Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
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Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Morre Mandela, símbolo da luta mundial pela liberdade, justiça e democracia
Penso que seja questão de Honra para os que se dizem seres Humanos NÃO esquecer do apartheid. As crianças tem que aprender muito sobre isso...pra que não comentam os mesmos erros do passado...
http://br.noticias.yahoo.com/mandela--s ... 26905.html
"Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, de sua origem ou de sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar." - Do livro Longo Caminho para a Liberdade, de 1995
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"Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, de sua origem ou de sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar." - Do livro Longo Caminho para a Liberdade, de 1995
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Mandela é um simbolo e um exemplo para outros lideres politicos africanos.
Infelizmente o sonho de uma nova África do Sul tornou-se num pesadelo. A culpa não é dele... mas o sonho que ele tinha morreu.
Infelizmente o sonho de uma nova África do Sul tornou-se num pesadelo. A culpa não é dele... mas o sonho que ele tinha morreu.
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Peço desculpa pela minha mania de continuamente tentar ver coisas por outros prismas, tendo por base a verdade histórica.
Nelson Mandela, esteve na prisão durante quase três décadas, mas não foi ele que derrubou o regime do Apartheid.
Falamos muito do Apartheid na África do Sul, porque ele estava institucionalizado, porque assim é mais facil esquecer os outros Apartheids não institucionalizados que continuam a ser o pão-nosso-de-cada-dia na maior parte dos países do mundo.
O sistema em vigor na África do Sul, não existia para garantir a separação entre brancos e negros, mas sim para garantir que não seria implantado no país um sistema socialista que retirasse o dinheiro das mãos dos sul africanos brancos para o redistribuir pelos sul africanos negros.
Quando o establishment do sistema político sul africano (que curiosamente, era uma democracia mas só para brancos) percebeu que o perigo de a Russia comunista apoiar os combatentes do ANC e da sua mais polémica parte, o Partido Comunista, se reduzira, tudo passou a ser possível.
A África do sul retirou tropas de Angola quando se percebeu que Moscovo tinha fechado a torneira na Namíbia. A partir daí, do ponto de vista dos brancos, não havia nada a opor à integração dos negros na sociedade.
Mandela foi libertado e a primeira coisa que fez foi garantir à África do Sul branca, que nada mudaria para eles.
E os sul africanos brancos não queriam saber de que cor era o presidente, desde que esse presidente garantisse que não haveria um sistema socialista na África do Sul. Temiam que acontecesse o que acabou por acontecer no Zimbabwe (e estavam cobertos de razão, como prova a História).
O problema, é que para garantir o Status Quo, que em última instância explicou a sua libertação, Nelson Mandela teve que aceitar um país desigual, que até hoje, mais de 20 anos depois, continua desigual.
A taxa de desemprego entre os negros é de 32% e entre os brancos é de 5%.
Continua a haver situações em que um branco ganha 20 vezes mais que um negro e a média está em algo como 5 para 1.
Continuar com a situação anterior, foi o preço a pagar pelo fim do Apartheid.
Por isso, num país em que continua a haver uma desigualdade tão gritante entre brancos e negros, podemos dizer que acabou o Apartheid ?
A África do Sul transformou-se num país como os outros. O Apartheid está lá, só que agora, tem o mesmo estatuto que tem noutros paíse: não é uma instituição reconhecida pelo Estado.
Nelson Mandela, esteve na prisão durante quase três décadas, mas não foi ele que derrubou o regime do Apartheid.
Falamos muito do Apartheid na África do Sul, porque ele estava institucionalizado, porque assim é mais facil esquecer os outros Apartheids não institucionalizados que continuam a ser o pão-nosso-de-cada-dia na maior parte dos países do mundo.
O sistema em vigor na África do Sul, não existia para garantir a separação entre brancos e negros, mas sim para garantir que não seria implantado no país um sistema socialista que retirasse o dinheiro das mãos dos sul africanos brancos para o redistribuir pelos sul africanos negros.
Quando o establishment do sistema político sul africano (que curiosamente, era uma democracia mas só para brancos) percebeu que o perigo de a Russia comunista apoiar os combatentes do ANC e da sua mais polémica parte, o Partido Comunista, se reduzira, tudo passou a ser possível.
A África do sul retirou tropas de Angola quando se percebeu que Moscovo tinha fechado a torneira na Namíbia. A partir daí, do ponto de vista dos brancos, não havia nada a opor à integração dos negros na sociedade.
Mandela foi libertado e a primeira coisa que fez foi garantir à África do Sul branca, que nada mudaria para eles.
E os sul africanos brancos não queriam saber de que cor era o presidente, desde que esse presidente garantisse que não haveria um sistema socialista na África do Sul. Temiam que acontecesse o que acabou por acontecer no Zimbabwe (e estavam cobertos de razão, como prova a História).
O problema, é que para garantir o Status Quo, que em última instância explicou a sua libertação, Nelson Mandela teve que aceitar um país desigual, que até hoje, mais de 20 anos depois, continua desigual.
A taxa de desemprego entre os negros é de 32% e entre os brancos é de 5%.
Continua a haver situações em que um branco ganha 20 vezes mais que um negro e a média está em algo como 5 para 1.
Continuar com a situação anterior, foi o preço a pagar pelo fim do Apartheid.
Por isso, num país em que continua a haver uma desigualdade tão gritante entre brancos e negros, podemos dizer que acabou o Apartheid ?
A África do Sul transformou-se num país como os outros. O Apartheid está lá, só que agora, tem o mesmo estatuto que tem noutros paíse: não é uma instituição reconhecida pelo Estado.
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
PT olha que a vida dos "brancos" não é o mar de rosas que pintas. Se assim o fosse, não haveria um verdadeiro exodo para a Austrália, RU, EUA, etc. Até os Portugueses têm vindo embora.
Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Ué, ele era amigo do regime cubano, e agora é símbolo de liberdade e democracia? Ele fez um trabalho extraordinário na transição sulafricana, mas ninguém conta o motivo de sua prisão.Morre Mandela, símbolo da luta mundial pela liberdade, justiça e democracia
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Winnie Mandela falou cobras e lagartos mas é aquilo, ex...
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
O problema principal, é que na década de 1950, numa altura em que os movimentos de libertação africanos começavam a despontar para o que se viria a transformar numa sucessão de independências, a África do Sul era uma sociedade europeia em território africano, em tudo parecida com a Austrália, o Canadá ou a Nova Zelândia.rodrigo escreveu:Ué, ele era amigo do regime cubano, e agora é símbolo de liberdade e democracia?
porém havia um problema importante que tornava a África do Sul num país anglo-saxonico diferente.
Era no que respeitava à estrutura demográfica muito mais parecida com o sul dos Estados Unidos.
Mas mais grave que isso, foi o desenvolvimento não só do ANC mas principalmente dos sindicatos controlados pelos setores comunistas.
OS sul africanos brancos começaram a ficar com medo de perder o seus status. Afinal eles viam a terra como a terra deles e não podiam ir embora.
O sistema começou a ser criticado internacionalmete e os sul africanos brancos sentiram-se acossados.
A União Sul Africana em referendo entre os brancos, abandonou a Commonwealth e transformou-se na República da África do Sul.
A partir daí seguiu o seu próprio caminho condicionado pelas suas próprias condições económicas, demográficas e geográficas.
Quando os portugueses saíram da África, os problemas aumentaram exponencialmente.
Os atentados terroristas eram diários e a violência tremenda.
O resultado foi mais repressão por parte dos sul africanos brancos.
Sob pressão, eles abraçaram a ideia da paz quando a Russia comunista começou a dar sinais de não querer continuar a apoiar os movimentos terroristas que atacavam os brancos.
E é a partir daí que os líderes do ANC começam a ser libertados, acabando o processo finalmente com a libertação de Mandela depois de a situação ser negociada.
É importante dizer, que é no periodo entre a sua libertação e o periodo da sua tomada de posse que a tese do Mandela Estadista e lutador pela paz é realçada.
E é verdade.
Esquecemos que, depois da libertação de Mandela, a situação da África do sul esteve ao ponto de explodir entre negros Xhosa contra negros Zulus e os dois contra os brancos.
Aí sim. Não se pode negar a atitude de Mandela. Foi ele que evitou depois de ter saído da prisão, que a África do Sul se esfacelasse.
Eu cheguei a falar em 1992 com pessoas que vieram da África do Sul e me asseguravam que aquilo não aguentava mais de 6 meses antes de entrar num processo de guerra civil.
Não entrou, em grande parte por causa do Mandela. Sobre isso não deve haver dúvidas.
Já achar que os sul africanos brancos eram todos maus, torturadores e racistas, é algo que está errado. A esmagadora maioria queriam manter o seu emprego, o seu negócio, e não queria viver num estado socialista, onde o trabalho de uma vida fosse deitado pela janela fora como aconteceu no Zimbabwe.
Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Caro PT, é bom saber por este lado. Lado este que eu mesmo não conhecia. Talvez muitos não conheçam e a mídia por diversos motivos não mostre.
Está aí uma justificativa... bela de uma justificativa. E como sempre, o homem, irá achar uma justificativa.O sistema em vigor na África do Sul, não existia para garantir a separação entre brancos e negros, mas sim para garantir que não seria implantado no país um sistema socialista que retirasse o dinheiro das mãos dos sul africanos brancos para o redistribuir pelos sul africanos negros.
Então que seja um exemplo para não esquecermos do Apartheids não institucionalizados também.Falamos muito do Apartheid na África do Sul, porque ele estava institucionalizado, porque assim é mais facil esquecer os outros Apartheids não institucionalizados que continuam a ser o pão-nosso-de-cada-dia na maior parte dos países do mundo.
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Nos estados do sul dos EUA, a segregação era uma norma institucionalizada até os anos 1960s. Não era medo da revolução comunistas, mas sim que os negros eram considerados inferiores e não deveriam participar da sociedade formada por brancos. os negros americanos não chegaram depois de muita luta a cargos importantes na administração pública, política, negócios, forças armadas, ciência entre outros.
Na África do sul não era diferente. Na verdade era muito mais sanguinário. A segregação era normal para separar a sociedade branca dominante dos indesejados negros. Só acabou por pressão internacional e a incapacidade dos brancos manterem separados dos negros.
Daqui a pouco sai um texto na Veja apresentando mandela como um perigoso comunista radical.
Na África do sul não era diferente. Na verdade era muito mais sanguinário. A segregação era normal para separar a sociedade branca dominante dos indesejados negros. Só acabou por pressão internacional e a incapacidade dos brancos manterem separados dos negros.
Daqui a pouco sai um texto na Veja apresentando mandela como um perigoso comunista radical.
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Mas era assim mesmo que os Brancos na África do Sul o viam... um perigoso comunista!
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Bpurne: Veja o que eu escrevi:
O mesmo acontecia na África do sul. E quando o nível de desigualdade e acima de tudo as barreiras sociais intransponíveis não mostram futuro para uma comunidade, ela vai revoltar-se.
Nos Estados Unidos existiram vários movimentos que não tinham nada de pacífico e que advogavam a violência.
Só que na África do Sul os negros não representavam 40 ou 50% da população, eles representavam 70 ou 80%
Por isso deter e conter uma explosão social era algo muito mais dificil e a unica forma de o fazer era básicamente responder à violência com a violência.
Os brancos responderam ao que achavam ser um ataque à sua comunidade por parte de uma organização que não tinha mais nada para oferecer que uma outra sociedade que redistribuisse a riqueza, ou expulsasse os brancos da terra deles, esquecendo que eles também eram africanos.
Na televisão portuguesa têm passado várias reportagens sobre a questão e sobre a preocupação do Mandela com os quase 20% de sul africanos brancos que eram portugueses ou de origem portuguesa. Eles eram considerados pelo ANC como os mais conservadores depois dos Boers.
A razão desse conservadorismo residia no fato de em Angola e em Moçambique eles terem sido expulsos e obrigados a deixar tudo para trás depois de uma vida de trabalho.
Os portuguese só saíam de Angola e Moçambique como os judeus sairam da Alemanha nazista. Com a roupa do corpo, porque os partidos comunistas africanos consideravam que tudo o que eles tinham ganho era roubado.
Logo, os portugueses como os Boers, considerariam a possibilidade de fuga em massa da África do Sul, enquanto pudessem salvar alguma coisa, ou então a possibilidade de luta armada.
O Mandela, veio a Portugal antes de ser presidente, e fez discursos que eram dirigidos para a comunidade na África do Sul a pedir aos portugueses que ficassem lá, dando todas as garantias de que seriam protegidos.
Mas para que ele tivesse que dar garantias a todos os brancos, é porque havia razões para ter que as dar ...
Isto foi preciso porque Mandela não saiu da prisão como um lutador pelos direitos humanos.
Havia uma grande expectativa sobre o homem que sairia da prisão. Não era só a cara dele que as pessoas não conheciam. Ninguém conhecia e ninguém sabia o que seria a África do Sul dali para a frente.
Como em todos os casos não nada preto nem branco é tudo em tons de cinzento. E a verdade é que temos o hábito de desinfetar a memória dos mortos, esquecendo as coisas más e falando só das coisas boas.
Ou seja: No que respeitava à estrutura demográfica, a África do Sul era parecida com o sul dos Estados Unidos, pela existência de uma grande quantidade de negros que estavam completamente afastados da riqueza, da possibilidade de evolução social e que eram ao mesmo tempo uma fonte de mão de obra barata que era precisa para fazer andar o sul.... a África do Sul era uma sociedade europeia em território africano, em tudo parecida com a Austrália, o Canadá ou a Nova Zelândia.
porém havia um problema importante que tornava a África do Sul num país anglo-saxonico diferente.
Era no que respeitava à estrutura demográfica muito mais parecida com o sul dos Estados Unidos.
O mesmo acontecia na África do sul. E quando o nível de desigualdade e acima de tudo as barreiras sociais intransponíveis não mostram futuro para uma comunidade, ela vai revoltar-se.
Nos Estados Unidos existiram vários movimentos que não tinham nada de pacífico e que advogavam a violência.
Só que na África do Sul os negros não representavam 40 ou 50% da população, eles representavam 70 ou 80%
Por isso deter e conter uma explosão social era algo muito mais dificil e a unica forma de o fazer era básicamente responder à violência com a violência.
Os brancos responderam ao que achavam ser um ataque à sua comunidade por parte de uma organização que não tinha mais nada para oferecer que uma outra sociedade que redistribuisse a riqueza, ou expulsasse os brancos da terra deles, esquecendo que eles também eram africanos.
Na televisão portuguesa têm passado várias reportagens sobre a questão e sobre a preocupação do Mandela com os quase 20% de sul africanos brancos que eram portugueses ou de origem portuguesa. Eles eram considerados pelo ANC como os mais conservadores depois dos Boers.
A razão desse conservadorismo residia no fato de em Angola e em Moçambique eles terem sido expulsos e obrigados a deixar tudo para trás depois de uma vida de trabalho.
Os portuguese só saíam de Angola e Moçambique como os judeus sairam da Alemanha nazista. Com a roupa do corpo, porque os partidos comunistas africanos consideravam que tudo o que eles tinham ganho era roubado.
Logo, os portugueses como os Boers, considerariam a possibilidade de fuga em massa da África do Sul, enquanto pudessem salvar alguma coisa, ou então a possibilidade de luta armada.
O Mandela, veio a Portugal antes de ser presidente, e fez discursos que eram dirigidos para a comunidade na África do Sul a pedir aos portugueses que ficassem lá, dando todas as garantias de que seriam protegidos.
Mas para que ele tivesse que dar garantias a todos os brancos, é porque havia razões para ter que as dar ...
Isto foi preciso porque Mandela não saiu da prisão como um lutador pelos direitos humanos.
Havia uma grande expectativa sobre o homem que sairia da prisão. Não era só a cara dele que as pessoas não conheciam. Ninguém conhecia e ninguém sabia o que seria a África do Sul dali para a frente.
Como em todos os casos não nada preto nem branco é tudo em tons de cinzento. E a verdade é que temos o hábito de desinfetar a memória dos mortos, esquecendo as coisas más e falando só das coisas boas.
Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Mandela discursou, em visita à Havana, contra a África do Sul e a favor da intervenção cubana no continente. Quem discursa contra o país em nome de ideologia é traidor. Pode encontrar admiradores entre os comunistas, pois essa é a bandeira deles, mas eu considero traidor.
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a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Eu não considero traição. Ele discursou contra o governo sul-africano que segregava a imensa maioria da população. Tanto é que os traídos, quer seja o governo branco sul-africano, cedeu, quer a imensa maioria do povo dominado, o apoiou. Ele lutou com as armas que tinha. Não creio que devia cruzar os braços e deixar um regime horroroso de separar as pessoas pela cor de sua pele como se isso fosse normal. Errar claro que errou, afinal era humano. Mas para mim seu legado supera "quilometricamente" seus eventuais erros. Acho que o que marca Mandela não é ser comunista, obviamente, e, sim, ser contra o apartheid!
Abs
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Ele não falou sobre apartheid, mas sobre a política de expansão comunista levada a cabo por Cuba na África. O apartheid foi apenas um tema espertamente encontrado por Fidel para justificar mudanças na África. Em Angola não havia segregação como motivo. E o conflito não se deu em território sulafricano. O regime segregacionista ganhou fôlego com a presença cubana na África. O país vivia sob embargo, e a partir do momento em que a guerra virou ideológica, diversos países, capitaneados pelos EUA, ajudaram os sulafricanos por debaixo do pano. O que se deixa de falar de Mandela é sua conversão, preso porque era fantoche dos cubanos, a caminho da luta armada, quando foi solto pregou a paz e a integração interacial. Se não houvesse essa integração, a África do Sul hoje seria mais um país desgraçado, como seus vizinhos.Rodrigoiano escreveu:Eu não considero traição. Ele discursou contra o governo sul-africano que segregava a imensa maioria da população. Tanto é que os traídos, quer seja o governo branco sul-africano, cedeu, quer a imensa maioria do povo dominado, o apoiou. Ele lutou com as armas que tinha. Não creio que devia cruzar os braços e deixar um regime horroroso de separar as pessoas pela cor de sua pele como se isso fosse normal. Errar claro que errou, afinal era humano. Mas para mim seu legado supera "quilometricamente" seus eventuais erros. Acho que o que marca Mandela não é ser comunista, obviamente, e, sim, ser contra o apartheid!
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Re: Morte de Mandela - Nunca poderemos esquecer do apartheid
Jamais vou concordar com o apatheid, e Mandela para mim sempre será um herói, mas são muito interessantes os comentários do PT, ajuda a levar "luz" sobre os bastidores deste período, principalmente sobre a influência da história do Zimbábue, parabéns!
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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