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cassiosemasas
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#1 Mensagem por cassiosemasas » Dom Mai 24, 2015 9:33 am

Pensei nesse tópico como uma forma de nos fazer pensar.

Como lidamos com a mídia?(seja digital ou não.)
Como ela pode moldar nosso comportamento?

Apesar de alguns erros(me refiro ao arquivo em PDF.) os dados e informações de como se desenvolvem a "onda,"(ou ondas) valem a pena serem analisados de forma mais demorada e pragmática.(Pena não nos darem dados sujeitos a contradição, cujo o qual, nos permitiria aferi-la com melhor precisão;)

PS: se a moderação achar por bem, por favor, podem excluir o tópico.






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#2 Mensagem por Túlio » Dom Mai 24, 2015 12:21 pm

Por que faríamos isso? Somos Moderadores, não CENSORES...




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#3 Mensagem por Bourne » Dom Mai 24, 2015 11:43 pm

Por que já tem um tópico sobre o tema. Apesar de ser um tópico engajado contra a imprensa golpista.




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Re: Mídia

#4 Mensagem por cassiosemasas » Seg Mai 25, 2015 12:33 am

Túlio escreveu:Por que faríamos isso? Somos Moderadores, não CENSORES...
concordo...sei disso :wink:
Bourne escreveu:Por que já tem um tópico sobre o tema. Apesar de ser um tópico engajado contra a imprensa golpista.

exatamente por conta de já haver um tópico, se acharem que ira ficar muito deslocado ou mais do mesmo, dei a ideia para exclui-lo...caso contrario deixa o pau torar... [005]




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Re: Mídia

#5 Mensagem por Clermont » Ter Jun 16, 2015 8:36 am

Blogueiro petista comemora assalto em shopping e pede mais.

Blog Felipe Moura Brasil - Veja, 16.06.15.

“Eduardo Goldenberg é o que podemos chamar de um homem de princípios.”

A frase aparece em um dos blogs sujos do PT.

Vários deles reproduzem artigos ou perfis de Eduardo Goldenberg.

Eis uma pequena amostra dos princípios do blogueiro petista:

Imagem

Imagem

Sim: Eduardo Goldenberg comemora o assalto – citado no meu post anterior – à aposentada Alaíde Machado da Silva Almamwy, de 69 anos. Movido pela “luta de classes” marxista, ele ainda pede mais:

Imagem

A única vantagem de ler blogueiros petistas é que, às vezes, eles dizem com todas as letras aquilo que o “partido” não pode dizer em público, mas que está dito em suas ações.

Este é o mesmo Eduardo Goldenberg, aliás, que, em outubro de 2014, vangloriou-se do combate à homofobia:

Imagem

Em janeiro de 2015, ele demonstrou “o perigo da homofobia crescente” xingando Ney Matogrosso, quando o cantor criticou o governo do PT:

Imagem

“Eduardo Goldenberg é o que podemos chamar de um homem de princípios.”

De princípios petistas, é claro.




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#6 Mensagem por Skyway » Ter Jun 16, 2015 9:12 am

Não sendo montagens, esse cara é um grande imbecil.




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Re: Mídia

#7 Mensagem por Bourne » Ter Jun 16, 2015 1:26 pm

postado no blog da Veja pelo Felipe Moura brasil, não duvido que seja montagem.




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Re: Mídia

#8 Mensagem por Clermont » Seg Set 07, 2015 7:02 pm

Paulo Henrique Amorim terá de indenizar Merval Pereira por ofensas em blog.

Consultor Jurídico - 3.09.15.

A liberdade de expressão ou livre manifestação, garantida pela Constituição Federal, não autoriza a prática de ofensas morais. Assim entendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, ao manter a condenação imposta ao blogueiro Paulo Henrique Amorim pelo crime de injúria. Ele havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar 30 salários mínimos ao jornalista Merval Pereira por chamá-lo de “jornalista bandido”, em legenda de foto publicada no blog Conversa Afiada, em 2012.

Os dizeres compunham uma postagem feita por Amorim para criticar uma opinião de Merval Pereira sobre a relação de profissionais da revista Vejacom o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para Pereira, o contato entre jornalistas e pessoas investigadas não representaria nenhum ato ilícito.

A corte de primeiro grau condenou Amorim a um mês e dez dias de detenção, mas pena foi substituída por restrição de direitos. Com a decisão, Paulo Henrique recorreu ao TJ-SP, alegando que havia exercido seu direito como jornalista. Disse ainda que a crítica seria destinada a um profissional da Veja, e não a Merval, o que esvaziaria o motivo da Ação Penal. Merval Pereira também recorreu da decisão, mas para impedir que a pena de detenção fosse substituída.

No TJ-SP, o relator do caso, desembargador Richard Francisco Chequini, afirmou que a liberdade de expressão e informação possui limites e disse que a forma como o material foi publicado “dá a imediata noção de que o querelante é o ‘bandido’”. “Se [o réu] pretendesse, realmente, fazer crítica a terceira pessoa jornalista da revista Veja, seria absolutamente desnecessário estampar a foto do querelante acompanhado da legenda”, explicou.

Desse modo, Amorim moveu novo recurso, dessa vez ao STF, para reverter a condenação. Sofreu nova derrota. Segundo Celso de Mello, “a Constituição da República não protege nem ampara opiniões, escritos ou palavras cuja exteriorização ou divulgação configure hipótese de ilicitude penal, tal como sucede nas situações que caracterizem crimes contra a honra (calúnia, difamação e/ou injúria), pois a liberdade de expressão não traduz franquia constitucional que autorize o exercício abusivo desse direito fundamental”.

O ministro disse também que as decisões do Supremo enfatizam que a ponderação entre o princípio que consagra a liberdade de informação, de um lado, e o postulado que assegura a intangibilidade do patrimônio moral das pessoas, de outro, supõe a análise do contexto fático e a reavaliação do conjunto probatório, o que não pode ser feito no recurso extraordinário.

Celso de Mello afirmou, ainda, que, além da incidência da Súmula 279 do STF, apta, “por si só, a inviabilizar o próprio conhecimento do recurso extraordinário em causa, cabe enfatizar que, mesmo superada essa questão prévia, ainda assim não se revelaria acolhível a pretensão recursal extraordinária deduzida pelo ora agravante, tendo em vista o entendimento que o Supremo Tribunal Federal firmou a propósito do tema que põe em destaque a situação de polaridade conflitante entre a liberdade de expressão, de um lado, e a preservação dos direitos da personalidade, de outro”.

Réu contumaz.

Paulo Henrique Amorim pode dizer a todos que é uma pessoa conhecida dos tribunais. O blogueiro e apresentador é, ou foi, réu em diversos processos por ofender, por exemplo, o ministro do STF Gilmar Mendes e o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel. O caso envolvendo Gilmar Mendes abordava textos publicados por Amorim em 2012 e que relacionavam o julgador a um caso de sonegação fiscal, com recebimento de dinheiro de caixa dois da campanha de Eduardo Azeredo.

Em relação a Ali Kamel, Amorim foi condenado por chamar o diretor da TV Globo de “um dos esteios mais sólidos do pensamento racista brasileiro”. A crítica surgiu quando Paulo Henrique foi questionado sobre o livro de Kamel, de 2006, Não somos racistas. Na obra, Kamel critica o sistema de cotas raciais e diz que o governo “divide o Brasil em duas cores, eliminando todas as nuances características da nossa miscigenação”, ao impor essa política.




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#9 Mensagem por prp » Seg Set 07, 2015 10:58 pm

Clermont escreveu:Paulo Henrique Amorim terá de indenizar Merval Pereira por ofensas em blog.

Consultor Jurídico - 3.09.15.

A liberdade de expressão ou livre manifestação, garantida pela Constituição Federal, não autoriza a prática de ofensas morais. Assim entendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, ao manter a condenação imposta ao blogueiro Paulo Henrique Amorim pelo crime de injúria. Ele havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar 30 salários mínimos ao jornalista Merval Pereira por chamá-lo de “jornalista bandido”, em legenda de foto publicada no blog Conversa Afiada, em 2012.

Os dizeres compunham uma postagem feita por Amorim para criticar uma opinião de Merval Pereira sobre a relação de profissionais da revista Vejacom o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para Pereira, o contato entre jornalistas e pessoas investigadas não representaria nenhum ato ilícito.

A corte de primeiro grau condenou Amorim a um mês e dez dias de detenção, mas pena foi substituída por restrição de direitos. Com a decisão, Paulo Henrique recorreu ao TJ-SP, alegando que havia exercido seu direito como jornalista. Disse ainda que a crítica seria destinada a um profissional da Veja, e não a Merval, o que esvaziaria o motivo da Ação Penal. Merval Pereira também recorreu da decisão, mas para impedir que a pena de detenção fosse substituída.

No TJ-SP, o relator do caso, desembargador Richard Francisco Chequini, afirmou que a liberdade de expressão e informação possui limites e disse que a forma como o material foi publicado “dá a imediata noção de que o querelante é o ‘bandido’”. “Se [o réu] pretendesse, realmente, fazer crítica a terceira pessoa jornalista da revista Veja, seria absolutamente desnecessário estampar a foto do querelante acompanhado da legenda”, explicou.

Desse modo, Amorim moveu novo recurso, dessa vez ao STF, para reverter a condenação. Sofreu nova derrota. Segundo Celso de Mello, “a Constituição da República não protege nem ampara opiniões, escritos ou palavras cuja exteriorização ou divulgação configure hipótese de ilicitude penal, tal como sucede nas situações que caracterizem crimes contra a honra (calúnia, difamação e/ou injúria), pois a liberdade de expressão não traduz franquia constitucional que autorize o exercício abusivo desse direito fundamental”.

O ministro disse também que as decisões do Supremo enfatizam que a ponderação entre o princípio que consagra a liberdade de informação, de um lado, e o postulado que assegura a intangibilidade do patrimônio moral das pessoas, de outro, supõe a análise do contexto fático e a reavaliação do conjunto probatório, o que não pode ser feito no recurso extraordinário.

Celso de Mello afirmou, ainda, que, além da incidência da Súmula 279 do STF, apta, “por si só, a inviabilizar o próprio conhecimento do recurso extraordinário em causa, cabe enfatizar que, mesmo superada essa questão prévia, ainda assim não se revelaria acolhível a pretensão recursal extraordinária deduzida pelo ora agravante, tendo em vista o entendimento que o Supremo Tribunal Federal firmou a propósito do tema que põe em destaque a situação de polaridade conflitante entre a liberdade de expressão, de um lado, e a preservação dos direitos da personalidade, de outro”.

Réu contumaz.

Paulo Henrique Amorim pode dizer a todos que é uma pessoa conhecida dos tribunais. O blogueiro e apresentador é, ou foi, réu em diversos processos por ofender, por exemplo, o ministro do STF Gilmar Mendes e o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel. O caso envolvendo Gilmar Mendes abordava textos publicados por Amorim em 2012 e que relacionavam o julgador a um caso de sonegação fiscal, com recebimento de dinheiro de caixa dois da campanha de Eduardo Azeredo.

Em relação a Ali Kamel, Amorim foi condenado por chamar o diretor da TV Globo de “um dos esteios mais sólidos do pensamento racista brasileiro”. A crítica surgiu quando Paulo Henrique foi questionado sobre o livro de Kamel, de 2006, Não somos racistas. Na obra, Kamel critica o sistema de cotas raciais e diz que o governo “divide o Brasil em duas cores, eliminando todas as nuances características da nossa miscigenação”, ao impor essa política.
Engraçado é que esse tipo de condenação só ocorre com quem é a favor do governo. :lol:

Merval Pereire cospe bosta pelos dedos o tempo todo e não é condenado, pois está sob a proteção da "liberdade de imprensa" :lol:




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Re: Mídia

#10 Mensagem por cassiosemasas » Qua Jul 06, 2016 10:34 pm

Dilma cortou R$ 591,5 milhões do gasto com propaganda federal em 2015


Fernando Rodrigues 06/05/2016 15:03

Redução de 24,1% é a maior desde o ano 2000

TVs, jornais e revistas foram os que mais perderam

Só internet ganhou mais verbas no ano passado


Imagem
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva

A presidente Dilma Rousseff patrocinou em 2015 a maior queda da história no valor de gastos com propaganda estatal federal desde o ano 2000 –que é quando essa estatística começou a ser coletada.

O valor total gasto caiu de R$ 2,456 bilhões em 2014 para R$ 1,864 bilhão em 2015 –uma redução de 24,1%.

Essas cifras são oficiais e se referem às administrações direta (ministérios, por exemplo) e indireta (empresas estatais). Quem supervisiona esse gasto é o ministro Edinho Silva, titular da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) Eis os dados (clique na imagem para ampliar):
http://imguol.com/blogs/52/files/2016/05/Publicidade-estatal-direta-e-indireta-2000-2015-954x1024.jpg
QUEM MAIS PERDEU: MÍDIA TRADICIONAL
Como se observa na tabela acima, TVs, jornais e revistas foram os que mais sofreram. Esses 3 meios tiveram quedas acima da média de 24,1% no bolo publicitário estatal federal geral.

O ÚNICO QUE GANHOU: INTERNET
O meio digital já é o 2º que mais recebe verbas publicitárias do governo federal. Foram R$ 234 milhões em 2015, uma alta de 11,6% sobre 2014. Só fica atrás de TV.

Os veículos de internet receberam juntos mais dinheiro de publicidade estatal do que jornais e revistas somados (R$ 155,5 milhões).

DADOS DETALHADOS
Ainda não foram totalmente tabulados os dados individuais que cada veículo de comunicação recebeu. Para saber como foi em 2014,clique neste post.

A seguir, as tabelas originais, divulgadas pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (clique nas imagens para ampliar):
http://imguol.com/blogs/52/files/2016/05/Publicidade-5-1024x524.jpg


Fonte.




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Re: Mídia

#11 Mensagem por cassiosemasas » Qua Jul 06, 2016 10:45 pm

TV Globo recebeu R$ 6,2 bilhões de publicidade federal com PT no Planalto


Fernando Rodrigues 29/06/2015 06:59


Já a Record teve R$ 2 bi de verbas nos 12 anos de Lula e Dilma

De 2003 a 2014, SBT recebeu R$ 1,6 bi; Band ficou com R$ 1 bi

UOL obteve dados inéditos e exclusivos sobre publicidade federal

Globo ainda lidera em verbas estatais, mas tem queda em anos recentes

Rede TV!, com menos de 1 ponto de audiência, recebeu R$ 408 mi nos anos petistas



A Rede Globo e as 5 emissoras de propriedade do Grupo Globo (em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife) receberam um total de R$ 6,2 bilhões em publicidade estatal federal durante os 12 anos dos governos Lula (2003 a 2010) e Dilma (2011 a 2014).

Como a cifra só considera TVs de propriedade do Grupo Globo, o montante ficaria maior se fossem agregados os valores pagos a emissoras afiliadas. Por exemplo, a RBS (afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) recebeu R$ 63,7 milhões de publicidade estatal federal de 2003 a 2014.

Outro exemplo: a Rede Bahia, afiliada da TV Globo em Salvador, que pertence aos herdeiros de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), teve um faturamento de R$ 50,9 milhões de publicidade federal durante os 12 anos do PT no comando do Palácio do Planalto.

A TV Tem, que abrange uma parte do rico mercado do interior do Estado de São Paulo, em 4 regiões (com sedes nas cidades de São José do Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Sorocaba), faturou R$ 8,5 milhões de publicidade estatal federal em 2014. Essa emissora é de propriedade do empresário José Hawilla, conhecido como J. Hawilla (pronuncia-se “Jota Ávila”), que está envolvido no escândalo de corrupção da Fifa.

Os dados deste post são inéditos. Nunca foram publicados com esse nível de detalhes até hoje. Os valores até 2013 estão corrigidos pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área. Os números de 2014 são correntes (sem atualização monetária).

A série histórica sobre publicidade do governo federal começou a ser construída de maneira mais consistente a partir do ano 2000. Não há dados confiáveis antes dessa data.

O volume total de publicidade federal destinado para emissoras próprias do Grupo Globo é quase a metade do que foi gasto pelas administrações de Lula e Dilma para fazer propaganda em todas as TVs do país. Ao todo, foram consumidos R$ 13,9 bilhões para veicular comerciais estatais em TVs abertas no período do PT na Presidência da República. As TVs da Globo tiveram R$ 6,2 bilhões nesse período.

Apesar do valor expressivo destinado à Globo, há uma nítida trajetória de queda quando se considera a proporção que cabe à emissora no bolo total dessas verbas.

As emissoras globais terminaram o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 2002, com 49% das verbas estatais comandadas pelo Palácio do Planalto e investidas em propaganda em TVs abertas.

No ano seguinte, em 2003, já com o petista Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, a fatia da Globo pulou para 59% de tudo o que a administração pública federal gastava em publicidade nas TVs abertas. Esse salto não se sustentou.

Nos anos seguintes, com algumas oscilações, a curva global foi decrescente. No ano passado, 2014, a Globo ainda liderava (recebeu R$ 453,5 milhões), mas chegou ao seu nível baixo de participação no bolo estatal federal entre TVs abertas: 36% do total da publicidade.

Todos esses dados podem ser observados em detalhes no quadro a seguir (clique na imagem para ampliar):

Imagem

Como se observa, a queda de participação das TVs é também sentida na audiência da maior emissora brasileira. Segundo a aferição realizada pelo Ibope Media Workstation (Painel Nacional de Televisão, com base 15 mercados, durante 24 horas, todos os dias), a TV Globo teve 12 pontos de audiência domiciliar média em 2014.

Todas as 4 maiores emissoras de TV aberta enfrentaram quedas de audiência ao longo dos últimos anos. Essa menor presença nas casas das pessoas, entretanto, nem sempre está refletida em menos verbas publicitárias federais.

A Record, por exemplo, recebeu um verba de R$ 264 milhões em 2014 contra R$ 244 milhões em 2013 (aumento de 8,4%), apesar da queda da audiência da emissora de um ano para o outro (de 4,5 para 4,2 pontos no Ibope, das 6h à 0h).

Já o SBT, terceira TV aberta no Brasil (cuja audiência ficou quase estável, variando de 4,5 para 4,4 pontos no Ibope, de 2013 para 2014), registrou uma queda no faturamento de publicidade estatal federal: saiu de R$ 182 milhões para R$ 162 milhões.

Nota-se, portanto, uma assimetria no tratamento dado pelo governo para as 2 maiores TVs que ficam abaixo da Globo quando se considera audiência e valores de publicidade recebida.

Record e SBT tiveram audiências muito semelhantes em 2014, na casa de 4 pontos no Ibope. Só que a Record, emissora do Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, recebeu cerca de R$ 100 milhões a mais de verbas publicitárias federais no ano passado na comparação com o SBT, do empresário e apresentador Silvio Santos.

Já a Band (com apenas 1,7 ponto de audiência média no Ibope em 2014) teve R$ 102,4 milhões de propaganda dilmista no ano passado. A Rede TV! (0,6 ponto de audiência) ficou com R$ 37,8 milhões.



JORNAIS IMPRESSOS
Nos governos Lula e Dilma (2003-2014), os jornais impressos arrecadaram R$ 2,1 bilhões com a publicação de propagandas da administração petista. Desse total, R$ 730,3 milhões (35%) foram destinados a apenas 4 publicações: “O Globo”, “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”.

Alguns aspectos chamam a atenção a respeito da publicidade estatal federal para jornais diários impressos.

Um deles é que durante os anos de 2000, 2001 e 2002 (no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso) essas 4 publicações tiveram um volume de receita de publicidade estatal proporcionalmente igual ao do período subsequente, com o PT no poder.

Como está registrado acima neste post, não existem dados disponíveis e confiáveis sobre gastos em propaganda antes do ano 2000.

Dessa forma, só é possível somar os valores dos 3 últimos anos do segundo mandato de FHC, quando todos os jornais diários brasileiros receberam R$ 701,4 milhões de verbas de propaganda do governo federal. Desse total, a quadra “Globo-Folha-Estado-Valor” ficou com R$ 243,1 milhões –ou seja, 35% do bolo completo do meio jornal.

A conclusão é simples: embora o discurso do PT no poder tenha sido crítico em relação à cobertura jornalística feita pelos grandes jornais impressos diários, os petistas no Palácio do Planalto continuaram a conceder proporcionalmente a esses veículos o mesmo que o governo do PSDB concedia.

Eis os dados sobre publicidade estatal nos principais jornais impressos do país (clique na imagem para ampliar):

Imagem
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JORNAIS DIGITAIS
Há um dado que merece ser visto com mais atenção quando se observa o valor recebido pelos mais tradicionais jornais impressos do país para veicular publicidade estatal federal: quanto vai para as suas operações na internet.

O quadro acima neste post mostra o valor total recebido por “O Globo”, “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”. Mas é possível saber exatamente quanto essas empresas faturaram desses anúncios para veiculá-los apenas em suas edições online. E também existem dados sobre quantas edições desses 4 jornais são de fato impressas, em papel, e quantas são apenas assinaturas digitais. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Imagem

Como se observa, há uma curva de crescimento para todos os 4 veículos ao longo dos últimos anos, com algumas oscilações. Em 2014, o líder das verbas estatais federais em suas edições digitais foi o jornal “O Estado de S.Paulo”, que recebeu R$ 2,743 milhões. Outro dado interessante: a queda continua das edições impressas. E no mês de maio de 2015, o jornal “O Globo'' se tornando o de maior tiragem impressa entre os veículos de qualidade do país, à frente da “Folha de S.Paulo'' –que há décadas liderava esse ranking.



REVISTAS
O meio revista tem experimentado também uma grande queda no faturamento com verbas publicitárias federais. A semanal “Veja”, líder do mercado, já chegou a ter R$ 43,7 milhões dessas verbas em 2009 (o seu recorde). Em 2014, desceu para R$ 19,9 milhões.

Eis os dados detalhados sobre as 4 principais revistas do país (clique na imagem para ampliar):

Imagem

Imagem


PORTAIS DE INTERNET
O meio internet já é o segundo que mais recebe publicidade estatal do governo federal. Esse dado fica bem visível quando se observam os valores destinados a 4 grandes portais brasileiros.

O UOL, maior portal do país com 39,8 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014, teve R$ 14,7 milhões de faturamento para veicular propaganda estatal federal nesse ano. O UOL pertence ao Grupo Folha.

O G1 e o portal Globo.com, somados, tiveram uma audiência de 34,1 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014. Receberam R$ 13,5 milhões de verbas federais de publicidade nesse ano.

Eis os dados detalhados de 4 grandes portais de internet (clique na imagem para ampliar):

Imagem

Imagem

Colaborou nesta reportagem Bruno Lupion, do UOL, em Brasília).



Fonte.








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#12 Mensagem por Algus » Qui Jul 07, 2016 10:31 am

Esse pessoal compara valores brutos de períodos diferentes, mas sem considerar o crescimento do PIB e outras variáveis.
Também somaram o período Lula + Dilma, que dá 13 anos, e compararam com o do FHC, de 8 anos.

É como quando pegam a dívida do governo e constatam que subiu de 300bi para 1tri (valores hipotéticos), mas sem mencionar as taxas de juros e o fato que o PIB no período teria crescido 4x. Ou quando pegam o aumento da gasolina e dizem que no governo FHC aumentou 1,50 e no governo Lula + Dilma aumentou 1,80.

Mas aí a gente pega os valores e descobre que no FHC começou a R$0,50 o litro e terminou a R$2,00 (400% em 8 anos), enquanto no governo Lula começou a R$2.00 e terminou na Dilma a R$3,80 (menos de 100% em 13 anos). Não estou dizendo que existe a intencionalidade na manipulação dos dados, mas que eles podem nos induzir a conclusões que não condizem com a realidade.

A informação mais relevante é sobre o percentual gasto com cada veículo de mídia. Certa vez procurei informações a respeito e descobri que existe uma regulação que trata sobre a proporcionalidade disso. Os veículos devem receber proporcionalmente ao alcance dele. No caso, na última década a Record superou o SBT na maior parte das vezes, apesar de não saber exatamente o quanto. Teria que ser proporcional ao alcance daquela mídia.

Ouvi falar que o governo também mudou as regras dos recursos de publicidade. Antes a grana ia para a Globo e depois passou a ir, proporcionalmente, para as filiais dela. É uma informação importante porque se isso de fato ocorreu, deveria ter ocorrido uma redução significativa de um ano para o outro.




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#13 Mensagem por Túlio » Qui Jul 07, 2016 1:43 pm

De minha parte, achei interessantíssimos os dados apresentados pelo véio Cássio & Massas. Faltava apresentar tabelas dos patrocínios a BLOGUISTAS PROGRESSEIROS (e, se existirem dados confiáveis, pagamentos aos "contras", que não tem santo nessa lambança)...




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#14 Mensagem por cassiosemasas » Qua Jul 20, 2016 9:11 pm

Folha comete fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer

https://prod01-cdn06.cdn.firstlook.org/wp-uploads/sites/1/2014/02/Glenn-Greenwald-Original_350.jpg
Glenn Greenwald

https://prod01-cdn07.cdn.firstlook.org/wp-uploads/sites/1/2016/07/erick-dau.jpg
Erick Dau


July 20 2016, 6:12 a.m.

(The English version of this article can be read by clicking here)


UM DOS MISTÉRIOS mais obscuros da crise política que atingiu o país nos últimos meses (conforme relatado inúmeras vezes pela Intercept ) tem sido a ausência completa de pesquisas de opinião nos grandes meios de comunicação e órgãos de pesquisa do país. Há mais de três meses, no dia 17 de abril, a Câmara dos Deputados votou em favor de enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, resultando na investidura temporária de seu vice-presidente, Michel Temer, como “presidente interino”.

Desde a posse de Temer, o Datafolha – instituto de pesquisa utilizado pelo maior jornal do país, Folha de São Paulo – não havia publicado pesquisas de opinião sobre o impeachment da presidente, nem sobre o impeachment de Temer, e nem mesmo sobre a realização de novas eleições para presidente. A última pesquisa do instituto antes da votação do impeachment foi realizada em 9 de abril e apontava que 60% da população apoiava o impeachment de Dilma, enquanto 58% era favorável ao impeachment de Temer. Além disso, a sondagem indicou que 60% dos entrevistados desejavam a renúncia de Temer após o impeachment de Dilma, e 79% defendiam novas eleições após a saída de ambos.
A última pesquisa de outra grande empresa do setor


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o Ibope, foi publicada em 25 de abril, e concluiu que 62% desejavam que Dilma e Temer saíssem e que novas eleições fossem realizadas; 25% queriam a permanência de Dilma e a conclusão de seu mandato; e apenas 8% eram favoráveis a situação atual: com suspensão de Dilma e Temer como presidente interino. Essa pesquisa, mesmo sendo negativa para Temer, foi realizada há algum tempo, em abril deste ano.

De forma surpreendente, mesmo três meses depois da entrada de Temer, a poucas semanas da votação final do impeachment de Dilma no Senado e com toda a atenção do mundo voltada para o Brasil por conta das Olimpíadas, nenhuma pesquisa havia sido publicada até o último final de semana. No sábado, a Folha de São Paulo anunciou uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha que se demonstrou, ao mesmo tempo, surpreendente e positiva para o presidente interino, Michel Temer, além de apresentar uma grande variação com relação a pesquisas anteriores. A manchete principal impressa pela Folha, que rapidamente se alastrou pelo país como era de se esperar, dizia que metade do país deseja que Temer permaneça como presidente até o fim do mandato que seria de Dilma no final de 2018.

A IMINÊNCIA DA VOTAÇÃO FINAL DO IMPEACHMENT torna esse resultado (50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma) extremamente significativo. Igualmente importante foi a afirmação da Folha de que apenas 4% disseram não querer nenhum dos dois presidentes, e somente 3% desejam a realização de novas eleições. O artigo on-line de destaque no sábado:


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O jornal também estampou o resultado na primeira página da edição impressa de domingo, a edição de jornal mais lida do país:

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Esse resultado não foi apenas surpreendente por conta da ampla hostilidade com relação a Temer revelada pelas pesquisas anteriores, mas também porque simplesmente não faz sentido. Para começar, outras perguntas foram colocadas aos eleitores pelo Datafolha sobre quem prefeririam que se tornasse presidente em 2018 e os resultados apontaram que apenas 5% escolheriam Temer, enquanto o líder da pesquisa, o ex-presidente Lula, obteve entre 21% e 23% das intenções de voto, seguido por Marina Silva, com 18%. Apenas 14% aprovam o governo de Temer, enquanto 31% o consideram ruim/péssimo e 41%, regular. Além disso, um terço dos eleitores não sabe o nome do Presidente Temer. E, conforme observou um site de esquerda ao denunciar a recente manchete sobre a pesquisa da Folha como uma “fraude estatística”, é simplesmente inconcebível que a porcentagem de brasileiros favoráveis às novas eleições tenha caído de 60%, em abril, para apenas 3% agora, enquanto a porcentagem da população que deseja a permanência de Temer na Presidência da República tenha disparado de 8% para 50%.

Considerando todos esses dados, fica extremamente difícil compreender como a manchete principal da Folha – 50% dos entrevistados querem que Temer continue como presidente até o fim do mandato de Dilma – possa corresponder à realidade. Ela contradiz todos os dados conhecidos. A Folha é o maior jornal do país e o Datafolha é uma empresa de pesquisa de credibilidade considerável. Ambos foram categóricos em sua manchete e gráfico principal a respeito do resultado da pesquisa. Curiosamente, a Folha não publicou no artigo as perguntas realizadas, nem os dados de suporte, impossibilitando a verificação dos fatos que sustentam as afirmações do jornal.

Como resultado disso, a manchete – que sugere que metade da população deseja a permanência de Temer na Presidência até 2018 – foi reproduzida por grande parte dos veículos de comunicação do país e rapidamente passou a ser considerada uma verdade indiscutível: como um fato decisivo, com potencial para selar o destino de Dilma. Afinal, se literalmente 50% do país deseja que Temer permaneça na Presidência até 2018, é difícil acreditar que Senadores indecisos contrariem a vontade de metade da população.

MAS ONTEM, os dados completos e as perguntas complementares foram divulgados. Tornou-se evidente que, seja por desonestidade ou incompetência extrema, a Folha cometeu uma fraude jornalística. Apenas 3% dos entrevistados disseram que desejavam a realização de novas eleições, e apenas 4% disseram que não queriam nem Temer nem Dilma como presidentes, porque nenhuma dessas opções de resposta encontrava-se disponível na pesquisa. Conforme observado pelo jornalista Alex Cuadros hoje, a pergunta colocada deu aos entrevistados apenas duas opções de resposta: (1) Dilma retornar à Presidência ou (2) Temer continuar como presidente até 2018.

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Portanto, fica evidente que os 50% de entrevistados não disseram que seria melhor para o país se Temer continuasse até o fim do mandato de Dilma em 2018: eles disseram apenas que essa seria a melhor opção se a única alternativa fosse o retorno de Dilma. Além disso, simplesmente não procede alegar que apenas 3% dos entrevistados querem novas eleições, já que essa pergunta não foi feita. O que aconteceu foi que 3% dos entrevistados fizeram um esforço extra para responder dessa forma frente a opção binária entre “Dilma retorna” ou “Temer fica”. É impossível determinar com base nessa pesquisa a porcentagem real de eleitores que desejam a permanência de Temer até 2018, novas eleições ou o retorno de Dilma. Ao limitar de forma infundada as respostas a apenas duas opções, a Folha gerou as amplas distorções observadas nos resultados.

É totalmente injustificável, por inúmeras razões, que a pergunta tenha sido colocada dessa maneira, excluindo todas as outras opções, com exceção das duas respostas disponíveis. Primeiramente, o Supremo Tribunal Federal já havia decididoque a votação do impeachment de Temer deve prosseguir, visto que o interino cometeu o mesmo ato que Dilma. Em segundo lugar, diversas figuras de destaque político no país – incluindoo ex-ministro do STF Joaquim Barbosa e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, bem como um editorial da própria Folha – se manifestaram em favor de novas eleições para presidente após o impeachment de Dilma. Andréa Freitas, Professora de Ciência Política na Unicamp, disse à Intercept: “como as novas eleições são uma opção viável, deveriam ter sido incluídas como uma das opções”.

E como Cuadros observou, pesquisas anteriores sobre Dilma e Temer, incluindo a pesquisa de 9 de abril do Datafolha, perguntaram explicitamente aos entrevistados a respeito de novas eleições. Portanto, é difícil entender por que essa pesquisa do Datafolha omitiria propositadamente o impeachment de Temer e as novas eleições, e limitar as opções a “Dilma volta” ou “Temer fica”.

Mas o argumento a respeito de limitar as possíveis respostas a apenas duas opções é simplesmente referente à metodologia da pesquisa. O que aconteceu foi muito mais grave. Após ter decidido limitar as opções de resposta dessa forma, a Folha não pode enganar o país fingindo ter oferecido aos entrevistados todas as opções possíveis. Com a omissão desse fato, a manchete e o gráfico principal do artigo da Folha se tornam enganosos e completamente falsos.

É simplesmente incorreto alegar (como fez o gráfico da Folha) que apenas 3% dos brasileiros acreditam que “novas eleições são o melhor para o país”, já que a pesquisa não colocou essa pergunta aos entrevistados. E ainda mais prejudicial: é completamente incorreto dizer que “50% dos brasileiros acreditam que a permanência de Temer seja melhor para o país” até o fim do mandato de Dilma. Só é possível afirmar que 50% da população deseja a permanência de Temer se a única outra opção for o retorno de Dilma.

Mas se outras opções forem incluídas – impeachment de Temer, renúncia de Temer, novas eleições – é praticamente certo que a porcentagem de brasileiros que desejam a permanência de Temer até 2018 caia vertiginosamente. Como observou a Professora Andréa Freitas: “pode ser que 50% da população prefira Temer a Dilma se essas forem as únicas opções, mas parte desses 50% pode ser favorável a novas eleições. Com a ausência dessa opção, não há como estabelecer que essas pessoas prefiram o Temer”.

ISSO NÃO É TRIVIAL. Não se pode subestimar o impacto dessa pesquisa. É a única pesquisa de um instituto com credibilidade a ser publicada em meses. Sua publicação se deu exatamente antes da votação final do impeachment no Senado. E contém a extraordinária alegação de que metade do país deseja que o Michel Temer permaneça na presidência até 2018: uma manchete tão sensacionalista quanto falsa.

Considere como os resultados dessa pesquisa foram reproduzidos de forma incansável – como era de se esperar – em manchetes de outros grandes veículos do país:

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No primeiro parágrafo: “Pesquisa do Instituto Datafolha realizada nos dias 14 e 15 aponta que 50% dos brasileiros preferem que o presidente interino Michel Temer continue no poder até 2018. A volta da presidente afastada Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto foi a opção de 32% dos entrevistados. Os 18% restantes não escolheram nenhum dos dois, disseram não saber ou que preferiam novas eleições”.


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Em entrevista à Intercept, Luciana Chong do Datafolha insistiu que foi a Folha, e não o instituto de pesquisa, quem estabeleceu as perguntas a serem colocadas. Ela reconheceu o aspecto enganoso na afirmação de que 3% dos brasileiros querem novas eleições “já que essa pergunta não foi feita aos entrevistados”. Luciana Schong também conta que qualquer análise desses dados que alegue que 50% dos brasileiros querem Temer como presidente seriam imprecisos, sem a informação de que as opções de resposta estavam limitadas a apenas duas.

No fim de abril, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou seu ranking anual de liberdade de imprensa e o Brasil caiu para a 104ª posição, em parte devido à “propriedade dos meios de comunicação continuar concentrada nas mãos de famílias dominantes vinculadas à classe política”. Mais especificamente, o grupo observou que “de forma pouco velada, a mídia nacional dominante encorajou o povo a ajudar a derrubar a Presidente Dilma Rousseff” e “os jornalistas que trabalham nesses grupos midiáticos estão evidentemente sujeitos à influência de interesses privados e partidários, e esses conflitos de interesse permanentes são obviamente prejudiciais à qualidade do jornalismo produzido”.


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Uma coisa é a mídia plutocrática brasileira incentivar e incitar abertamente a queda de um governo democraticamente eleito. De acordo com a RSF, esse comportamento representa uma ameaça direta à democracia e à liberdade de imprensa. Mas é muito diferente testemunhar a fabricação de manchetes e narrativas falsas insinuando que uma grande parte do país apoia o indivíduo que tomou o poder de forma antidemocrática, quando isso não é verdade.







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Viktor Reznov
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Re: Mídia

#15 Mensagem por Viktor Reznov » Seg Ago 01, 2016 9:11 pm

O melhor disso tudo são os petistas derramando rios de dinheiro na Globo e não entendendo o porquê dela não se tornar um PT247 da mídia televisisvaisaiava. O pior disso é que o dinheiro é nosso e no fim só tá servindo pros maconheiros do projac acenderem seus baseados.




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