Apesar dos EUA, Espanha quer vender aviões à Venezuela
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Apesar dos EUA, Espanha quer vender aviões à Venezuela
http://noticias.uol.com.br/economia/ult ... 45301.jhtm
13/01/2006 - 13h37
Apesar dos EUA, Espanha quer vender aviões à Venezuela
Por Adrian Croft
MADRI (Reuters) - A Espanha informou na sexta-feira que pretende seguir adiante com a venda de aviões para a Venezuela usando tecnologia alternativa, após os Estados Unidos terem bloqueado o negócio envolvendo aeronaves da EADS-CASA que possuem componentes norte-americanos.
Os EUA informaram na quinta-feira que negaram uma licença para a Espanha vender 12 aviões de transporte e de vigilância marítima que contêm tecnologia norte-americana para o governo esquerdista da Venezuela.
Os aviões são parte do acordo de 2 bilhões de dólares selado por espanhóis e venezuelanos em novembro e que envolve a venda de navios e aviões.
A insistência da Espanha em contornar a decisão do governo dos EUA, liderado pelo presidente George W. Bush, deve esfriar ainda mais as relações entre os dois países já abaladas pela decisão do primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, de retirar suas forças do Iraque, em 2004.
A Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, aumentou seus gastos com o setor militar, preocupando o governo norte-americano, que constantemente entra em choque com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Zapatero defendeu o negócio, afirmando que os espanhóis não irão se curvar às políticas dos EUA.
A vice-primeira-ministra da Espanha, María Teresa Fernández de la Vega, disse que seu país pretende cumprir o contrato firmado com a Venezuela usando peças vindas de outro país.
"Há contratos assinados com um país --neste caso a Venezuela-- que, claro, precisam ser cumpridos. A empresa procurará por tecnologia para substituição", afirmou ela em entrevista coletiva.
Fernández de la Vega disse que o governo Bush apresentou uma série de razões para o veto, mas observou que "o governo espanhol, claro, não concorda com essas razões."
Os EUA argumentam que a venda pode tornar mais instável a região da América do Sul.
Mas, segundo a vice-primeira-ministra espanhola, o negócio envolve aviões de transporte e de vigilância marítima sem poder ofensivo.
Meios de comunicação espanhóis disseram que as peças norte-americanas estavam presentes principalmente no motor e na eletrônica dos aviões.
A empresa EADS-CASA, divisão espanhola da gigante européia EADS, não quis se manifestar sobre a polêmica na sexta-feira.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse que seu país detecta sinais de que os EUA estariam tentando barrar a venda de aviões militares da fabricante brasileira Embraer para a Venezuela.
Chávez afirmou nesta semana que esperaria para ver se o Brasil conseguirá solucionar o problema com os aviões, que também possuem tecnologia norte-americana. Caso contrário, o presidente venezuelano sugeriu que seu país poderá comprar aeronaves similares junto à China.
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Até quando o mundo vai aguentar essas coisas que o governo americano faz.
13/01/2006 - 13h37
Apesar dos EUA, Espanha quer vender aviões à Venezuela
Por Adrian Croft
MADRI (Reuters) - A Espanha informou na sexta-feira que pretende seguir adiante com a venda de aviões para a Venezuela usando tecnologia alternativa, após os Estados Unidos terem bloqueado o negócio envolvendo aeronaves da EADS-CASA que possuem componentes norte-americanos.
Os EUA informaram na quinta-feira que negaram uma licença para a Espanha vender 12 aviões de transporte e de vigilância marítima que contêm tecnologia norte-americana para o governo esquerdista da Venezuela.
Os aviões são parte do acordo de 2 bilhões de dólares selado por espanhóis e venezuelanos em novembro e que envolve a venda de navios e aviões.
A insistência da Espanha em contornar a decisão do governo dos EUA, liderado pelo presidente George W. Bush, deve esfriar ainda mais as relações entre os dois países já abaladas pela decisão do primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, de retirar suas forças do Iraque, em 2004.
A Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, aumentou seus gastos com o setor militar, preocupando o governo norte-americano, que constantemente entra em choque com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Zapatero defendeu o negócio, afirmando que os espanhóis não irão se curvar às políticas dos EUA.
A vice-primeira-ministra da Espanha, María Teresa Fernández de la Vega, disse que seu país pretende cumprir o contrato firmado com a Venezuela usando peças vindas de outro país.
"Há contratos assinados com um país --neste caso a Venezuela-- que, claro, precisam ser cumpridos. A empresa procurará por tecnologia para substituição", afirmou ela em entrevista coletiva.
Fernández de la Vega disse que o governo Bush apresentou uma série de razões para o veto, mas observou que "o governo espanhol, claro, não concorda com essas razões."
Os EUA argumentam que a venda pode tornar mais instável a região da América do Sul.
Mas, segundo a vice-primeira-ministra espanhola, o negócio envolve aviões de transporte e de vigilância marítima sem poder ofensivo.
Meios de comunicação espanhóis disseram que as peças norte-americanas estavam presentes principalmente no motor e na eletrônica dos aviões.
A empresa EADS-CASA, divisão espanhola da gigante européia EADS, não quis se manifestar sobre a polêmica na sexta-feira.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse que seu país detecta sinais de que os EUA estariam tentando barrar a venda de aviões militares da fabricante brasileira Embraer para a Venezuela.
Chávez afirmou nesta semana que esperaria para ver se o Brasil conseguirá solucionar o problema com os aviões, que também possuem tecnologia norte-americana. Caso contrário, o presidente venezuelano sugeriu que seu país poderá comprar aeronaves similares junto à China.
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Até quando o mundo vai aguentar essas coisas que o governo americano faz.
- Vinicius Pimenta
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Até quando o mundo vai aguentar essas coisas que o governo americano faz.
No momento que ficar obrigado a que um país venda armas ou armas que contenham equipamentos seus a um outro país que mantenha uma postura aberta de confrontação como é o caso da Venezuela em relação aos EUA.
Vinicius Pimenta
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O contrato dos C-295, pode até seguir em frente, mas isso terá custos muito grandes.
Não se pode alterar os motores de um avião, sem submete-lo a uma certificação muito custosa, que normalmente não poderá ser paga com uma pequena série de aeronaves.
Ainda mais, porque a Venezuela quer 10 (dez) C-295 e 2 (dois) C-235 para patrulha marítima.
Efectuar a certificação de dois C-235 com novos motores?
A lógica e o bom senso dizem que sería muito melhor optar por outro tipo de aernoave. No entanto, ficam a sobrar apenas os aviões russos.
Além disto, que motores é que a EADS vai colocar no C-295?
Rolls Royce?
Não me parece.
As declarações dos politicos espanhóis, parecem mais declaração de comicio de campanha eleitoral e discurso para as massas, para desagravar a humilhação que outra coisa.
No entanto, se eles quiserem gastar bastante dinheiro a mais, tudo é possível.
Cumprimentos
Não se pode alterar os motores de um avião, sem submete-lo a uma certificação muito custosa, que normalmente não poderá ser paga com uma pequena série de aeronaves.
Ainda mais, porque a Venezuela quer 10 (dez) C-295 e 2 (dois) C-235 para patrulha marítima.
Efectuar a certificação de dois C-235 com novos motores?

A lógica e o bom senso dizem que sería muito melhor optar por outro tipo de aernoave. No entanto, ficam a sobrar apenas os aviões russos.
Além disto, que motores é que a EADS vai colocar no C-295?
Rolls Royce?
Não me parece.
As declarações dos politicos espanhóis, parecem mais declaração de comicio de campanha eleitoral e discurso para as massas, para desagravar a humilhação que outra coisa.
No entanto, se eles quiserem gastar bastante dinheiro a mais, tudo é possível.
Cumprimentos
- Morcego
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Apesar da Venezuela EADS-CASA prefere o TIO SAM.
EUA vetam negócios da Embraer com o Irã
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RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Colaborou a Folha de S.Paulo, em Brasília
Não é só a Venezuela que aparece na lista negra dos americanos para venda de material militar --e de itens que fazem parte deles, o que potencialmente inviabilizaria a venda de aviões ao país vizinho pela Embraer. Esse também é o caso do Irã, a "bola da vez" da diplomacia americana.
A principal empresa aeroespacial brasileira também está impedida de vender aviões --mesmo civis-- para o Irã, um país que Washington coloca na lista dos malvados ou malvadinhos que incluía o Iraque e ainda tem a Coréia do Norte como estrela.
O governo americano pode legalmente vetar exportações de materiais "sensíveis" para países por ele considerados idem. E isso inclui a reexportação do material, como um avião com um componente eletrônico americano.
Apesar de serem civis, os bem sucedidos jatos regionais da Embraer têm tecnologia sofisticada, parte dela "made in USA", que podem ser consideradas "duais" --capazes de uso civil e militar.
Logo, os EUA vetam a exportações dos aviões civis da Embraer para o Irã, como agora parecem fazer com aviões militares para a Venezuela. As peças americanas chegam no Brasil com um aviso: não vendam a fulano ou a sicrano.
A política americana é de impedir toda e qualquer venda de material bélico para Hugo Chávez, mesmo que seja de algo com pouco potencial ofensivo. Ironicamente, a compra de milhares de fuzis, que poderiam ser repassados a milícias ou guerrilhas, é mais ameaçador para o equilíbrio regional do que os navios de patrulha costeira e aviões leves de transporte encomendados à Espanha --que também criaram polêmica--, ou do que os aviões que viriam do Brasil.
Parte das pressões americanas é de origem política, parte é disfarçadamente comercial. Também foram contra a compra de um desses mesmos aviões, o ALX Super Tucano, pela Colômbia.
Mas o Super Tucano, que a FAB (Força Aérea Brasileira) está começando a usar na Amazônia, é o avião ideal para a região, projetado para sobreviver ao hostil clima equatorial sem prejudicar sua sofisticada eletrônica, e capaz tanto de abater aviões da guerrilha narcotraficante como bombardear e metralhar suas bases.
Já o AMX-T é uma versão mais moderna e também adaptada para treinamento do avião de ataque AMX, usado no Kosovo em 1999 pela força aérea italiana (e era o menos sofisticado entre os aviões usados então pela Otan).
Chávez quer comprar 12 AMX-T e 24 ALX Super Tucano. Nem de longe afetariam o equilíbrio militar na região, mesmo supondo que Venezuela e Colômbia quisessem trocar tiros.
Recuo e avanço
Depois de informar aos interlocutores americanos que "não pode aceitar este tipo de coisa", o governo brasileiro disse ontem, ao menos publicamente, que não irá intervir na questão da pressão dos EUA para que a Embraer não venda aviões à Venezuela: "Estamos deixando a Embraer resolver neste primeiro momento. Depois, nós entramos", afirmou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Já a Espanha anunciou ontem que irá prosseguir com a venda de 12 aviões militares com partes norte-americanas à Venezuela, apesar da tentativa dos EUA de impedirem o negócio.
O governo de George W. Bush decidiu negar as licenças necessárias para construir os aviões que a Espanha vendeu à Venezuela, disse a vice-primeira-ministra Maria Teresa Fernandez de la Vega. Ela diz que o governo espanhol não concorda com a decisão dos EUA.
A opção para a Espanha será substituir as partes norte-americanas por européias, o que acarretaria custos não calculados.
EUA vetam negócios da Embraer com o Irã
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RICARDO BONALUME NETO
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Não é só a Venezuela que aparece na lista negra dos americanos para venda de material militar --e de itens que fazem parte deles, o que potencialmente inviabilizaria a venda de aviões ao país vizinho pela Embraer. Esse também é o caso do Irã, a "bola da vez" da diplomacia americana.
A principal empresa aeroespacial brasileira também está impedida de vender aviões --mesmo civis-- para o Irã, um país que Washington coloca na lista dos malvados ou malvadinhos que incluía o Iraque e ainda tem a Coréia do Norte como estrela.
O governo americano pode legalmente vetar exportações de materiais "sensíveis" para países por ele considerados idem. E isso inclui a reexportação do material, como um avião com um componente eletrônico americano.
Apesar de serem civis, os bem sucedidos jatos regionais da Embraer têm tecnologia sofisticada, parte dela "made in USA", que podem ser consideradas "duais" --capazes de uso civil e militar.
Logo, os EUA vetam a exportações dos aviões civis da Embraer para o Irã, como agora parecem fazer com aviões militares para a Venezuela. As peças americanas chegam no Brasil com um aviso: não vendam a fulano ou a sicrano.
A política americana é de impedir toda e qualquer venda de material bélico para Hugo Chávez, mesmo que seja de algo com pouco potencial ofensivo. Ironicamente, a compra de milhares de fuzis, que poderiam ser repassados a milícias ou guerrilhas, é mais ameaçador para o equilíbrio regional do que os navios de patrulha costeira e aviões leves de transporte encomendados à Espanha --que também criaram polêmica--, ou do que os aviões que viriam do Brasil.
Parte das pressões americanas é de origem política, parte é disfarçadamente comercial. Também foram contra a compra de um desses mesmos aviões, o ALX Super Tucano, pela Colômbia.
Mas o Super Tucano, que a FAB (Força Aérea Brasileira) está começando a usar na Amazônia, é o avião ideal para a região, projetado para sobreviver ao hostil clima equatorial sem prejudicar sua sofisticada eletrônica, e capaz tanto de abater aviões da guerrilha narcotraficante como bombardear e metralhar suas bases.
Já o AMX-T é uma versão mais moderna e também adaptada para treinamento do avião de ataque AMX, usado no Kosovo em 1999 pela força aérea italiana (e era o menos sofisticado entre os aviões usados então pela Otan).
Chávez quer comprar 12 AMX-T e 24 ALX Super Tucano. Nem de longe afetariam o equilíbrio militar na região, mesmo supondo que Venezuela e Colômbia quisessem trocar tiros.
Recuo e avanço
Depois de informar aos interlocutores americanos que "não pode aceitar este tipo de coisa", o governo brasileiro disse ontem, ao menos publicamente, que não irá intervir na questão da pressão dos EUA para que a Embraer não venda aviões à Venezuela: "Estamos deixando a Embraer resolver neste primeiro momento. Depois, nós entramos", afirmou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Já a Espanha anunciou ontem que irá prosseguir com a venda de 12 aviões militares com partes norte-americanas à Venezuela, apesar da tentativa dos EUA de impedirem o negócio.
O governo de George W. Bush decidiu negar as licenças necessárias para construir os aviões que a Espanha vendeu à Venezuela, disse a vice-primeira-ministra Maria Teresa Fernandez de la Vega. Ela diz que o governo espanhol não concorda com a decisão dos EUA.
A opção para a Espanha será substituir as partes norte-americanas por européias, o que acarretaria custos não calculados.
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TEM MAIS:
EUA vetam negócio da Espanha com Chávez
US State of Department
Depois de cancelar um projeto de US$ 8 milhões que envolvia a Embraer, o governo dos EUA ameaça sufocar economicamente uma companhia espanhola, a EADS-CASA, que se dispõe a vender 12 aviões militares para a Venezuela de Hugo Chávez, informa neste sábado o espanhol ABC. A reação ocorreu depois que o governo Zapatero decidiu empenhar-se para viabilizar o negócio.
Por trás do movimento está a secretária de Estado da administração Bush, Condoleeza Rice. Ela agiu depois de ter consultado o Pentagono. De cara, os EUA ameaçaram cortar o fornecimento dos componentes norte-americanos utilizados na fabricação da linha de jatos espanhola que interessa a Chávez. Algo que pode resultar num prejuízo de até 20 milhões de euros. Hugo Chávez reagiu com indignação à nova interferência. Disse que os EUA tentam impor o seu "imperialismo horroroso" ao governo e ao povo venezuelanos.
No caso da Embraer, o cancelamento do projeto que previa o desenvolvimento de um avião de espionagem para o Exército norte-americano também teve as relações com a Venezuela como pano de fundo. Ocorreu 48 horas depois de Chávez ter acusado a Casa Branca de trabalhar contra os planos das Forças Armadas venezuelanas de comprar aviões Supertucanos, produzidos pela Embraer.
A exemplo do que ocorreu no episódio envolvendo o Brasil, o governo dos EUA nega interferência na decisão da Espanha de negociar com Chávez. Mas, concretamente, a empresa EADS-CASA já cogita cancelar a venda das aeronaves à Venezuela. O custo da provável retaliação norte-americana seria infinitamente maior do que as penalidades previstas para o caso de rescisão do contrato com a Venezuela.
Como se tudo isso fosse pouco, os EUA agora querem impedir negócios da Embraer também com o Irã, o inimigo da hora da diplomacia norte-americana.
EUA vetam negócio da Espanha com Chávez
US State of Department
Depois de cancelar um projeto de US$ 8 milhões que envolvia a Embraer, o governo dos EUA ameaça sufocar economicamente uma companhia espanhola, a EADS-CASA, que se dispõe a vender 12 aviões militares para a Venezuela de Hugo Chávez, informa neste sábado o espanhol ABC. A reação ocorreu depois que o governo Zapatero decidiu empenhar-se para viabilizar o negócio.
Por trás do movimento está a secretária de Estado da administração Bush, Condoleeza Rice. Ela agiu depois de ter consultado o Pentagono. De cara, os EUA ameaçaram cortar o fornecimento dos componentes norte-americanos utilizados na fabricação da linha de jatos espanhola que interessa a Chávez. Algo que pode resultar num prejuízo de até 20 milhões de euros. Hugo Chávez reagiu com indignação à nova interferência. Disse que os EUA tentam impor o seu "imperialismo horroroso" ao governo e ao povo venezuelanos.
No caso da Embraer, o cancelamento do projeto que previa o desenvolvimento de um avião de espionagem para o Exército norte-americano também teve as relações com a Venezuela como pano de fundo. Ocorreu 48 horas depois de Chávez ter acusado a Casa Branca de trabalhar contra os planos das Forças Armadas venezuelanas de comprar aviões Supertucanos, produzidos pela Embraer.
A exemplo do que ocorreu no episódio envolvendo o Brasil, o governo dos EUA nega interferência na decisão da Espanha de negociar com Chávez. Mas, concretamente, a empresa EADS-CASA já cogita cancelar a venda das aeronaves à Venezuela. O custo da provável retaliação norte-americana seria infinitamente maior do que as penalidades previstas para o caso de rescisão do contrato com a Venezuela.
Como se tudo isso fosse pouco, os EUA agora querem impedir negócios da Embraer também com o Irã, o inimigo da hora da diplomacia norte-americana.
- Brasileiro
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Eu vi na TV e ouvi que, apesar dos entraves que os americanos puseram á venda dos C-295 à Venezuela, o negócio vai para a frente
Uma jogada muito arriscada para a Espanha, politicamente, claro, em relação aos americanos.
Se for economicamente e técnicamente possível a substituição de todos os componentes de origem americana, por outros de outra proveniência e que isso não afete a performance já conhecida do avião, ou mesmo que a venha a afetar ligeiramente, eu nunca deixaria de fazer o negócio. Deixar de fazerr o negócio é estar a dizer aos espanhóis que quem manda em Espanha é o Bush e não o povo espanhol.
Compreendase que os americanos tenham necessidade de proteger os seus interesses, agora, nunca o deverão fazê-lo fazendo chantagem sobre ninguém.
Não compreendo a atitude do Bush!! Hugo Chaves é eleito democráticamente. Acho que o Bush tá a transformar isto numa questão pessoal e as justificações que dá para que o negócio do C-295 seja vetado, são de um paternalismo muito bem intencionado, mesmo. Mas isto tudo fará parte do jogo, no entanto, a questão pulítica é a mais relevante.
Atenção que o Brasil tás em vias de ceder á Venezuela os "Tucano". Não terá o Brasil uma resposta já adiantada dos EUA áquilo que pode acontecer com a venda do mesmo? Caso o Brasil não possa fornecer os tucano á Venezuela, pelos mesmos argumentos adiantados em relação ao C-295, será que tá em condições de fornecer componentes de outras origens?
Cumprimentos



Se for economicamente e técnicamente possível a substituição de todos os componentes de origem americana, por outros de outra proveniência e que isso não afete a performance já conhecida do avião, ou mesmo que a venha a afetar ligeiramente, eu nunca deixaria de fazer o negócio. Deixar de fazerr o negócio é estar a dizer aos espanhóis que quem manda em Espanha é o Bush e não o povo espanhol.
Compreendase que os americanos tenham necessidade de proteger os seus interesses, agora, nunca o deverão fazê-lo fazendo chantagem sobre ninguém.
Não compreendo a atitude do Bush!! Hugo Chaves é eleito democráticamente. Acho que o Bush tá a transformar isto numa questão pessoal e as justificações que dá para que o negócio do C-295 seja vetado, são de um paternalismo muito bem intencionado, mesmo. Mas isto tudo fará parte do jogo, no entanto, a questão pulítica é a mais relevante.
Atenção que o Brasil tás em vias de ceder á Venezuela os "Tucano". Não terá o Brasil uma resposta já adiantada dos EUA áquilo que pode acontecer com a venda do mesmo? Caso o Brasil não possa fornecer os tucano á Venezuela, pelos mesmos argumentos adiantados em relação ao C-295, será que tá em condições de fornecer componentes de outras origens?
Cumprimentos
- talharim
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O Chavito está fazendo isso de propósito.
Ele sabia que se tentasse adquirir material militar com tecnologia americana muito provavelmente os EUA vetariam a venda.
Pura jogada de marketing,aliás,excelente jogada.
Agora ele tem justificativa para adquirir material russo a vontade.E ninguém vai poder falar que ele está provocando uma corrida armamentista na região.
A política é bela ou não ?
Até agora ninguém descobriu quais são as verdadeiras intenções do Chavito.
Eu só sei que ele está fazendo o Lula,Itamaraty e Embraer de trouxas.
Ele sabia que se tentasse adquirir material militar com tecnologia americana muito provavelmente os EUA vetariam a venda.
Pura jogada de marketing,aliás,excelente jogada.
Agora ele tem justificativa para adquirir material russo a vontade.E ninguém vai poder falar que ele está provocando uma corrida armamentista na região.
A política é bela ou não ?
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Eu só sei que ele está fazendo o Lula,Itamaraty e Embraer de trouxas.
- Vinicius Pimenta
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talharim escreveu:Bem-vindo Bronco.
Eu tenho certeza que SE a Embraer quiser ela poderia trocar os componentes do Tucano por de outras nacionalidades.
Mas nesse caso ela não o fará,porque isso teria um $$$$ elevado e o volume da venda para a Venezuela não compensaria a empreitada.
Muito complicado. A Embraer não teria saco para fazer isso. (sério)
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
É preceiso que se diga, a Espanha não é o Brasil e aí ainda pode haver uma margem de manobra para que o Brasil possa ter uma negociação mais favorável com os EUA sem que com isso haja algum tipo de esfriamento das relações entre os dois países. É preciso ver que o Brasil é um mercado importante para os EUA, basta ver a quantidade de aeronaves civis que o Brasil compra e outros bens de alto valor , por isso, julgo eu,que não deve haver um interesse dos americanos em fazerem "guerra" só por causa deste "pormenor". No entanto todo o cuidado é pouco e nunca se sabe de que lado sopra o vento, em relação aos americanos. Sempre de pé atrás com eles ou melhor um passo á frente é o desejável
. É por isso e por outras que nada melhor que ter mais que um fornecedor possível para contornar este tipo de questões. Julgo que para a eletronica pode haver solução, agora para o motor é que já não sei.
Uma dúvida que tenho é a seguinte: O motor Pratt & Whitney PT6A-68C 1.600 SHP (Hélice Pentapá) do Supertucano é mesmo canadiano, é de origem EUA e fabricado no Canadá sob licença ou é mesmo dos EUA?
cumprimentos


Uma dúvida que tenho é a seguinte: O motor Pratt & Whitney PT6A-68C 1.600 SHP (Hélice Pentapá) do Supertucano é mesmo canadiano, é de origem EUA e fabricado no Canadá sob licença ou é mesmo dos EUA?
cumprimentos