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Mensagem
por FCarvalho » Sáb Nov 25, 2017 6:20 pm
Poti, o problema é o transporte do material pesado, e o tempo em que ele precisará estar lá. Uma vez aceito convite, existe uma programação que deve ser cumprida pelo país a fim de que as tropas estejam no terreno e pronta para emprego. No nosso caso isso deve-se dar antes do fim do 1o semestre do ano que vem pelo que se tem comentado.
Significa então selecionar, treinar e aprontar cerca de mil pessoas e material de apoio respectivo, tratar de toda a burocracia de transporte e o que mais seja necessário. Isso sem contar todo o material novo que deve ser adquirido, ou seja, produzido, testado, entregue e igualmente aprovado pela ONU. É muita coisa para fazer e pouco tempo para dar conta.
O uso de portos e/ou aeroportos no litoral africano pode ser possível, ou não, vai depender de várias condicionantes, inclusive a disposição destes países de receberem este tipo de atividade, o que na África não é exatamente um exemplo de facilidade.
O ideal é levar direto tudo para a RCA e de lá distribuir pessoal e material para o local de atuação. Os Ruslan conseguem fazer esse trajeto sem maiores problemas, com menos carga, obviamente, mas ainda assim, equivalente a 3 ou 4 viagens de C-130/KC-390, como no caso português.
A questão maior não considero nem levar o pessoal, isso faz-se alugando meios aéreos de carga e passageiros. mas ao longo do tempo da missão manter a ponte logística necessária ao seu bom andamento. Não duvido nada que esta missão passará rapidamente dos 1 mil homens citados no inicio. Vai ser preciso bem mais que um btl reforçado para darmos conta das coisas por lá. E para isso, contar apenas com um C-767 e aeronaves do porte do KC-390 vai sair bem caro. E isso já está sendo questionado mesmo agora. Tudo tem de ser levado daqui, do básico ao mais tecnológico. Isso só pode ser feito por aeronaves de grande porte, com alta disponibilidade, velocidade e capacidade de carga a fim de permitir um apoio coerente com a realidade que vamos ter lá. Não temos isso hoje na FAB. E duvido que teremos em futuro no curto/médio prazo.
Fato é que o modal marítimo não é viável pelo seu alto custo e pela demora no aprestamento de pessoal e material no TO. Fora as implicações diplomáticas envolvidas em termos de cooperação de países que de um dia para o outro podem simplesmente fechar as portas na nossa cara.
abs
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski