FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Túlio
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FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#1 Mensagem por Túlio » Seg Nov 27, 2017 3:34 pm

Bueno, há um tópico meio que deixado de lado sobre caças para a FAA (Fuerza Aérea Argentina), e por uma razão recorrente: de um momento para outro, como faz pouco aconteceu no da Marinha Del Peru, se passou a falar de assuntos que caberiam melhor em outros tópicos preexistentes (neste caso, "Programa de Reaparelhamento da Marinha", para o qual tive de mover mais de uma página e meia de off-topics, inclusive os meus :evil: :oops: ), que se relacionam às nossas FFAA.

O que vemos é que, com a desgraça que caiu sobre o ARA San Juan, o descaso para com as FFAA do País vizinho está em evidência. A mim, sendo Brasileiro, parece como se tivessem finalmente "acordado" e se dado conta de que estão, na prática, indefesos, sequer tendo caças para "fechar os céus" durante a Cúpula do G20. Como a Seção aqui é sobre Forças Aéreas, não comentarei sobre as outras duas (ARA e EA) e, dada a especialização da proposta do tópico, sequer de outros ramos da própria FAA (Transporte, etc). Assim, apenas darei uma sugestão e a fundamentarei. Outras sugestões, claro, serão bem-vindas. A minha parte de uma aeronave bem conhecida:

Imagem

Notar que falei que a proposta apenas parte do YAK-130, ou seja, é um desenvolvimento do mesmo, não ele em si. Antes de passar às principais diferenças que, a meu ver, seriam as mais importantes, devo partir de um fator intrinsecamente crucial:

:arrow: Toda e qualquer aeronave (total ou parcialmente) de origem Ocidental irá esbarrar na influência da Inglaterra/EUA/OTAN. Isso me parece indiscutível, creio que nem nós podemos vender a eles nada mais "poderoso" do que um Super Tucano, se é que podemos vender ST, pois nunca foi solicitado, assim como o AMX, outra brabeza. Mas o Gripen parece que foi e o já esperado NO FUCKIN' WAY veio imediatamente! Assim, necessário se faz procurar alguma fuente menos influenciável, se possível NÃO influenciável de todo. Preço x qualidade x baixa vulnerabilidade a ingerências externas, ao menos no caso dos Argentinos, a Rússia me parece imbatível nos quesitos. Tal assertiva também está aberta a debates, claro.

EM LINHAS GERAIS

Trata-se de desenvolver um LIFT com capacidade de combate similar ou até melhor, para os dias atuais, à de um F-5E (só que biplace, retendo as capacidades que foram retiradas no F) na época em que foi lançado. Notemos que hoje a velocidade máxima vem em segundo lugar; a eletrônica embarcada, a discrição, a capacidade de manobra e possivelmente a operação dispersa vêm muito à frente. Ou a França jamais teria sequer considerado trocar seus Mirage 2000 de Mach 2.2 por Rafales de Mach 1.8. O reprojeto seria mais voltado à estrutura (que já é capaz de -3G e +9G) do que à eletrônica, já que de origem possui coisas imprescindíveis como HOTAS, Glass Cockpit digital, FBW, GPS/GLONASS, HUD, capacidade para HMS/HMD e mesmo possivelmente NVG. Faltariam poucas modificações que, na parte eletrônica, seriam muito facilitadas pelo sistema de arquitetura aberta (databus 1553):

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

1 - A primeira é que de bi-turbina passa a mono; saem as duas atuais AI-222-25 e entra a versão mais moderna da RD-33, a RD-33 MK, originalmente desenvolvida para os MiG-29 navais e a seguir incorporada ao MiG-35, mas com a retirada do PC*, a bem da economia em custo, tamanho, peso e consumo. Principais diferenças:

ImagemImagem

:arrow: AI-222-25 - 2 x ~ 2,5 tons = ~ 5 tons de empuxo total para um peso seco¹ de 2 x ~ 560 kg² = ~ 1,12 tons total³.

:arrow: RD-33MK - 1 x ~ 5,4 tons de empuxo total para um peso seco¹ de ~ 1,14 tons total ² ³.

¹ - Peso seco: é a turbina "pelada", não instalada na aeronave e sem qualquer adição, como lubrificantes, etc.

² - Por não dispor do peso sem PC da RD-33 MK e sim do peso da AI-222 com PC, usei estes (ambas com PC) para poder fazer uma comparação razoavelmente precisa. Na realidade ambas seriam mais leves sem PC.

³ - Valores aproximados, sem maior compromisso com extrema precisão. Devemos notar ainda que mais economia em peso e volume será certamente obtida pela singela razão que a infraestrutura interna necessária à instalação e operação de duas turbinas deve ser mais pesada e volumosa do que a de uma só. Debatível, claro.

2 - A seguir, a necessária Sonda REVO, permitindo que a aeronave seja reabastecida no ar, cuja utilidade é tanto para treinamento quanto para missões de combate e mesmo voos de transferência (ferry flights). Esta poderia ser fixa (a mais barata e simples); montável/desmontável (disponível como opcional no "gêmeo" MB-346), de acordo com a necessidade da Missão: e retrátil, a mais cara e complexa. Se me fosse perguntado, sugeriria a primeira, fixa.

Imagem

NOTA - No redesenho da seção traseira da fuselagem, necessário à mudança de propulsão, seria interessante estudar a possibilidade de se adotar um par de CFTs*.

3 - Seria interessante um reexame das estruturas alares e de controle (incluindo LERX), devido à mudança na propulsão e formato traseiro da fuselagem.

4 - Por fim, a adoção de algum armamento interno de tubo, 20 a 30 mm de calibre, mesmo que como kit, instalado apenas condicionalmente à retirada do 2P e seus equipamentos de apoio/instrumentos e assento ejetor.

5 - Na parte eletrônica, o que mais faria falta, além de RWR (e opcionalmente MAWS), seria um radar multimodo de pequeno porte, como o Grifo 346 que os Italianos oferecem como opção para o "gêmeo" M-346; sem sair da Rússia, até opção entre varredura mecânica e AESA de pequeno porte haveria, como o Phazotron Kopyo (que usa ambas antenas), com alcance compatível a mísseis como o Derby:

ImagemImagem

No caso em tela, o radar serviria inclusive para viabilizar o emprego de mísseis ar-ar BVR como o Derby (Israel também não é particularmente sensível a pressões internacionais), permitindo à FAA finalmente desenvolver sua própria Doutrina para emprego deste tipo de munição. Outro item de grande importância seria a adoção de um IRST (se houver espaço no nariz), permitindo abrir fogo com WVRs sem precisar emitir.

Imagem


A meu ver estas seriam a modificações fundamentais. Por fim:

EXECUÇÃO

Embora por aqui seja comum fazer pouco da Indústria Aeronáutica da Argentina (FAdeA), lembremos que é fornecedora certificada da EMBRAER, ou seja, se fosse ruim ou tecnologicamente defasada não lhes seria entregue a responsabilidade por partes importantes de um Programa Estratégico como o KC-390. Assim, o ideal seria que, do mesmo modo que nós com os Italianos no AMX e com os Suecos no Gripen E/F, a Argentina aproveitasse um Programa assim (e que não será caro, eis que baseado em aeronave preexistente) para aumentar sua capacidade tecnológica, após "trancar" ** uma linha de crédito com a Rússia. Mandariam Técnicos e Engenheiros - civis e militares - para lá e estes aprenderiam os "comos" e os "porquês" de tudo; na volta, estabeleceriam uma linha de montagem na própria FAdeA. Uma aeronave com estas características técnicas e inerente baixo custo certamente se mostraria uma rival duríssima para o FA-50 e outros concorrentes.

EM DEBATE!

* - CFT e PC seriam importantes para que a Argentina, com ou sem novo contrato de P&D com os Russos, pudesse desenvolver uma aeronave com finalidades mais expressamente de combate mas inteiramente baseada na acima descrita, no futuro.

** - O citado financiamento seria mais ou menos como o do Gripen E/F, ou seja, bons prazos de amortização e cada saque direta e necessariamente ligado ao Programa.




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#2 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 29, 2017 2:49 pm

Acho que o JF-17 seira uma opção mais adequada ao que tu propõem.

http://www.defensysgroup.com/wp-content/uploads/2017/02/PAFJF-17ThunderinCGIforprojectedfut.jpg

Já houveram, inclusive, notícias de uma suposta negociação para fabricá-lo na Argentina. E ele ainda está em desenvolvimento junto à parceria do Paquistão.

E aí depois, quem sabe, partir para algo como um J-10C.

Mas pode também se pensar no JL-9, que já é supersônico.

https://thaimilitaryandasianregion.files.wordpress.com/2015/10/5-jl-9-diagram.jpg

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#3 Mensagem por Bolovo » Qua Nov 29, 2017 6:34 pm

Eu sinceramente não gosto muito desse conceito de LIFT como avião de combate, pois não acredito que esses possam substituir algum caça dito "de verdade". No máximo são um complemento, especialmente para realizar ataques contra alvos pouco protegidos e coisas do tipo. Acredito que um caça "de verdade" usado, inclusive até se for meio antigo, é muito mais capaz e mais em conta do que qualquer avião LIFT, que por sinal, não são muito baratos. Podem ser talvez em operar, mas bem caros de aquisição.

Pra questão da Argentina, acredito que algum caça de quarta geração usado, mas revitalizado ou modernizado, seja a melhor opção. Pode botar aí como exemplos o F-16, o Mirage 2000, o MiG-29 etc. A FAA precisa de apenas dois esquadrões de caças (basicamente o mesmo que o nosso FX) para substituir toda a frota num mínimo razoável de capacidade operacional. Os EUA venderam 24 caças F-16C Block 25 "revitalizados para Block 52" por 750 mi USD para a Indonésia (http://www.dsca.mil/major-arms-sales/in ... 5-aircraft). São 30 mi USD por caça, não é um absurdo. Acredito eu que com o acidente no ARA San Juan, talvez comecem a liberar verbas para as forças armadas argentinas, que estão ao ponto da inexistência já.




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#4 Mensagem por J.Ricardo » Qui Nov 30, 2017 1:29 pm

Acho que a FAA deve ir mesmo de FA-50




Não temais ímpias falanges,
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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#5 Mensagem por FIGHTERCOM » Dom Dez 03, 2017 10:48 pm

FCarvalho escreveu:Acho que o JF-17 seira uma opção mais adequada ao que tu propõem.

http://www.defensysgroup.com/wp-content/uploads/2017/02/PAFJF-17ThunderinCGIforprojectedfut.jpg

Já houveram, inclusive, notícias de uma suposta negociação para fabricá-lo na Argentina. E ele ainda está em desenvolvimento junto à parceria do Paquistão.

E aí depois, quem sabe, partir para algo como um J-10C.

Mas pode também se pensar no JL-9, que já é supersônico.

https://thaimilitaryandasianregion.files.wordpress.com/2015/10/5-jl-9-diagram.jpg

abs.
Concordo que o JF-17 caíria como uma luva para a FAA, mas aquele pessoal ainda sonha com algo Made In USA. Vão acabar com alguma versão do F-16 bem "1.0".


Abraços,

Wesley




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#6 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 03, 2017 11:10 pm

No que depender dos americanos, se continuarem a cutucar os ingleses, pode até ser. Trump é suficientemente burro e boçal para fazer isso e depois mandá-los as favas.
Mas eu duvido que até isso a FAA consiga operar. Não se a atual relação entre sociedade, governo e ffaa's continuar a mesma dos últimos 30 e poucos anos.
A China ou a Russia poderiam até vender seus caças/Lift e ajudar em uma linha de montagem para os hermanos, mas depois disso, bem, ninguém sabe.

abs




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#7 Mensagem por Túlio » Seg Dez 04, 2017 11:34 am

Bolovo escreveu:Eu sinceramente não gosto muito desse conceito de LIFT como avião de combate, pois não acredito que esses possam substituir algum caça dito "de verdade". No máximo são um complemento, especialmente para realizar ataques contra alvos pouco protegidos e coisas do tipo. Acredito que um caça "de verdade" usado, inclusive até se for meio antigo, é muito mais capaz e mais em conta do que qualquer avião LIFT, que por sinal, não são muito baratos. Podem ser talvez em operar, mas bem caros de aquisição.

Pra questão da Argentina, acredito que algum caça de quarta geração usado, mas revitalizado ou modernizado, seja a melhor opção. Pode botar aí como exemplos o F-16, o Mirage 2000, o MiG-29 etc. A FAA precisa de apenas dois esquadrões de caças (basicamente o mesmo que o nosso FX) para substituir toda a frota num mínimo razoável de capacidade operacional. Os EUA venderam 24 caças F-16C Block 25 "revitalizados para Block 52" por 750 mi USD para a Indonésia (http://www.dsca.mil/major-arms-sales/in ... 5-aircraft). São 30 mi USD por caça, não é um absurdo. Acredito eu que com o acidente no ARA San Juan, talvez comecem a liberar verbas para as forças armadas argentinas, que estão ao ponto da inexistência já.
Cupincha, resumiste muito bem o porquê de as FFAA da América Latina serem a josta que são. Vige desde sempre o pensamento imediatista, com seu descaso para com o dia de amanhã. Nessa linha, de fato faz muito mais sentido comprar de segunda mão (ou até novo, de prateleira, em raros casos) do que desenvolver sozinho ou junto com quem sabe mais. Isto, por sua vez, cria uma cultura perversa de ir remendando os meios até estarem muito abaixo do aceitável, nem estão mais "no osso" porque até o osso já foi carcomido pela velhice. Os Argentinos pelo menos groundearam seus caças antes de dar muita treta, aqui se segue voando F-5 mesmo à custa de volta e meia um Piloto levar um baita cagaço porque o canopy saiu voando. E não foi só uma vez, eu sozinho lembro de duas, e deve ter mais casos, estes longe das vistas - e câmeras - das pessoas.

O caso da Argentina, no entanto, é muito mais grave do que o nosso: como não temos encrenca com ninguém da OTAN, até F-35 - se tivermos dinheiro - os caras acabam nos vendendo; já no deles, com aquele ranço com o UK, ninguém no Ocidente vai vender nada que possa sequer remotamente obrigar os bifes a gastar mais para defender aquelas ilhas, eis que já estão atolado$ com o Brexit e, quando um governo está em apuro$, quem leva a primeira facada é sempre a Defesa. Muito menos ajudar a desenvolver um produto que lhes imponha a obrigação de investir mais na vigilância da Zona Contestada.

E tem mais: simplesmente todos os fornecedores-chave Ocidentais (turbinas, radares, assentos ejetores e até projetos) de caças ou insumos para eles estão na OTAN. Quem vai querer/poder sacanear a Inglaterra? Hoje a RAF leva um vidão nas ilhas, tem cerca de meia dúzia de Typhoon lá praticamente só para exercício (incluindo CAP/PAC), pois não há um só caça com capacidade credível de ataque/combate aéreo na área que os obrigue a aumentar as horas voadas e, conforme o caso, a quantidade de aeronaves estacionadas nas ilhas e em condições de voo, com tripulações e pessoal de manutenção, para não falar em maior estoque de armamentos e munições, repuestos, etc. E vens me falar em F-16C-50 e Mirage 2000 (presumivelmente -5), que fariam precisamente isso, ou seja, são combatentes ainda muito perigosos, tanto em ar-superfície quanto ar-ar? Podes esquecer!

MiG-29/35? Que tale FLANKER? Até podia mas apenas iria perpetuar a completa dependência tecnológica do exterior e a cultura perversa acima relatada. Necas de ganhos tecnológicos, nada de manutenção de empregos e expertises internas, muito menos parar com a exportação de mão de obra altamente especializada. Muda-se algo para que tudo permaneça como está.

E pareceste não ter entendido, não é dar uma remexida no YAK-130, é apenas partir de um desenho consagrado para fazer uma aeronave completamente nova e muito mais capaz. Grosso modo, não é tão diferente do que estamos fazendo com o Gripen E/F, e sequer temos necessidades tão semelhantes às da Argentina (que, para surpresa de ninguém, já recebeu seu NO FUCKIN' WAY no caça).

O que propus está longe de ser minha única ideia mas me parece a mais em conta. E teria reflexos importantes na questão que envolve as benditas ilhas porque, com a Economia do UK enfrentando sérias complicações por causa do citado Brexit (e piora se a Escócia resolver fazer de novo o Plebiscito), nada seria menos oportuno para a RAF do que ter de lidar com constantes contatos dentro da NFZ estabelecida nos entornos, do tipo "só para perturbar" mesmo. No mínimo teriam que trazer e manter mais caças, armas, pessoal, peças e provavelmente algum(ns) AEW/AWACS para manter o controle da região. Isso provavelmente se refletiria também na RN e RA. E, por extensão, na Economia. Fecha-se o ciclo.

Por aqui chamamos isso de "matar no cansaço".




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#8 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Dez 04, 2017 12:34 pm

[justificar]Prezado Túlio,

Sua resposta não foi direcionada para mim, mas me permita colocar alguns pontos. Uma parceria para o desenvolvimento de uma caça/lift na América do Sul ainda é um sonho distante, tendo em vista a grande divergência de interesses/especificações para um modelo. No caso da Argentina, acredito que seja mais crítico ainda. Ainda lembro daquele período em que foi noticiado um possível interesse deles pelo Gripen Made In Brazil. Quem acompanhava os fóruns por aquelas bandas de lá devem se lembrar que, pelo menos naquele ambiente, o desejo era por uma aeronave que conseguisse alcançar as Malvinas. Se esse for o pensamento reinante, podem esquecer qualquer coisa ocidental por um longo período, pelos motivos que você já expôs. Diante destas circunstâncias, não resta muitas opções: ou é China ou é Rússia.

Infelizmente falta planejamento estratégico, tanto aqui quanto lá. Mas lá é ainda pior. Aqui pelo menos definimos algumas tecnologias chave e conseguiremos ter uma certa independência na operação do Gripen BR. Lá, eles querem tudo e conseguem nada.

Att.,

Wesley[/justificar]




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#9 Mensagem por Túlio » Seg Dez 04, 2017 12:44 pm

FIGHTERCOM escreveu:[justificar]Prezado Túlio,

Sua resposta não foi direcionada para mim, mas me permita colocar alguns pontos. Uma parceria para o desenvolvimento de uma caça/lift na América do Sul ainda é um sonho distante, tendo em vista a grande divergência de interesses/especificações para um modelo. No caso da Argentina, acredito que seja mais crítico ainda. Ainda lembro daquele período em que foi noticiado um possível interesse deles pelo Gripen Made In Brazil. Quem acompanhava os fóruns por aquelas bandas de lá devem se lembrar que, pelo menos naquele ambiente, o desejo era por uma aeronave que conseguisse alcançar as Malvinas. Se esse for o pensamento reinante, podem esquecer qualquer coisa ocidental por um longo período, pelos motivos que você já expôs. Diante destas circunstâncias, não resta muitas opções: ou é China ou é Rússia.

Infelizmente falta planejamento estratégico, tanto aqui quanto lá. Mas lá é ainda pior. Aqui pelo menos definimos algumas tecnologias chave e conseguiremos ter uma certa independência na operação do Gripen BR. Lá, eles querem tudo e conseguem nada.

Att.,

Wesley[/justificar]
Cupincha véio, mesmo que eu quote este ou aquele Forista, sabes que o post está à disposição de todos os Colegas, especialmente dos que não entram para TROLAR ou simplesmente encher o saco, e este é teu caso, ou seja, focado na questão. Assim, a rigor, não posso discordar do que escreveste, adicionando apenas que, com a desgraça anunciada que finalmente ocorreu, especulo sobre a possibilidade de eles, apenas para variar um pouco, resolverem fazer o que é certo!

Poderia ser um belo exemplo para nós. Não tanto em caças mas em outros Sistemas ou componentes sistêmicos.




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#10 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Dez 04, 2017 12:48 pm

FCarvalho escreveu:No que depender dos americanos, se continuarem a cutucar os ingleses, pode até ser. Trump é suficientemente burro e boçal para fazer isso e depois mandá-los as favas.
Mas eu duvido que até isso a FAA consiga operar. Não se a atual relação entre sociedade, governo e ffaa's continuar a mesma dos últimos 30 e poucos anos.
A China ou a Russia poderiam até vender seus caças/Lift e ajudar em uma linha de montagem para os hermanos, mas depois disso, bem, ninguém sabe.

abs
A Argentina poderia aproveitar a sede de poder e influência da China na região e chutar o balde. Muitos podem argumentar a qualidade dos produtos Made In China, mas o que é um peido para quem já está cagado?! Qualquer equipamento oriundo da China, hoje, é muito melhor que o lixo que as Forças Argentinas estão operando.

Se isso viesse acontecer, Thereza May iria entrar em desespero. Porque seu parceiro estratégico e de longa data já anda dando sinais que vai lhe passar uma rasteira, e não demora muito. Do outro lado, a Argentina se equipando com meios para, pelo menos, intimidar a Inglaterra. Tem ainda a novela do Brexit...


Abraços,

Wesley




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#11 Mensagem por Pablo Maica » Ter Dez 05, 2017 7:17 pm

Acho que a china teria muito mais a perder, entrando em conflito diplomático com os ingleses, o que também não agradaria EUA, Chile e Uruguay. Muito provavelmente não estaria disposta a afetar suas relações comerciais, para vender apenas alguns JF-17. Além do mais também acho que um dos grandes problemas, na compra de aeronaves de combate de 1ª linha pela argentina, é arrumar financiadores para obtenções que envolvam grandes somas.


Um abraço e t+ :)




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#12 Mensagem por pmicchi » Qua Dez 13, 2017 12:01 pm

Os hermanos deviam colocar o orgulho de lado e negociar com a Saab/Embraer uma versão simplificada do Gripen. Uma versão de avionica simplificada e mais barata junto com os custos baixos de operação do Gripen abriria um enorme mercado de exportação pra gente.

Senão, vai de JF-17 xing-ling é o mais barato que se pode comprar por um caça supersônico de defesa aérea.




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#13 Mensagem por J.Ricardo » Qua Dez 13, 2017 2:01 pm

Já houve essa proposta chinesa, mas o problema como sempre foi falta de $$$$




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#14 Mensagem por FCarvalho » Qua Dez 13, 2017 2:08 pm

Se eles não fossem tão orgulhosos, e tal como aqui, não tivessem parado no tempo confundindo China e Russia com Mao Tsé Tung e URSS, comunismo, guerra fria e outros absurdos, poderiam talvez há muito tempo operar vetores desses países bem mais capazes do que qualquer coisa que americanos e ingleses se desses o trabalho de colocar aqui.

E mais, teriam as portas abertas no longo prazo para caças de 5a G desses países, o que seria obviamente um caminho lógico a seguir. E os ingleses que se virassem tentando operar F-35 nas Malvinas com 5 abaixo de zero no verão... :twisted:

Ou outro caminho quiçá mais barato seria comprar os nossos ST e começar a reformar a aviação de caça por baixo, como fizemos aqui. Um projeto conjunto para um treinador que substituísse os Tucano seria uma trilha a seguir e posteriormente poderíamos mesmo negociar um jato Lift comum para as duas forças aéreas, com as industrias dos dois países participando de todo o processo. Os tucano aqui como lá não vão durar para sempre. Temos os T-25 também para substituir, assim como eles também tem que colocar um treinador primário para dispor. O Tx-C está aí para todo mundo ver. Isso para não falar dos projetos de aviões leves que temos, e que poderiam também ser de muita utilidade para todas as ffaa's tanto lá quanto cá.

O passo seguinte a tudo isso seria um caça de verdade, que poderia ser o Gripen E/F, quem sabe esperar mais para frente e ver o que a FAB decidiria sobre o tal caça de 5a G tupiniquim. Seria uma opção para daqui uns 15/20 anos. Mas seria algo plenamente plausível.

Claro, tudo isso se os argentinos parassem de querer ver seus militares pelas costas, e também deixar as birras do sec XIX conosco para trás. Isso vale para nós também.

Quem sabe um dia a gente cresce e começa a agir como adulto e fazemos o nosso dever de casa.

Mas creio que isso ainda demora, e muito... :roll:

abs




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Re: FAA: Programa LIFT "COMBAT CAPABLE"

#15 Mensagem por Matheus » Qua Dez 13, 2017 2:20 pm

Uma versão simplificada do Gripen E/F seria bacana mesmo. Depois, complementaria com um lote usado de C/D.




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