O holocausto e o Vaticano

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Pasquale Catozzo
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O holocausto e o Vaticano

#1 Mensagem por Pasquale Catozzo » Ter Jan 17, 2006 6:45 pm

Os Horrores do nazismo e o Vaticano

60 anos depois...


Sessenta anos após o término da II Guerra Mundial, Ratzinger ou Bento XVI, pede que "o horror do nazismo e do comunismo sejam lembrados". Por que não, então, lembrar?
A história nos mostra a extensa atividade papal, previamente à II Guerra Mundial, na Alemanha, a qual, sem dúvida, culminou com a ascensão de Hitler ao poder. Essa atividade é muito bem descrita no capítulo dez do livro "The Vatican in World Politics" de Avro Manhattan.
Houve então, em 1929, o Tratado Laterano, entre Mussolini e PIO XI, que concedia inúmeras regalias à ICR, tais como isenção de impostos, imunidade diplomática, reconhecimento da Santa Sé como um Estado soberano, etc. Posteriormente, em 1933, uma concordata foi assinada na Alemanha, entre o Estado e a Igreja. E não foram Hitler e Mussolini os maiores ícones na morte de milhares de pessoas? Judeus, protestantes, ciganos, ortodoxos (principalmente por Pavelic, líder do partido facista Ustashi da Croácia), sem mencionar os jovens soldados aliados (centenas deles pracinhas brasileiros)? Creio que a declaração de Franz Von Papen, núncio apostólico e futuro vice-chanceler no governo de Hitler, ao jornal do partido, Volkischer Beobachter (Observador Popular) em janeiro de 1934, resume bem essa questão:
"O III Reich é o primeiro poder que, não apenas reconhece, mas põe em prática os altos princípios do papado".

Então, vamos continuar lembrando...

Em 1945 com a vitória dos aliados, os nazistas seriam julgados e condenados por seus atos de barbárie, e, apesar de suas condenações não trazerem à vida os milhares dizimados, ao menos os soldados e demais sobreviventes poderiam sentir a alegria de que a justiça havia sido feita. Mas, infelizmente, os fatos nos mostram que não foi exatamente assim que tudo terminou. Então, vamos lembrar...
Durante o caos pós-guerra, muitos nazistas menos conhecidos, porém não menos terríveis, misturaram-se com facilidade entre os cidadãos comuns em Berlim. Assim, diferentemente dos oficiais mais divulgados pela mídia, que foram julgados no tribunal de Nuremberg, muitos conseguiram escapar. Segundo o livro "Into that Darkness" de Gitta Sereny, formou-se um esquema de fuga para ex-oficiais da SS, envolvendo o Vaticano através do Bispo Alois Hudal, que em 1945 foi escolhido por PIO XII para ser seu representante perante os falantes de alemão na Itália, mantidos em campos de internação. Assim, fez contatos importantes para estabelecer a rota e contou com a ajuda de governos latino americanos pró-nazistas, como o governo de Perón (através de sua esposa Evita), fazendo com que a Argentina passasse a ser a principal base operacional da rota de fuga na América Latina.

Em 1992, o então presidente Carlos Menen tornou públicos todos os arquivos existentes na Argentina referentes a refugiados nazistas. Os mesmos se encontram na Biblioteca Nacional do país em questão.
E quem não se lembra, que em 1985, foi encontrada numa cidade nas proximidades de São Paulo a ossada do médico / monstro Menguele, que amava fazer experiências macabras com gêmeos? Os arquivos referidos mostram que ele entrou na América Latina pela Argentina com nome e documentos falsos. Já, segundo declaração de Bill Gowen, ex-agente da inteligência americana, Ante Pavelic (chefe da Ustashi da Croácia), chegou a Buenos Aires em 1947, dois meses após Evita Perón conseguir uma audiência com o Papa, e "não teve qualquer problema lá".

Mas haviam aqueles que eram extremamente úteis na recém iniciada guerra fria.Segundo declaração do também ex-agente da inteligência americana, Eugene Kolb, no documentário televisivo "Caçando Fugitivos Nazistas" do The History Channel, Klaus Barbie, chefe da GESTAPO na França ocupada e responsável por muitas mortes, também conseguiu abrigo seguro:
"A única coisa que sabíamos de Barbie e que nos embaraçava, é que ele era um ex-oficial da GESTAPO, o que era bastante constrangedor. Primeiro, por ter ligações com a GESTAPO, segundo, pela violação dos princípios que o levariam à prisão. Esses princípios ainda eram válidos e ele deveria ser preso, mas não foi. Não sabíamos que ele era um grande criminoso de guerra, e, em contrapartida, por ser de grande utilidade para nossa organização, não tivemos grandes dores de consciência". E já não seria informação suficiente? Barbie foi encontrado em La Paz, na Bolívia e levado a julgamento em Lyon, palco de suas barbáries.
Na realidade, de uma forma ou de outra, todos nós somos sobreviventes dessa guerra. Há muita informação disponível, para que, a pedido de Ratzinger, nos lembremos dos "horrores do nazismo". E temos que nos lembrar, mas nos lembrar da história verdadeira. Nos lembrar que por interesses de ordem política e religiosa, a justiça não foi completa. O sistema preferiu silenciar o caso e permitir que alguns desses temíveis criminosos vivessem confortavelmente como nossos vizinhos. E, o que dizer à geração que viveu os "horrores do nazismo"? Àqueles que foram sacrificados em campos de concentração, em suas próprias casas, abatidos pela fome , e àqueles que sacrificaram suas vidas nos fronts? Sim, nós nos lembramos. E agora, cabe-nos uma explicação. Mas, em respeito à nossa inteligência, não nos aderessem pedidos de desculpas pelos "erros do passado".




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#2 Mensagem por Pasquale Catozzo » Ter Jan 17, 2006 6:54 pm

Menguele


Só o nome já bastante pra me fazer vomitar....não era um homem, era um demonio!

Durante a guerra, o papa Pio XII sabia dos crimes alemães....mas ele calou a boca.




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#3 Mensagem por Moacir Barbosa de León » Ter Jan 17, 2006 9:46 pm

Só a igreja católica cometeu estes deslises, estes crimes? As demais religiões são "santas"? Não cometeram nada? Não sou católico, mas vejo que só esta religião é atacada, juntamente com o islã. E as demais não cometeram nada? Nada mesmo. Ou estão sendo protegidas? Porque?




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#4 Mensagem por Túlio » Qua Jan 18, 2006 1:57 am

Bom, De León, o FATO é que a igreja católica de Pio XII apoiou mesmo os nazi-fascistas, eis que temiam sobretudo que o comunismo tomasse conta da Itália,o que também - FATO - quase aconteceu mesmo. Agora, a razão para se proteger de um monstro ficando ao lado de outros é para mim um tremendo mistério...




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#5 Mensagem por J.Ricardo » Qua Jan 18, 2006 8:44 am

PIO XII, O PAPA DE HITLER?


Homem discreto e silencioso, notoriamente avesso a fotógrafos por exemplo, Pio XII certamente não contava estar debaixo dos holofotes mais de 40 anos depois de sua morte. Não há de surpreendê-lo, porém, lá de onde esteja, o fato de que, mais do que sob os holofotes, está sob o fogo cruzado de denúncias, pois ao cristão - desde o primeiro deles - nunca são estranhas as injustiças do mundo.

Comecemos por situar esse papa no século que ora vai definhando para que as coisas tenham uma ordem desejável. Pio XII foi papa no momento histórico mais difícil do século XX. Seu pontificado, longo de 19 anos (1939-1958), inclui todo o cruel período da Segunda Guerra. Ao ser eleito sucessor de Pedro, o cardeal' Eugênio Pacelli, diplomata experiente, sabia das terríveis dificuldades que teria pela frente - e dispôs-se a enfrentá-las.

Enfrentou-as dentro de seu estilo mais marcante, a discrição e o silêncio já citados. Não há mais sábio modo de agir quando se está no meio da tormenta: silêncio não significa omissão. Os homens, entretanto, sobretudo quando lhes convém, às vezes confundem silêncio com omissão. E acusam. Mas, de que acusam Pio XII? Mais do que de omisso, ele vem sendo acusado de conivente com o nazismo e com sua face mais hedionda, a perseguição racial, de que foram vítimas maiores os judeus. Livro recente (1999) do escritor inglês John Cornwell o chama mesmo, a começar pelo título, de O Papa de Hitler. Desde que foi publicado, as acusações parecem uma orquestração.

É curioso como as acusações nunca foram feitas quando as tropas de Hitler rondavam cada quintal da Europa - e, a partir de 1943, era especialmente pela Itália que elas andavam com mais desembaraço. As acusações surgiram muito depois. Começaram em 1963, cinco anos depois da morte de Pio XII e dezoito depois do fim da guerra, quando foi editada a peça do alemão Rolf Hochhuth, O Vigário. Mas ficção é ficção, cada um escreve o que quer. Ainda quando se pretenda ter base histórica, a história entra apenas como pano de fundo. O autor move os cordéis de acordo com suas tendências, carrega nas tintas segundo sua visão pessoal. De qualquer maneira, a peça de Hochhuth, lançada com sensacionalismo, encenada e editada de imediato em vários países, dado o apelo do assunto, dorme hoje em prateleiras empoeiradas talvez por falta de valor dramatúrgico ou literário.

O livro de Cornwell, anunciado como uma pesquisa séria, fez ressurgir a campanha. A realidade, porém, não parece confirmar-lhe a seriedade e muito menos o amor à verdade do autor. O Osservatore Romano, por exemplo, de 13 de outubro do ano passado, afirma que é 'absolutamente falsa a afirmação do escritor de que 'foi o primeiro e único pesquisador a ter acesso ao Arquivo do Vaticano'', na parte que trata das relações exteriores - sempre livremente aberta a inúmeros historiadores e pesquisadores de todo tipo. Consultou ele só os documentos referentes à Baviera de 1918 a 1921 (de 1914 a 1920 o futuro Pio XII foi núncio na Baviera) e os referentes à Áustria de 1913 a 1915. Ambas as séries documentais já foram consultadas vezes e vezes. Os arquivos a partir de 1922 ainda não foram abertos. Portanto, Cornwell faltou com a verdade, pois não foi 'primeiro e único' em nada. Manuseou o que muitos outros manusearam.

Registre-se que a série de documentos do tempo da guerra é de conhecimento público, pois, para deixar tudo às claras, Paulo VI (papa entre 1963-78) determinou que a Editora Vaticana lançasse os Atos e Documentos da Santa Sé Relativos à Segunda Guerra Mundial (12 volumes), antecipando em decênios a abertura normal dessa série de documentos.

Mas voltemos às pesquisas de Cornwell no Vaticano e àquele número do Osservatore Romano. Cornwell diz que freqüentou 'durante meses a fio' o Arquivo da Santa Sé. Outra inverdade, segundo o jornal. Alguém há de dizer: mas por que a verdade estará com aquele órgão do Vaticano (embora oficioso)? Acontece que os registros de entrada e saída diária nos arquivos vaticanos são feitos com todo rigor. Sabe-se com precisão quem vai lá e por quanto tempo trabalha. Os registros mostram que Cornwell não esteve lá por meses a fio. Só freqüentou os arquivos de 12 de maio a 2 de junho de 1997. Mesmo nessa curta temporada de 20 dias 'não compareceu diariamente' e nos dias em que lá foi só ficava no Arquivo 'por breve período de tempo'.

Será confiável, então, o resultado de uma pesquisa de quem começa por se mostrar pouco amigo da verdade na simples apresentação de como a fez e quanto tempo consumiu com ela? Será confiável a pesquisa, de quem começa por se gabar de um ineditismo em relação às fontes utilizadas que não é mais do que um engodo? Parece mais confiável, por exemplo, a voz de Golda Meir, uma das pioneiras do Estado de Israel, do qual era ministra do Exterior quando da morte de Pio XII, ocasião em que fez as seguintes declarações: 'Durante o decênio do terror nazista, quando nosso povo sofreu terrível martírio, a voz do papa se levantou para condenar os perseguidores e para pedir compaixão em favor de suas vítimas.' (na entrevista do jesuíta Pierre Blat a Le Figaro Magazine, Paris, 18-9-99). Já se vê que o silêncio de Pio XII não foi absoluto. A quem tinha ouvidos de ouvir, como Golda Meir, seus pronunciamentos chegaram.

Se mais o papa não falou foi por um cuidado piedoso. Dolorosa experiência ele tinha da encíclica de Pio XI em alemão de 1937 condenando o racismo nazista (pela qual Paceffi foi o grande responsável, como secretário de Estado, mas disso ninguém fala). Infiltrada clandestinamente, a encíclica foi lida nas igrejas alemãs a 31 de março daquele ano. No dia seguinte intensificou-se a perseguição a católicos e judeus. Na Holanda, um documento católico protestando contra o nazismo foi lido nas igrejas a 26 de julho de 1942: na manhã seguinte começou a deportação de judeus. Pio XII ficou tão impressionado que queimou quatro páginas de protesto que tinha escrito para divulgar pelo Osservatore Romano.

A ação discreta de Pio XII também foi reconhecida por gente como o scholar judeu Pinchas E. Lapide, pesquisador sobre papas e catolicismo, que em seu livro Three Popes and the Jews (Londres, 1967) estima que Pio XII e inúmeros padres, freiras e leigos católicos tenham salvo de 700 mil a 850 mil judeus da fúria nazista até à custa da própria vida em não poucos casos. Como foi reconhecida pelos rabinos italianos que, em comissão, agradeceram a ele pessoalmente, depois da guerra, o que fizera pelos judeus perseguidos, escondendo-os em casas religiosas, defendendo-lhes a vida de vários modos. Um deles, Israel Zolli, acabou convertido ao catolicismo. Ao ser batizado, escolheu o nome de Eugênio. E explicou que estava homenageando o papa que tinha salvado tantos judeus.




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#6 Mensagem por J.Ricardo » Qua Jan 18, 2006 8:55 am

PIO XII, O ANTI-HITLER


Na condição de fazer parte da assim chamada Lista do Papa Pio XII e cumprir um dever de consciência, relato o seguinte: consegui escapar do terror nazista e campos de extermínio, sob os auspícios do Santo Padre Pio XII, conforme a descrição da pesquisa e livro de Abraham Milgran, Editora Imago, com o título "Os Judeus do Vaticano", também publicado no Brasil, onde apareço à pág. 50, juntamente com minha família, sob o n° 599, em reprodução da lista fornecida pelo Itamarati.

Este livro traz o relato da salvação de católicos não-arianos da Alemanha para o Brasil, entre 1939 e 1942. Sendo eu católico, filho de pai israelita, para os nazistas era considerado não-ariano.

Recentemente foi publicado no Brasil, o livro traduzido para o português, "O Papa de Hitler", por John Cornwell - Imago Editora, 2000 -, onde o autor se utiliza de interpretações dos fatos e atos com absoluta parcialidade usando, tendenciosamente, conclusões na base do "tudo indica","descobri indícios", valorizando informações mal analisadas, forçando argumentos, distorcendo verdades, confundindo certeza com verdade e prudência com omissão, não dando crédito à dúvida.

Quando descreve a figura do Papa, recolhe impressões: " sublime egocentrismo papal" (pg. 13), "na aparência, sensibilidade felina e vaidade 'feminina', sugestão de narcisismo (pg. 13)"; " o supremo autoritário", "Quanto mais elevado o pontífice, menores e menos significativos os fiéis. Quanto mais santo e distante o pontífice, mais profano o mundo inteiro .","...à sua extraordinária ambição", "...ter exercido uma influência fatal e culpável na História deste século..." (pg. 15); "ambigüidade deliberada"(Pg. 333); chama-o de hipócrita (pg. 334) .

Certamente, não tem a isenção necessária para analisar a figura e a complexa situação e missão do Papa.

Na primeira página, ou seja, na capa, já escancara a maldade e sensacionalismo de um autor faccioso. O livro de título Hitler's Pope traz na capa a fotografia de Pacelli, na condição de diplomata, descendo a escadaria do Palácio Presidencial, entre dois soldados alemães, em 1929 (Hitler assumiu o poder em 1933).

Ao ler o livro de John Cornwell, com isenção, e analisar os fatos sem as suas considerações forçadas e inverídicas, chegaríamos ao extremo oposto, ou seja, o Papa Pio XII, na verdade, sempre foi o anti-Hitler.

A título de comprovação, transcrevo algumas afirmativas deste autor, sem as interpretações distorcidas e perniciosas.

CAPÍTULO: PRIMEIRA GUERRA

pg. 74 - "Em colaboração com a Cruz Vermelha Internacional e o governo suíço, negociou troca de prisioneiros feridos (3). Em decorrência de seus esforços, cerca de 65.000 prisioneiros voltaram para casa".

pg. 132 - "apesar das confiantes declarações de Hitler, o VATICANO não era absolutamente favorável ao Partido nazista. A Santa Sé não endossava o nazismo implícito ou explícito do nacional socialismo."

pg. 132 - "No L'Osservatore Romano de 11/10/1930, o editorial declarou que a participação no partido nacional-socialista era "incompatível com a consciência católica"

pg. 148 - "Assim que tomou conhecimento da carta de 22 julho, Pacelli respondeu com
veemência num artigo em duas partes, publicado em 26 e 27 julho no L' Osservatore Romano. Primeiro, ele negou categoricamente a afirmação de Hitler de que a concordata representava uma aprovação moral para o nacional-socialismo."

pg. 148 - "tratado não implicava de jeito nenhum na aprovação do estado nazista pela Santa Sé; ao contrário..."

pg. 156 - "Os protestantes, vendo o Vaticano negociar uma concordata com Hitler, procuravam agora e conseguiriam um acordo similar, baseado no modelo católico." Obs.: o autor não dá nenhum valor político a este acordo protestante. (A Santa Sé é julgada culpada pelo autor pelas atrocidades de Hitler. Os protestantes, que eram maioria na Alemanha, com o mesmo acordo, não foram julgados culpados ?)

pg. 162 - "Pacelli tentara enganar Hitler..."

pg. 179 - "Pacelli acrescentou que o Papa planejava assumir uma posição pública num discurso 'contra as coisas que aconteceram na Alemanha"

pg. 200 - ENCÍCLICA: 1937 - "Mitbrennnender Sorge"(Com profunda ansiedade)... uma condenação direta e franca do tratamento dispensado pelo Reich à Igreja, persiste para muitos católicos e não-católicos como símbolo da corajosa franqueza papal."

pg. 201 - ENCÍCLICA: "que o parceiro da Igreja (Hitler) na concordata 'semeara as ervas daninhas da suspeita, discórdia, ódio, calúnia e hostilidade secreta e ostensiva contra Cristo e sua Igreja".

pg. 202 - "Heydrich ordenou que todas as cópias do documento fossem confiscadas".

"Os nazistas consideraram a encíclica como um ato subversivo. As empresas que colaboraram na impressão do documento foram fechadas, muitos dos seus empregados foram presos."

pg. 204 - "As proibições talvez refletissem a ira nazista pela partida do Papa (Pio XII) de Roma para Castel Gandolfo, no início do mês, quando Hitler visitara a Cidade Eterna."

Nas pg. 206 e 218/219 - aparecem várias histórias de resistência, por padres e católicos...

pg. 222 - "Cardeal Theodor Innitzer (...) , esse príncipe da Igreja levou sua ousadia a ponto de receber Hitler calorosamente em Viena. Pacelli ficou indignado com este ato de adesão local. Pacelli divulgou um aviso no L'Osservatore Romano declarando que a recepção a Hitler, oferecida pela hierarquia austríaca não tinha endosso da Santa Sé."

Pg. 239 - "a 3 de março, o Berliner Morgenpost declarou 'a eleição de Pacelli não é aceita favoravelmente na Alemanha, já que ele sempre foi hostil ao nacional-socialismo"

pg. 252 - "Pacelli não sentia a menor atração por fascistas ou nazistas, e apelidara Hitler de "Atila motorizado".

pg. 249 - 262 - "Pacelli, o Papa da Paz"

pg. 263 - "Pacelli sentia-se preocupado com o impacto retaliatório que um protesto poderia provocar contra as populações católicas da Alemanha e da Polônia?"

pg. 264 - "Pacelli, finalmente falou. Foi sob a forma de uma encíclica 'Treva sobre a Terra'. Divulgada em 20 outubro, saiu no L'Osservatore Romano em 28 outubro.

pg. 265 - "havia palavras vigorosas ...'nem grego, nem judeu, nem circuncidado, nem
não-circuncidado'...'o sangue de muitos que foram cruelmente massacrados, embora não tivessem funções militares, clama aos céus, em particular da muito amada terra da Polônia.'

CAPÍTULO: PACELLI E A CONSPIRAÇÃO ANTI-HITLER

pg. 266 - "Em novembro de 1939, Pacelli envolveu-se, de uma forma central e perigosa, no que foi provavelmente a conspiração mais viável para depor Hitler durante a guerra (30)."

pg 266 - "Uma parte fundamental do plano envolvia os serviços de Pio XII"

pg. 267 - "não se pode subestimar o risco dessa conspiração para o Papa, a Cúria e para todas as pessoas associadas ao Vaticano".

pg. 267 - "historiador Harold Deutsch considerou que foi 'um dos mais espantosos eventos na história moderna do Papado".

pg. 267 - "Pacelli foi longe demais (?). Os riscos eram imensos. Se Hitler tomasse conhecimento, é bem provável que tivesse se vingado de uma maneira brutal na Igreja Católica da Alemanha."

pg. 267 - "Pacelli sabia muito bem dos perigos e complexos problemas éticos envolvidos"

pg. 267 - "em 6 novembro 1939, Müller foi informado de que o Papa estava disposto a fazer 'tudo o que pudesse'".

pg. 267 - "Tinha informação confiável de que os alemães planejavam uma violenta ofensiva no ocidente, em fevereiro. Mas a ofensiva poderia não ocorrer, se esses chefes militares derrubassem Hitler."

pg. 271 - "Quanto à Pacelli, no julgamento do historiador Owen Chadwick, 'o Papa arriscou o destino da Igreja na Alemanha, Áustria e Polônia. Talvez tenha arriscado mais. Provavelmente arriscou a destruição dos jesuítas alemães..'".

pg. 272 - "seu ódio a Hitler era suficiente para que assumisse graves riscos com a própria vida."

pg. 275-277 - "L'Osservatore Romano é condenado pelos fascistas, exemplares destruídos, jornaleiros espancados. Finalmente Pacelli foi emboscado em Roma, em conseqüência ele tornou-se um prisioneiro voluntário dentro do Vaticano."

pg. 275-277 - "A rádio Vaticano também se encontrava sob ameaça."

pg. 275 - 277 - "L'Osservatore corria o risco de ficar restrito aos muros do Vaticano."

pg. 275 - 277 - "âmbito da ação de Pacelli era bastante limitado"

pg. 277 - "os aposentos do Vaticano abrigaram os representantes de todos os países ocupados e hostis"

pg. 280 - "A eletricidade do Vaticano era fornecida pela Itália" (Obs.: a água também. O Papa, estando praticamente sitiado no Vaticano, além do que fez, o que mais poderia fazer?)

pg. 348 - "um número desconhecido de judeus de Roma escapou à prisão porque se esconderam em instituições religiosas extraterritoriais protegidas pela Santa sé, inclusive na própria cidade do Vaticano"

pg. 350 - "o plano de Hitler para seqüestrar Pacelli..".

CAPÍTULO: O TESTEMUNHO JUDAICO

pg. 355 - "Apesar de tudo, houve judeus que concederam a Pacelli o benefício da dúvida - e que continuam a fazê-lo até hoje. Em 29 novembro de 1945, Pacelli reuniu-se com 80 representantes de refugiados judeus de vários campos de concentração da Alemanha, que se expressaram 'sua grande honra por serem capazes de agradecer ao Santo Padre por sua generosidade com os perseguidos durante o período nazi-fascista'"

pg. 355 - " que proporcionaram conforto e segurança a centenas de milhares de pessoas"

pg. 360 - " rabino Israel Zolli, que se refugiara no Vaticano e se tornaria o maior defensor judeu de Pacelli..."

pg. 419 - "uma absolvição entusiasmada de Pacelli no livro de Pinchas E. Lapide (Londres, 1967). Lapide foi cônsul israelense em Milão no início da década de 1960, vasculhou os arquivos YAD VASHEM, os arquivos sionistas centrais e os Arquivos históricos Judaicos à procura de detalhes da ajuda do Vaticano aos judeus durante a guerra. Calculou que PIO XII direta e indiretamente salvou a vida de 860 mil judeus."

pg. 422 - CHADWICK : 'também não tenho dúvidas de que estaria disposto e contente em sacrificar sua vida (...), mas o que ele podia realmente fazer?"

CAPÍTULO: OS JUDEUS HÚNGAROS

pg. 364/365 - "demonstra como os judeus húngaros foram salvos pela Santa Sé."
Autor: --
Fonte: http://www.lepanto.org.br/NotPioXII2.htm




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#7 Mensagem por P44 » Qua Jan 18, 2006 9:49 am

Moacir Barbosa de León escreveu:Só a igreja católica cometeu estes deslises, estes crimes? As demais religiões são "santas"? Não cometeram nada? Não sou católico, mas vejo que só esta religião é atacada, juntamente com o islã. E as demais não cometeram nada? Nada mesmo. Ou estão sendo protegidas? Porque?


Posso estar enganado, mas nunca me lembro de ouvir falar de qualquer guerra santa iniciada por Budistas, Confucionistas, e a maior parte das Religiões Orientais.

Guerras Santas...só Cristãos , Muçulmanos, e Judeus.




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#8 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 18, 2006 9:52 am

E os Indus, Protestantes, etc?




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#9 Mensagem por P44 » Qua Jan 18, 2006 10:21 am

cabeça de martelo escreveu:E os Indus, Protestantes, etc?


Os Protestantes são Cristãos :wink:

Qto aos Indus, sim, és capaz de ter razão, não sei se te referes ao conflito India/Paquistão(???)

Mas de qq modo em matéria de Expansão Religiosa (se assim se pode chamar) são MUITO MAIORITARIAMENTE os cristãos (católicos/protestantes), e os Muçulmanos.

E por exmplo no tempo das cruzadas não existiam nem católicos nem protestantes, apenas CRISTÃOS.




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#10 Mensagem por P44 » Qua Jan 18, 2006 12:23 pm

Deixo-vos estes links , desconheço completamente se é fiável ou não em termos de veracidade... :oops:

http://www.mosquitonet.com/~prewett/caqsmom25.1.html

From ......... COVERT ACTION INFORMATION BULLETIN

Issue title: SPECIAL: NAZIS, THE VATICAN, AND CIA


________________________________________

DER SPIEGEL magazine - Cover Story

Nr. 43 / 1997

A Real Disgrace

Pope Pius XII and the Holocaust


by Rudolf Augstein

:arrow: http://www.mosquitonet.com/~prewett/arealdisgrace.html




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#11 Mensagem por Patton » Qua Jan 18, 2006 5:05 pm

Se voce quer ler sobre a Igreja catolica vai para o livro de Apocalypese capitulo 17.




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#12 Mensagem por Túlio » Qui Jan 19, 2006 12:34 am

Amigo Patton, não consideres como ofensa, sabes que simpatizo contigo, mas... mórmons falando da Igreja Católica? Seria como católicos falando da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, não concordas? Isenção zero! :wink:




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#13 Mensagem por Patton » Qui Jan 19, 2006 3:26 am

Bem, tudo mundo tem seus proprias opinioes e crencas. Minha Igreja nao ensina que a Igreja Catolica seja aquela organizacao visto pelo Apostilo Joao. POREM minha opiniao e' que era, MAS eu possa estar errado. Mesmo assim, todo mundo tem que concordar que a Igreja Catolica era corrupto e teve um grande influencia negativo sobre a Europa durante os "Medieval Times" - a epoca dos cavaleiros.




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#14 Mensagem por J.Ricardo » Qui Jan 19, 2006 8:51 am

Patton escreveu:Bem, tudo mundo tem seus proprias opinioes e crencas. Minha Igreja nao ensina que a Igreja Catolica seja aquela organizacao visto pelo Apostilo Joao. POREM minha opiniao e' que era, MAS eu possa estar errado. Mesmo assim, todo mundo tem que concordar que a Igreja Catolica era corrupto e teve um grande influencia negativo sobre a Europa durante os "Medieval Times" - a epoca dos cavaleiros.


Esse tipo de discução, leva a debates que nada tem a ver com o objetivo deste fórum, e também poderiam gerar em um ambiente de total respeito e tolerância religiosa (como é este fórum) um desequilíbrio que poria a perder os laços de amizade e respeiro que todos nutrem uns pelos outros, então vamos nos manter focados em temas como defesa, política e história, mas vamos deixar teologia para outros fóruns existentes na NET.




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#15 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Fev 15, 2006 1:36 pm

Patton:

Mas tu és Mórmon ?

Não me digas que andaste pelo Brasil a evangelizar o povão, com gravata, a espalhar a palavra do Joseph Smith :?




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