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DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Seg Jun 15, 2015 5:33 pm
por jauro
Exército Brasileiro se prepara para conter uma guerra química na Olimpíada

Preparando-se para um desafio sem precedentes no Brasil, as Forças Armadas estão intensificando os treinamentos para conter e prevenir possíveis ataques terroristas com armas químicas, nucleares, bacteriológicas e radiológicas nos Jogos Olímpicos e Paraolimpícos Rio 2016.

Só o Exército, através do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, já conta com pelo menos 400 homens treinados para a localização e varreduras de agentes químicos e descontaminação de ambiente e pessoas, além de resgates de vítimas. Laboratórios e equipamentos, únicos na América Latina, orçados em mais de R$ 60 milhões, são testados diariamente, há oito meses, nas unidades militares.

De acordo com a assessoria de imprensa do Comando Militar do Leste, a tarefa de proteger contra atentados não convencionais — hipóteses consideradas altas, uma vez que o País receberá visitantes de mais de 200 nações – obedecerá a protocolos de padrões internacionais rigorosos, como os que vêm sendo empregados no exterior em relação às organizações mais temidas do planeta, entre elas a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

O efetivo recebe instruções de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica e da Organização para Proibição de Armas Químicas. A tecnologia será a principal aliada de cabos e soldados contra os chamados “ataques de bombas sujas”. A atenção maior será voltada para aeroportos e para as 158 principais instalações de competição e hospedagens de delegações.

Três laboratórios móveis de análises químicas e biológicas — um deles em testes desde a Copa do Mundo de 2014 —, serão instrumentos destacados contra o terrorismo. Capazes de suportar condições climáticas extremas, como temperaturas que variam entre -40°C e +55º C e reter até 99,995% de partículas no ar, os laboratórios fornecerão resultados confiáveis em até quatro horas.

Outro “xodó” do Exército é o Scanning Infrared Gas Imaging, equipamento de monitoração e identificação de substâncias perigosas. Operado por controle remoto, o dispositivo identifica qualquer elemento químico ameaçador a uma distância de até cinco quilômetros. Enquanto o Exército supervisionará a utilização dos laboratórios móveis, a Força Aérea está se preparando para o transporte de vítimas de ataques em locais do evento.

Treinamento

Ciência e terrorismo: As bactérias do medo

Entre os agentes biológicos, a atenção das tropas está voltada para as seguintes substâncias: Antraz (bactéria que mata em 100% dos infectados), Botulismo (forma de intoxicação alimentar altamente fatal), Ricina (substância que se ingerida ou inalada, leva a vítima à morte entre 24h e 72h), Varíola, Tularemia (que causa úlceras severas na pele), Brucelose (Febre de Malta), CoxiellaBrunetii (conhecida como Febre Q, desenvolve pneumonia, hepatite ou febre prolongada, com morte em 70% dos casos), E. Coli O157 H7 (colite hemorrágica), Salmonella (febre tifoide) e Peste Bubônica.

Os exercícios de treinamento envolvem toda a cadeia de capacidade de defesa e ação. Todos os esforços e aparatos, segundo o comandante do 1º Batalhão de Defesa Química, coronel Mário Luis Abreu, são focados para qualquer tipo de ataque ou incidentes. O Batalhão de Defesa Química foi criado, inicialmente como companhia, na década de 1950. Em 1987 teve sua primeira participação marcante, por ocasião do acidente radiológico com o Césio-137, na cidade de Goiânia.

Mais recentemente, em outubro de 2014, integrantes do batalhão descontaminaram uma aeronave que transportou um suspeito de infecção pelo vírus Ebola. No início de abril deste ano, os agentes monitoraram gases oriundos do incêndio em tanques de combustíveis em Santos. Fonte: O Dia.

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Seg Jun 15, 2015 9:48 pm
por Clermont
Curiosidade: antigamente o nome deste serviço era DQBN. Agora, acrescentaram o "Radiologica".

Qual a diferença entre defesa radiológica e defesa nuclear?

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Ter Jun 16, 2015 12:18 am
por felipexion
Clermont escreveu:Curiosidade: antigamente o nome deste serviço era DQBN. Agora, acrescentaram o "Radiologica".

Qual a diferença entre defesa radiológica e defesa nuclear?
O acidente nuclear é o ocorrido em reatores nucleares, suas instalações e no transporte dos materiais radioativos. Ele configura-se em uma emergência nuclear e radiológica.
O acidente radiológico é o que ocorre com material radioativo como fonte ou gerador de reação ionizante. Nele são inclusas as bombas sujas.
E quando eu digo acidente, pode incluir ato de terrorismo.
Editado: http://www.remm.nlm.gov/rdd.htm

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Ter Jun 16, 2015 8:18 am
por Clermont
Obrigado pelo esclarecimento, Felipexion.

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Ter Jun 16, 2015 3:54 pm
por jauro
Para maiores informações:
http://www.1btldqbrn.ensino.eb.br/

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Sex Jun 19, 2015 5:29 am
por Lucas Lasota
Aproveito o interessantíssimo thread aberto para perguntar aos senhores se o Brasil tinha um estratégia de defesa civil durante a Guerra Fria, em caso de um ataque nuclear? Nas escolas militares houve (ou há) alguma disciplina que cuida desses temas?

Na Rússia, todas as grandes universidades possuem a Voennaya Kafedra, ou Cadeira Militar, onde são ministradas disciplinas que envolvem temas de defesa civil, como primeiros socorros, engenharia de emergência, defesa contra catástrofes naturais, guerras, terrorismo e etc.

A propósito, quem não assistiu o excelente documentário "The War Game", sobre um possível ataque nuclear ao Reino Unido, recomendo. Um dos filmes mais chocantes e interessantes que já vi.

https://pt.wikipedia.org/wiki/The_War_Game

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Sex Jun 19, 2015 5:30 pm
por jauro
Para a primeira pergunta, a resposta é não havia, em caso de um ataque nuclear, uma estratégia de defesa civil durante a Guerra Fria.
Nas escolas militares de formação, o assunto é abordado superficialmente. Entretanto para especialização a EsIE, berço do 1º BtlDQBRN, oferece um ótimo curso para Of e Sgt que queiram se especializar no assunto.

Mais informações: http://www.esie.ensino.eb.br/

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Sex Jun 26, 2015 5:36 pm
por jauro
1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear – Comitiva do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro

Rio de Janeiro - no dia 24 de junho, o 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear recebeu a visita técnica de uma comitiva do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro e do Gabinete de Segurança Institucional, composta por autoridades do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil e de civis. O Comando do Batalhão ministrou uma palestra institucional, que deu ênfase ao emprego operacional da Unidade nos grandes eventos sediados pelo Brasil. Encerrando a visita, a comitiva participou de uma exposição de materiais de defesa química, biológica, radiológica e nuclear, bem como assistiu a uma demonstração de descontaminação de pessoal e de viatura.
http://www.eb.mil.br/image/journal/article?img_id=6632730&t=1435262468078
http://www.eb.mil.br/image/journal/article?img_id=6632731&t=1435262468080

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Qui Jul 02, 2015 11:15 am
por Lucas Lasota
Obrigado pela resposta, jauro.

Estão operacionais os filtros NQB dos Leo 1?

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Ter Abr 11, 2023 8:50 pm
por Aim For The Top
O eb comprou de uma empresa eslovaca um equipamento para identificação de quimicos a distância usando um laser, segundo os mesmos essa não é a primeira aquisição.


https://www.sec-technologies.com/falcon-4g

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Sáb Mai 27, 2023 12:55 pm
por P H
São Paulo recebe maior exercício em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da história
A operação reuniu civis e militares na segurança do Programa Nuclear da Marinha


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Após uma semana de intensos treinamentos, terminou ontem (26), o maior adestramento nuclear, biológico, químico e radiológico realizado na região de Iperó (SP). O exercício foi coordenado pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (CdefNBQR-MB) e contou com a participação de diversas unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) e da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ), que utilizou o Sistema do Centro de Acompanhamento de Respostas a Emergência Nucleares e Radiológicas Navais (SISCARE), possibilitando o acompanhamento em tempo real de todos os eventos realizados.
A sinergia gerada pela atuação de todas as organizações envolvidas permitiu que fosse plenamente atingido o objetivo de aprimorar a capacidade de resposta integrada a emergências no Centro Experimental Aramar (CEA), bem como reuniu os diferentes níveis e setores do Sistema de Defesa NBQR da MB, em prol da manutenção da segurança do Complexo em que são desenvolvidas as etapas do Programa Nuclear da Marinha (PNM). 


O PNM é desenvolvido por civis e militares das diferentes organizações da Diretoria Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM). Assim, a semana foi marcada por uma forte interação entre os trabalhadores civis do CEA e os fuzileiros navais, que atuaram juntos em uma série de eventos planejados. Participaram do treinamento 600 militares de diversos setores da MB - batalhões de Defesa NBQR do Rio de Janeiro e de Aramar, Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM), Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav),  Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav), Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), entre outros - e cerca de 300 funcionários civis de diversas áreas - operações, engenharia de segurança e todos que compõem o Plano de Emergência Geral do Complexo.

Para o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Guilherme Dionizio Alves, o exercício marcou uma importante mudança de paradigmas no que diz respeito à segurança e proteção das pessoas e instalações do CEA “a participação do CFN é essencial para tratarmos a questão do ‘Safety and Security’. Esse evento mostrou que é possível operarmos de maneira bem-sucedida com diversos setores em prol do PNM”, destaca.

Essa integração demandou coordenação entre todos os envolvidos, desde a fase de planejamento até a sua execução, reunindo as práticas já existentes no CTMSP com as especificidades da atuação da FFE. De acordo com o Comandante do CDefNBQR-MB, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Flavio Lamego Pascoal, “a ativação do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais permitiu a integração das capacidades de resposta disponíveis de ambos. Fato que proporcionou sinergia e possibilitou o aprimoramento de procedimentos”.

Segundo o Mestre em Tecnologia Nuclear Ricardo Gonçalves Gomide, assessor para o ciclo de combustível nuclear e coordenador do Plano de Emergência Local de Aramar, que trabalha há mais de 35 anos no Projeto Nuclear da MB, “culturas operacionais distintas trabalharam em harmonia e fizeram exercícios complexos sem nenhum incidente ou conflito, mostrando assim suas capacidades técnicas”. Para Gomide, a troca de experiências foi o grande ganho do exercício “o aprendizado foi geral, nós (civis) aprendemos técnicas, mecanismos, dispositivos e infraestruturas de combate a emergências, assim como os militares da FFE verificaram os recursos disponíveis em Aramar, de forma operacional e não apenas como uma visita”.

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Foco na preparação para possíveis emergências no Complexo Experimental de Aramar
No CEA funcionam sete unidades de operação, dentre eles o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE) - concebido como um protótipo em terra dos sistemas de propulsão que serão instalados no futuro Submarino Convencional com Propulsão Nuclear Brasileiro - e a Usina de Hexafluoreto de Urânio (USEXA), onde é convertido o minério beneficiado de urânio (yellow cake) em hexafluoreto de urânio (UF6) gasoso, que é uma das principais matérias-primas para a produção do combustível nuclear.
Os tipos de emergências que podem ocorrer no Complexo vão desde as industriais (vazamentos de substâncias químicas) até as radiológicas (disseminação de material radioativo) e nucleares (fissões nucleares). Durante o exercício, foram simulados cinco grandes eventos que possibilitaram uma gama de treinamentos com foco na segurança da área, de pessoal e instalações. Assim, foram planejadas ações de patrulhamento ostensivo, a pé e com viaturas blindadas PIRANHA IIIC; controle de distúrbios com o emprego de armamentos menos letais; operações de vigilância e reconhecimento com aeronaves remotamente pilotadas (ARP); e planejamento de defesa antiaérea com reconhecimento de posições de tiro para os mísseis superfície-ar.

Equipes especializadas em Desativação de Artefatos Explosivos (DAE), do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais, realizaram operações com o apoio do robô de desativação operado remotamente “Rover Defender”. A UMEM estabeleceu uma Unidade Avançada de Trauma (UAT), conectada via satélite ao Hospital Naval Marcílio Dias, pelo recurso da telemedicina. Cães de guerra foram empregados em atividades de polícia e de detecção de explosivos e entorpecentes. Análises de amostras foram coletadas e enviadas ao Laboratório Móvel do CDefNBQR-MB.
O CoNavOpEsp estabeleceu um destacamento de Defesa Cibernética e o BtlOpEspFuzNav desenvolveu ações de retomada de instalações e resgate de reféns com o Grupo Especial de Retomada e Resgate. 
O Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais e a Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores asseguraram o deslocamento e a montagem de base expedicionária para 500 militares e cerca de 50 veículos trazidos do Rio de Janeiro.


Fonte: Agência Marinha de Notícias
https://www.marinha.mil.br/agenciadenot ... adiologica

**** Simulado ocorrido em 2022.

Re: DQBRN-Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Enviado: Dom Mai 28, 2023 12:32 pm
por P H
O Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNENMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI possui alguns cursos EaD sobre proteção radiológica. Para os entusiastas do tema, segue o link:




http://moodle.cdtn.br/