Marechal escreveu:
Lembrando que, ao contrário do documento vazado da FAB, no caso suíço existe uma evidência concreta de que o documento deu o Rafale como vencedor.
Vc só tem um sumário do relatório de voo da Força Aérea Suíça (aliás, defasado, quando os testes de voo foram com o Gripen C/D) e acha que com isso o Rafale venceu a concorrência.
Marechal escreveu:
Cadê o documento? Ou a prova de que ficou em último é que alguém disse que fulano disse que ciclano disse que um oficial do FAB disse que a Eliane Catanhade disse que ficou?
Coloque o link do documento ou essa afirmação não tem valor nenhum.
Não faz nem 2 semanas que eu fiz questão de te mostrar matérias que se seguiram ao vazamento EM OUTROS JORNAIS (como o Valor, Época, Istoé) em que o Jobim reconhecia que o Gripen foi o melhor avaliado e mandou investigar a insubordinação do vazamento (que colocava o Rafale em último lugar):
Notícias / Aviação
Jobim descarta preço para escolha de caça
Nelson Jobim disse que entregará a Lula, depois do Carnaval, a exposição de motivos com a posição da Defesa
Valor Online
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois do Carnaval, a exposição de motivos com a posição da Defesa sobre a compra de um lote de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). A análise da Defesa, afirmou Jobim, não privilegiará preço, mas dois aspectos "fundamentais" : transferência de tecnologia e capacitação nacional (produção no país). A preferência de Lula é pelo caça francês Rafale, da Dassault.
"Em primeiro lugar não é um processo licitatório" , argumentou Jobim. "Não sendo um processo licitatório você não tem a obrigação de optar pelo menor preço."Trata-se, na realidade, segundo o ministro, de um processo de seleção e, neste caso, "o preço é um elemento componente" . O preço é a principal desvantagem do Rafale em relação, sobretudo, a seu concorrente sueco Gripen NG, fabricado pela Saab.
O ministro confirmou, pela primeira vez, que o último relatório da FAB sobre a compra dos caças declarou preferência pelo sueco Gripen. Mas segundo Jobim, a Força Aérea trabalhou "com parâmetros que não coadunam com a Estratégia Nacional de Defesa" , cujos textos legais só recentemente foram enviados ao Congresso. Jobim deixou claro que os americanos da Boeing, que decidiram fazer contraofensiva de última hora para tentar adiar a compra, não têm nenhuma chance na disputa. "O portfólio de embargos americanos é muito rico" , ironizou.
Sobre a alegação de que o Gripen é um avião bem mais barato, Jobim respondeu que o que o ministério tem em relação ao caça sueco são orçamentos. "Eu não sei se vai acontecer isso." Para ele é como a construção de uma casa: quase nunca gasta-se apenas o que foi orçado no projeto de construção.
"Decisão sobre assunto dessa natureza não é voluntarista, é um processo" , disse Jobim. No fim do processo, três empresas acabaram sendo selecionadas para a venda do lote de 36 caças à FAB, um dos maiores negócios atualmente em disputa no mundo, estimado entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, de acordo com o pacote oferecido por cada fabricante: Dassault (Rafale), Saab (Gripen NG) e a americana Boeing, que entrou no páreo com sua melhor grife: o F-18.
Jobim descartou a abertura de um novo processo de compra para a inclusão da Rússia. Os russos participaram da primeira fase do processo com o caça Sukhoi. A argumentação de Jobim em relação à anunciada nova versão de caças russos é a mesma que ele oferece em relação aos americanos. " Os russos não transferem tecnologia. Ponto. " Na viagem a Moscou, Jobim abordou a questão da transferência tecnológica, mas os russos só se dispunham a tratar do assunto após o fechamento do negócio.
Jobim descartou a hipótese de a compra dos caças ficar para o próximo governo, como ocorreu no fim do mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas ele adverte para o fato de que depois da decisão de Lula, ouvido o Conselho de Defesa Nacional, o processo entra em uma nova etapa: a da negociação do contrato.
" Uma coisa são as propostas que são feitas, outra é saber como isso funciona na prática. Pode, inclusive, haver um impasse na hora em que se estiver discutindo o contrato " disse. Nessa fase mudarão os negociadores, que passarão a ser a Secretaria do Tesouro Nacional e a FAB. A discussão contratual para a compra dos submarinos franceses levou pelo menos três meses.
Jobim tem um argumento pronto para o descarte eventual do caça sueco. " A FAB trabalha com pesos que não coincidem com a Estratégia Nacional de Defesa, porque são coisas antigas. " Ele explicou que a modelagem na qual a Força Aérea embasou seu parecer vem do governo Fernando Henrique Cardoso. " Agora examinar basicamente essa coisa da transferência de tecnologia e capacitação nacional é o vetor fundamental. "
Jobim, cujo raciocínio sugere que indicará o Rafale ao presidente, escuda desde já em razões estratégicas a decisão a ser tomada em 15 dias: " Quando a gente começa a raciocinar em termos de A, B, C, porque um está sendo assim e outro está sendo assado, isso é coisa de país pequeno, o que nós já não somos. "
(Raymundo Costa e Cristiano Romero | Valor)
http://epocanegocios.globo.com/Revista/ ... 18,00.html
Caça Ao Vazamento
Governo investiga divulgação de relatório secreto sobre compra de aviões de combate e reafirma favoritismo francês na disputa
Claudio Dantas Sequeira
Um compromisso delicado aguarda o presidente Lula na volta de suas férias, nos próximos dias. Da praia do Guarujá, no litoral paulista, onde passou a semana passada, ele convocou para uma reunião o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o brigadeiro Dirceu Tondolo Nolo, responsável pela Copac, comissão que coordena o programa FX-2, que resultará na bilionária compra de 36 jatos de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB). Lula e Jobim querem saber como um relatório indicando o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab, como o favorito dos militares para vencer a concorrência – disputada também pelo francês Rafale, da Dassault, e o americano F-18 Super Hornet, da Boeing – vazou para a imprensa no início da semana passada, constrangendo o presidente e o ministro e acirrando uma crise entre eles e os comandos das Forças Armadas. A julgar pelo relatório divulgado pelo jornal “Folha de S. Paulo”, a Copac fez ouvidos moucos à recomendação de Jobim para que a análise técnica não hierarquizasse os três aviões finalistas e apresentou uma classificação em que prioriza o preço em detrimento de requisitos técnicos, logísticos, de transferência tecnológica e contrapartidas industriais (off-set). O episódio pode terminar com a punição dos membros da Copac e ainda precipitar a decisão pela escolha do avião francês, favorito do governo. Na Defesa, o descumprimento da ordem de Jobim está sendo tratada como insubordinação. E o vazamento de informações, consideradas segredo de Estado, pode até ser enquadrado como crime de segurança nacional. De uma forma ou de outra, Lula já mandou avisar que não vai se submeter às pressões. O recado foi dado pelo chanceler Celso Amorim. “A decisão será política. É o presidente, com a ajuda de seu Conselho de Defesa, que tomará a decisão final”, disse. Segundo Amorim, “às vezes os técnicos dão uma impressão que vai num sentido e muitas vezes o barato sai caro”. Jobim, por sua vez, disse que encaminhará a Lula um relatório próprio. “Vou analisar tudo, tirar dúvidas, avaliar o sistema de cálculo e levar as minhas conclusões para o presidente”, afirmou. Como ISTOÉ revelou em dezembro, o relatório completo do programa FX- 2, com 30 mil páginas, traz diversas tabelas mostrando os pontos positivos e negativos de cada avião, usando um código de cores (azul, amarelo e vermelho), em vez de notas. Dos três, por exemplo, o jato francês apresenta o pacote tecnológico mais abrangente, enquanto o sueco é o mais barato. De posse dessa papelada, a Copac resolveu fazer um sumário executivo e tentou emplacar a classificação: o Gripen NG apareceu em 1º lugar, seguido do F-18 e do Rafale, em terceiro.
O documento passou nas mãos de Saito e Jobim, que mandou os militares elaborarem uma nova versão, sem o ranking. Isso foi feito, mas o documento anterior, em vez de ser destruído, acabou vazando. Para o consultor de segurança nacional Salvador Ghelfi Raza, da Universidade de Defesa dos EUA, braço acadêmico do Pentágono, vazamentos como esse devem ser apurados. “É preciso investigar para saber se há uma manipulação do resultado da concorrência por interesses escusos”, afirma. O fato é que está em curso uma poderosa guerra de lobbies, envolvendo os maiores fabricantes mundiais, para abocanhar um contrato de até R$ 10 bilhões. Até que se prove o contrário, não há nada de ilegal na atuação desses grupos de pressão. No entanto, algumas vezes os interesses parecem difusos. Para tentar emplacar o Gripen NG, a Saab contratou o brigadeiro reformado Fernando Cima, ex-coordenador da Copac na primeira edição do FX. Com ascendência sobre muitos oficiais, Cima é sempre recebido na FAB com a reverência que sua patente impõe, com direito até a continência dos próprios membros da comissão. Outro contratado pelo fabricante sueco é o engenheiro Anastácio Katsanos, que foi vice-presidente militar da Embraer. A Embraer chegou a analisar a compra de parte da Saab por meio de um swap de ações, considerando a eventual escolha do Gripen NG. Dentro da companhia, há o entendimento de que o caça sueco dá a oportunidade de um desenvolvimento conjunto do projeto. Mas é exatamente o fato de ser apenas um projeto que traz insegurança para o governo. Não há como saber quando o avião estará operacional. Da mesma forma, é impossível definir qual será seu preço final. O valor de US$ 50 milhões, anunciado pela Saab, é uma estimativa. Bem diferente do que ocorre com o Super Hornet (US$ 55 milhões) e o Rafale (64 milhões de euros, US$ 91,6 milhões), aviões totalmente operacionais e com preço estabilizado. “Não dá para comparar o Rafale, que já é operacional, com o Gripen, um avião que não existe”, reagiu o ministro da Defesa francês, Hervé Morin. Essa lógica também embala as discussões sobre o custo da hora-voo. A hora-voo do F-18 está em US$ 11 mil, enquanto a do Rafale é de 9,8 mil euros (US$ 14 mil). Já a do Gripen, segundo a Saab, seria de US$ 4 mil. O problema é que a própria comissão técnica da FAB, a partir de cálculos baseados em dados de manutenção extrapolados do Gripen C/D (versão anterior ao NG), encontrou um valor diferente do informado: US$ 8 mil. Na Noruega, os técnicos estimaram esse custo em US$ 10 mil. A divergência de informações pesa contra a opção sueca. Um outro dado importante parece ter sido esquecido no sumário que foi vazado à imprensa: o teste de pilotagem. Em outubro, Jobim convocou os pilotos que testaram os caças para que emitissem um parecer. Os militares destacaram o desempenho do Rafale e também elogiaram o F-18, mas não tiveram o que dizer do Gripen NG, pelo simples fato de que não puderam voar nele. O que está disponível para testes é um “demonstrador”, uma espécie de protótipo feito com base num modelo de treinamento que tem muito pouco a ver com a versão final. Como alertou Amorim, o barato pode sair caro.
http://www.istoe.com.br/reportagens/387 ... +VAZAMENTO
Marechal escreveu:
Agora me diz, se esse slide está em um site do governo suíço, o relatório veio do governo suíço, e a decisão final que diz que o Gripen não é o melhor, mas é o mais barato também está em um site suíço, por que um (ou melhor, uma parte de um, a parte que diz que "não é o melhor" vocês ignoram) é válido e os outros documentos não?
Ah, é?
http://www.aereo.jor.br/2012/09/25/em-m ... e-a-suica/
Suíça: em mais uma carta, Dassault quer submeter nova proposta do Rafale
INFORMAÇÃO FOI VEICULADA EM VÁRIOS JORNAIS SUÍÇOS – NOVA PROPOSTA SERIA DE 22 CAÇAS RAFALE PELO MESMO PREÇO DA PROPOSTA SUECA DE 22 CAÇAS GRIPEN
Segundo o jornal suíço 24 heures, trazendo informações de vários outros periódicos dominicais do país (Le Matin Dimanche”, “Zentralschweiz am Sonntag”, “SonntagsZeitung” e “Sonntag”), a fabricante francesa Dassault voltou à carga para oferecer seu caça Rafale à Suíça. Num momento em que continua a controvérsia no país sobre a compra do Gripen, a Dassault quer submeter uma nova oferta do Rafale, e para isso mandou uma carta em meados de setembro para o Conselho Federal e líderes dos comitês parlamentares.
André Simonazzi, porta-voz do governo, confirmou a informação, mas disse que “o Conselho Federal não tratou dessa carta mas vai respondê-la no devido tempo.” Os presidentes da comissão de política de segurança, Chantal Galladé e Hans Hess, não quiseram comentar o conteúdo da carta da Dassault.
De acordo com o que foi divulgado nos demais jornais, segundo o 24 heures, a Dassault agora oferece 22 caças Rafale por 3,1 bilhões de francos suíços – isso corresponde ao preço da sueca Saab para os 22 caças Gripen que a Suíça quer adquirir. Vale lembrar que a proposta sueca foi vencedora, por oferecer o menor preço, na concorrência para substituição parcial dos caças F-5 Tiger II, da qual participaram também a Dassault com o Rafale e o consórcio europeu Eurofighter com o Typhoon.
Hans Hess, porém, mostrou certa irritação ao falar do assunto, pois já teria dito ao fabricante francês que este não era o canal adequado. A empresa já tinha tentado relançar sua proposta aos parlamentares suíços mais cedo, neste ano. O Departamento de Defesa da Suíça foi questionado sobre o assunto, mas indicou que essa questão depende do Conselho Federal. Porém, o Departamento foi avisado dessa carta da Dassault.
Um dos jornais que repercutiu a notícia, o Luzerner Zeitung, citou que essa nova carta do fabricante francês chegou à mídia suíça por meio de um vazamento. Também noticiou que, com essa oferta, os esforços do Departamento de Defesa para uma cooperação entre Suíça e Suécia são “torpedeados novamente”.
FONTE: 24 heures e Luzerner Zeitung (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTO: Armasuisse (avaliação do Rafale na Suíça)
Marechal escreveu:
No lugar dos suíços eu também diria não.
Mas o motivo não tem nada a ver com o avião em si, se abriu uma concorrência, cada um fez sua proposta e depois do resultado quer mudar as regras do jogo? A resposta é NÃO, e quem cede a isso se chama PUTA, os suíços fizeram muito bem em manter sua credibilidade e não alterar as regras do jogo.
Alias, os franceses a pouco venderam Rafales a mais de 200 mi cada, por que dariam esse descontão aos suíços? Não seria só uma jogada política de quem tinha a certeza que os suíços não cederiam?
E antes que você fale, sim, eu acho o Sarkozy um grande FDP e também acho o Rafale caro pra burro, mas isso não desqualifica a aeronave em absolutamente nada, foi só o Sarkozy sair e o Rafale desencalhou.
Ao parear o valor das propostas, não há como sustentar a justificativa de que "o Gripen NG venceu na Suíça porque era a proposta mais barata". Não passam de contorcionismos essas tentativas de justificação para não dar o braço a torcer para a qualidade do projeto.
Marechal escreveu:
Ei, estão fazendo o mesmo que o relatório suíço fez, alias, estão fazendo muito pior, estão ignorando completamente o desempenho das aeronaves por aqui, e você ainda critica o relatório por dar pouco peso a performance do Eurofighter? suas alegações não fazem o mínimo sentido.
A FAB ignorou o desempenho das aeronaves? Foram feitos testes em voo por 10 dias de cada caça da short-list.
O que não pode é achar por exemplo que a taxa de giro mínima sustentada do MMRCA (15º/s) deva ser a mesma que a estipulada pela FAB porque lá o SH não cumpriu e foi uma das causas da desqualificação.