Nobre cupincha
@FCarvalho, continuo levando muito pouca fé nesse MS-21 e menos ainda na assertiva acima "mercado chinês de aviação vai ultrapassar o americano na década de 2030, se não antes, segundo previsões de mercado": os Russos (e quaisquer fornecedores que tenham, inclusive na própria Rússia) continuam sob sanções, tanto por parte dos EUA quanto da UE, o que aumenta o custo de seus produtos, e mais um concorrente não será visto com bons olhos nem pelos donos da Airbus (UE) nem pelos da Boeing (EUA); já a China - e postei várias vezes sobre isso em outros tópicos - cresceu isso tudo graças ao vasto desbalanceamento comercial para com os EUA. Lembremos dos tempos do FX, quando os Russos queriam - e eu também
- que comprássemos FLANKER para reduzir o déficit da balança comercial, na qual nos vendiam USD 1B e compravam 4. Bueno, o déficit EUA/CHINA, em valores atuais, fica em torno de
USD MEIO TRILHÃO, e isso por ano e por
cerca de um quarto de século! Como estaria o Brasil hoje com essa mamata toda?
Mas parece que a farra está acabando, hoje mesmo começou a nova rodada de sanções, com não mais 10 mas sim 15% sobre uns USD 150B que a China vende para os EUA, e não vai parar nisso, até perto do fim do ano pode chegar a 25% ou mais sobre USD 650B! E aí, como fica isso de "China maior que os EUA", seja em que aspecto for (exceto populacional), neste novo cenário? Notar que o Trump não vai ser POTUS para sempre mas até que ponto seu sucessor (ou
sucessora, que a Hillary tá de olho) vai ter margem de manobra para reverter a coisa toda? Seja quem for, vai ter que lidar com uma nova realidade e esta não é nada favorável à China. De certa forma isso me lembra o Japão até os anos 80/90, quando já tinha comprado verdadeiros ícones dos EUA, como a Winchester e o Empire State, e não faltavam previsões "do mercado" (que ninguém sabe qual é; o Mercado que eu conheço não faz "previsões" tão DOIDAS
) de que os nipônicos superariam os ianques como maior economia mundial antes do fim do século XX; deu no que deu e vai dar no que vai dar.
Sob embargo (mesmo que não seja ostensivo como agora, e passe a velado) não tem como botar motor Ocidental nos aviões e a diferença tecnológica é enorme! Mesmo os melhores motores Orientais (Russos, a China ainda não faz nada que preste nisso) para terem o mesmo
thrust-to-weight ratio precisam sacrificar - e bastante! - a vida útil, o que compromete severamente o custo de ciclo de vida operacional. Para não falar no consumo de combustível e lubrificantes.
Assim, mantenho minha posição desde anos a fio: esses "exotismos" Orientais podem ser coisa muito
cute mas não passam de curiosidades, e nas (poucas) ocasiões em que entraram em serviço ativo em alguma parte que signifique algo neste hemisfério acabaram mal, por não terem como competir com quem está muito mas MUITO à frente em tecnologia. Lembremos que, enquanto lá volta e meia se despencava um avião de passageiros e morria todo mundo, "que pena mas OK, toca o barco que tem mais avião e mais passageiro, o show não pode parar", do lado de cá cada desastre virava e vira numa longa e minuciosa investigação (triste de imaginar o baita prejuízo de quem tem 737 MAX, está pagando as prestações, pessoal e demais custos de manutenção mas as aeronaves continuam no chão, pois a investigação continua e dela resultará um aumento ainda maior na segurança para passageiros e tripulantes). Essa diferença não se tira em um ano ou dois...