Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde
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Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde
Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde 20/08/2012
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Médica Brasileira (AMB) e demais entidades que integram a Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde apóiam a campanha em defesa do anteprojeto de Lei de Iniciativa Popular que busca alterar a Lei Complementar 141/12 que regulamentou a Emenda Constitucional 29 (no que diz respeito ao subfinanciamento do SUS) e tornar possível que 10% da receita bruta corrente da União passe a ser investido exclusivamente na saúde pública.
Para que o projeto chegue às mãos dos parlamentares, você pode ajudar. São necessárias 1,5 milhão de assinaturas (1% do eleitorado nacional) em pelo menos cinco Estados da Federação.
Na avaliação da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde, somente com percentuais fixos de destinação de recursos para a saúde será possível garantir o atendimento no Brasil do artigo 196 da Constituição Federal, que estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado. Só dessa forma será possível colocar a saúde pública na pauta de debates da sociedade brasileira, elegendo a saúde como tema de prioridade nacional?, afirmou o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante.
Íntegra do anteprojeto de lei >> http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Gera ... -saude.pdf
Formulário de assinatura >> http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Gera ... -saude.pdf
Fonte: OAB http://www.abrale.org.br/fique_atualiza ... hp?id=1596
É hora de nos unirmos!
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Médica Brasileira (AMB) e demais entidades que integram a Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde apóiam a campanha em defesa do anteprojeto de Lei de Iniciativa Popular que busca alterar a Lei Complementar 141/12 que regulamentou a Emenda Constitucional 29 (no que diz respeito ao subfinanciamento do SUS) e tornar possível que 10% da receita bruta corrente da União passe a ser investido exclusivamente na saúde pública.
Para que o projeto chegue às mãos dos parlamentares, você pode ajudar. São necessárias 1,5 milhão de assinaturas (1% do eleitorado nacional) em pelo menos cinco Estados da Federação.
Na avaliação da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde, somente com percentuais fixos de destinação de recursos para a saúde será possível garantir o atendimento no Brasil do artigo 196 da Constituição Federal, que estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado. Só dessa forma será possível colocar a saúde pública na pauta de debates da sociedade brasileira, elegendo a saúde como tema de prioridade nacional?, afirmou o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante.
Íntegra do anteprojeto de lei >> http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Gera ... -saude.pdf
Formulário de assinatura >> http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Gera ... -saude.pdf
Fonte: OAB http://www.abrale.org.br/fique_atualiza ... hp?id=1596
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att, binfa
DOE VIDA, DOE MEDULA!
REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Sou contra gastos fixos por lei exceto como questão de piso (Minimo necessário). E mesmo isso é discutível.
Quanto +engessado fica o orçamento + difícil fica organiza-lo. O orçamento do governo federal por sinal ja é bastante engessado nesse sentido precisando-se de "jeitinho" pra liberar mais do orçamento pra ações que não podem ser previstas ou imediatas.
Verdade que area no Brasil que recebe orçamento adequado é exceção, não a regra! O que torna a tarefa de aumentar os recursos de uma área um ataque as outras tb necessitadas. O que deveria existir são campanhas para se mudar as leis de modo que se aumente a eficiência do gasto público. Isso teria um efeito muito mais benéfico do que apenas depositar dinheiro em um sistema que é, hoje, ineficiente na forma como gasta o dinheiro.
Quanto +engessado fica o orçamento + difícil fica organiza-lo. O orçamento do governo federal por sinal ja é bastante engessado nesse sentido precisando-se de "jeitinho" pra liberar mais do orçamento pra ações que não podem ser previstas ou imediatas.
Verdade que area no Brasil que recebe orçamento adequado é exceção, não a regra! O que torna a tarefa de aumentar os recursos de uma área um ataque as outras tb necessitadas. O que deveria existir são campanhas para se mudar as leis de modo que se aumente a eficiência do gasto público. Isso teria um efeito muito mais benéfico do que apenas depositar dinheiro em um sistema que é, hoje, ineficiente na forma como gasta o dinheiro.
- talharim
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
O Brasil ja gasta muito dinheiro com a saude o problema é o mesmo de sempre corrupçao e incompetencia em todas as esferas de governo .
Esse tipo de inciativa é de uma hipocrisia canalha esse pessoal nunca tem coragem
(os poucos de boa fé) de atacar o problema de frente ou seja cobrar e acompanhar a destinaçao de cada verba e sua correta execuçao .
Corporativismo hipocrita e canalha dessas entidades classistas . Com mais verba a corrupçao aumenta apenas isso .
Esse tipo de inciativa é de uma hipocrisia canalha esse pessoal nunca tem coragem
(os poucos de boa fé) de atacar o problema de frente ou seja cobrar e acompanhar a destinaçao de cada verba e sua correta execuçao .
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"I would rather have a German division in front of me than a French
one behind me."
General George S. Patton.
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Aqui gastamos muito com medicamentos, exames e vacinas importadas. Trabalho em um laboratório, por isso posso citar um exemplo:
Um exame de sorologia para Hepatite B conta com 6 marcadores ao custo de quase 20 reais cada. Quer dizer que um trabalhador comum, caso necessite realizar este exame, gasta mais de R$100,00 só para fechar o diagnóstico. E olha que este valor está abaixo do praticado nos hospitais particulares, por conta da quantidade realizada.
Até pouco tempo atrás nós comprávamos vacinas contra gripe, da Europa. Dessas de campanha que visam idosos e gestantes nas propagandas. Só que além de custar caro importar e não trazer emprego algum pra cá nossos idosos ficam resistentes às cepas europeias, não necessariamente às regionais. Não sei como está a situação agora, mas estou certo que o mesmo ainda ocorre com muitas vacinas e exames.
Quero dizer que o problema pode não ser necessariamente a falta de recursos, mas sim o destino inadequado deles.
Um exame de sorologia para Hepatite B conta com 6 marcadores ao custo de quase 20 reais cada. Quer dizer que um trabalhador comum, caso necessite realizar este exame, gasta mais de R$100,00 só para fechar o diagnóstico. E olha que este valor está abaixo do praticado nos hospitais particulares, por conta da quantidade realizada.
Até pouco tempo atrás nós comprávamos vacinas contra gripe, da Europa. Dessas de campanha que visam idosos e gestantes nas propagandas. Só que além de custar caro importar e não trazer emprego algum pra cá nossos idosos ficam resistentes às cepas europeias, não necessariamente às regionais. Não sei como está a situação agora, mas estou certo que o mesmo ainda ocorre com muitas vacinas e exames.
Quero dizer que o problema pode não ser necessariamente a falta de recursos, mas sim o destino inadequado deles.
- Andre Correa
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
E como resultou a campanha?
Audaces Fortuna Iuvat
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Em nada.Andre Correa escreveu:E como resultou a campanha?
Notícia dessa semana:
Hospitais de Londrina vão às ruas por mais recursos na saúde pública
Representantes dos hospitais filantrópicos de Londrina estarão no Calçadão no próximo sábado (6), durante toda manhã, para coletar assinaturas em apoio ao projeto de lei que destina 10% da receita bruta da União para a saúde pública.
Para que o projeto seja executado, são necessárias, no mínimo, 1,5 milhão de assinaturas de pelo menos cinco Estados. Isso equivale a um por cento do eleitorado nacional.
Na opinião do presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Luis Soares Koury, somente a adesão dos cidadãos poderá reverter a difícil situação financeira dos hospitais filantrópicos.
A Femipa está mobilizando as mais de 60 instituições afiliadas para que participem do movimento e coletem assinaturas em seus municípios.
A ação se repete em todo Paraná, com mais de 80 mil adesões à mobilização do Paraná Saúde +10. O objetivo é chegar a 100 mil assinaturas só aqui no Estado.
Titulo de eleitor
Para participar da mobilização é necessário fornecer dados do título de eleitor – número do título, zona e seção eleitoral. Sem isso, a assinatura no documento não tem validade.
O projeto de lei é uma iniciativa do Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, liderado pela Frente Nacional por Mais Recursos para a Saúde composta por mais de 40 instituições, entre elas o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), com apoio das Federações estaduais.
No Paraná, o movimento é encabeçado pela Secretaria de Estado da Saúde, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems) e o Conselho Estadual de Saúde.
http://londrina.odiario.com/londrina/no ... a-a-saude/
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- Wingate
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Seis mil médicos cubanos virão trabalhar no interior
06 de maio de 2013 | 15h 04
Notícia
LISANDRA PARAGUASSU - Agência Estado
O governo brasileiro se prepara para importar 6 mil médicos cubanos para trabalhar no interior do Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 06, pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. "Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos um grande valor estratégico", informou o ministro.
A vinda dos médicos cubanos começou a ser negociada em janeiro de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff visitou Havana pela primeira vez. A intenção do governo brasileiro é levar os cubanos para trabalhar em cidades do interior do Brasil onde hoje não há atendimento e onde os médicos do País não querem trabalhar.
O Brasil, no entanto, terá que encontrar uma solução para a autorização de trabalho para esses médicos. Hoje, médicos formados no exterior precisam fazer uma prova de revalidação do diploma, o Revalida, em que menos de 10% dos que tentaram nos dois últimos anos foram aprovados. "Ainda estamos finalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil, no sentido de atendimento a regiões particularmente carentes do País", explicou Patriota.
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Wingate
06 de maio de 2013 | 15h 04
Notícia
LISANDRA PARAGUASSU - Agência Estado
O governo brasileiro se prepara para importar 6 mil médicos cubanos para trabalhar no interior do Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 06, pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. "Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos um grande valor estratégico", informou o ministro.
A vinda dos médicos cubanos começou a ser negociada em janeiro de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff visitou Havana pela primeira vez. A intenção do governo brasileiro é levar os cubanos para trabalhar em cidades do interior do Brasil onde hoje não há atendimento e onde os médicos do País não querem trabalhar.
O Brasil, no entanto, terá que encontrar uma solução para a autorização de trabalho para esses médicos. Hoje, médicos formados no exterior precisam fazer uma prova de revalidação do diploma, o Revalida, em que menos de 10% dos que tentaram nos dois últimos anos foram aprovados. "Ainda estamos finalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil, no sentido de atendimento a regiões particularmente carentes do País", explicou Patriota.
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- Túlio
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
É como disse o Talha véio, a gente pode alocar 100% da arrecadação exclusivamente para a Saúde, que diferença será sentida pela população ao ser a maioria GASTO com bobagens e corrupção? Isso não é de hoje nem do PT, vem, como todas as nossas grandes mazelas, BEEEEEEEM do passado...
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Estás implicando com os médicos cubanos que vão trabalhar nos buracos que ninguém quer ir.
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Eu não, podem ser até CHINESES, desde que façam o certo, ou seja PROFILAXIA!
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Os Crm's e o Cfm criticam a medida, mas é fato que em muitos rincões prefeituras oferecem salários de mais de 20 mil e não preenchem as vagas. É claro que junto com os médicos precisa vir uma estrutura decente de trabalho (e não apenas boa remuneração), mas as pessoas carentes (muitas abandonadas a própria sorte ou a mercê de aproveitadores) serão beneficiadas.
- Bourne
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Não adianta ganhar 20 mil por mês e viver em uma cidade que não tem no que gastar ou realizar tarefas desinteressantes. O mesmo problema ocorre com essas novas universidades federais no meio do nada que não atraem docentes qualificados. O resultado contratam graduados que só querem um emprego público, comprometendo a qualidade de ensino e pesquisa.
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Eu perguntei a um amigo médico por que poucos se interessavam por esses empregos no meio do mato. A resposta foi que você ganha dinheiro, mas quando você retorna(porque ninguém vai ficar o resto da vida lá), você é um desconhecido. Tendo em vista que o que dá base a uma carreira de médico são os contatos que você vai fazendo no começo do exercício na profissão, isso é uma desvantagem bem grande.Bourne escreveu:Não adianta ganhar 20 mil por mês e viver em uma cidade que não tem no que gastar ou realizar tarefas desinteressantes. O mesmo problema ocorre com essas novas universidades federais no meio do nada que não atraem docentes qualificados. O resultado contratam graduados que só querem um emprego público, comprometendo a qualidade de ensino e pesquisa.
Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
"Como 6 médicos derrubam 6.000... Cubanos"
Juliana Mynssen
Hoje quase bati meu carro. Na curva próximo a entrada do hospital do plantão. A BandNews anunciava o acordo do governo petista de Dilma, a feia, para a importação de 6.000 médicos para os locais insólitos do País. Porque falta médico..... Porque falta....
Às 6 horas da noite chegava no hospital. Mas o meu plantão só começa às 8...
Estava fugindo do engarrafamento mais cedo quando uma amiga mandou uma mensagem: "o plantão está fogo. Estava entrando numa apendicite e chegou um baleado". E lá foi a Ju atrás de sangue. Ok. O mais sensíveis não podem mais ler.
"Como se opera um baleado de abdome e perna no SUS?" Lições para ...a vida (?.)
Falta sangue. Hoje não tinha nenhuma bolsa de sangue no hospital. Nenhuma.
Falta ortopedista. O estado passa por uma grande crise de contratação - há médicos - mas falta a burocracia para estabelecer contratos de emprego. E falta dinheiro para concursos públicos com salários dignos. E aí, estão em casa... Esperando resolver.
E aí o chefe da ortopedia veio de casa para operar o paciente.
Faltam fios cirúrgicos. Falta antibiótico. Falta vaga no CTI. E o centro cirúrgico vira pós-operatório, cheio de pacientes aguardando uma vaga no CTI...
E aí, eu estava esperando a circulante de sala voltar com material, cirurgia parada, e reclamei (aahh como reclamo!) que faltavam mais circulantes na sala com um paciente grave!
Eram 2 anestesistas, 2 cirurgiões gerais, 01 cirurgião vascular, 01 cirurgião instrumentando (é, grande parte do SUS não paga por instrumentadoras, então o médico faz esse outro papel), 01 ortopedista no lado de fora e outra equipe de 02 cirurgiões na emergência.
E aí disse.... "Eu tenho 6 médicos em sala e só uma circulante para fazer tudo??" (6 e 1/2, Ortopedista é café-com-leite, né?). E quando penso em sair... "Nãooo sua louca, lá fora os outros estão pior!"
Só me resta perguntar: importaremos de Cuba também macas? Fios? Antibióticos (hiii a Anvisa...)? Enviaremos pacientes para os CTIs de lá? (Já vejo a FAB envolvida..) E sobre regras de transfundir sangue cubano por aqui? Aahh, conheço alguém na "Comissão dos Direitos Humanos" que vai adorar esse tema!
Os Castros vão fornecer o quê mais?
Falta dignidade. Falta salários. Falta gente (brasileira) capacitada e bem-formada. Vamos falar do interior? Dos locais inóspitos? Faltam estradas para ambulâncias. Falta água e saneamentos para as doenças infecto-contagiosas. Falta o povo saber ler a receita médica. Estive no Pará para treinar médicos com o ATLS. Tinham médicos lá. Mas na cidade, faltou luz e demos aula no gerador.
Revalidar o diploma de médicos estrangeiros não é o problema. Precisamos revalidar o diploma de quem rege o nosso país. Mas, como Lula nunca se importou mesmo com Educação, isso não deve ser importante.
Falta muita coisa.... Ah, se não falta. Tadinha de Cuba. Uma ilha tão pequena para resolver a carência de tanta coisa... Quando souber no que se meteu.... Haja charutos!
Repasso para reflexão de todos, principalmente daqueles que acreditam nos argumentos vigentes da Política de Saúde Pública de Dilma!
Juliana Mynssen
Hoje quase bati meu carro. Na curva próximo a entrada do hospital do plantão. A BandNews anunciava o acordo do governo petista de Dilma, a feia, para a importação de 6.000 médicos para os locais insólitos do País. Porque falta médico..... Porque falta....
Às 6 horas da noite chegava no hospital. Mas o meu plantão só começa às 8...
Estava fugindo do engarrafamento mais cedo quando uma amiga mandou uma mensagem: "o plantão está fogo. Estava entrando numa apendicite e chegou um baleado". E lá foi a Ju atrás de sangue. Ok. O mais sensíveis não podem mais ler.
"Como se opera um baleado de abdome e perna no SUS?" Lições para ...a vida (?.)
Falta sangue. Hoje não tinha nenhuma bolsa de sangue no hospital. Nenhuma.
Falta ortopedista. O estado passa por uma grande crise de contratação - há médicos - mas falta a burocracia para estabelecer contratos de emprego. E falta dinheiro para concursos públicos com salários dignos. E aí, estão em casa... Esperando resolver.
E aí o chefe da ortopedia veio de casa para operar o paciente.
Faltam fios cirúrgicos. Falta antibiótico. Falta vaga no CTI. E o centro cirúrgico vira pós-operatório, cheio de pacientes aguardando uma vaga no CTI...
E aí, eu estava esperando a circulante de sala voltar com material, cirurgia parada, e reclamei (aahh como reclamo!) que faltavam mais circulantes na sala com um paciente grave!
Eram 2 anestesistas, 2 cirurgiões gerais, 01 cirurgião vascular, 01 cirurgião instrumentando (é, grande parte do SUS não paga por instrumentadoras, então o médico faz esse outro papel), 01 ortopedista no lado de fora e outra equipe de 02 cirurgiões na emergência.
E aí disse.... "Eu tenho 6 médicos em sala e só uma circulante para fazer tudo??" (6 e 1/2, Ortopedista é café-com-leite, né?). E quando penso em sair... "Nãooo sua louca, lá fora os outros estão pior!"
Só me resta perguntar: importaremos de Cuba também macas? Fios? Antibióticos (hiii a Anvisa...)? Enviaremos pacientes para os CTIs de lá? (Já vejo a FAB envolvida..) E sobre regras de transfundir sangue cubano por aqui? Aahh, conheço alguém na "Comissão dos Direitos Humanos" que vai adorar esse tema!
Os Castros vão fornecer o quê mais?
Falta dignidade. Falta salários. Falta gente (brasileira) capacitada e bem-formada. Vamos falar do interior? Dos locais inóspitos? Faltam estradas para ambulâncias. Falta água e saneamentos para as doenças infecto-contagiosas. Falta o povo saber ler a receita médica. Estive no Pará para treinar médicos com o ATLS. Tinham médicos lá. Mas na cidade, faltou luz e demos aula no gerador.
Revalidar o diploma de médicos estrangeiros não é o problema. Precisamos revalidar o diploma de quem rege o nosso país. Mas, como Lula nunca se importou mesmo com Educação, isso não deve ser importante.
Falta muita coisa.... Ah, se não falta. Tadinha de Cuba. Uma ilha tão pequena para resolver a carência de tanta coisa... Quando souber no que se meteu.... Haja charutos!
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
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Re: Campanha da Frente Nacional por Mais Recursos para a Saú
Saúde e Hipocrisia
Publicado em 23 de maio de 2013 por Coluna do Leitor em Coluna do Leitor com 5 Comentários
Esse texto que segue foi originalmente divulgado no facebook pela autora. Por ter o ponto-de-vista de uma profissional de saúde, creio ser extremamente relevante quanto à questão da importação de médicos cubanos (apenas cubanos, ora pois! ). O excelente texto é de Kátia Schmidt Filgueiras.
Saúde e Hipocrisia
Acompanhando a polêmica decisão do governo Federal de trazer médicos cubanos para atuarem no Brasil decidi, como médica, fazer algumas reflexões. Esqueçamos, por ora, as mesquinharias e cacoetes ideológicos. A questão é mais ampla e menos simplória. Medicina não é sacerdócio. Medicina é profissão. Trabalhamos por dinheiro, sim. Como jornalistas, domésticas, metalúrgicos, engenheiros e recicladores. Queremos ser bem remunerados. Somos filhinhos de papai mesquinhos, dizem alguns. Fizemos um juramento, sim. A maioria de nós preza por ele. Alguns, infelizmente não. Lamentemos por estes. Não juramos, em nenhum momento, ter de mendigar um leito de UTI para um paciente infartado. Mas mendigamos. Não juramos, que recordemos, ter de suplicar a gestores (políticos que deviam jurar o mínimo de respeito por seu povo) por uma tomografia para uma criança com suspeita câncer. Mas imploramos. E com que frequência e revolta imploramos! Não juramos ter de escolher, em uma emergência lotada com mais de cinquenta pessoas (sentadas em cadeiras, mal acomodadas em macas) qual dessas pobres almas terá direito ao único leito disponível naquele dia para internação. Mas escolhemos. Como em um maldito campo de guerra, escolhemos.
A dor e revolta dessas nefastas escolhas marcam um profissional por toda vida. Mas alguém tem de fazer. E nós juramos que faríamos, da melhor forma possível. E fazemos. Carregamos, e carregaremos a cada dia, o peso de nossas escolhas. Somos mercenários. Queremos remuneração justa pelos longos e árduos anos de estudo e pelo peso e responsabilidade de nossas escolhas e decisões. Suportamos, juntamente com todos os outros dignos profissionais da linha de frente da saúde pública, o peso de um sistema de saúde ineficiente, onde faltam recursos, leitos, remédios, exames, mas sobra corrupção e desvio de verbas. Somos filhinhos de papai, mimados. Preferimos trabalhar em médios e grandes centros urbanos, com melhor e mais fácil acesso a exames, tecnologia, informação e educação permanente. Queremos qualidade de vida também. Somos gente mesquinha, diferente de engenheiros, jornalistas, pedreiros, faxineiras e políticos. Os cubanos, ao que se divulga com alarido, são mais dignos que nós, médicos brasileiros. Afinal eles trabalham, segundo mostra a mídia reacionária, por menos de 300 reais por mês em seu país. E nem reclamam. Fazem isso por pura devoção ou sacerdócio, com certeza. Nenhum temor à repressão, ou à falta de perspectiva de seu país de regime totalitário.
Como médica que trabalha exclusivamente para o SUS e em um município do interior – por escolha e apesar das adversidades – torço por eles, os cubanos. E pelo Brasil. O país, e seu governo, que escolheu construir estádios de futebol e vender ao mundo a imagem de um país próspero que pode se dar ao luxo de esbanjar recursos públicos em futilidades e alegorias, enquanto seu povo agoniza em emergências lotadas e onde seus fúteis e desumanos médicos têm de mendigar remédios e exames a cada dia. Tomara que os cubanos não se arrependam de suas escolhas. Eu continuo escolhendo lutar pelo Brasil, apesar das adversidades e retaliações (pasmem alguns, elas também existem por aqui).
Aos que me acusarão de ser contra os cubanos e de que os médicos são mercenários e que lucram com a falência do SUS, reforço: torço pelos cubanos. Gostaria que eles pudessem experimentar um regime democrático (enquanto nós ainda temos um). Gostaria de ver um programa de incentivo a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil. Não importa a nacionalidade. Não vejo nenhum problema nisso e não me sinto ameaçada por isso. Apenas exijo a revalidação de diploma. Eu, médica brasileira, com residência e pós-graduação, preciso revalidar meu diploma em qualquer país em que queira atuar. É a prática de toda nação séria para assegurar a seus cidadãos que os médicos estrangeiros têm a qualificação mínima para atender a sua população. Nada mais justo e criterioso. Um Estado precisa zelar pela saúde de seus filhos. Quanto a preferência dos médicos por atuarem em centros maiores, essa é uma lógica que rege qualquer profissão. Todos querem morar e atuar em municípios de fácil acesso, com asfalto, comércio, cultura e outras futilidades. Os médicos querem, ainda mais, estar perto do acesso a exames, consultorias com especialistas e tecnologia diagnóstica e terapêutica de ponta. O Brasil precisa de prevenção sim! Eu sou dedicação exclusiva ao SUS. Não trabalho na rede privada. Faço medicina preventiva, e muito! Mas hoje em dia prevenção não é mais ensinar a lavar as mãos ou dar remédios para vermes. Precisamos de exames para diagnóstico precoce de doenças crônicas. Precisamos de consultoria com especialistas. Isso é o que está escrito em qualquer artigo científico médico das maiores e mais renomada revistas cientificas da área. E não se iludam os que não atendem no SUS, nosso povo precisa de medicina diagnóstica e curativa também. É aí que o sistema falha, engargala. Para estimular que médicos residam e atuem em pequenos e médios municípios é preciso ações amplas e GOVERNAMENTAIS de incentivo. Como o projeto de interiorização de médicos formados em faculdades públicas. Como a pontuação em prova de residência médica para recém-formados que atuem em pequenos municípios. Como a proposta lançada há anos pelos conselhos de medicina, sindicatos e até em Conferências de Saúde, de um projeto de criação de emprego público para médicos do SUS, nos moldes do Ministério Público e Judiciário, onde o médico ingressaria na carreira pública atuando em pequenos municípios e iria gradativamente ascendendo para municípios maiores, se fosse de sua vontade. Tudo, sem hipocrisia, com salários dignos. Na balança de qualquer profissional pesam o desgaste e responsabilidade de sua profissão, a remuneração que recebem, suas condições de trabalho e moradia e a qualidade de vida para ele e sua família. Não sou defensora árdua da classe médica. Faço, fiz e continuarei fazendo críticas à categoria, quando merecidas. E inúmeras vezes são merecidas. Mas propostas demagógicas, simplórias e falhas de sustentação prática não vão resolver o problema de saúde do Brasil. Nem dos cubanos. Quero qualidade de saúde para todos os brasileiros. Quero dignidade na profissão para todos os médicos e profissionais de saúde. Não gosto de ver um doente com suspeita de câncer esperar 6 meses por um diagnóstico. Revolto-me com isso, como a maioria dos médicos. Essa tragédia diária, que indigna e espanta aos profissionais do SUS, os cubanos, irlandeses ou canadenses, não vão evitar. Ela está aí. Só uma sociedade que grite e lute junta, médicos e usuários do SUS, podem mudar. O resto é falácia. Como Uma Ilha de Fantasias.
Kátia Schmidt Filgueras. Médica de Família e Comunidade. Pós graduada em Saúde Coletiva e Saúde da Família. Atuando há 12 anos na Estratégia Saúde da Família de Erechim-RS.
http://reaconaria.org/colunas/colunadol ... ipocrisia/
Publicado em 23 de maio de 2013 por Coluna do Leitor em Coluna do Leitor com 5 Comentários
Esse texto que segue foi originalmente divulgado no facebook pela autora. Por ter o ponto-de-vista de uma profissional de saúde, creio ser extremamente relevante quanto à questão da importação de médicos cubanos (apenas cubanos, ora pois! ). O excelente texto é de Kátia Schmidt Filgueiras.
Saúde e Hipocrisia
Acompanhando a polêmica decisão do governo Federal de trazer médicos cubanos para atuarem no Brasil decidi, como médica, fazer algumas reflexões. Esqueçamos, por ora, as mesquinharias e cacoetes ideológicos. A questão é mais ampla e menos simplória. Medicina não é sacerdócio. Medicina é profissão. Trabalhamos por dinheiro, sim. Como jornalistas, domésticas, metalúrgicos, engenheiros e recicladores. Queremos ser bem remunerados. Somos filhinhos de papai mesquinhos, dizem alguns. Fizemos um juramento, sim. A maioria de nós preza por ele. Alguns, infelizmente não. Lamentemos por estes. Não juramos, em nenhum momento, ter de mendigar um leito de UTI para um paciente infartado. Mas mendigamos. Não juramos, que recordemos, ter de suplicar a gestores (políticos que deviam jurar o mínimo de respeito por seu povo) por uma tomografia para uma criança com suspeita câncer. Mas imploramos. E com que frequência e revolta imploramos! Não juramos ter de escolher, em uma emergência lotada com mais de cinquenta pessoas (sentadas em cadeiras, mal acomodadas em macas) qual dessas pobres almas terá direito ao único leito disponível naquele dia para internação. Mas escolhemos. Como em um maldito campo de guerra, escolhemos.
A dor e revolta dessas nefastas escolhas marcam um profissional por toda vida. Mas alguém tem de fazer. E nós juramos que faríamos, da melhor forma possível. E fazemos. Carregamos, e carregaremos a cada dia, o peso de nossas escolhas. Somos mercenários. Queremos remuneração justa pelos longos e árduos anos de estudo e pelo peso e responsabilidade de nossas escolhas e decisões. Suportamos, juntamente com todos os outros dignos profissionais da linha de frente da saúde pública, o peso de um sistema de saúde ineficiente, onde faltam recursos, leitos, remédios, exames, mas sobra corrupção e desvio de verbas. Somos filhinhos de papai, mimados. Preferimos trabalhar em médios e grandes centros urbanos, com melhor e mais fácil acesso a exames, tecnologia, informação e educação permanente. Queremos qualidade de vida também. Somos gente mesquinha, diferente de engenheiros, jornalistas, pedreiros, faxineiras e políticos. Os cubanos, ao que se divulga com alarido, são mais dignos que nós, médicos brasileiros. Afinal eles trabalham, segundo mostra a mídia reacionária, por menos de 300 reais por mês em seu país. E nem reclamam. Fazem isso por pura devoção ou sacerdócio, com certeza. Nenhum temor à repressão, ou à falta de perspectiva de seu país de regime totalitário.
Como médica que trabalha exclusivamente para o SUS e em um município do interior – por escolha e apesar das adversidades – torço por eles, os cubanos. E pelo Brasil. O país, e seu governo, que escolheu construir estádios de futebol e vender ao mundo a imagem de um país próspero que pode se dar ao luxo de esbanjar recursos públicos em futilidades e alegorias, enquanto seu povo agoniza em emergências lotadas e onde seus fúteis e desumanos médicos têm de mendigar remédios e exames a cada dia. Tomara que os cubanos não se arrependam de suas escolhas. Eu continuo escolhendo lutar pelo Brasil, apesar das adversidades e retaliações (pasmem alguns, elas também existem por aqui).
Aos que me acusarão de ser contra os cubanos e de que os médicos são mercenários e que lucram com a falência do SUS, reforço: torço pelos cubanos. Gostaria que eles pudessem experimentar um regime democrático (enquanto nós ainda temos um). Gostaria de ver um programa de incentivo a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil. Não importa a nacionalidade. Não vejo nenhum problema nisso e não me sinto ameaçada por isso. Apenas exijo a revalidação de diploma. Eu, médica brasileira, com residência e pós-graduação, preciso revalidar meu diploma em qualquer país em que queira atuar. É a prática de toda nação séria para assegurar a seus cidadãos que os médicos estrangeiros têm a qualificação mínima para atender a sua população. Nada mais justo e criterioso. Um Estado precisa zelar pela saúde de seus filhos. Quanto a preferência dos médicos por atuarem em centros maiores, essa é uma lógica que rege qualquer profissão. Todos querem morar e atuar em municípios de fácil acesso, com asfalto, comércio, cultura e outras futilidades. Os médicos querem, ainda mais, estar perto do acesso a exames, consultorias com especialistas e tecnologia diagnóstica e terapêutica de ponta. O Brasil precisa de prevenção sim! Eu sou dedicação exclusiva ao SUS. Não trabalho na rede privada. Faço medicina preventiva, e muito! Mas hoje em dia prevenção não é mais ensinar a lavar as mãos ou dar remédios para vermes. Precisamos de exames para diagnóstico precoce de doenças crônicas. Precisamos de consultoria com especialistas. Isso é o que está escrito em qualquer artigo científico médico das maiores e mais renomada revistas cientificas da área. E não se iludam os que não atendem no SUS, nosso povo precisa de medicina diagnóstica e curativa também. É aí que o sistema falha, engargala. Para estimular que médicos residam e atuem em pequenos e médios municípios é preciso ações amplas e GOVERNAMENTAIS de incentivo. Como o projeto de interiorização de médicos formados em faculdades públicas. Como a pontuação em prova de residência médica para recém-formados que atuem em pequenos municípios. Como a proposta lançada há anos pelos conselhos de medicina, sindicatos e até em Conferências de Saúde, de um projeto de criação de emprego público para médicos do SUS, nos moldes do Ministério Público e Judiciário, onde o médico ingressaria na carreira pública atuando em pequenos municípios e iria gradativamente ascendendo para municípios maiores, se fosse de sua vontade. Tudo, sem hipocrisia, com salários dignos. Na balança de qualquer profissional pesam o desgaste e responsabilidade de sua profissão, a remuneração que recebem, suas condições de trabalho e moradia e a qualidade de vida para ele e sua família. Não sou defensora árdua da classe médica. Faço, fiz e continuarei fazendo críticas à categoria, quando merecidas. E inúmeras vezes são merecidas. Mas propostas demagógicas, simplórias e falhas de sustentação prática não vão resolver o problema de saúde do Brasil. Nem dos cubanos. Quero qualidade de saúde para todos os brasileiros. Quero dignidade na profissão para todos os médicos e profissionais de saúde. Não gosto de ver um doente com suspeita de câncer esperar 6 meses por um diagnóstico. Revolto-me com isso, como a maioria dos médicos. Essa tragédia diária, que indigna e espanta aos profissionais do SUS, os cubanos, irlandeses ou canadenses, não vão evitar. Ela está aí. Só uma sociedade que grite e lute junta, médicos e usuários do SUS, podem mudar. O resto é falácia. Como Uma Ilha de Fantasias.
Kátia Schmidt Filgueras. Médica de Família e Comunidade. Pós graduada em Saúde Coletiva e Saúde da Família. Atuando há 12 anos na Estratégia Saúde da Família de Erechim-RS.
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