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Mensagem
por Paulo Bastos » Qui Ago 18, 2011 12:12 am
Bacchi, você sabe que mesmo depois de perdermos parte da nossa capacidade de projetar e construir veículos blindados, em função do desmanche da nossa indústria bélica, temos plenas condições de construir veículos desse tipo, afinal não vi nenhuma inovação tecnológica até agora. O problema aí não é o fornecedor, mas sim o usuário: Nossas policias ainda não sabem o que querem.
Veja o exemplo claro do Rio de Janeiro, a polícia de lá vive uma situação totalmente atípica, onde a criminalidade assumiu u papel quase de uma força-paramilitar, rivalizando e em alguns momentos superando as forças do Estado. Bem, eles tiveram a chance de projetar um veículo especificamente para suas necessidades, surgiu o “Rhinus Combat”, da TCT (Caveirão para os íntimos), mas logo ele mostrou suas limitações e tiveram a chance de aperfeiçoá-lo. Como parece que não tinham muita intimidade com o conceito de “analise de requisitos” e, com toda a certeza muitos dos que deram palpites eram tinham o pensamento como alguns foristas do DB, que achavam que poderiam colocar TUDO em uma única coisa, criar um super veículo, o melhor do mundo, e que atendesse todas as necessidades que poderiam surgir, ou seja, caíram no dilema do Pato, daí surgiu o COTAR, da MiB, ou Caveirão II, que em minha opinião é ainda pior que o anterior.
Outro exemplo é a primeira versão do veículo do CTEx, o VEsPa-01 (Viatura Especial de Patrulhamento), desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e com financiamento da FAPERJ, que escolheram os requisitos, no mínimo, equivocados e transformaram –no num camburão blindado, com nível de proteção III (norma ABNT-NBR 15000:2005), que levava 5 policiais na frente e seis presos atrás, ou seja algo totalmente desequilibrado e disfuncional.
Acredito que, o que o BOPE da PMERJ esteja fazendo, é avaliando o que existe de melhor no mercado para, aí sim, saber o que ela realmente precisa, ou o que pode ter!
Você sabe que tanto temos capacidade de projetar que já temos três candidatos a serem escolhidos e sem ao menos o usuário saber o que quer:
_ O Avibras AV-VB4 RE Guará , derivado do AV-VBL, um veículo de controle desenvolvido para ser integrante das baterias de ASTROS-II do contrato do exército malaio. Esse veículo esta sobre o confiável chassi UNIMOG, que existe em diversos projetos do tipo, desde os UR416M, da década de 60, ao moderno MRAP Bushmaster. A Avibras chegou a idealizar uma versão especialmente para a polícia, o AV-BOPE TP 10;
_ O Inbra BLSR GLADIADOR , a terceira geração do acadêmico projeto VBL da FEI, porem agora com o apoio da AGRALE e redesenvolvido em parceria com a MV2 Engenharia. Ele foi testado no mês passado pela PM do Espirito Santo e estará esse mês, do dia 8 ao 23, em testes no BOPE da PMPR, porem quero é ver seu desempenho ao ser avaliado pelo BOPE carioca, pois até lá ele já terá testado os melhores do mundo e, em teoria, terá expertise suficiente para saber se o projeto é realmente valido;
_ O CTEx VEsPa-02 , que vimos na LAAD e que agora parece realmente um Veículo Tático.
E, apesar de muita gente procurar “pelo em ovo”, procurando soluções externas, principalmente oriundas da Rossiya-Matushka, temos produtos capazes de atender nossas demandas, agora vamos ver se são viáveis de serem produzidos.
Vamos esperar e ver no que dá.
Abraços,
Paulo Bastos
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Paulo Bastos em Qui Ago 18, 2011 6:56 am, em um total de 2 vezes.
“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as idiotas cheias de certezas” – Henry Charles Bukowski jr