Iraque - Noticias de Guerra

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#16 Mensagem por Spetsnaz » Seg Nov 03, 2003 6:20 pm

Explosão em cidade santa do Iraque deixa três mortos

18:05 03/11
Agência EFE

Pelo menos três pessoas morreram e outras doze ficaram feridas numa explosão ocorrida hoje, segunda-feira, na cidade de Karbala, onde fica a mesquita mais sagrada da comunidade muçulmana xiita, disseram moradores da localidade.


Os mortos na explosão, causada aparentemente por um carro-bomba estacionado a uns cem metros da grande mesquita dourada onde repousam os restos do ímã Hussein, eram transeuntes iraquianos, segundo as fontes.
A explosão ainda não foi confirmada por fontes oficiais.
Em Karbala, cerca de 100 quilômetros ao sul de Bagdá, três soldados americanos morreram no mês passado ao ser atingidos por disparos de desconhecidos.
Em outro incidente, seis fortes explosões foram ouvidas esta noite na capital do Iraque, mas ainda não se tem notícias de sua origem ou houve vítimas.
As explosões, algumas muito intensas, ocorreram às 21:05 (16:05 de Brasília), e ocorrera ao fim de um dia relativamente calmo na capital iraquiana.
Soldados americanos detiveram hoje pelo menos dez iraquianos em Faluja, o último epicentro dos ataques contra as forças dos Estados Unidos, que domingo tveram um dos dias mais sangrentao do pós-guerra.




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#17 Mensagem por Spetsnaz » Dom Nov 30, 2003 7:20 pm

EUA matam 46 no Iraque 'reagindo a emboscadas'

Tropas dos Estados Unidos mataram 46 iraquianos neste domingo na cidade de Samarra, segundo porta-vozes das forças de ocupação.

Outros 18 iraquianos teriam sido feridos nos confrontos com soldados americanos.

De acordo com os militares americanos, os enfrentamentos aconteceram quando um grupo estava tentando emboscar dois comboios militares dos Estados Unidos.

Cinco soldados americanos teriam ficado feridos, assim como um civil.

Ataques

"A Quarta Divisão de Infantaria repeliu uma série de emboscadas", disse o tenente-coronel William McDonald.

Segundo ele, vários dos iraquianos mortos estavam usando uniformes dos Fedayin, a antiga milícia de Saddam Hussein.

Os confrontos aconteceram no último dia do mês em que mais soldados americanos e de seus aliados morreram no Iraque.

Em novembro, pelo menos 81 militares dos Estados Unidos, 17 da Itália e 7 da Espanha foram mortos em ataques realizados no país ocupado.




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#18 Mensagem por Clermont » Sáb Dez 13, 2003 1:58 pm

POR DENTRO DA RESISTÊNCIA IRAQUIANA

By P. Mitchell Prothero

United Press International
05 December, 2003

“Espere quinze minutos,” diz Abu Mujhid após olhar seu relógio. Sorvendo uma soda Seven-Up após romper seu jejum do Ramadan, logo ao anoitecer em meados de novembro, Abu Mujhid – não o seu real nome – havia acabado de ser desafiado por um repórter a provar ser comandante de uma célula de resistência que realiza violentos ataques contra as tropas americanas que ocupam sua cidade natal de Bagdá.

É uma questão decisiva para homens que proclamam ser parte das forças anti-americanas. A maioria exige dinheiro por entrevistas exclusivas e, eventualmente, se aproximam dos jornalistas trabalhando no Iraque. Essas entrevistas, normalmente, terminam com algum homem desconhecido usando a kaffiya – ou lenço de cabeça – em volta do rosto, segurando um AK-47 e contando algum incidente não-verificável no qual ele, pessoalmente, matou punhados de soldados americanos.

Mas Abu Mujhid nunca pediu dinheiro ao repórter. E ele sentou à mesa, usando trajes ocidentais para o encontro – um dos quatro que ele e seus homens mantiveram com a United Press International – seu rosto redondo, claramente identificável em lugar público.

As condições acordadas para os encontros foram de que a UPI não usaria telefones via-satélite – os quais podem ser, facilmente, rastreados pela Inteligência americana – ou câmeras e gravadores. Cada um dos encontros foi realizado após o anoitecer, em lugar público e a localização e o horário nunca foram adiantados. Abu Mujahid também revelou a vizinhança onde vive e opera mas pediu para que não fosse identificado no artigo. Ele também disse que, somente ele poderia ser citado na história. Dezesseis minutos após mandar a UPI esperar, quatro tiros de morteiro foram disparados dos arredores à sudoeste de Bagdá, cerca de 5 Km de distância do alvo, as instalações da Autoridade Provisória da Coalizão liderada pelos americanos.

“Deus queira que tenhamos atingido alguma coisa desta vez, “ele disse, sorrindo malignamente. “Nossos morteiros são muito imprecisos. Não podemos aguardar para mirá-los, portanto, usamos temporizadores.
“Os helicópteros americanos chegam muito rápido para que possamos usar os morteiros como fomos treinados para fazer. Mas estamos descobrindo meios de enfrentar esses helicópteros. Antes disparávamos fogos de artifício neles. Mas isso não funcionava. Agora alguns dos nossos colegas tem SA-7s ou “Strellas” (mísseis anti-aéreos da era soviética), mas eu e meus colegas não temos tal equipamento.”

Abu Mujhid diz que ele não queria lutar com os americanos quando eles chegaram em abril.

“Saddam, eu gostava dele. Ele era um líder forte,” diz ele. “Mas eu estava no Partido Baath e sabia que seus homens, a maioria, mesmo os filhos de Saddam, eram corruptos. Eles roubavam e roubavam do povo iraquiano. Portanto, eu esperei para ver se os americanos iriam libertar ou ocupar nossas terras.

“Antes de 1991, Saddam era um líder forte que matava seus inimigos,” diz ele. “Mas as pessoas honestas eram deixadas em paz. Se um homem era bom e não se envolvia em coisas erradas, estava tudo bem. Mas depois de 1991, por causa dos americanos e da guerra no Kuwait, Saddam ficou louco e começou a matar mesmo as boas pessoas.”

Todos os iraquianos decentes, diz ele, ficaram felizes por dentro, quando os americanos vieram, embora alguns dos apoiadores de Saddam possam ter sentido alguma tristeza, todo mundo sabia que havia uma nova chance para o Iraque.

“Eu sempre olhei o governo americano com respeito até agora,” diz ele. “Eu encontrei americanos antes e sempre os respeitei. E ainda respeito. Eles são educados, sabem construir coisas, como pensar e como trabalhar duro.

“Eles prometeram nos libertar da ocupação, eles nos prometeram direitos e liberdade e meus colegas e eu esperamos para tomar nossa decisão sobre se lutaríamos depois de ver como eles iriam agir.”

Mas, para Abu Mujhid e seus homens essas coisas nunca se materializaram. Eles disseram que as tropas dos Estados Unidos agiam selvagemente contra os iraquianos e falharam em fornecer segurança para eles.

“Eles deveriam ter vindo e nos dado comida e alguma segurança,” diz ele. “Mesmo hoje em dia, eu sinto que não posso dirigir meu carro à noite por causa dos “Ali Babas” (o apelido em Bagdá, para os criminosos) (putz, se até um líder guerrilheiro iraquiano tem medo de ladrão, imagina só a gente aqui no Rio de Janeiro?)

“Foi aí que compreendi que eles vieram como ocupantes e não como libertadores,” diz ele. “E meus colegas e eu votamos pela luta. Assim, começamos a nos encontrar e planejar. Nós encontramos outros e tentamos comprar armas. Nenhum de nós tem receio de morrer, mas é duro. Nós somos, apenas, trabalhadores, não soldados.”

Ao mesmo tempo que diz que muitos soldados americanos o ofenderam e a seus homens, Abu Mujhid reconhece que alguns tem sido polidos. Tal comportamento, diz ele, tem salvo algumas vidas.

“Há alguns que dizem ‘olá’ ou ‘que a paz esteja convosco’ em árabe para mim,” diz ele. “Eles dão doces para nossas crianças e fazem seu trabalho com respeito. Um destes homens, eu cheguei a considerar um amigo. Assim, uma noite estávamos conduzindo uma operação, prontos para atirar num ‘Humvee’, quanto eu percebi que nele estava o gentil soldado americano. Eu proibi meu homem de atirar nele.”

“Mas outros nos tratam como cães. Eu vi um que pôs sua bota na cabeça de um velho, estendido no chão (durante uma incursão). Mesmo Saddam nunca teria feito uma coisa dessas.” (pela cultura árabe, pôr os pés numa pessoa é inaceitável).

Outro incidente azedou Abu Mujhid em relação à ocupação, ele diz. Quando um “Humvee” passou por ele e seus amigos uma noite, enquanto eles estavam de pé, bebendo chá, os soldados saíram e os acusaram de ter gritado palavrões contra os soldados.

“Eles algemaram nossas mãos e um soldado me chutou,” ele diz. “Então, eles nos soltaram porque não não haviamos feito nada. Foi nesta noite que eu fui pegar minha arma. A noite seguinte, eu atirei no soldado que me chutou. Mas seu colete o protegeu. Acho que ele não morreu.”

“Mas meus colegas e eu não odiamos o povo americano ou, até mesmo, a maioria dos seus soldados,” diz ele. “Nós só os queremos fora da nossa terra. Se eles prometerem sair em um mês e realizar eleições, nós deporemos as armas. Eu não quero matar mais ninguém. Eu não quero que os americanos odeiem o Iraque. Eu esperaria para ver se eles iriam sair.”

Mas a decisão já foi tomada pela sua célula, composta por antigos membros do Partido Baath, de que Saddam não pode voltar ao poder.

“Nós realmente tiramos uma votação num encontro semana passada,” ele diz, rindo. “Se os americanos saírem e Saddam voltar, iremos lutar contra ele, também. Talvez, se ele fosse eleito, nós permitíssemos sua volta. Mas ninguém no Iraque quer Saddam de volta. Ele se transformou num ladrão e num assassino que cometeu erros demais. Nós não queremos Saddam, mas os americanos não podem nos ocupar por mais tempo.”

As guerrilhas anti-americanas tem uma estrutura de comando, frouxamente organizada, o que impede que um só homem conheça muitos detalhes sobre o resto das operações, diz Abu Mujahid, um líder de célula dos arredores de Bagdá. Mas enquanto alguma coordenação e apoio exista entre as diferentes células, a maioria é deixada para operar independentemente e devem obter muitas de suas armas por contra própria.

“Nós temos de encontrar meios de arranjar dinheiro para comprar nossas armas,” ele diz. “O membros do topo do Partido Baath são ricos, mas não acho que muitos deles nos ajudam a lutar. Eles não nos mandam dinheiro ou armas.”

“Eu tenho amigo e colegas que lutam com o Exército de Mohammed (uma célula baseada na cidade de Fallujah no Iraque ocidental) e eles tem mais dinheiro para armas anti-aéreas e explosivos.

Algumas vezes, eles nos ajudam, mas na maior parte somos deixados por nossa própria conta,” ele diz.

Mas uma fonte de apoio tem sido estrangeiros de países árabes. Em entrevistas anteriores, Abu Mujahid reconheceu que ambos, agentes da inteligência síria e membros da Al-Qaida estavam operando no Iraque contra as forças da coalizão lideradas pelos Estados Unidos, mas negou que tenha recebido assistência direta deles. Mas em entrevistas posteriores, ele disse que recebeu apoio de algumas pessoas que ele suspeita terem laços com organizações terroristas.

“Em minha vizinhança, nós temos muitos estudantes do Iêmen, Síria e Jordânia,” diz ele. “Vários deles nos deram dinheiro para comprar armas e conduzir operações.”

Quando pergundado se ele achava que estes estudantes eram membros ou apoiadores da Al-Qaida, ele sorriu e deu de ombros.

“Como um estudante vivendo no Iraque consegue dinheiro para me dar para comprar RPG-7s (o lança-rojão anti-tanque, comum na região)?”, ele pergunta. “Eles tem que tirar o dinheiro de algum lugar. Os sírios eu acho que tiram dinheiro de seu governo, mas nós conseguimos dinheiro dos iemenitas e dos sauditas. Eu acho que eles pertencem a Al-Qaida para ter tal dinheiro. Mas eu não pergunto tais coisas. Eu não gosto de Osama bin Laden e não quero travar uma jihad contra a América. O povo iraquiano apenas quer que os americanos deixem nosso país.”

Ele tem, no entanto, usado o dinheiro para mandar homens para a Arábia Saudita para comprar equipamento.

“No Iraque, nós temos o fuzil de assalto AK-47,” ele diz. “Mas nós precisamos de um fuzil de alta-potencia – como uma arma de tocaieiro com visor telescópico. Nós não temos lojas de caça aqui no Iraque. Saddam nunca permitiu aos iraquianos ter fuzis de caça como estes porque ele, acho eu, ele temia ser baleado. Estas armas, esperamos, poderão romper os coletes americanos.”

“Eu sei que é haraam (proibido, pelo Islam) apoiar o invasor,” ele diz após um momento de pausa. “E qualquer um que o apoie deve ser morto pela lei islâmica. Mas a polícia protege os iraquianos dos “Ali Babas”, portanto devem ser deixados em paz.”
Em outra entrevista, ele dá detalhes de como se tornou líder da célula de sua vizinhança.

“Quando decidimos lutar contra a ocupação, meus colegas e eu elegemos nosso primeiro líder,” ele explica. “E numa de nossas primeiras operações permitimos que um repórter da al-Jazeera (a rede de notícias sediada no Qatar) viesse conosco. Os americanos estavam esperando por nosso ataque. Seis dos nossos homens e nosso líde foram detidos por causa deste repórter, achamos que ele era um informante dos americanos.

“Como eu era um organizador para a operação e não tivesse me encontrado com o repórter, os americanos não me prenderam. Portanto, os homens remanescentes me selecionaram para líder do grupo. Eu conheço nossos homens, dos quais haviam uns dez. E eu conheço um líder de outra célula próxima. Nós ambos reportamos para um líder que comanda cinco de nossos grupos. Ele tem um comandante, de que eu sei alguma coisa, mas não conheço seu nome, que comanda cinco destes grupos - cerca de 250 homens, ou 25 células. E este comandantes reporta para um homem que comanda cerca de 10 destes grupos. Eu acho que minha organização tem cerca de 2500 homens. Mas eu sei que há alguém acima dele. Mas eu só conheço os nomes de meus homens e dois outros chefes: o que está acima de mim e outro comandante de célula baseada perto daqui.”

“Portanto, se os americanos me prenderem só terão a mim. Se eles me torturarem, só posso dizer a eles dois nomes de comandantes (imagino como isso deve servir de consolo para os elementos em questão...). Cada um destes comandantes apenas conhecem uns poucos nomes e nenhum de meus homens ou dos homens nas outras células.”

Quando perguntado se esta organização foi criada antes da invasão, Abu Mujahid concorda, embora ele não saiba ao certo.

“Nos disseram que Saddam pode estar no topo da organização,” ele disse. “Eu não sei se acredito, mas meu colega teria visto Saddam,” diz ele. “Ele teria vindo para dizer aos meus colegas para continuar a lutar. Nós o víamos como um líder forte. Mas não queremos ele de volta.”

Perguntado se achava que Saddam liderava a resistência, ele ri.

“Eu acho que Saddam está muito ocupado se escondendo,” ele diz. “Acho que os líderers acima de mim são antigos generais que querem substituir Saddam quando os americanos saírem.”

Na última entrevista com a UPI, conduzida no auge da campanha americana contra a resistência cognominda “IRON HAMMER”, Abu Mujahid disse que seus homens tinham sofrido sérias perdas nas mãos das tropas americanas, nos dias recentes, mas que eles haviam se infiltrado no grupo de tradutores das forças armadas americanas e esperavam libertar alguns dos colegas detidos.

“Tem sido muito ruim,” disse ele, suspirando certa noite enquanto os ataques aéreos americanos podiam ser ouvidos martelando alvos no sudoeste de Bagdá, o céu noturno iluminado pelas bombas e clarões da operação em andamento.

“Nós perdemos muitos homens nestes ataques e nas detenções,” diz ele. “Um dos nossos homens estava esperando para emboscar um ‘Humvee’ americano, quando foi detido. Eles estava portando uma metralhadora pesada, o que é proibido.”

Mas o homem – um guerrilheiro – tinha permissão da coalizão para portar um AK-47, mas foi pego com a metralhadora pesada. Abu Mujahid disse que seus homens pagaram um tradutor iraquiano 600 dólares para trocar a metralhadora pesada por um AK-47 para que seu colega fosse solto. Abu Mujahid espera que o homem seja liberado no dia seguinte.

Após prometer outro encontro e mesmo um jantar com a UPI para celebrar o fim do mês sagrado do Ramadan, Abu Mujahid desapareceu. Nem ele nem seus homens contactaram a UPI após este encontro final e sua situação – se foram mortos ou capturados pelos americanos, apenas não querem mais falar com a imprensa – não pode ser estabelecida. (eu acho que o comando superior dele considerou que ele tinha a língua um tanto ou quanto comprida, e resolveu encurtá-la um pouquinho, com uma faca bem afiada...)




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#19 Mensagem por Slip Junior » Sáb Dez 13, 2003 2:16 pm

Interessantissimo texto, Clermont. Meus Parabéns. Sempre fico muito impressionado ao ler sobre esses artigos que falam dos seres humanos do que existem por trás de cada soldado ou terrorista. Esse artigo, inclusive, me lembra em muito o livro "Op-Center - Atos de Guerra" do Tom Clancy. Uma ótima dica para as férias!

Abraços




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Sadam russein

#20 Mensagem por Brasileiro » Dom Dez 14, 2003 10:28 am

Conselho confirma em nota oficial captura de Saddam

Bagdá - O Conselho Governante do Iraque confirmou em nota oficial que Saddam Hussein foi capturado com vida em Tikrit, sua cidade natal. Ele está sob forte vigilância militar. Anteriormente, o Conselho havia anunciado a captura de Saddam Hussein citando o administrador americano do Iraque, Paul Bremer. Mas até agora a informação, da parte do Conselho, não havia tido confirmação oficial. Já o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, expediu nota oficial sobre a captura e, com isso, confirmou que Saddam está sob guarda de militares da coalizão.

A nota do Conselho diz que saddam foi capturado em uma operação conjunta de tropas da coalizão e forças iraquianas e curdas. "Ele estava usando uma barba falsa e testes de laboratório confirmaram sua identidade sem deixar dúvidas. Nesta ocasião, o Conselho Governante gostaria de congratular o povo iraquiano e toda a raça humana por esta imensa vitória", diz a nota.

Em Madri, o presidente do Conselho Governante, Abdel-Aziz al-Hakim, disse em entrevista coletiva que foram feitos testes de DNA em Saddam Hussein. Segundo ele, os testes confirmaram que o preso é mesmo o ex-ditador iraquiano.

Al-Hakim disse que outros membros do Conselho o informaram a respeito do teste de DNA. "Eles pegaram (Saddam) e fizeram o teste de DNA, que confirmou sua identidade", disse ele.




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#21 Mensagem por Clermont » Dom Dez 14, 2003 12:39 pm

A captura de Saddam pode acabar se revelando um tiro pela culatra para os americanos.

Quando mataram os pimpolhos deles, o governo dos EUA vendeu para a opinião pública de que o fim dos ataques de guerrilha estavam próximos.

Não foi o que se viu. Muito ao contrário. A luta se tornou mais sangrenta.

O governo Bush tem insistido que a guerrilha é obra de agentes de Saddam, e não reconhece nenhuma possibilidade de que ela emane de iraquianos comuns. Que não são "saddamitas".

Portanto, o que irá acontecer se, mesmo com a captura do safado do Saddam, a guerrilha não mostrar sinais de esmorecimento?

Isso não poderia provocar um colapso do moral, tanto do povo americano quanto das tropas estacionadas no Iraque?




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#22 Mensagem por Spetznaz » Dom Dez 14, 2003 2:07 pm

Opa.
Quando os filhos do Saddan foram assassinados nao ouiví falar sobre hipotética diminuiçao da açao terrorista.
As açoes terroristas podem nao ser TOTALMENTE de partidários de saddan, mas com total certeza sao a sua maioria absoluta. Sao agentes do governo deposto q tem acesso a armas, bombas, lança foguetes e tudo mais.
Penso dessa forma pq nao vejo, dentro do Iraque, outro grupo que poderia estar fazendo esses ataques, pelo menos nessa época, já que a invasao é muito recente e a possibilidade de democracia faz com q os grupos esperem o futuro próximo. Os interessados diretos nos ataques sao os partidários do governo, já que o q existia lá era uma situaçao de GOVERNO X NAO GOVERNO.
O q irá acontecer se a guerrilha nao esmorecer ninguem pode responder. A unica conclusao q podemos chegar é q com o fim do centro de convergencia dos "terroristas" -saddan e todo o aparelho do governo- é bem possível q as açoes diminuam até acabar. Além de q, com a captura os EUA mostram credibilidade e incentivam ouytros países a mandarem tropas para lá, o q facilitárá o controle da situaçao interna.
Sobre a parte do colapso moral, só tenho a dizer que cada ação terrorista, a meu ver, é mais um motivo óbvio para continuar lá combatendo isso. O terrorismo só alimenta, nesse caso, mais pressao e força por parte das tropas aliadas. Nao vejo pq do colapso moral. É ma situaçao complicada, mas controlável, ainda mais agora com a caputura.
Valeu.




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"O Lenin dizia que socialismo é igual a ferro mais energia. Hoje é educação mais educação."

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#23 Mensagem por Spetsnaz » Dom Dez 14, 2003 3:20 pm

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Members of the Iraqi communist party wave flags in celebration in downtown Baghdad, Sunday Dec. 14, 2003, after the capture by U.S. forces of former Iraqi president Saddam Hussein. (AP Photo/Muhammed Muheisen)
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#24 Mensagem por Spetsnaz » Dom Dez 14, 2003 3:22 pm

How Saddam was captured

Sunday, December 14, 2003 Posted: 1624 GMT (12:24 AM HKT)

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The farmhouse where Saddam was captured without a shot being fired.

BAGHDAD, Iraq (CNN) -- Saddam Hussein was found in a cellar at a farmhouse in Tikrit and was captured without a shot being fired, U.S. officials said.

U.S. forces initially failed to grab Saddam in raids on two targets near the town of Adwar, 15 kilometers (nine miles) from Tikrit. But a subsequent cordon and search operation in the same area unearthed the haggard, bearded fugitive taking shelter in a mud hole, camouflaged with bricks and dirt.

The former Iraqi president was in a "spider hole," about two to two-and-a-half meters (six to eight feet) deep with a ventilation pipe to enable him to breathe.

"Operation Red Dawn" was carried out based on intelligence gathered over several months, Lt. Gen. Ricardo Sanchez, commander of U.S. forces, told a news conference in Baghdad Sunday.

U.S. officials in Washington said the Saturday night raid was launched after soldiers were tipped off by an Iraqi. Soldiers were searching for Saddam about three hours after receiving the tip.

Sanchez said the break came from "a combination of human intelligence tips, exceptional intelligence analytical efforts and detainee interrogations."

After they received the "actionable intelligence" earlier Saturday, the 1st Brigade Combat team of the 4th Infantry Division, the Raider Brigade, was given the assignment to kill or capture Saddam.

Two likely locations were spotted near Adwar and they were codenamed Wolverine One and Wolverine Two by the military. It was not disclosed what the sites were.

Six hundred soldiers from the Raider Brigade prepared to move on two locations. They included calvary engineers, artillery, aviation and special operations forces.

At 6 p.m., "under the cover of darkness and with lightning speed," the forces were positioned and began movement toward the locations, northwest of Adwar, Sanchez said.

At 8 p.m., the teams assaulted the two "objectives" but did not find Saddam, he said.

As a result, soldiers chose to cordon the area and embark on an "intensive search." In the process, they started searching a suspicious location northwest of Wolverine Two, a small walled compound with a metal lean-to structure and a mud hut.

"During the search a spider hole was detected. It was camouflaged with bricks and dirt," said Sanchez. "Saddam Hussein was found hiding at the bottom of the hole."

Saddam was "talkative and cooperative" when taken, added Sanchez.

The commander was with U.S. troops after they took Saddam at about 8.30 p.m. and had a chance to see him. "I think it was a cooperative posture that he was presenting to us," he said.

"He was a tired man and also a man resigned to his fate."

Recovered in the raid were two AK 47 rifles, a pistol, $750,000 in $100 denominations and a white and orange taxi.

Two other Iraqis affiliated with Saddam were taken into custody.

By 9:15 p.m., Saddam was moved to an undisclosed location and soldiers continued to search the area.

Video footage taken of Saddam after he was brought into custody showed him bearded and haggard. The footage showed him cooperating with a medical examination. An official jutted a tongue depresser into Saddam's mouth at one point.

-- Pentagon Correspondent Barbara Starr contributed to this report




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#25 Mensagem por Pablo Maica » Dom Dez 14, 2003 3:26 pm

Será que ele vai ser mantido preso no iraque ou vai ser levado para os EUA? caso isso aconteça ja começam as duvidas sobre o julgamento dele que dizem será totalmente feito por iraquianos (escolhidos pelos americanos é claro)

Um abraço e t+ :D




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#26 Mensagem por Spetsnaz » Dom Dez 14, 2003 3:29 pm

Um dos mais poderosos ditadores do mundo.. se transformou nisso:

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Praticamente um mendigo hahaha.. tá parecendo akeles profetas pirados q tem na rua hahaha

Lamentavel... :D


Acho q o Stalin foi um dos poucos carniceiros que se deram bem... o Bush está se dando hahaha... vai se junta com o Stalin no inferno.. :twisted:




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#27 Mensagem por Spetsnaz » Dom Dez 14, 2003 3:36 pm

U.S. & Coalition/Casualties

There have been 529 confirmed coalition deaths, 455 Americans, 53 Britons, one Dane, 17 Italians, one Pole, one Spaniard and one Ukrainian, in the war as of December 11, 2003. The casualty list below reflects the names of the soldiers, Marines, airmen and sailors whose families have been notified of their deaths. This list is updated regularly.




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#28 Mensagem por Clermont » Dom Dez 14, 2003 4:04 pm

Spetznaz escreveu: Opa.
Quando os filhos do Saddan foram assassinados nao ouiví falar sobre hipotética diminuiçao da açao terrorista.


Então, talvez vc não tenha prestado a devida atenção ao noticiário da época.

Quanto ao que vai acontecer daqui para frente, só o futuro dirá. Eu, infelizmente, estou carente de bolas de cristal.

Porém, ainda mantenho minha opinião de que, se não houver uma rápida e visível queda na ação guerrilheira, haverá sim, uma queda no moral americano. Talvez o termo "colapso" seja exagerado. Mas, com certeza, o Governo Bush se verá numa situação semelhante a do Vietnam. Com a morte dos filhos de Saddam, e com a captura deste último, encerram-se os objetivos "visíveis" de ação militar (ou policial).

Excetuando-se um ou outro chefe do antigo regime, os americanos não terão outro recurso do que recorrer a velha "contagem de corpos" para medir seus sucessos ou fracassos, caso a insurgência iraquiana não cesse.

É o que eu acho.

Agora, quando ao Saddam: que decepção! Ao menos, Hitler não se permitiu cair com vida nas mãos do inimigo. E Solano López podia ser um canalha mas ao menos, ao lhe ser exigida a rendição, pronunciou a inesquecível frase:

"Morro com minha Pátria!"

E tombou, de espada na mão.

Tsc, tsc, tsc! É, o velho Saddam sequer chega aos pés de um Hitler ou de um Solano...




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#29 Mensagem por VICTOR » Dom Dez 14, 2003 4:27 pm

Total, Clermont.

A captura de Saddam pode aumentar a fração de fundamentalistas entre os guerrilheiros, em relação aos secularistas/baathistas.

Capturar Saddam é como um último cartucho para os EUA. Nesta minha última viagem (no auge daquele novembro negro para a coalizão), era impressionante como todo mundo por lá falava coisas como "isso só vai melhorar quando matarem o desgraçado do Saddam", ou "maldito Saddam, espere até nós botarmos as mãos nele", ou pior "it´s time to start kicking ass, no more mr nice guy". Santa ingenuidade Batman...

Se os ataques continuarem na próprias semanas, não sei em que os EUA vão se apoiar.




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#30 Mensagem por Spetznaz » Dom Dez 14, 2003 5:14 pm

Bem.
Só o futuro dirá. Porém, aposto cegamente que os EUA vao continuar lá, e agora com mais apoio internacional -e moral-, inclusive com o envio de tropas para substituirem as tropas americanas. Além de que os atentados vao continuar por um tempo, mas cessarao. O trabalho de inteligencia está funcionando, e a maior prova disso é a captura.
Agora dos posts do Clermont e Victor só nao entendi 3 coisas.
1- Se a captura de Saddan era um ultimo cartucho, pq os EUA iriam gasta-lo logo agora e ficar num mato sem cachorro? Acredito q a captura foi o momento auge da campanha militar e tem todo o respaldo internacional, coisa q os EUA nao estavam acostumados a ter nessa campanha.
2- Pq a captura de Saddam iria aumentar a fraçao de fundamentalistas entre os guerrilheiros? Nao vejo nexo nisso.
3- O velho Saddan nao chega aos pés de Hitler e Solano em que sentido? No da ignorancia de ser capturado -já q os 2 foram- ou na idiotice de se suicidar?
Valeu




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"O Lenin dizia que socialismo é igual a ferro mais energia. Hoje é educação mais educação."

Cristovam Buarque
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