O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10531 Mensagem por gabriel219 » Qua Dez 23, 2020 10:23 pm

Energys escreveu: Qua Dez 23, 2020 9:49 pm Qual distância mínima de engajamento do Iron Dome? 4 km? Não cumpre RA do ROC.
Quanto custa uma bateria de Iron Dome? 50 ~ 60 milhões de dólares cada? Esqueçam.

Att.
Segundo a Rafael, engaja alvos a uma distância de 70 km, mas não fala sobre distância mínima.

Em vídeos, mostra o sistema interceptando alvos a uma distância que parece ser bem menor que 4 km, inclusive menor que 2 km.

Como arma anti-PGM, seria estranho ter alcance mínimo de 4 km.

O @knigh7 citou 10 km de altitude, mas é classificado. Existem fontes que citam 15 km e até 20 km, nenhuma delas vem da Rafael.

Quanto ao custo, o EUA adquiriu duas baterias, sendo cada lançador custando USD 1,7 milhões, cada míssil entre USD 100-150 mil, USD 4 milhões para o sistema C2 e USD 38 milhões para radares EL-2084.

Cada bateria custou USD 60 milhões, porém cada bateria comprada veio com DOZE lançadores. Isso tem que ser levado em consideração também.

Muitos sistemas por ai custam USD 20-30 mi, mas com quatro ou seis viaturas lançadoras.

Digamos que o TOR-E2 custe USD 25 mi a bateria, com 6 viaturas, são 16 mísseis cada, logo um poder de interceptação com 96 mísseis. Já o Iron Dome, com doze, possui poder de interceptação de 240 mísseis.

Pro TOR-E2 compensar isso, seria necessárias mais 3 baterias, assim indo para USD 100 milhões.

Primariamente iria fazer a analogia com o Spyder, porém não sei qual o valor da bateria.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10532 Mensagem por knigh7 » Qua Dez 23, 2020 10:39 pm

A Raytheon fabrica também o Tamir e consta o alcance entre 4km e 70km.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10533 Mensagem por Energys » Qua Dez 23, 2020 10:41 pm

knigh7 escreveu: Qua Dez 23, 2020 10:12 pm
Energys escreveu: Qua Dez 23, 2020 9:49 pm Qual distância mínima de engajamento do Iron Dome? 4 km? Não cumpre RA do ROC.
Já o Barak é de 500m e o Spyder de 1 km (seja com o Python 5, seja com o Derby).
ROC: RA 1.2 - a.

Att.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10534 Mensagem por gabriel219 » Qua Dez 23, 2020 11:11 pm



Nesse vídeo dá pra traçar bem e ver que o alcance mínimo é menor que 4 km, dá pra, inclusive, localizar o módulo lançador.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10535 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 24, 2020 1:01 am

Sobre as versões do Barak. Esclarecedor:

Imagem

https://www.strategypage.com/htmw/htada/20180720.aspx




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10536 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 24, 2020 1:06 am

Sobre o sistema Barak MX e custos. Trecho de entrevista publicada em dezembro do ano passado com um dos diretores da IAI:

...
“These missiles can be used on the same launcher, the command and control system deciding which battery should launch which missile,” Mr. Bichman says. The key element in the decision is obviously based on operational considerations, however logistic-operational considerations such as the number of missiles of one type on a launcher are also being taken in count. “We are offering our Barak MX in many countries, one advantage being the high number of missiles being produced, in the order of thousands, which allows us flexibility in terms of price and time of delivery, Bichman adds, underlining that “our solution is well adapted to Latin America and budget problems as it does not require to buy a complete solutions from the beginning, but the build-up can be dome gradually adding sensors, effectors and even C2 centres in a modular way,” helping in dealing with budget constraints.
...

https://www.edrmagazine.eu/latin-america-the-iai-view




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10537 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 24, 2020 1:20 am





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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10538 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 24, 2020 2:02 am

Roteiro pictorial da concorrência:

Os judeus ficam sabendo do ROC
Imagem

Dia da entrega das propostas no MD
Imagem

Esclarecimentos das propostas
Imagem

Dia do resultado: concorrentes aguardando
Imagem




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10539 Mensagem por gogogas » Qui Dez 24, 2020 7:46 am

Me surpreende muitos a indústria israelense , nosso país deveria seguir exemplo deles , eles tem uma indústria de peso ,pra mim são uma potência militar das braba ....rsrs




Gogogas !
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10540 Mensagem por gabriel219 » Qui Dez 24, 2020 10:18 am

knigh7 escreveu: Qui Dez 24, 2020 1:20 am
O Barak ER deveria ser nosso de um jeito ou de outro, mas penso que ser somente esse sistema pra tudo não dá.

Vai precisar do Iron Dome ou do Spyder pra isso. Gostaria mais do Iron Dome por ser mais testado em combate e recebe atualizações agora para ser anti-UAS, além do custo por interceptação ser bem menor.

A não ser que façam uma mistura ou uma versão para nós do Spyder, onde o míssil anti-PGM não seja o Pythoon V, que é muito caro pra interceptar em modo C-RAM.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10541 Mensagem por Matheus » Qui Dez 24, 2020 10:58 am

Se cada força comprasse um iron dome e um barak ER já estaríamos "bem servidos". Os da FAB em BSB, os do EB em MNS e o da MB no RJ.

Eles são aerotransportaveis pelos KC?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10542 Mensagem por gabriel219 » Qui Dez 24, 2020 11:10 am

gogogas escreveu: Qui Dez 24, 2020 7:46 am Me surpreende muitos a indústria israelense , nosso país deveria seguir exemplo deles , eles tem uma indústria de peso ,pra mim são uma potência militar das braba ....rsrs
Podíamos ter a parceria com eles há muito tempo, desde a época do Regime Militar. Eu confesso que, sinceramente, preferia muito ter os Kfir aqui do que os F-5E e os Mirage III da época, mas uma coisa que cheguei a desejar é pedir o projeto e construir aqui os sucessores do Kfir, o Nammer:

Imagem

Construídos aqui e com RM12 ou F404, estaríamos muitíssimo bem.

Mas retornando ao tópico, espero que também a experdise em radares seja aproveitado nessa empreitada, pois o EL-2084 é um radar muito bom, a ver como é sua comparação com o M200. Esse radar possui um derivativo, o MFSTAR, que encaixaria perfeitamente nas FCT, junto com Barak-ER.

Dá pra fazer um negócio de grandes proporções aqui, se envolver FAB e MB.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10543 Mensagem por gabriel219 » Qui Dez 24, 2020 11:24 am

Matheus escreveu: Qui Dez 24, 2020 10:58 am Se cada força comprasse um iron dome e um barak ER já estaríamos "bem servidos". Os da FAB em BSB, os do EB em MNS e o da MB no RJ.

Eles são aerotransportaveis pelos KC?
Todos os sistemas são, seja 390 ou 130.

O Spyder já seria muito bom, mas fico com muito pé atrás devido aos interceptadores que usa, são interceptadores caros. Imagine um I-Derby ER, custando uns USD 700 mil interceptando uma bomba guiada de USD 100-250 mil? Também me deixa com pé atrás quanto a sua capacidade antissaturação. Pra tal função, Iron Dome faria rindo. O Spyder poderia ser um excelente complemento e um meio termo ao Iron Dome e ao Barak ER.

O Spyder com certeza é superior quando se trata em interceptar vetores, até por possuir cabeça-de-guerra com buscadores melhores, seja radar ativo (I-Derby ER) ou EO/IIR (Python V) do que o buscador IR do Tamir, que é mais efetivo contra munições. Já o Barak ER é muito bom contra vetores de área, fazer a função do Spyder seria complicada e do Iron Dome totalmente um desperdício.

Só vejo aqui sistemas complementares:

:arrow: Anti-PGM/UAS: Iron Dome/C-Dome;
:arrow: Proteção de tropas: Spyder-MR/LR; e
:arrow: Defesa de área estratégica: Barak-ER.
Imagem

Só trocar o David Sling's pelo Barak ER.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10544 Mensagem por Energys » Qui Dez 24, 2020 11:37 am

knigh7 escreveu: Qui Dez 24, 2020 1:20 am
É o sistema mais flexível, permitindo comprar algo mais simplificado em termos de sensores e aqui integrar sistemas táticos nacionais como os radares da família SABER. Tem uma logística de transporte facilitada pelo modo como foi concebido, permitindo um transporte quase que universal no que se refere a plataforma sobre rodas que se escolha. No meu entendimento é o que melhor se adapta ao que se quer e como tem a flexibilidade que citei, talvez ganhe competitividade, já que não é um sistema fechado quanto a montagem operacional, o que pode reduzir custos.
Penso, no entanto, que o SPYDER pode ainda ter um custo-benefício que o BARAK não possa atingir, ainda que seja oferecido o "básico" desse sistema.

Att.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#10545 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 24, 2020 2:05 pm

Energys escreveu: Qui Dez 24, 2020 11:37 am É o sistema mais flexível, permitindo comprar algo mais simplificado em termos de sensores e aqui integrar sistemas táticos nacionais como os radares da família SABER. Tem uma logística de transporte facilitada pelo modo como foi concebido, permitindo um transporte quase que universal no que se refere a plataforma sobre rodas que se escolha. No meu entendimento é o que melhor se adapta ao que se quer e como tem a flexibilidade que citei, talvez ganhe competitividade, já que não é um sistema fechado quanto a montagem operacional, o que pode reduzir custos.
Penso, no entanto, que o SPYDER pode ainda ter um custo-benefício que o BARAK não possa atingir, ainda que seja oferecido o "básico" desse sistema.
Att.
Creio que a pergunta principal é: o Barak MX está apto a receber os sistemas que estamos desenvolvendo aqui como os radares Saber, link BR2, RDS e outros desde agora, caso eles estejam disponíveis operacionalmente? Se sim, então é o sistema ideial para o que queremos, mas do contrário, ele precisa oferecer algo a mais.

Do ponto de vista da cobertura anti-PGM, acredito que o Barak MX seja um sistema flexível o suficiente para amparar, se assim demandado, um míssil mais barato e eficiente contra estas armas. Os israelenses tem as soluções, assim como outros fornecedores. Se podem ser integradas, é algo que eles tem de responder.

Estou pensando aqui o seguinte: todos estes sistemas israelenses, ou qualquer outro com as características elencadas no ROC, no que diz respeito ao EB só caberiam em GAAe, que são as únicas OM da força com estrutura e pessoal capazes de utilizá-los tal como apresentados. Não considero as BiaAAe espalhadas por aí como viáveis para isso, dado que são orgânicas das brigadas. Estes sistemas são, portanto, bons para defesa de grandes áreas. O EB hoje possui 6 GAAe conforme o link abaixo:

https://tecnodefesa.com.br/os-desafios- ... o-parte-1/

Destas 6 unidades, nenhuma cobre a regiões nordeste e centro-oeste, à exceção de Brasília. Algumas receberam o RBS-70 ou operam com o Igla-S, tendo os Bofors 40/70 ou Oerlinkon GDF-001 de 35mm como armas de tubo. Não há nada no ROB que faça referência ao destino destas armas de tubo no EB. Considerando que o ROC determina que a oferta seja de uma bateria com no mínimo 3 lançadoras, há de se supor que este seja o número de referencia para a composição de cada GAAe do exército, a priori. Então, supostamente o EB poderia adquirir até 6 baterias do sistema escolhido.

No caso da FAB a questão me parece ser dotar os 2 grupos de defesa AAe que compõe hoje o sistema de defesa área. Estes grupos possuem baterias espalhadas em Manaus, Brasília e Canoas. Uma demanda teórica para apenas 3 baterias.

Já a Marinha, bom, tem apenas um único batalhão de artilharia no qual estão os manpads Mistral, e no qual se poderia instalar o sistema adotado. Ou seja, se muito a MB poderia receber uma única bateria a princípio.

Então, temos uma demanda teórica para apenas 10 baterias. Para um começo de conversa é até pouco, mas diante das perspectivas existentes no médio e longo prazo, podemos incorrer em um grande negócio para a BID no sentido de nacionalizar os sistemas adotados junto com os Prode em desenvolvimento aqui.




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