e. Desejável que os sistemas que necessitarem se integrar com a FAC²FTer (Família de Aplicativos de Comando e Controle da Força Terrestre) sejam capazes de prover serviços web segundo a arquitetura REST, utilizando notação JSON e protocolo HTTPS na 17/32 EB70-RTI-04.004 18/32, implementação dos serviços REST a serem consumidos pelo SC²FTer, conforme as especificações RFC 4627/IETF e RFC 2818/IETF.
f. Desejável que os sistemas funcionem normalmente após submetidos à baixa pressão ocasionada pelo transporte em aeronave não pressurizada em altitude de, no mínimo. 3.000 m (três mil metros) e tempo de voo de, no mínimo, 2 horas;
g. Os sistemas de comunicação devem possuir capacidade de comunicação entre os seus S Sist utilizando, pelo menos, comunicação por rádio (voz e dados) e data link por rede com criptografia de dados;
h. Uma única plataforma de lançamento deverá ser capaz de disparar, pelo menos, 4 (QUATRO) mísseis sem necessidade de remuniciamento;
i. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam capazes de operar em ambiente com sinal do GNSS (Global Navigation Satellite System) negado;
j. Desejável que os mísseis antiaéreos possuam datalink embarcado, com redundância e criptografia de dados em uso nas Forças Armadas Brasileiras, que permita a recepção, em tempo real, de instruções capazes de promover a alteração de trajetória do míssil;
l. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam equipados de sensores embarcados (autodiretor ou seeker) capazes de engajar alvos ou ameaças de forma autônoma após o lançamento;
m. Desejável que os mísseis antiaéreos sejam capazes de detectar, discriminar e superar contramedidas físicas lançadas por alvos aéreos, incluindo o uso de chaff (contramedidas de radar) e flare (contramedidas infravermelhas);
n Desejável que os SMEM/DAAe Me Altu do S Sist Ct Alr de Bia AAAe sejam capazes de apresentar a classificação de alvos realizada pelo SISDABRA e/ou pelo Comando da Defesa Aeroespacial determinado, quando esta estiver disponível;
o. Deve ser possível capacitar e homologar empresas locais para inspecionar e calibrar, mesmo que sob licença, ferramental e instrumentos diversos de utilização do SMEM, mediante acreditação junto a órgãos técnicos de homologação e, se necessário, certificação reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO);
p. Os componentes e acessórios aplicados e integrados ao SMEM, bem como seus sistemas e sensores, devem estar completamente desenvolvidos, considerando a versão fornecida, no prazo de entrega do sistema;
q. Devem ser alcançados os seguintes índices mínimos de nacionalização dos suprimentos e insumos de manutenção (referenciados por unidade ou custo, conforme o mais criterioso, com datas a contar da entrega da primeira Bateria adquirida): 80% dos itens previstos para manutenção preventiva, no prazo de 4 anos; a) 32/32 b) 40% dos itens de alta mortalidade, no prazo de 4 anos;
Muito do que está descrito nestes documentos quanto a capacidades e características dos sistemas a serem empregados devem ser entendidos, penso, como referenciais para o que a MB deve estar projetando em relação aos seu míssil AAe, de forma que no futuro a médio e longo prazo, talvez este possa vir a ser integrado ao sistema que for adotado.
Embora com menos fervor, a questão da nacionalização do sistema é vista aqui como sendo, em geral, como itens desejáveis, não limitando as ofertas quanto a este aspecto.
No mais, quase tudo já é bem conhecido do que havíamos visto antes, em documentos anteriores a estes. Resta aguardar para ver o que os tais ROC trarão ou não de novidade para este projeto.
Carpe Diem