Aviação Internacional no Brasil
Enviado: Sex Mar 09, 2012 1:49 pm
Bom dia a todos.
Resolvi abrir este tópico para uma discussão mais particular deste, que me parece, ser um ponto fulcral da aviação comercial brasileira. A capacidade de o pais gerar e gerenciar expectativas de negócios para suas empresas aéreas no mercado internacional de transporte de passageiros. Tal questão se levanta em virtude de alguns fatos que passo a discorrer resumidamente.
O primeiro é o fator econômico, uma vez que mais e mais brasileiros estão viajando para o exterior, assim como, também, no sentido contrário, cada vez mais estrangeiros se dirigem ao Brasil, seja por força de negócios, seja por turismo. Ou seja, o mercado internacional está cada vez mais aquecido para as empresas aéreas no Brasil. Isto faz-nos pensar no quanto esta situação não só pode como influência na balança comercial do GF. A partir deste deste aspecto há de ressaltar-se um segundo ponto.
A aviação comercial brasileira praticamente perdeu, não somente a hegemonia do transporte internacional de e para o Brasil, como na prática, foi relegada a segundo plano no campo das prioridades das agendas de negócio daquelas empresas. Isto se deve em parte pelo superaquecimento do mercado interno e também pelas diferenças de impostos, tarifarias, financeiras e mesmo legais as quais estão submetidas, por força da própria legislação brasileira. Em certo sentido parece que, apesar da enorme expansão da área internacional, as companhias brasileiras não podem, ou conseguem competir em condições de igualdade com as empresas estrangeiras que aqui operam.
Tal situação explicita-se totalmente em contradição a sempre forte e tradicional presença das aéreas brasileira nas operações internacionais do transporte de passageiros. Deste os tempos idos da Panair do Brasil, passando pela Real Aerovias, até a Varig, sempre tivemos uma empresa aérea forte servindo como bandeira lá fora. Mas esta situação hoje já não mais existe.
Desde o imbróglio do vergonhoso e vexatório desmonte da Varig, no qual a passionalidade da inação do Estado foi claramente vista e debatida, perdemos a condição de primazia do transporte de passageiros para o exterior, e pior, estrategicamente, não temos mais o suporte de uma grande empresa nacional que possa, onde e quando necessário for, operar como o braço civil do poder nacional no exterior, como por exemplo, na ajuda à retirada de cidadãos brasileiros do Líbano em 2006, quando da invasão israelense.
O fato é que, hoje, pela visão de mercado que o governo tem, parece não haver qualquer possibilidade de uma reviravolta em tal situação, pois desde o governo FHC, passando por Lula e, mesmo agora com a presidente Dilma, o desmonte e a desregulamentação do setor aéreo no Brasil tem servido menos ao país e mais a particulares.
As duas grandes nacionais, tem de certa forma mantido alguma capacidade de investimento no setor, mas nada que possa retomar a capacidade perdida. As demais, não possuem condições e/ou interesse para brigar por uma fatia deste mercado no Brasil. Exceção talvez à Avianca, que faz parte do conglomerado dos irmãos Efremovich. Mas até onde se sabe, não há qualquer intenção por parte dos donos daquela empresa em concorrer no curto/médio prazo no mercado internacional.
Mas enfim, quais são as alternativas? Por que empresas e governo não se empenham mais na manutenção e desenvolvimento da capacidade de prover o comercio de transporte internacional de passageiros no Brasil? Que condições são necessárias para que possamos obter, minimamente, a igualidade de condições entre aéreas nacionais e estrangeiras para o atendimento de nosso mercado? Quantas empresas nacionais necessitamos para operar efetive e qualitativamente para atender as demandas de nosso mercado internacional?
São questões, que dentre outras, devemos nos debruçar e procurar soluções, visto que, me soa no mínimo, preocupante, para um país que se gaba de ser a 6a economia do mundo, não conseguir dispor a seus cidadãos, de uma aeromoça que fale a sua própria língua em um simples vôo comercial.
Abs.
Resolvi abrir este tópico para uma discussão mais particular deste, que me parece, ser um ponto fulcral da aviação comercial brasileira. A capacidade de o pais gerar e gerenciar expectativas de negócios para suas empresas aéreas no mercado internacional de transporte de passageiros. Tal questão se levanta em virtude de alguns fatos que passo a discorrer resumidamente.
O primeiro é o fator econômico, uma vez que mais e mais brasileiros estão viajando para o exterior, assim como, também, no sentido contrário, cada vez mais estrangeiros se dirigem ao Brasil, seja por força de negócios, seja por turismo. Ou seja, o mercado internacional está cada vez mais aquecido para as empresas aéreas no Brasil. Isto faz-nos pensar no quanto esta situação não só pode como influência na balança comercial do GF. A partir deste deste aspecto há de ressaltar-se um segundo ponto.
A aviação comercial brasileira praticamente perdeu, não somente a hegemonia do transporte internacional de e para o Brasil, como na prática, foi relegada a segundo plano no campo das prioridades das agendas de negócio daquelas empresas. Isto se deve em parte pelo superaquecimento do mercado interno e também pelas diferenças de impostos, tarifarias, financeiras e mesmo legais as quais estão submetidas, por força da própria legislação brasileira. Em certo sentido parece que, apesar da enorme expansão da área internacional, as companhias brasileiras não podem, ou conseguem competir em condições de igualdade com as empresas estrangeiras que aqui operam.
Tal situação explicita-se totalmente em contradição a sempre forte e tradicional presença das aéreas brasileira nas operações internacionais do transporte de passageiros. Deste os tempos idos da Panair do Brasil, passando pela Real Aerovias, até a Varig, sempre tivemos uma empresa aérea forte servindo como bandeira lá fora. Mas esta situação hoje já não mais existe.
Desde o imbróglio do vergonhoso e vexatório desmonte da Varig, no qual a passionalidade da inação do Estado foi claramente vista e debatida, perdemos a condição de primazia do transporte de passageiros para o exterior, e pior, estrategicamente, não temos mais o suporte de uma grande empresa nacional que possa, onde e quando necessário for, operar como o braço civil do poder nacional no exterior, como por exemplo, na ajuda à retirada de cidadãos brasileiros do Líbano em 2006, quando da invasão israelense.
O fato é que, hoje, pela visão de mercado que o governo tem, parece não haver qualquer possibilidade de uma reviravolta em tal situação, pois desde o governo FHC, passando por Lula e, mesmo agora com a presidente Dilma, o desmonte e a desregulamentação do setor aéreo no Brasil tem servido menos ao país e mais a particulares.
As duas grandes nacionais, tem de certa forma mantido alguma capacidade de investimento no setor, mas nada que possa retomar a capacidade perdida. As demais, não possuem condições e/ou interesse para brigar por uma fatia deste mercado no Brasil. Exceção talvez à Avianca, que faz parte do conglomerado dos irmãos Efremovich. Mas até onde se sabe, não há qualquer intenção por parte dos donos daquela empresa em concorrer no curto/médio prazo no mercado internacional.
Mas enfim, quais são as alternativas? Por que empresas e governo não se empenham mais na manutenção e desenvolvimento da capacidade de prover o comercio de transporte internacional de passageiros no Brasil? Que condições são necessárias para que possamos obter, minimamente, a igualidade de condições entre aéreas nacionais e estrangeiras para o atendimento de nosso mercado? Quantas empresas nacionais necessitamos para operar efetive e qualitativamente para atender as demandas de nosso mercado internacional?
São questões, que dentre outras, devemos nos debruçar e procurar soluções, visto que, me soa no mínimo, preocupante, para um país que se gaba de ser a 6a economia do mundo, não conseguir dispor a seus cidadãos, de uma aeromoça que fale a sua própria língua em um simples vôo comercial.
Abs.