Turquia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Turquia

#16 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 08, 2012 6:12 pm

marcelo l. escreveu:janízaros
Niki Gamm

http://www.hurriyetdailynews.com/the-co ... sCatID=438

Até a queda do otomanos, a infantaria do Império Otomano saber como o corpo de janízaros foi o mais disciplinado, dedicado máquina de combate que o mundo tinha visto. Na verdade, ninguém sabe exatamente quando o corpo foi estabelecido, embora seja atribuída a Alaeddin Sultan Orhan I, irmão de algum tempo, durante o reinado do primeiro de 1326-1359. A razão por trás da fundação dos janízaros era a necessidade do sultão otomano por um exército próprio como ele conquistou mais e mais de Anatólia e mudou-se para a Trácia. Quanto à composição dos janízaros, foi decidido que esses soldados seriam recrutados ortodoxa cristãos e, no processo, foram feitos escravos e obrigados a se converter ao Islã e ser circuncidado. Este foi realmente contra a lei islâmica, mas não parece ter perturbado os turcos otomanos, uma vez que viu a necessidade de uma força disciplinada leais ao sultão

cont.

Não é preciso Googlar, há textos em bom Português sobre o tema, como o deste esplêndido Blog:

http://darozhistoriamilitar.blogspot.co ... manos.html




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Re: Turquia

#17 Mensagem por marcelo l. » Sáb Dez 08, 2012 6:24 pm

Vlw, eu não conhecia esse blog, esse aí é de uma série que sai no jornal turco da Niki Gamm
(http://www.hurriyetdailynews.com/taste- ... pageID=458)

E falando no jornal e a história, o filme Magnificent Century foi preterido para passar na "Turkey Air".




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Re: Turquia

#18 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 08, 2012 10:54 pm

Vale a pena, Marcelo, estou lendo ele o dia todo, cada tema legal! :D :D :D :D

Estou aprendendo de monte - o autor é Mestre em História Militar. Por exemplo, sabias que os oficiais do EB que foram à Alemanha no começo do século passado eram chamados de "Jovens Turcos", numa analogia com os próprios, que saíram da Alemanha e reformaram as FFAA e sistema político da Turquia? Só que aqui não foi bem assim, claro...




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Re: Turquia

#19 Mensagem por marcelo l. » Seg Dez 24, 2012 11:09 am

http://www.hurriyetdailynews.com/the-my ... sCatID=406

Autocracia é definido como "regra de um homem só", mas autocracia nunca é um produto da política de "um homem", ou seja, o autocrata si mesmo. O que torna-se uma autocracia é o entendimento autoritário da política por muitos.História moderna tem mostrado que as pessoas são muitas vezes inclinados a apoiar uma liderança forte, escolha estabilidade a incerteza e optar por segurança sobre a liberdade. Além disso, o líder centrados-política prometem mais oportunidades para aqueles que buscam gratificação política e econômica instantânea e por carreiristas de todos os tipos.

Para muitos, sempre foi mais difícil e incerto para ser promovido sob as condições de concorrência meritocrática. Sempre foi mais fácil de alcançar uma carreira de apreço e lisonjeiro um homem que é capaz de tudo. Pode não ter sempre ganhos pessoais, mas também ideais políticos que podem ser alcançados por um líder forte. Este é o fundamento da compreensão autoritária da política, e este é o caso atual na política turca. primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan nunca precisava para esconder seu entendimento político autoritário, ou - para dizer o mínimo - ". compreensão peculiar da democracia" a sua.

No entanto, por um lado, os democratas chamados de a Turquia não reconhecer este fato, e, de outro, seus defensores não pressionam por mais liberdades. Primeiro de tudo, era democratas que apoiaram forte liderança e poder político forte, paradoxalmente, para atingir a "democratização". Quanto a aliados conservadores, o problema fundamental é apenas significou a eliminação da hegemonia secularista. semana passada, mais uma vez, sem rodeios Erdogan expressou sua entendimento político, afirmando que "o sistema está errado desde o início e separação dos poderes significa, simplesmente, um obstáculo", em um discurso público. No entanto, desta vez, foi tão contundente que, mesmo que ele próprio precisava modificar suas palavras em uma entrevista de TV. No entanto, ele pode não precisar dar um passo atrás de suas palavras, já que não seria uma reação muito forte, mesmo que ele não o fez. Não há ninguém mesmo entre os principais políticos do partido do governo que se sentem corajosos o suficiente para discordar dele. Não há quase ninguém na mídia, nas universidades e na sociedade civil que se atrevem a ser seriamente crítico do primeiro-ministro. Não, eu não quero ser injusto com Erdogan, criticando sua política autoritária. É quem escolhe o seu bem-estar e as carreiras mais de questões de princípio que criam um autocrata, e não vice-versa. O poder político pessoal de um homem é um mito e, de fato, é o conformismo e o oportunismo que cria esse mito.




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Re: Turquia

#20 Mensagem por marcelo l. » Qua Dez 26, 2012 5:06 pm

Túlio escreveu:Vale a pena, Marcelo, estou lendo ele o dia todo, cada tema legal! :D :D :D :D

Estou aprendendo de monte - o autor é Mestre em História Militar. Por exemplo, sabias que os oficiais do EB que foram à Alemanha no começo do século passado eram chamados de "Jovens Turcos", numa analogia com os próprios, que saíram da Alemanha e reformaram as FFAA e sistema político da Turquia? Só que aqui não foi bem assim, claro...
Tem a H-Net (http://www.h-net.org/) faz tempo que não leio nada, mas tem muita coisa, desde resumos, resenhas, ideias soltas etc... Quem quer pesquisar sobre um tema sempre ajuda.

A melhor definição do trabalho do historiador foi de uma resenha, que dizia:

"the glory of the work of these historians is that the right of the dead to have their pain and suffering taken seriously is being honored. It is not for history to supply us with a sense of history. Life always supplies us with a sense of history. It is for history to supply us with a sense of life".




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Re: Turquia

#21 Mensagem por marcelo l. » Sex Dez 28, 2012 10:31 am

Turquia, sempre tem notícia de censura, e mundo muçulmano de boicote e reclamações quando sai um filme de Hollywood sobre a história do mundo, mas com o filme mais assistido turco do ano foi diferente, Feith 1453, que narra a conquista de Istambul pelo sultão Mehmed II apesar de um bom filme histórico e o sucesso foi visto com resistência por grupos cristãos que consideraram-no um panfleto de conquista.

Na Alemanha, associações de cristãos da cidade de Colonia fizeram campanha para boicotar o filme, com o lema que "os turcos deveriam ter vergonha do que fizeram com os cristãos no passado, em vez de celebrar a Conquista de Istambul". :lol: :lol:

A revista semanal grega Para Proto Thema sintetizou o pensamento grego que descreveu o filme como "propaganda conquista pela turcos ", em reportagem publicada em seu site. "Os invasores turcos apresentam-se como governantes do mundo" e "mostra os assassinatos em massa de gregos e pilhagem da terra pelos turcos". Da para ver que eles não assistiram a única pilhagem e estupro são dos próprios gregos na parte que narra como o construtor do gigantesco canhão conhece a filha adotiva.

Se procurar na Internet vai ter mais chororo.




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Re: Turquia

#22 Mensagem por marcelo l. » Qua Jan 09, 2013 9:21 am

On his visit to Tripoli, Turkey’s Minister for Energy and Natural Resources, Taner Yildiz (pictured), said he wants to buy 10 million barrels of oil a year from Libya.
Turkey already buy 7 million barrels (one million tonnes) of Libyan oil a year, following an agreement in June, but the minister stated:
“We can meet the oil demand (from) Libya now that supply from Iran is decreasing … The amount of oil we buy from there may increase to over a million tonnes.”
Turkey wants to move away from Iran as a supplier, due to the US and EU sanctions against Iran, but the Minister also said that he would extend (but not increase) purchases of crude oil from Iran.
According to Reuters, the state-run Turkish Petroleum International Company (TPIC), which explores for hydrocarbons overseas, is seeking 1 million tonnes of Libyan crude in exchange for the offshore exploration work it is doing for Tripoli.
(Sources: Libya Herald, Reuters)

http://www.libya-businessnews.com/2013/ ... l-imports/




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Re: Turquia

#23 Mensagem por Lirolfuti » Qui Fev 28, 2013 2:09 pm

Por petróleo e contra o Irã, Turquia busca aumentar influência no Crescente Fértil

O segredo mais aberto em Ancara é o de que a Turquia detesta o Irã, que ele vê como minando seus interesses na Síria e no Iraque. Os líderes turcos não reconhecerão isso publicamente, pois seu país precisa desesperadamente do petróleo e do gás natural iranianos para dar continuidade ao seu crescimento econômico fenomenal.

Mas Ancara cada vez mais considera tanto o Iraque quanto a Síria como arenas de um conflito indireto com o Irã; no primeiro, a Turquia apoia os árabes sunitas e os curdos contra o governo central em Bagdá, sob o primeiro-ministro xiita Nuri Kamal al Maliki, visto pela Turquia como um fantoche iraniano; no segundo, Ancara apoia os rebeldes contra o regime Assad apoiado por Teerã.

A Turquia respondeu ao desafio do Irã desenvolvendo influência no norte tanto do Iraque quanto da Síria. Isso sinaliza a ascensão de uma política turca ainda não declarada no Oriente Médio: antecipando a descentralização da Síria pós-Assad e esperando tirar proveito do norte curdo autônomo do Iraque, a Turquia está criando um "cordão sanitário" por todo o norte do Crescente Fértil, construindo influência entre a população curda assim como em grandes centros comerciais como Aleppo e Mosul.

Quando a Turquia decidiu estreitar seus laços com seus vizinhos muçulmanos há cerca de uma década, ela esperava que essas relações ajudariam a reforçar a estabilidade no Iraque e melhorar os laços políticos com a Síria e o Irã.

Mas as rebeliões árabes tornaram esses planos obsoletos. Inicialmente, Ancara deu ao regime Assad o conselho de amigo para que parasse de matar civis. Mas o regime de Damasco se recusou e a posição da Turquia mudou em agosto de 2011: Ancara passou de uma vizinha amistosa de Assad a sua principal adversária. A Turquia começou a fornecer refúgio para a oposição síria e, segundo reportagens da mídia, até mesmo a armar os rebeldes.

Essa política colocou Ancara e Teerã, o benfeitor de Assad, como principais rivais na Síria. Isso, por sua vez, exacerbou a disputa no Iraque, onde Ancara apoiou o bloco secular Iraqiya de Ayad Allawi nas eleições de 2010, envenenando as relações com Maliki.

Após a reeleição de Maliki, Ancara buscou laços mais estreitos com os árabes sunitas e curdos no norte do Iraque. O volume de comércio da Turquia com o norte do Iraque subiu para US$ 8 bilhões por ano, em comparação a apenas US$ 2 bilhões com o sul do país, e Ancara está buscando acordos lucrativos de petróleo com os curdos iraquianos.

Resumindo, apesar de todos os propósitos práticos, o norte do Iraque se tornou parte da esfera de influência turca. Isso é especialmente surpreendente, considerando que há apenas poucos anos a hostilidade turca em relação aos líderes curdos iraquianos parecia prestes a resultar em uma invasão turca na região.

Hoje, entretanto, a Turkish Airlines oferece voos diários para Sulaymaniyah e Erbil, dentro do Governo Regional do Curdistão no norte do Iraque, e os curdos iraquianos passam férias em Antalya, um resort turco no Mediterrâneo.

Mosul, uma província de maioria sunita no norte do Iraque, também está se inclinando para Ancara. A Turquia atualmente fornece refúgio para Tariq al Hashimi, o vice-presidente sunita do Iraque, cujo mandado de prisão se tornou motivo de mobilização para muitos sunitas. Ao mesmo tempo, os laços históricos entre Mosul e a Turquia, que datam do Império Otomano, estão sendo ressuscitados: quando visitei Gaziantep, uma cidade no sul da Turquia, meu hotel estava cheio de empresários árabes de Mosul.

Antes do início do levante sírio, um desdobramento semelhante estava ocorrendo em Aleppo, outra cidade do Crescente Fértil que desfrutava de laços comerciais profundos com a Turquia durante o Império Otomano.

Localizada a apenas 42 quilômetros da fronteira, Aleppo se tornou um centro de empresas turcas no norte da Síria, e sem dúvida o forte apoio fornecido pelos turcos aos rebeldes no norte da Síria aumentará a influência da Turquia na cidade após o fim do regime Assad (e não é por acaso que as maiores áreas contíguas controladas pelos rebeldes na Síria ficam em torno de Aleppo).

A parte que faltava para a influência potencial da Turquia no norte do Crescente Fértil era os curdos sírios –até o anúncio pela Turquia de negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Esse grupo, que está em guerra com a Turquia há mais de três décadas, também é conhecido como sendo o movimento mais bem organizado entre os curdos sírios.

Ancara espera que as negociações de paz com o PKK ajudem a sanar a animosidade com os curdos sírios. De fato, a Turquia alterou sua política para o Oriente Médio: ela agora vê os curdos como a base de sua zona de influência por todo o norte do Crescente Fértil.

Mas nem tudo é um mar de rosas para a Turquia. As negociações de paz com o PKK podem fracassar, levando os rejeicionistas do PKK para os braços do Irã ou até mesmo de Bagdá. Também há a ameaça emergente de permitir a presença de radicais no norte da Síria. Trata-se de um jogo perigoso, pois assim que o regime Assad cair, a Turquia poderia se ver com um problema de jihadistas em sua recém adquirida esfera de influência.

*Soner Cagaptay é diretor do Programa de Pesquisa Turca do Instituto Washington para Políticas do Oriente Próximo e autor de "Turkey Rising: 21st Century's First Muslim Power".
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... rquia.html




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Re: Turquia

#24 Mensagem por Lirolfuti » Qui Mar 07, 2013 1:48 pm

Avançam as negociações para acabar com longo conflito entre turcos e curdos.

Quando três importantes ativistas curdas foram assassinadas em Paris em janeiro, os analistas temiam que os assassinatos fariam descarrilhar as incipientes negociações de paz, iniciadas no final do ano passado. Parece ter acontecido exatamente o contrário, à medida que ambos os lados avançaram com mais determinação para acabar com um dos conflitos mais difíceis da região, que já tirou cerca de 40 mil vidas ao longo de quase três décadas.

O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan se tornou um defensor tão contumaz da paz que disse que beberia "veneno cicuta" se fosse necessário para acabar com as hostilidades.

Seu adversário nominal, o líder militante curdo Abdullah Ocalan, divulgou recentemente uma carta de sua cela na prisão pedindo um cessar-fogo em março e a retirada de guerrilheiros do território turco até agosto.

Erdogan, frustrado com a capacidade limitada da Turquia para moldar as revoluções do mundo árabe e enfrentando uma reação negativa em seu país por ter apoiado os rebeldes na sangrenta guerra civil da Síria, mudou de postura e passou a buscar a paz em seu próprio quintal. Se derem frutos, as conversações fortalecerão a posição da Turquia como potência regional, polindo o legado de Erdogan como pacificador e, talvez, impulsionando à presidência no próximo ano.

"Se as negociações forem bem sucedidas, ele receberia um dividendo de paz, como o líder que finalmente trouxe a paz para a Turquia, após três décadas de conflitos internos", disse Sinan Ulgen, presidente do Centro de Estudos de Política Econômica e Externa, uma organização de pesquisa em Istambul, e ex-diplomata turco.

Analistas descreveram as conversas de paz com Ocalan, fundador do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que é considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos e a Europa, como históricas e essenciais se a Turquia quiser realizar suas ambições de se tornar uma potência regional e mundial como uma nação muçulmana próspera e democrática.

Muitos também veem um motivo político para Erdogan
De acordo com este ponto de vista, Erdogan se viu sem os votos necessários no Parlamento para fazer mudanças constitucionais para criar uma presidência mais forte, o cargo que ele poderia buscar na eleição do próximo ano. Ele está apostando que o processo de paz atrairá apoio suficiente de parlamentares curdos para alterar a Constituição.

"Essa é a sua única esperança agora para conseguir a mudança para um sistema presidencial", disse Ulgen.
O vazamento de minutas de uma reunião recente com Ocalan na prisão, em que o líder guerrilheiro ameaçou com mais guerra caso o primeiro-ministro não conseguisse cumprir as demandas de maiores direitos para os curdos, causou um alvoroço nos meios de comunicação turcos, e alguns comentaristas sugeriram que as declarações provocativas podem complicar as negociações de paz.

Colocando a política nacional de lado, em Diyarbakir, a alma da região curda da Turquia e um mundo distante da Istambul cosmopolita, as esperanças de paz, embora reais, são temperadas por traumas de guerra acumulados e ressentimentos contra um estado que durante décadas negou aos curdos sua identidade.

Em um dia frio de janeiro, homens mais velhos dessa antiga cidade de muros de pedra de basalto e grandes mesquitas esperavam mais um enterro de um guerrilheiro. Era um lembrete de que, apesar de todas as conversas de paz, a guerra ainda existe.

"Por 30 anos, o estado matou meu povo e negou a minha língua", disse Kudbettin Yas, 60. "Mas hoje quando eu for ao enterro, cantarei pela paz. Ainda tenho esperança de paz."

Embora a tortura, os desaparecimentos e as execuções extrajudiciais da campanha de contraterrorismo da Turquia da década de 1990 tenham em grande parte parado, milhares de ativistas curdos estão em prisões sob acusações de terrorismo por se engajarem em atividades políticas pacíficas.

"Há muitas coisas que queremos dizer, mas assim que falamos somos colocados na prisão", disse um homem no enterro, explicando que até mesmo falar com um repórter de jornal sobre sua raiva contra o Estado poderia colocá-lo na cadeia.

Mas as cenas que aconteceram por toda a cidade recentemente foram testemunho de pequenos avanços nos direitos dos curdos que teriam sido impossíveis há alguns anos.

No tribunal, um réu, ex-prefeito julgado por seu envolvimento com uma organização curda banida, falou em curdo em sua própria defesa, resultado de uma lei aprovada recentemente. Numa biblioteca local, que leva o nome do escritor curdo Mehmet Uzun, universitários estudaram gramática curda na expectativa de que um dia o estado permita que eles ensinem na língua curda.

Ainda assim, os curdos se sentem como cidadãos de segunda classe em seu próprio país.

"Há uma visão geral de que todos os curdos são criminosos, de que um curdo tem uma arma ou uma bomba", disse Mehmet Aktar, advogado que diz que ainda evita falar curdo em público quando visita Istambul.

Erdogan e seu Partido da Justiça e Desenvolvimento, de raízes islâmicas, trouxeram melhorias sem precedentes para os curdos, incluindo uma rede de televisão curda, e melhoria na saúde e infraestrutura no sudeste.

"Para ser justo, foi Erdogan que tomou as medidas mais radicais no caminho para resolver o problema curdo", disse Vahap Coskun, professor de Direito na Universidade Dicle em Diyarbakir. "Essas medidas permitiram que as pessoas mantivessem suas esperanças de que o problema será resolvido."

Há uma sensação imensa aqui de que o fim da violência não representará o fim da luta curda. As famílias dos mortos pelas unidades paramilitares do estado na década de 1990 querem justiça, mas o estatuto de 20 anos de limitações sobre assassinato está expirando em muitos dos casos, que vêm se desenrolando lentamente pelo sistema judicial.

"A partir de agora, muitos casos serão descartados", disse Tahir Elci, presidente da Ordem dos Advogados local, que passou anos acompanhando esses casos. "Se as vítimas não puderem alcançar a justiça e não souberem a verdade sobre seus familiares, será impossível alcançar a paz social neste país."

Enquanto isso, um complexo de edifícios centenários dentro da cidade murada – incluindo a sede, a prisão e as câmaras de tortura das viciosas forças contra-terroristas da Turquia - está sendo transformado num destino turístico. O local inclui uma cafetaria, um palco para teatro de marionetes e um museu de arqueologia que homenageia o passado da cidade otomana, mas não haverá reconhecimento de seus horrores recentes.

"No início eu tinha calafrios, mas aquele tempo já se foi", disse Remzi Gendal, 29, funcionário do local, que contou que o lugar às vezes é visitado por ex-detentos. "No momento, temos muita esperança. Mas sou cauteloso. Com a vontade de Deus, esta guerra vai acabar."
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Re: Turquia

#25 Mensagem por U-27 » Sex Mar 08, 2013 4:17 pm

REMOVE KEBAB





"A religião católica contém a Verdade total revelada por Deus e não dizemos isso com arrogância nem para desafiar ninguém. Não podemos diminuir esta afirmação" Dom Hector Aguer

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Re: Turquia

#26 Mensagem por cassiosemasas » Dom Out 11, 2015 3:52 am





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Re: Turquia

#27 Mensagem por LeandroGCard » Seg Out 12, 2015 1:34 pm

Cria cuervos... .
Turquia culpa EI por ataques em Ancara

Explosões na capital do país deixaram ao menos 128 mortos. Protesto no local dos ataques acabou em conflito com a polícia


Das agências Reuters - Texto publicado na edição impressa de 12 de outubro de 2015


A Turquia culpou o grupo radical Estado Islâmico (Isis) pelas explosões que mataram ao menos 128 pessoas em uma passeata pela paz, sábado (10), na capital Ancara. Fontes próximas ao governo turco indicam que o Isis tornou-se opção natural dadas as semelhanças extraordinárias com um ataque suicida em julho na cidade de Suruc, perto da fronteira com a Síria, que deixou cinco mortos.
Manifestantes protestam em Ancara contra atentados

“Este ataque foi no estilo de Suruc. Os indícios apontam para o Estado Islâmico”, disse a fonte em condição de anonimato. “Todos os sinais indicam que o ataque pode ter sido realizado pelo Estado Islâmico. Nós estamos completamente focados no Estado Islâmico”, acrescentou uma segunda fonte.

A investigação policial indica que ato foi realizado por duas pessoas que amarraram ao corpo TNT reforçado por bolas de aço – mesmo procedimento do ataque de Suruc. O serviço secreto turco trabalha com a informação de que cinco militantes do Isis – e possíveis suicidas – entraram no país há algumas semanas, pela fronteira com a Síria. Agora, o país investiga se entre estes militantes estão os autores do maior ataque terrorista em território turco.


Protesto

A polícia turca usou gás lacrimogêneo para tentar conter manifestações em Ancara, no local onde aconteceram as explosões. Um grupo de políticos e outros manifestantes tentavam colocar cravos no local dos ataques quando a polícia interveio, alegando que investigadores ainda realizam trabalhos. A polícia chegou a deter alguns participantes, como os colíderes do partido pró-curdo, Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag.

Após alguns instantes, um grupo de cerca de 70 pessoas foi autorizado a entrar na área isolada e os manifestantes marcharam em direção à praça principal de Ancara. Eles entoaram protestos contra o presidente Recep Tayyip Erdogan.

O governo da Turquia informou a nomeação de dois inspetores civis e dois inspetores de polícia para investigar os ataques.

O governo comunicou ainda que 508 pessoas procuraram por tratamento médico em decorrência do maior ataque na Turquia em anos. As duas explosões ocorreram do lado de fora da estação ferroviária de Ancara, quando centenas de ativistas se reuniam em um comício para exigir mais democracia e o fim da violência entre rebeldes curdos e as forças de segurança turcas.
Leandro G. Card




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Re: Turquia

#28 Mensagem por paulof » Qua Abr 03, 2019 10:43 am

Partido de Erdogan sai derrotado das eleições municipais na Turquia

Daniel Avelar
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sofreu reveses importantes nas eleições municipais da Turquia, realizadas no domingo (31).

Resultados preliminares indicam que a sua agremiação, o Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), perdeu a votação para os seculares do Partido Popular Republicano (CHP) nas três maiores cidades do país: Istambul, a capital Ancara, e Izmir.

O AKP, de ideologia islamita, pediu que parte dos votos em Istambul seja recontada na esperança de reverter o resultado, informou a agência de notícias estatal Anadolu.

Além disso, o AKP foi derrotado pela legenda pró-curda Partido Democrático Popular (HDP) em algumas cidades do sul do país, inclusive Diyarbakir, que estavam sob o controle de interventores leais a Erdogan há mais de dois anos.

Líderes do HDP foram presos nos últimos anos acusados de apoiar a milícia separatista curda Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O revés eleitoral de Erdogan ocorre meses após a Turquia mergulhar em recessão –a economia do país encolheu 2,4% no último trimestre de 2018, de acordo com dados oficiais. A lira turca perdeu mais de 40% de seu valor frente ao dólar desde o ano passado.


https://mundialissimo.blogfolha.uol.com ... a-turquia/




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Re: Turquia

#29 Mensagem por Bourne » Qua Abr 03, 2019 2:50 pm

Isso vai dar ruim. A reação pode ser várias. Entre elas comprar caças europeus (Typhoon, Rafale ou Gripen) ou caças russos. E pelas capacidades da indústria turca aprimoradas nas últimas duas década por ser uma versão turca com modificações grandes no caça.

Todas essas reações coerentes com a política nacionalista do Erdogan. E já colocou na mesa a intenção de fechar as bases norte-americanas em território turco.
EUA suspende envios à Turquia vinculados a caças F-35

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira a suspensão de todas as remessas para a Turquia ligadas aos caças americanos F-35 depois que Ancara adquiriu os sistemas anti-mísseis russos S-400.

"À espera de uma decisão inequívoca da Turquia de que vai renunciar ao envio do (sistema) S-400, às atividades associadas à implementação das capacidades operacionais dos F-35 da Turquia foram suspensas", disse um porta-voz do Pentágono. "Nosso diálogo com a Turquia sobre este assunto importante continua", acrescentou.

O governo turco assinou um acordo com a Rússia para comprar o dispositivo de defesa S-400 contra mísseis, cuja entrega começará neste trimestre. Entretanto, este pedido afetou negativamente durante meses as relações entre Ancara e Washington, aliados dentro da OTAN.

Os Estados Unidos dizem que os S-400 não são compatíveis com os equipamentos da OTAN e temem que este sistema russo ultra sofisticado penetre os segredos tecnológicos do avião militar F-35 dos Estados Unidos, que a Turquia também se comprometeu a comprar.

A Turquia pretendia comprar cem aviões deste tipo e os pilotos turcos já haviam começado a treinar com seus homólogos nos Estados Unidos. Ancara investiu cerca de 1 bilhão neste programa e qualquer decisão de Washington de evitar a chegada de aviões de combate poderá ser considerada um descumprimento de contrato.
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"Os Estados Unidos continua advertindo a Turquia das consequências negativas de sua anunciada aquisição do S-400", disse o porta-voz do Departamento de Defesa, que alegou que se busca "proteger os investimentos compartilhados realizados em nossa tecnologia".

"Isso está colocando em risco a continuidade de participação de Turquia no programa F-35", insistiu.

O ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, denunciou nesta sexta-feira a pressão dos Estados Unidos como "contrária ao direito internacional".

https://www.em.com.br/app/noticia/inter ... f-35.shtml




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Re: Turquia

#30 Mensagem por Sterrius » Qua Abr 03, 2019 2:58 pm

será que a Turquia consegue as clausulas da quebra de contrato ou como sempre os EUA vão ignorar e não pagarão nada? ^^




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