GEOPOLÍTICA

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Re: GEOPOLÍTICA

#5896 Mensagem por J.Ricardo » Qua Abr 12, 2017 11:37 am

Em uma 3ª (ou seria a 4ª?), o Brasil seria irrelevante militarmente, no máximo segurar as pontas aqui no AS, apoiar alguma coisa que acontecesse na África, e fornecer salsicha de papelão para a tropas aliadas (OTAN, ou alguém tem dúvida que apoiaríamos o "grande irmão"?).




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#5897 Mensagem por Juniorbombeiro » Qua Abr 12, 2017 1:10 pm

J.Ricardo escreveu:Em uma 3ª (ou seria a 4ª?), o Brasil seria irrelevante militarmente, no máximo segurar as pontas aqui no AS, apoiar alguma coisa que acontecesse na África, e fornecer salsicha de papelão para a tropas aliadas (OTAN, ou alguém tem dúvida que apoiaríamos o "grande irmão"?).
O velho Getúlio ao menos "arrancou" uma siderúrgica dos americanos, hoje nem isso. :cry:




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Re: GEOPOLÍTICA

#5898 Mensagem por Bolovo » Qua Abr 12, 2017 1:28 pm

Juniorbombeiro escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Vocês no Brasil não têm que se preocupar com essas coisas, apenas de fugir dos arrastões quando vão à praia, etc. Já nós por cá... de umas ogivas em cima não nos escapavam. Também não era preciso muitas para mandar uma boa parte da população ao ar.
Vai pra ilha d'Madeira portuga, ou para os Açores. 8-] 8-]
Eu tenho uma amiga que está agora em Portugal e ela definiu como "a Guarujá dos russos". [003]




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: GEOPOLÍTICA

#5899 Mensagem por EduClau » Qua Abr 12, 2017 1:38 pm

Kkkkk, mas acho que os lusos não vão entender...

SDS.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5900 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Abr 12, 2017 1:40 pm

Eles não são o grupo de turistas mais numeroso.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: GEOPOLÍTICA

#5901 Mensagem por chris » Qui Abr 13, 2017 12:30 pm

Pessoal, a China se absteve na hora de vetar aquela resolução ridícula contra a Síria?

O que significa isso?

chris




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Re: GEOPOLÍTICA

#5902 Mensagem por Túlio » Qui Abr 13, 2017 12:43 pm

cabeça de martelo escreveu:Vocês no Brasil não têm que se preocupar com essas coisas, apenas de fugir dos arrastões quando vão à praia, etc. Já nós por cá... de umas ogivas em cima não nos escapavam. Também não era preciso muitas para mandar uma boa parte da população ao ar.

Meus posts sobre possíveis cenários apocalípticos tendem a ser zombeteiros mas por UMA vez vou :twisted: tentar :twisted: falar sério:

Bueno, sempre que penso nesses lances de survivalism a ideia abraçada pelos caras (que gastam uma nota preta nisso) me parece BEM idiota: o que fará um indivíduo (ou um pequeno grupo) no pós-apocalipse? Emergir do abrigo é suicídio (além de IDIOTICE, afinal, vai/vão sair para quê? A água vai estar contaminada, as plantas e animais, não vai ter o que coletar), o ar também vai estar contaminado e máscaras contra isso, bueno, seus filtros precisam ser repostos e não há estoque que dure para sempre. Aliás, quando acabar ou estourar o prazo de validade dos alimentos e medicamentos estocados, como fica? Sobre medicamentos, mesmo tendo um médico no grupo, pouco vai poder fazer sem as facilidades de um hospital, tipo raio X, ressonância, banco de sangue & todos aqueles quetales que reduziram bastante a necessidade do "bom Doutor", aquele que ia de casa em casa, nos antigamentes (notar que a taxa de mortalidade era enorme). Eu não vou gastar um tusta nisso nem recomendo. Comprem com o $$$ que iam usar para isso um montão DE PINGA e assistam ao fim do mundo na maior farra, é o que eu faria.

Mas disse que ia tentar falar sério, tá bão: sempre que penso em uma alternativa válida ao apocalipse nuclear me vem à memória o primeiro filme do Resident Evil. Sim, A Colméia (The Hive)! Enormes instalações bem abaixo da superfície (falha do filme: fizeram numa planície. Eu faria debaixo de uma montanha bem grande de granito ou outra pedra dura como o inferno) com todas as facilidades necessárias (hospital, áreas de produção agropecuária, escolas - tem que perpetuar o conhecimento, tipo "e quando o último cirurgião cardiovascular, odontólogo, veterinário, químico, engenheiro, etc, morrer de véio?", pequenas indústrias & quetales), incluindo alojamentos para as famílias que fossem pagar por isso e as não-pagantes, que teriam que trabalhar (sério, alguém imagina o Bill Gates de enxada na mão?) para sustentar a todos e mantê-los saudáveis. Ficaria tão fundo que teria no entorno (acima, abaixo, aos lados) vários cursos d'água subterrâneos - ao menos UM não estaria contaminado e mesmo que todos estivessem, as instalações escolheriam o menos contaminado e "limpariam" a água para consumo - e muitas cavernas (de onde o ar seria bombeado e filtrado contra poeira radioativa) e por aí vai.

Como A Colméia, seria enorme e com muitos andares para caber tudo e todos (e com espaço para abrigar mais, já que a população tende a crescer, as pessoas não vão parar de fazer filho só porque o mundo acabou :twisted: ). Custaria trocentos bilhões mas quem quer sobreviver a isso junto com sua prole e afetos e tem dinheiro aos montes faria sem piscar. A josta é que, na incerteza de que o holocausto nuclear realmente vá ocorrer, quem vai investir nisso? Décadas atrás, nos tempos da Guerra Fria, li que o governo da China investia em verdadeiras (e imensas, capacidade para milhões de ocupantes) cidades subterrâneas, para onde mandariam os altos funcionários do regime e montes de trabalhadores de todas as ocupações, incluindo Policiais e Soldados. Não sei se chegaram a fazer ou em que ponto estão atualmente mas lembrando disso foi que me inspirei para descrever Germânia em "A Fênix Negra", uma cidade totalmente autossuficiente em um planalto no meio de uma área inóspita da Amazônia (quem jogaria uma nuke no meio do mato?)...




“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”

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Re: GEOPOLÍTICA

#5903 Mensagem por Túlio » Qui Abr 13, 2017 12:51 pm

chris escreveu:Pessoal, a China se absteve na hora de vetar aquela resolução ridícula contra a Síria?

O que significa isso?

chris

Só precisa UM veto, para que se desgastar desnecessariamente?




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Re: GEOPOLÍTICA

#5904 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Abr 13, 2017 12:55 pm

Túlio escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Vocês no Brasil não têm que se preocupar com essas coisas, apenas de fugir dos arrastões quando vão à praia, etc. Já nós por cá... de umas ogivas em cima não nos escapavam. Também não era preciso muitas para mandar uma boa parte da população ao ar.

Meus posts sobre possíveis cenários apocalípticos tendem a ser zombeteiros mas por UMA vez vou :twisted: tentar :twisted: falar sério:

Bueno, sempre que penso nesses lances de survivalism a ideia abraçada pelos caras (que gastam uma nota preta nisso) me parece BEM idiota: o que fará um indivíduo (ou um pequeno grupo) no pós-apocalipse? Emergir do abrigo é suicídio (além de IDIOTICE, afinal, vai/vão sair para quê? A água vai estar contaminada, as plantas e animais, não vai ter o que coletar), o ar também vai estar contaminado e máscaras contra isso, bueno, seus filtros precisam ser repostos e não há estoque que dure para sempre. Aliás, quando acabar ou estourar o prazo de validade dos alimentos e medicamentos estocados, como fica? Sobre medicamentos, mesmo tendo um médico no grupo, pouco vai poder fazer sem as facilidades de um hospital, tipo raio X, ressonância, banco de sangue & todos aqueles quetales que reduziram bastante a necessidade do "bom Doutor", aquele que ia de casa em casa, nos antigamentes (notar que a taxa de mortalidade era enorme). Eu não vou gastar um tusta nisso nem recomendo. Comprem com o $$$ que iam usar para isso um montão DE PINGA e assistam ao fim do mundo na maior farra, é o que eu faria.

Mas disse que ia tentar falar sério, tá bão: sempre que penso em uma alternativa válida ao apocalipse nuclear me vem à memória o primeiro filme do Resident Evil. Sim, A Colméia (The Hive)! Enormes instalações bem abaixo da superfície (falha do filme: fizeram numa planície. Eu faria debaixo de uma montanha bem grande de granito ou outra pedra dura como o inferno) com todas as facilidades necessárias (hospital, áreas de produção agropecuária, escolas - tem que perpetuar o conhecimento, tipo "e quando o último cirurgião cardiovascular, odontólogo, veterinário, químico, engenheiro, etc, morrer de véio?", pequenas indústrias & quetales), incluindo alojamentos para as famílias que fossem pagar por isso e as não-pagantes, que teriam que trabalhar (sério, alguém imagina o Bill Gates de enxada na mão?) para sustentar a todos e mantê-los saudáveis. Ficaria tão fundo que teria no entorno (acima, abaixo, aos lados) vários cursos d'água subterrâneos - ao menos UM não estaria contaminado e mesmo que todos estivessem, as instalações escolheriam o menos contaminado e "limpariam" a água para consumo - e muitas cavernas (de onde o ar seria bombeado e filtrado contra poeira radioativa) e por aí vai.

Como A Colméia, seria enorme e com muitos andares para caber tudo e todos (e com espaço para abrigar mais, já que a população tende a crescer, as pessoas não vão parar de fazer filho só porque o mundo acabou :twisted: ). Custaria trocentos bilhões mas quem quer sobreviver a isso junto com sua prole e afetos e tem dinheiro aos montes faria sem piscar. A josta é que, na incerteza de que o holocausto nuclear realmente vá ocorrer, quem vai investir nisso? Décadas atrás, nos tempos da Guerra Fria, li que o governo da China investia em verdadeiras (e imensas, capacidade para milhões de ocupantes) cidades subterrâneas, para onde mandariam os altos funcionários do regime e montes de trabalhadores de todas as ocupações, incluindo Policiais e Soldados. Não sei se chegaram a fazer ou em que ponto estão atualmente mas lembrando disso foi que me inspirei para descrever Germânia em "A Fênix Negra", uma cidade totalmente autossuficiente em um planalto no meio de uma área inóspita da Amazônia (quem jogaria uma nuke no meio do mato?)...
Tu MERECES uma resposta à altura e não apenas umas linhas. Aguarda-me. :wink:

(Lá para 3ª feira que agora vamos entrar numas miniférias)... :mrgreen:




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Re: GEOPOLÍTICA

#5905 Mensagem por Túlio » Qui Abr 13, 2017 1:30 pm

cabeça de martelo escreveu: Tu MERECES uma resposta à altura e não apenas umas linhas. Aguarda-me. :wink:

(Lá para 3ª feira que agora vamos entrar numas miniférias)... :mrgreen:

Curiosíssimo e no aguardo, sei que tens ideias sobre survivalism (de certo modo as vivencias, com teu conhecimento e prática em construção (te falei que sigo aquele tópico) e agricultura, eu diria.

Mas duvido que consigas demonstrar de modo consistente como se poderia sobreviver (ainda mais em Europa) de maneira improvisada, em contraste com uma "Colmeia" em África ou na América do Sul.

A ver, pá! Creio que vem debate dos buenos. :wink: 8-]




NOTA - Sim, este post é uma :twisted: PROVOCAÇÃO :twisted: ! Mas sem maldade, somos Amigos há muitos anos e bem sabes que só faço isso com cupincha quando espero um resultado bem tri, e um debate sobre survivalism improvisado x planejado é algo que não recordo de ter visto no DB, ou seja, de interesse geral.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5906 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Abr 18, 2017 8:24 am

Túlio escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Vocês no Brasil não têm que se preocupar com essas coisas, apenas de fugir dos arrastões quando vão à praia, etc. Já nós por cá... de umas ogivas em cima não nos escapavam. Também não era preciso muitas para mandar uma boa parte da população ao ar.

Meus posts sobre possíveis cenários apocalípticos tendem a ser zombeteiros mas por UMA vez vou :twisted: tentar :twisted: falar sério:

Bueno, sempre que penso nesses lances de survivalism a ideia abraçada pelos caras (que gastam uma nota preta nisso) me parece BEM idiota: o que fará um indivíduo (ou um pequeno grupo) no pós-apocalipse? Emergir do abrigo é suicídio (além de IDIOTICE, afinal, vai/vão sair para quê? A água vai estar contaminada, as plantas e animais, não vai ter o que coletar), o ar também vai estar contaminado e máscaras contra isso, bueno, seus filtros precisam ser repostos e não há estoque que dure para sempre. Aliás, quando acabar ou estourar o prazo de validade dos alimentos e medicamentos estocados, como fica? Sobre medicamentos, mesmo tendo um médico no grupo, pouco vai poder fazer sem as facilidades de um hospital, tipo raio X, ressonância, banco de sangue & todos aqueles quetales que reduziram bastante a necessidade do "bom Doutor", aquele que ia de casa em casa, nos antigamentes (notar que a taxa de mortalidade era enorme). Eu não vou gastar um tusta nisso nem recomendo. Comprem com o $$$ que iam usar para isso um montão DE PINGA e assistam ao fim do mundo na maior farra, é o que eu faria.
Ok, agora que voltei das minhas mini-férias, já posso tentar dar a minha perspectiva sobre este assunto. Como sabes, eu gosto de pensar nestas coisas, especialmente depois de ter sido pai. Eu tenho que confessar, eu guardo víveres na minha arrecadação (just in case), tenho massas, tenho enlatados de feijão, grão, e outras coisas, tenho cereais para a pequena, tenho vários garrafões de água (a validade não é da água, mas sim do plástico que é feita os garrafões), etc. Essa arrecadação é debaixo de chão, MAS em caso de um evento desta natureza, duvido que a mesma estivesse longe de uma possível contaminação, já que a mesma fica ao pé da garagem e o mesmo é em figura de “L”, com grelhas de ventilação na entrada e no final. Isso é porreiro para ventilar os fumos tóxicos dos carros (são cerca de 70 carros e 70 arrecadações), mas péssimo para algo do género. Para além disso estou a pouco mais de 50 km de Lisboa e dependendo do vento, poderia sofrer os efeitos desse possível ataque. Na prática este pequeno stock de víveres está lá em caso de terramotos, greves de camionistas (que já aconteceram no passado), ou outro evento extremo, não tanto para uma guerra Nuclear.

Uma questão que eu tenho que colocar é será que num evento desta natureza todo o mundo seria destruído? Eu penso que não, eu acredito que as capitais e os alvos militares mais importantes, esses sim seriam os primeiros alvos. Lisboa, Oeiras, Base das Lages nos Açores seriam os alvos em Portugal, reduzindo a população Portuguesa em vários milhões. Será que alguém em Trás-os-Montes seria afectado directamente? Dúvido!
Porque é que eu penso que este cenário seria o mais provável? Porque vejo o que os países que levam a sério estas coisas fazem (Israel, Rússia, Suiça, etc). Eles têm enormes bunkers públicos que seriam usadas pelas populações e em que a premissa principal é assegurar um ambiente controlado, em que as pessoas pudessem refugiar-se durante um espaço de tempo limitado (dias, ou mesmo umas poucas semanas) e depois sair.
E as radiações? Bem na verdade o ataque poderia ser tanto de Armas Nucleares, como Químicas como Bacteriológicas, coisa que as pessoas por norma esquecem-se. Cada tipo de ogiva tem o seu tempo de acção e para cada uma delas há cuidados específicos. Eu lembro-me de quando tive Instrução de NBQ na recruta (foi toda uma semana com um Sargento-Ajudante de Engenharia) em que ele explicou-nos várias coisas incluindo que em caso de uma deflagração de um engenho Nuclear a única coisa que o fato fazia era proteger-nos das poeiras e não das radiações da explosão em si. Num ataque químico ou bacteriológico o tempo de acção seria mais curto, mas ou tem-se acesso a ar limpo ou estás lixado. É por isso é que é os bunkers pensados de raiz, tem sempre filtros de ar.

Imagem
Túlio escreveu:Mas disse que ia tentar falar sério, tá bão: sempre que penso em uma alternativa válida ao apocalipse nuclear me vem à memória o primeiro filme do Resident Evil. Sim, A Colméia (The Hive)! Enormes instalações bem abaixo da superfície (falha do filme: fizeram numa planície. Eu faria debaixo de uma montanha bem grande de granito ou outra pedra dura como o inferno) com todas as facilidades necessárias (hospital, áreas de produção agropecuária, escolas - tem que perpetuar o conhecimento, tipo "e quando o último cirurgião cardiovascular, odontólogo, veterinário, químico, engenheiro, etc, morrer de véio?", pequenas indústrias & quetales), incluindo alojamentos para as famílias que fossem pagar por isso e as não-pagantes, que teriam que trabalhar (sério, alguém imagina o Bill Gates de enxada na mão?) para sustentar a todos e mantê-los saudáveis. Ficaria tão fundo que teria no entorno (acima, abaixo, aos lados) vários cursos d'água subterrâneos - ao menos UM não estaria contaminado e mesmo que todos estivessem, as instalações escolheriam o menos contaminado e "limpariam" a água para consumo - e muitas cavernas (de onde o ar seria bombeado e filtrado contra poeira radioativa) e por aí vai.

Como A Colméia, seria enorme e com muitos andares para caber tudo e todos (e com espaço para abrigar mais, já que a população tende a crescer, as pessoas não vão parar de fazer filho só porque o mundo acabou :twisted: ). Custaria trocentos bilhões mas quem quer sobreviver a isso junto com sua prole e afetos e tem dinheiro aos montes faria sem piscar. A josta é que, na incerteza de que o holocausto nuclear realmente vá ocorrer, quem vai investir nisso? Décadas atrás, nos tempos da Guerra Fria, li que o governo da China investia em verdadeiras (e imensas, capacidade para milhões de ocupantes) cidades subterrâneas, para onde mandariam os altos funcionários do regime e montes de trabalhadores de todas as ocupações, incluindo Policiais e Soldados. Não sei se chegaram a fazer ou em que ponto estão atualmente mas lembrando disso foi que me inspirei para descrever Germânia em "A Fênix Negra", uma cidade totalmente autossuficiente em um planalto no meio de uma área inóspita da Amazônia (quem jogaria uma nuke no meio do mato?)...
Se estamos a falar de um “apocalipse”, ou seja o pior dos cenários, em que tudo e mais alguma coisa seria usada e não ataques cirúrgicos contra alvos de elevada importância, então algo do género seria realizável. Hoje em dia já há bunkers de grande dimensão, feitas pelo sector privado para os mais abastados.

Ex.:

:arrow: http://mirrorspectrum.com/spectrum/doom ... -the-elite

:arrow: http://terravivos.com/

Há um desses projectos que se assemelha muito ao que estás a falar:
Imagem

:arrow: http://survivalcondo.com/



O que se teria que fazer era um complexo muito maior com várias dezenas de milhares de pessoas, em que houvesse desde Médicos, Engenheiros, etc. Esse complexo teria que obter os alimentos através de aquaponia e através desse sistema poderia produzir-se legumes e peixe. Se semeassem por exemplo urtigas, poderiam obter comida, tecido e cordas. A urtiga é óptima porque tem muitas aplicações e como ela há mais plantas semelhantes.

http://aquiculturanoceara.blogspot.com/ ... lacao.html





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Re: GEOPOLÍTICA

#5907 Mensagem por LeandroGCard » Ter Abr 18, 2017 11:14 am

cabeça de martelo escreveu:E as radiações? Bem na verdade o ataque poderia ser tanto de Armas Nucleares, como Químicas como Bacteriológicas, coisa que as pessoas por norma esquecem-se. Cada tipo de ogiva tem o seu tempo de acção e para cada uma delas há cuidados específicos. Eu lembro-me de quando tive Instrução de NBQ na recruta (foi toda uma semana com um Sargento-Ajudante de Engenharia) em que ele explicou-nos várias coisas incluindo que em caso de uma deflagração de um engenho Nuclear a única coisa que o fato fazia era proteger-nos das poeiras e não das radiações da explosão em si. Num ataque químico ou bacteriológico o tempo de acção seria mais curto, mas ou tem-se acesso a ar limpo ou estás lixado. É por isso é que é os bunkers pensados de raiz, tem sempre filtros de ar.
Contra ataques químicos bastaria alguns dias com ar filtrado e depois já se poderia sair, pois os agentes químicos são altamente reativos e se degradam com rapidez quando expostos à natureza. Seria bom tomar cuidado ao tocar as coisas (pelo menos antes de lavá-las com água) por mais algum tempo só para prevenir, mas isso não seria impeditivo para sair e tentar tocar a vida.

Contra ataques nucleares típicos atingindo cidades, em princípio já se poderia sair logo após o final dos incêndios, assim que eventuais gases tóxicos produzidos pelas chamas baixassem. Esqueçam a radiação, ela seria mínima, uma pequena fração da que caiu sobre Hiroshima e Nagasaki na SGM. Teria como efeito algo como aumentar em 10 vezes a chance de desenvolvimento de câncer em um prazo de 20 anos, algo como passar de 1 pessoa em cada 100 para 10 pessoas em cada 100, um risco real mas dificilmente elevado o bastante para convencer alguém a preferir morrer lentamente enterrado em algum abrigo subterrâneo por anos à fio.

Já para quem morar perto (ou a favor do vento) de silos nucleares, bunkers governamentais e etc..., alvos militares "endurecidos", aí a radiação será mais "braba", e é bem possível que seja necessário permanecer protegido por pelo menos algumas semanas ou uns poucos meses no máximo. Depois disso se cai no caso acima.

O que se teria que fazer era um complexo muito maior com várias dezenas de milhares de pessoas, em que houvesse desde Médicos, Engenheiros, etc. Esse complexo teria que obter os alimentos através de aquaponia e através desse sistema poderia produzir-se legumes e peixe. Se semeassem por exemplo urtigas, poderiam obter comida, tecido e cordas. A urtiga é óptima porque tem muitas aplicações e como ela há mais plantas semelhantes.
Qualquer forma de agricultura subterrânea vai exigir o uso de alguma fonte de energia extremamente potente para iluminar as plantas e permitir a fotossíntese em um nível minimamente adequado. Estamos falando de algo como 500W/m2 ou mais, pra começar (no Brasil temos 1200W/m2 de luz solar como valor típico na maior parte de nossas terras cultivadas). Pode acoplar o abrigo a uma usina hidrelétrica ou um reator nuclear, caso contrário é melhor levar para dentro toda a comida que possa ser necessária pelo tempo que se pretenda ficar lá dentro.

Outro problema seria obter um ambiente adequado ao crescimento e produção das plantas. Muitas delas (como por exemplo a maioria das frutas e legumes) só tem produção adequada se estiverem disponíveis agentes polinizadores como as abelhas, pássaros e morcegos, então estes agentes terão que ser mantidos no abrigo também sob pena das plantas até crescerem, mas não gerarem produto algum. Ou então os sobreviventes terão que abrir mão de muitos tipos de alimento que seriam importantes para uma dieta equilibrada.


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Re: GEOPOLÍTICA

#5908 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Abr 18, 2017 11:36 am

LeandroGCard escreveu:
cabeça de martelo escreveu:E as radiações? Bem na verdade o ataque poderia ser tanto de Armas Nucleares, como Químicas como Bacteriológicas, coisa que as pessoas por norma esquecem-se. Cada tipo de ogiva tem o seu tempo de acção e para cada uma delas há cuidados específicos. Eu lembro-me de quando tive Instrução de NBQ na recruta (foi toda uma semana com um Sargento-Ajudante de Engenharia) em que ele explicou-nos várias coisas incluindo que em caso de uma deflagração de um engenho Nuclear a única coisa que o fato fazia era proteger-nos das poeiras e não das radiações da explosão em si. Num ataque químico ou bacteriológico o tempo de acção seria mais curto, mas ou tem-se acesso a ar limpo ou estás lixado. É por isso é que é os bunkers pensados de raiz, tem sempre filtros de ar.
Contra ataques químicos bastaria alguns dias com ar filtrado e depois já se poderia sair, pois os agentes químicos são altamente reativos e se degradam com rapidez quando expostos à natureza. Seria bom tomar cuidado ao tocar as coisas (pelo menos antes de lavá-las com água) por mais algum tempo só para prevenir, mas isso não seria impeditivo para sair e tentar tocar a vida.

Contra ataques nucleares típicos atingindo cidades, em princípio já se poderia sair logo após o final dos incêndios, assim que eventuais gases tóxicos produzidos pelas chamas baixassem. Esqueçam a radiação, ela seria mínima, uma pequena fração da que caiu sobre Hiroshima e Nagasaki na SGM. Teria como efeito algo como aumentar em 10 vezes a chance de desenvolvimento de câncer em um prazo de 20 anos, algo como passar de 1 pessoa em cada 100 para 10 pessoas em cada 100, um risco real mas dificilmente elevado o bastante para convencer alguém a preferir morrer lentamente enterrado em algum abrigo subterrâneo por anos à fio.

Já para quem morar perto (ou a favor do vento) de silos nucleares, bunkers governamentais e etc..., alvos militares "endurecidos", aí a radiação será mais "braba", e é bem possível que seja necessário permanecer protegido por pelo menos algumas semanas ou uns poucos meses no máximo. Depois disso se cai no caso acima.
Foi essa a idéia que fiquei depois de ter ouvido o dito Instrutor. Ou seja, protejam-se da explosão, tenham cuidado com os pós decorrentes da dita explosão, que o tempo tudo resolve (especialmente se houver umas chuvadas à mistura.

LeandroGCard escreveu:
O que se teria que fazer era um complexo muito maior com várias dezenas de milhares de pessoas, em que houvesse desde Médicos, Engenheiros, etc. Esse complexo teria que obter os alimentos através de aquaponia e através desse sistema poderia produzir-se legumes e peixe. Se semeassem por exemplo urtigas, poderiam obter comida, tecido e cordas. A urtiga é óptima porque tem muitas aplicações e como ela há mais plantas semelhantes.
Qualquer forma de agricultura subterrânea vai exigir o uso de alguma fonte de energia extremamente potente para iluminar as plantas e permitir a fotossíntese em um nível minimamente adequado. Estamos falando de algo como 500W/m2 ou mais, pra começar (no Brasil temos 1200W/m2 de luz solar como valor típico na maior parte de nossas terras cultivadas). Pode acoplar o abrigo a uma usina hidrelétrica ou um reator nuclear, caso contrário é melhor levar para dentro toda a comida que possa ser necessária pelo tempo que se pretenda ficar lá dentro.

Outro problema seria obter um ambiente adequado ao crescimento e produção das plantas. Muitas delas (como por exemplo a maioria das frutas e legumes) só tem produção adequada se estiverem disponíveis agentes polinizadores como as abelhas, pássaros e morcegos, então estes agentes terão que ser mantidos no abrigo também sob pena das plantas até crescerem, mas não gerarem produto algum. Ou então os sobreviventes terão que abrir mão de muitos tipos de alimento que seriam importantes para uma dieta equilibrada.


Leandro G. Card
Exacto. Uma produção à escala industrial em aquaponia iria precisar de iluminação artificial e de agentes polinizadores. A variedade da comida seria mais reduzida, mas pensada de forma que pudesse dar aos habitantes desse abrigo uma dieta equilibrada.

Atenção, eu pensei nisto no cenário levantada pelo Túlio e não que eu pense que fosse necessário tal extremo. Vejam por exemplo as soluções usadas em Telaviv, já cheguei a ver fotografias de parques de estacionamento subterrâneo que podem ser rapidamente transformados em bunkers, porque já lá têm os sistemas necessários para tal.

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Re: GEOPOLÍTICA

#5909 Mensagem por Túlio » Ter Abr 18, 2017 1:46 pm

Estão esquecendo - e levei isso em conta na minha "Hive" - que num cenário de Apocalipse Total produzido por humanos, a enorme quantidade de explosões termonucleares (só os EUA têm umas sete mil ogivas) levantaria nuvens de pó radioativo e vapores tóxicos e atóxicos muito além da estratosfera, podendo bloquear a luz do sol por anos a fio (no sun, no life) e ainda passar outros vários anos descendo aos pouquinhos, pela ação da gravidade, chuvas altamente venenosas/radioativas, etc. Ou seja, o cenário que VOSMEÇÊS parecem propor é o de uma guerra nuclear (NBQR, na verdade) TÁTICA (otimismo), onde poucos vetores seriam usados e apenas uma parte do planeta seria afetada; no caso por mim colocado, o conflito seria em nível ESTRATÉGICO (pessimismo), ou seja, todo mundo dispara tudo o que tem até acabar.

Aí acho que num tem jeito, é o que falei, fica bem lá no fundo da terra, debaixo (mas não em contado direto) de uma montanha/serra/cordilheira dura pra caramba e catando água de fontes tão profundas que ao menos UMA não seja (muito) afetada pela lixarada toda que mataria tudo o que estivesse na superfície ou perto dela e bombeando ar de cavernas idem. Não precisa hidroponia, durante a parte final da construção se poderia levar terra de ótima qualidade da superfície mesmo, além dos muito bem lembrados pássaros e abelhas (eu tinha pensado em polinização do mesmo jeito que se faz irrigação pelo alto, têm certeza que precisa de pássaro e morcego para cagar semente e abelha para polinizar? Plantações fechadas, tipo estufas, precisam disso?). Mas tinha esquecido de falar em OUTRA coisa muito importante, assunto em que VOSMEÇÊS tocaram:

ENERGIA - Lembrando que a "Hive" estaria a quilômetros de profundidade e que um dos minerais mais abundantes na natureza é o carvão, por que não anexar uma estação de mineração e beneficiamento e outra com turbinas a vapor e geradores? Nem água, ar nem carvão iriam faltar (aliás, seria um bom uso para a água e o ar de má qualidade), turbina não morre envenenada e quem faz a manutenção sempre pode usar EPI. Outra possibilidade é, estando mais perto das placas tectônicas - longe das bordas, claro - do que estamos hoje, se não me engano abaixo delas é pura lava ou metais derretidos em alta temperatura, que poderia (talvez até depois de a "Hive" já estar em funcionamento) ser desenvolvido um projeto, pelas Escolas (Superiores, no caso) e Centros de Pesquisa, com a finalidade de desenvolver a tecnologia necessária, que não existe hoje mais por falta de necessidade, há muitas outras alternativas. No caso extremo em tela, seria questão de sobrevivência, já que a(s) mina(s) de carvão iria(m) se esgotar algum dia...




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Re: GEOPOLÍTICA

#5910 Mensagem por LeandroGCard » Ter Abr 18, 2017 4:18 pm

Túlio escreveu:Estão esquecendo - e levei isso em conta na minha "Hive" - que num cenário de Apocalipse Total produzido por humanos, a enorme quantidade de explosões termonucleares (só os EUA têm umas sete mil ogivas) levantaria nuvens de pó radioativo e vapores tóxicos e atóxicos muito além da estratosfera, podendo bloquear a luz do sol por anos a fio (no sun, no life) e ainda passar outros vários anos descendo aos pouquinhos, pela ação da gravidade, chuvas altamente venenosas/radioativas, etc. Ou seja, o cenário que VOSMEÇÊS parecem propor é o de uma guerra nuclear (NBQR, na verdade) TÁTICA (otimismo), onde poucos vetores seriam usados e apenas uma parte do planeta seria afetada; no caso por mim colocado, o conflito seria em nível ESTRATÉGICO (pessimismo), ou seja, todo mundo dispara tudo o que tem até acabar.
Túlio, este é o cenário do "Inverno Nuclear" que foi previsto nas primeiras análises dos efeitos de uma guerra nuclear total, mas já foi contestado e não se sustentou. Esta análise partiu de algumas premissas muito pessimistas, por exemplo que cada bomba detonada levantaria uma nuvem de poeira equivalente à queima de uma porcentagem absurdamente elevada de material combustível presente nas cidades atacadas (mas na verdade muitas bombas estariam sendo lançadas sobre o mesmo alvo para garantir 99% ou mais de certeza de destruição, e o efeito incendiário de uma bomba atômica não é o mesmo de uma tempestade de fogo como a lançada sobre Dresden na SGM - e que serviu de parâmetro. A destruição na verdade é causada muito mais pelo efeito de "blast" e os incêndios são basicamente secundários), que esta poeira teria o mesmo efeito sobre o clima da explosão de um vulcão cujo efeito pôde ser medido (só que o que causou o efeito de resfriamento no caso do vulcão foi o dióxido de enxofre expelido, e incêndios de cidades emitem muito pouco deste gás), e não foi levado em conta o efeito da chuva na eliminação de parte da poeira e fumaça geradas. Hoje o cenário do "Inverno Nuclear" está meio desacreditado, e na verdade ninguém sabe ao certo qual seria o efeito de uma guerra nuclear total sobre o clima, se é que haveria algum.
Aí acho que num tem jeito, é o que falei, fica bem lá no fundo da terra, debaixo (mas não em contado direto) de uma montanha/serra/cordilheira dura pra caramba e catando água de fontes tão profundas que ao menos UMA não seja (muito) afetada pela lixarada toda que mataria tudo o que estivesse na superfície ou perto dela e bombeando ar de cavernas idem. Não precisa hidroponia, durante a parte final da construção se poderia levar terra de ótima qualidade da superfície mesmo, além dos muito bem lembrados pássaros e abelhas (eu tinha pensado em polinização do mesmo jeito que se faz irrigação pelo alto, têm certeza que precisa de pássaro e morcego para cagar semente e abelha para polinizar? Plantações fechadas, tipo estufas, precisam disso?). Mas tinha esquecido de falar em OUTRA coisa muito importante, assunto em que VOSMEÇÊS tocaram:
Mesmo que a guerra afete substancialmente o clima, não vai haver esta "lixarada" toda que você imagina. Fora um certo nível de contaminação radioativa nas regiões onde bombas atômicas fossem detonadas no solo em uma tentativa de destruir os silos de lançamento inimigos e algum outro alvo escondido no subterrâneo, ou das explosões debaixo do mar tentando destruir submarinos, a radiação seria bem pouca. Mesmo nos lugares mais afetados ela mal chegaria ao nível que foi observado em Fukushima.

ENERGIA - Lembrando que a "Hive" estaria a quilômetros de profundidade e que um dos minerais mais abundantes na natureza é o carvão, por que não anexar uma estação de mineração e beneficiamento e outra com turbinas a vapor e geradores? Nem água, ar nem carvão iriam faltar (aliás, seria um bom uso para a água e o ar de má qualidade), turbina não morre envenenada e quem faz a manutenção sempre pode usar EPI. Outra possibilidade é, estando mais perto das placas tectônicas - longe das bordas, claro - do que estamos hoje, se não me engano abaixo delas é pura lava ou metais derretidos em alta temperatura, que poderia (talvez até depois de a "Hive" já estar em funcionamento) ser desenvolvido um projeto, pelas Escolas (Superiores, no caso) e Centros de Pesquisa, com a finalidade de desenvolver a tecnologia necessária, que não existe hoje mais por falta de necessidade, há muitas outras alternativas. No caso extremo em tela, seria questão de sobrevivência, já que a(s) mina(s) de carvão iria(m) se esgotar algum dia...
O carvão é relativamente abundante sim, mas não está distribuído de maneira uniforme. Não sei se haveriam muitos lugares adequados para a construção e grandes instalações subterrâneas e com minas de carvão ao alcance. Seria algo para se pensar, mas não sei e seria possível ou mesmo prático, afinal não seria tão complicado assim colocar roupas protetoras e ir buscar o carvão em outro lugar (estamos falando em escapar de contaminação, e não de uma invasão de aliens que caçam humanos :wink: ).

Mas um ponto é importante frisar: Não seria necessário cavar o abrigo a quilômetros de profundidade, se ele fosse construído sob um amontanha poderia estar até mesmo ao nível do solo. Explosões nucleares na atmosfera (onde se obtém o máximo "blast") tem efeito praticamente nulo já a poucos centímetros abaixo do solo, e se as bombas forem detonadas no solo a onda de choque vai se espalhar muito mais na horizontal do que em profundidade (como quando jogamos uma pedra na água - as ondas se espalham pela superfície e quase nenhuma energia vai para o fundo).

O abrigo na prática só precisará ser profundo o suficiente para que a ogiva nuclear não penetre nele antes de detonar (aí sim a explosão se propagaria pelos seus corredores). E nenhuma ogiva conseguiria penetrar mais do que algumas dezenas de metros sob o solo e ainda permanecer em condições de detonar.


Leandro G. Card




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