Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#106 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Set 28, 2013 6:03 pm

JL escreveu:Agora, um 76 mm deve custar o que 20 milhões de dólares
Por que um canhãozinho desses custa tanto? Esperava um custo abaixo de 1 milhão.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#107 Mensagem por FCarvalho » Sáb Set 28, 2013 7:28 pm

luisabs, porque já estavam construídos para a guarda costeira de um país do caribe, quando a MB os comprou. E pelo que se diz, comprou, ou recebeu juntamente, os direitos para a sua construção/modificação no Brasil, caso assim deseje.

Ao que tudo indica, a classe Amazonas será a indicada, vide a avaliação positiva das mesmas, como o NaPaOc desta primeira fase do Prosuper, com a possibilidade de que mais 12 undes sejam adquiridas, com a construção em estaleiro nacional.

A ver.

abs.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#108 Mensagem por JL » Sáb Set 28, 2013 7:40 pm

Não sei exatamente quanto custa o Oto Melara 76/62 fiz uma estimativa de preço, mas tudo na área militar é muito, exageradamente caro. Creio que o problema do armamento naval é que não existe uma produção em escala como por exemplo o de um carro de combate. Alguns preços, obtidos de sites na internet, que tenho anotado em casa:

OTO MELARA 127/64 - US$ 18 MILHÕES
BOFORS MK 110 de 57 mm - US$ 7 MILHÕES
Então o Oto Melara deve esta no meio digamos 15 milhões de dólares. Não tenho o dado, mas o custo deve ficar entre os dois, claro que quanto maior a quantidade comprada, menor o preço unitário, além disso precisa levar o custo da manutenção ou seja programa de assistência técnica, peças de reposição e hoje a Marinha somente possui fabricação de munição de 4.5 pol e 40 mm. Então qualquer nova arma teria um custo de logística embutido.

CIWS PHANLAX BLOCK 1 - US$ 32 MILHÕES
SEA RAM, que a versão acima com mísseis US$ 40 MILHÕES
RAm Lançador US$ 20 milhões

1 munição de 57 mm US$ 1200 dólares.

Os três patrulheiros classe Amazonas foram adquiridos por 133 milhões de libras.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#109 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Set 28, 2013 8:32 pm

O que inclui nesse pacote? Só os tubos ou vai junto o sistema hidráulico e de tiro?

Em todo caso o custo é muito alto, não seria mais barato adaptar um obuseiro de 155mm?




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#110 Mensagem por JL » Sáb Set 28, 2013 9:45 pm

O custo é alto porque é uma arma e tem tecnologia embutida, este valor não é o preço de custo material + mão de obra. Tem o custo do desenvolvimento, o lucro do fabricante etc. A venda do produto é que viabiliza as pesquisas para o desenvolvimento de novas armas. Se você não quiser comprar o produto top, o melhor e o mais vendido, você compra um produto inferior e mais barato, no caso o canhão russo russo AK 176.

Acredito que os preços se referem ao reparo ou seja canhão, torre que é simplesmente contra intempéries, não passa de uma casca de material composto e o que vai debaixo do convés, anel com munições, elevador etc. Sistema de tiro é a parte e caríssimo, às vezes até mais caro que o canhão.

Veja o post acima o SEARAM, que possui o sistema de tiro acoplado custa 40 milhões de dólares o lançador de RAM custa 20 milhões de dólares.

Produzir armamento é o melhor negócio do planeta, Israel não produz nenhuma commodite e olha só quanto eles ganham exportando tecnologia militar. Mas aqui durante anos ouvi, não queremos o Brasil exportando armas de guerra, exportando a morte para os outros. etc.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#111 Mensagem por JL » Sáb Set 28, 2013 9:46 pm

O custo é alto porque é uma arma e tem tecnologia embutida, este valor não é o preço de custo material + mão de obra. Tem o custo do desenvolvimento, o lucro do fabricante etc. A venda do produto é que viabiliza as pesquisas para o desenvolvimento de novas armas. Se você não quiser comprar o produto top, o melhor e o mais vendido, você compra um produto inferior e mais barato, no caso o canhão russo russo AK 176.

Acredito que os preços se referem ao reparo ou seja canhão, torre que é simplesmente contra intempéries, não passa de uma casca de material composto e o que vai debaixo do convés, anel com munições, elevador etc. Sistema de tiro é a parte e caríssimo, às vezes até mais caro que o canhão.

Veja o post acima o SEARAM, que possui o sistema de tiro acoplado custa 40 milhões de dólares o lançador de RAM custa 20 milhões de dólares.

Produzir armamento é o melhor negócio do planeta, Israel não produz nenhuma commodite e olha só quanto eles ganham exportando tecnologia militar. Mas aqui durante anos ouvi, não queremos o Brasil exportando armas de guerra, exportando a morte para os outros. etc.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#112 Mensagem por luisabs » Sáb Set 28, 2013 9:58 pm

FCarvalho escreveu:luisabs, porque já estavam construídos para a guarda costeira de um país do caribe, quando a MB os comprou. E pelo que se diz, comprou, ou recebeu juntamente, os direitos para a sua construção/modificação no Brasil, caso assim deseje.

Ao que tudo indica, a classe Amazonas será a indicada, vide a avaliação positiva das mesmas, como o NaPaOc desta primeira fase do Prosuper, com a possibilidade de que mais 12 undes sejam adquiridas, com a construção em estaleiro nacional.

A ver.

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Valeu pela explicação! :)




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#113 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Set 29, 2013 1:59 am

JL escreveu:O custo é alto porque é uma arma e tem tecnologia embutida, este valor não é o preço de custo material + mão de obra. Tem o custo do desenvolvimento, o lucro do fabricante etc. A venda do produto é que viabiliza as pesquisas para o desenvolvimento de novas armas. Se você não quiser comprar o produto top, o melhor e o mais vendido, você compra um produto inferior e mais barato, no caso o canhão russo russo AK 176.

Acredito que os preços se referem ao reparo ou seja canhão, torre que é simplesmente contra intempéries, não passa de uma casca de material composto e o que vai debaixo do convés, anel com munições, elevador etc. Sistema de tiro é a parte e caríssimo, às vezes até mais caro que o canhão.

Veja o post acima o SEARAM, que possui o sistema de tiro acoplado custa 40 milhões de dólares o lançador de RAM custa 20 milhões de dólares.

Produzir armamento é o melhor negócio do planeta, Israel não produz nenhuma commodite e olha só quanto eles ganham exportando tecnologia militar. Mas aqui durante anos ouvi, não queremos o Brasil exportando armas de guerra, exportando a morte para os outros. etc.
Ainda assim é caro demais, não é algo de outro mundo, se pelo menos incluísse um sistema de tiro sofisticado mas sem ele então...

Afinal de contas, é só a droga de um canhão nada de revolucionário nisso.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#114 Mensagem por JL » Dom Set 29, 2013 9:23 am

O canhão naval não é uma arma revolucionária, mas tem muitos poucos fabricantes, vejamos:
EUA: canhão de 127 mm projeto próprio e fabrica o modelo Oto Melara de 76 mm sob licença. ( 2 produtos)
ITALIA: canhão de 127 mm e o de 76 mm.
RUSSIA: canhão de 130 mm, de 100 mm, de 76 mm e 57 mm
CHINA: canhão de 100 mm cópia do francês.
FRANÇA: fabricava o canhão de 100 mm não sei se ainda continua
SUÉCIA: canhão de 57 mm
GRÃ BRETANHA canhão Vickers Mk 8 de 114 mm
IRÃ - cópia pirata do Oto Melara de 76 mm.
Como pode se observar o mercado é restrito se houve um preço elevado, como existe nos modelos ocidentais que estajam em produção, então não tem como escapar. Aliás acredito que somente são fabricados a partir de encomenda. E devem ser poucas unidades, afinal é geralmente uma unidade só por navio.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#115 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Set 29, 2013 11:49 am

Sim, uma unidade por navio, mas se fosse 20 milhões cada chegaria a alguns bilhões.

Sendo assim, por que não usar o canhão de um obuseiro auto-propulsado que custa entre 700 mil e 5 milhões dependendo do modelo? Pesquisando descobri que é uma ótima ideia e, como toda ótima ideia, alguém já tinha pensado nela antes, o MONARC é uma adaptação do PzH 2000 para uso em navios criado com o objetivo de economizar com a lojística, teve problemas com corrosão e foi abandonado, mas ainda assim revela uma informação importante, se a economia seria a lojística e não os 20 milhões da peça de forma que a versão INOX não compensa, quem sabe a Alemanha não esteja pagando 20 milhões por unidade de forma que não seja vantajoso para eles essa troca, para eles deve custar mais ou menos o mesmo que um PzH 2000 se não já teriam trocado pelo canhão nacional.

No caso do Brasil com os 15 navios que temos vezes os supostos 20 milhões por unidade se paga engenheiros-hora suficiente para uma versão nacional, chama o EB e aproveita para o desenvolvimento da versão terrestre junto.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#116 Mensagem por JL » Dom Set 29, 2013 8:01 pm

O Brasil não tem nenhum canhão naval de projeto nacional e não sei nem o quanto já foi nacionalizado em termos de peças de reposição. Se alguém souber; Gostaria muito de que postasse.
Com relação ao obuseiro adaptado para o serviço naval, creio que no quesito bombardeio de superfície se obteria uma arma interessante, mas em outros quesitos o desempenho ficaria muito abaixo do adequado. Estes canhões navais atuais são armas antiaéreas muito boas. Mesmo o veterano Vickers Mk 8 de 4.5polegadas, que tem uma cadência de tiro baixa para caramba de apenas 25 tiros por minuto, salvo engano meu, pode disparar 14 tiros de imediato, sem que algum membro da tripulação o guarneça. No caso das corvetas Inhauma por exemplo é a arma de resposta mais rápida contra um alvo aéreo.
O Oto Melara de 76 mm chega aos impressionantes 120 tiros por minuto, em suma é uma metralhadora de curtas rajadas, com um anel com dezenas de munições para pronto uso, some=se a isto uma eficiente espoleta de proximidade e veja que é uma arma de primeira. O Bofors de 57 mm pode ser usado como um sistema CIWS.
Ou seja o comandante do navio pode disparar em um drone espião, em um míssil anti-navio, em uma lancha de piratas, no motor de cargueiro para parar ele, bombardear um alvo costeiro. Um obsueiro não teria tanta versatilidade.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#117 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Set 29, 2013 10:16 pm

Quanto a cadência de tiro o PzH 2000 faz um tiro a cada 3 segundos no "burst", um pouco menos que os 127mm navais mas com uma munição um pouco mais potente e alcance similar, acho que não seria problema nem para alvos em terra e nem contra outros navios.

Quanto a função antiaérea, não estou convencido de que precisa de 76mm, mesmo a 120 tiros por minuto pode levar alguns segundos para acertar o que pode ser um pouco demorado demais, se a distância for suficiente acho que qualquer um vai preferir mísseis contra ameaças aéreas então o alcance do calibre maior não é tão importante, resumindo, o que já li sobre o desempenho do Oto Melara como arma antiaérea não me impressionou, não é um CIWS.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#118 Mensagem por Hermes » Seg Set 30, 2013 12:45 am

Pelo que já li o problema de adaptar obuseiros terrestres em navios é o recuo, que acaba causando muito estresse a estrutura do barco. Fica mais em conta criar sistemas próprios navais do que adaptar sistemas terrestres. Mas existem projetos para isso, não sei se no futuro haverão quebras de paradigmas.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#119 Mensagem por delmar » Seg Set 30, 2013 11:56 am

Hermes escreveu:Pelo que já li o problema de adaptar obuseiros terrestres em navios é o recuo, que acaba causando muito estresse a estrutura do barco. Fica mais em conta criar sistemas próprios navais do que adaptar sistemas terrestres. Mas existem projetos para isso, não sei se no futuro haverão quebras de paradigmas.
Também li que o problema era este. Foi na Alemanha e as fragatas não tinham uma estrutura adequada capaz de suportar o recuo. Trata-se de um problema que, acredito, deve ser superado. Basta lembrar os navios até a segunda guerra com seus imensos canhões e, mesmo barcos menores como os contratorpedeiros levavam vários canhões de grande porte.




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Re: Navio Patrulha Oceânico Classe "Amazonas"

#120 Mensagem por Wingate » Seg Set 30, 2013 2:02 pm

delmar escreveu:
Hermes escreveu:Pelo que já li o problema de adaptar obuseiros terrestres em navios é o recuo, que acaba causando muito estresse a estrutura do barco. Fica mais em conta criar sistemas próprios navais do que adaptar sistemas terrestres. Mas existem projetos para isso, não sei se no futuro haverão quebras de paradigmas.
Também li que o problema era este. Foi na Alemanha e as fragatas não tinham uma estrutura adequada capaz de suportar o recuo. Trata-se de um problema que, acredito, deve ser superado. Basta lembrar os navios até a segunda guerra com seus imensos canhões e, mesmo barcos menores como os contratorpedeiros levavam vários canhões de grande porte.
Rememorando, conforme observação do colega Delmar:




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