Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

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Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#1 Mensagem por Brazilian Space » Ter Mai 18, 2010 5:31 pm

AEB Cria Grupo de Trabalho para Discutir o SGB

Olá amigos!

Segue uma notícia postada ontem (17/05) no site www.teletime.com.br destacando que a Agência Espacial Brasileira (AEB) criou um grupo de trabalho com objetivo de dar continuidade ao processo de implantação do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).


Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

Satélite

Agência Espacial Brasileira Cria
Grupo de Trabalho para Discutir o SGB


Segunda-feira,
17 de maio de 2010, 18h44


A Agência Espacial Brasileira (AEB), com o objetivo de dar continuidade ao processo de implementação do projeto Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), publicou nesta segunda-feira, 17, no Diário Oficial a criação de um grupo de trabalho que realizará estudos sobre a viabilidade do projeto.

O estudo de viabilidade compreende a análise da documentação existente, o levantamento de novas informações e das alternativas para a realização do projeto, apresentando relatório circunstanciado sobre sua viabilidade, contendo memorial descritivo das opções do satélite, com estimativas de custos e prazos para seu desenvolvimento, construção, lançamento e operação.

O grupo é formado por membros da AEB, do Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão, Ministério das Comunicações, Ministério da Defesa, Anatel, Comando da Aeronáutica, Ministério das Relações Exteriores, Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, Instituto Nacional de Meteorologia e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Comunicação Estratégica

Hoje o Brasil carece de um satélite próprio para comunicação militar, tráfego aéreo e meteorologia, alega o governo. Todos esses serviços, tidos como estratégicos para o País, são feitos a partir de satélites que pertencem à iniciativa privada.

O Ministério da Defesa atualmente utiliza dois transponders em banda X nos satélites C1 e C2, da StarOne. O coronel Paulo Mourão Pietroluongo, gerente da divisão de projetos especiais do Ministério da Defesa, em entrevista para a Teletime em outubro do ano passado, disse que o País em três anos precisaria de mais oito transponderes. Segundo ele, hoje o Brasil tem 40 terminais em banda X, o que não é suficiente para equipar todos os navios e aviões. A necessidade brasileira, segundo ele, é de cerca de 200 terminais em dez anos.

Atraso

O cronograma de estudos para viabilizar o SGB foi prejudicado pela troca de presidente da AEB, em 2007. Em agosto daquele ano, o então presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi, foi deslocado para a Infraero. Assumiu interinamente Miguel Henze, que tinha outras prioridades, o que acabou paralisando o projeto até março de 2008, quando Carlos Ganem assumiu a presidência da agência.


Fonte: Site http://www.teletime.com.br

Comentário: Na visão do blog antes tarde do que nunca. Interessante notar também amigos que com essa oficialização da AEB, pode está correto o questionamento feito pelo companheiro jornalista André Mileski dias atrás em seu blog “Panorama Espacial” (veja a nota Telebrás no SGB?) de que com a possível reativação da Telebrás e algumas declarações do Rogério Santanna ao jornal “Correio Braziliense” do dia 13/05, levavam ao entendimento de que a Telebrás poderia a vir participar de algum modo do futuro Satélite SGB. A importância desde satélite para o país é tão inquestionável quanto é também o estrago que a política causa aos projetos científicos e tecnológicos em andamento em todas as áreas do conhecimento neste país e o caso do SGB não foge a regra. Toda vez que se muda de governo ou alguém de cargo no Brasil, paras-se tudo e opta-se pelo caminho mais longo, prejudicando o que já se foi feito e privilegiando a incompetência e irresponsabilidade administrativa. Não é por acaso que os atrasos se acumulam e com eles o atraso científico e tecnológico. Lamentável.




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#2 Mensagem por Brazilian Space » Ter Mai 18, 2010 5:39 pm

Portaria da AEB que Cria o Novo GT para o Projeto SGB

Olá amigos!

Segue abaixo a portaria que criou o novo Grupo de Trabalho – GT pela AEB para dar continuidade ao processo de implementação do Projeto Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA

PORTARIA DE 14 DE MAIO DE 2010

O PRESIDENTE DA AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor, e tendo em vista a delegação de competência outorgada pela Portaria GM/MCT nº 473, de 28 de julho de 2008, e o que consta do Processo Administrativo nº 01350.000074/2010-19, resolve:

Nº 56 - Art. 1º. Nomear Grupo de Trabalho - GT, visando dar continuidade ao processo de implementação do Projeto Satélite Geoestacionário Brasileiro - SGB, constante do Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE - 2005-2014, com a seguinte constituição:

AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA

Thyrso Villela Neto (Coordenador)
Benjamin da Silva Medeiros Correia Galvão (Coordenador Substituto)
Himilcon de Castro Carvalho
Francisco Cleodato Porto Coelho
Leonardo de Figueiredo Naves
Gisele Imbuzeiro Camargo

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Ricardo Dislich
Claudete Hideko Fukunishi (suplente)
Vânia Lucia Lins Souto
Marcelo de Lima e Souza

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

Jovino Francisco Filho
Otavio Caixeta (suplente)
Ludmila Deute Ribeiro (suplente)

MINISTÉRIO DA DEFESA

Paulo Mourão Pietroluongo
Edwin Pinheiro da Costa (suplente)
Anderson Alvarenga Hoskin (suplente)

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

João Carlos Fagundes Albernaz
Vânia Maria da Silva (suplente)

COMANDO DA AERONÁUTICA

Osvaldo Catsumi Imamura
Gilberto Fish (suplente)

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Luiz Maria Pio Corrêa
André Tenório Mourão (suplente)

ASSOCIAÇÃO DAS INDÚSTRIAS AEROESPACIAIS DO BRASIL

Walter Bartels
Marcos Mahler (Suplente)

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA

Alaor Moacyr Dall' Antonia Júnior
Luiz Cavalcanti (suplente)

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS

Marco Antonio Chamon
Mário Marcos Quintino da Silva (suplente)

Art. 2º. Caberá ao Grupo realizar um estudo de viabilidade do Projeto - SGB, compreendendo a análise da documentação existente, o levantamento de novas informações e das alternativas para a realização do Projeto, apresentando relatório circunstanciado sobre sua viabilidade, contendo memorial descritivo das opções do satélite, com estimativas de custos e prazos para seu desenvolvimento, construção, lançamento e operação.

Art. 3º. O Coordenador do GT poderá convidar especialistas para colaborar com o GT em temas específicos.

Art. 4º. O GT terá um subgrupo específico para tratar de Parceria Público-Privada, o qual terá a seguinte formação:

Thyrso Villela Neto (Coordenador)
Francisco Cleodato Porto Coelho (Coordenador Substituto)
Vânia Lucia Lins Souto
Marcelo de Lima e Souza
Ludmila Deute Ribeiro
Benjamim da Silva Medeiros Correia Galvão
Gisele Imbuzeiro Camargo

Art. 5º Fica revogada a portaria nº 91, de 10 de Setembro de 2008, publicadas no DOU nº 176, de 11 de Setembro de 2008 e demais disposições em contrário.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


Fonte: Diário Oficial da União (DOU) - pág. 03 - 17/05/2010




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#3 Mensagem por Francoorp » Qui Mai 20, 2010 11:52 pm

Satélites e suas aplicações no Brasil


http://denisealves.files.wordpress.com/2009/02/colmeia-de-satelites.jpg

Thyrso Villela – diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB

É praticamente impossível imaginar atualmente o mundo sem satélites. Eles estão presentes em muitas atividades de uma forma direta ou indireta. Assistir televisão, se informar sobre a previsão do tempo, saber que regiões do território nacional estão sendo desmatadas ou descobrir como o Sol pode influenciar de maneira drástica a vida na Terra são atividades corriqueiras hoje em dia, mas que têm os satélites como principais responsáveis por elas. De tão associadas ao nosso dia-a-dia elas passam despercebidas por muitos. Isso, de certa forma, impossibilita que a importância dos satélites seja reconhecida de modo claro por vários setores da sociedade. Pior, nem sempre são percebidos os potenciais de riqueza que os satélites e suas aplicações podem gerar. Existem vários tipos de aplicação relacionados a satélites. Os mais comuns são aqueles ligados às comunicações, às atividades militares, ao meio ambiente, que englobam sensoriamento remoto e meteorologia, à navegação e posicionamento, às aplicações científicas, responsáveis pelo avanço colossal do conhecimento humano e pela percepção de que o meio ambiente em que vivemos é também influenciado pelo Sol, Via Láctea e outras regiões longínquas do universo.

Em termos econômicos, o mundo dos satélites não se restringe apenas à construção desses artefatos. Outros três setores também são responsáveis pela geração de riqueza envolvida nesse segmento de alta tecnologia e alto valor agregado: os equipamentos de solo, necessários para a operação e controle dos satélites, os lançadores e os serviços associados às aplicações que eles possibilitam.

A indústria de satélites apresenta números que mostram a sua importância econômica: em 2007, por exemplo, aproximadamente 257 mil pessoas estavam empregadas em atividades relacionadas a satélites nos EUA; ela cresceu em média 14% por ano no período entre 2003 e 2008, de acordo com a Satellite Industry Association, e gerou uma receita de cerca de 144 bilhões de dólares americanos em 2008. Desse montante, 3% vêm dos lançamentos desses artefatos, 7% de sua construção, 32% relacionados ao segmento solo e 58% aos serviços e aplicações que esses satélites proporcionaram. Espera-se que para 2009, cujos dados ainda estão sendo compilados, o crescimento do setor em relação a 2008 tenha sido da ordem de 19%. São números expressivos que mostram a relevância desse setor para a economia.

Dominamos, no Brasil, vários segmentos da construção de plataformas para satélite, mas ainda precisamos avançar na construção de cargas-úteis, como as relacionadas a sensoriamento remoto, meteorologia e experimentos para aplicações científicas de um modo geral. O segmento
relacionado às cargas-úteis é onde se concentram, em geral, os maiores avanços tecnológicos e as maiores inovações. Algumas dessas inovações são testadas em satélites científicos. Eles servem avançar as fronteiras do conhecimento humano, proporcionar o treinamento rápido de pessoal para a área espacial e para desenvolver novas tecnologias, como foi o caso das células solares de tripla
junção testadas pela primeira vez no espaço em uma missão cientifica e que hoje são largamente usadas em vários tipos de satélites.

Os satélites e as aplicações decorrentes de seu uso são importantes devido ao grande potencial que têm para solucionar problemas de alto interesse da sociedade, como aqueles ligados à defesa civil, e de impulsionar o crescimento de vários setores da economia, por meio, por exemplo, de spin-offs. A atividade ligada a satélites gera empregos em vários setores da economia, não se limitando apenas àquelas diretamente ligadas ao próprio setor. Portanto, é urgente que a atividade espacial seja bastante estimulada no Brasil. Mesmo contando com poucos profissionais em comparação com outros países, o Brasil tem hoje um capital humano, tanto nos institutos de pesquisa e universidades quanto nas empresas, altamente qualificado e capaz de responder a esse desafio. É necessário que todos percebam essa importância, de modo que argumentos imediatistas não sejam lançados contra o objetivo de se dominar as tecnologias associadas a essa atividade.

Fonte:AEB via Plano Brasil.




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#4 Mensagem por Brazilian Space » Sex Mai 21, 2010 4:12 pm

Assinada Consultoria Sobre PPP para o Satélite SGB

Olá amigos!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (20/05) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando que segundo informações recebidas pelo mesmo, foi assinado o contrato de consultoria sobre "Parcerias Público-Privadas (PPP)" para o projeto do satélite SGB.

Duda Falcão
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SGB: Estudo Sobre PPP foi Contratado

20/05/2010

O projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) está de fato, voltando à tona no governo brasileiro. Além da criação de grupo de trabalho na Agência Espacial Brasileira (AEB) para discussões sobre o projeto, o blog recebeu a informação de que nas últimas semanas, foi finalmente assinado o contrato de consultoria sobre parcerias público-privadas (PPP) para o SGB, a ser arcado com recursos não-reembolsáveis do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Fundo Multilateral de Investimentos - FUMIN.

As empresas contratadas, organizadas na forma de consórcio, são a AAA, AGR, Telecom Biz e Union Engenharia. O escopo do trabalho envolverá a elaboração de estudo sobre a viabilidade jurídica, econômica e técnica do SGB.


Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Uma boa notícia nos traz o companheiro Mileski, mas há muita água ainda para rolar embaixo desta ponte, antes deste projeto deixar de ser uma mera ficção.




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#5 Mensagem por arcanjo » Dom Jun 16, 2013 8:37 pm

Thales Alenia Space, proposta para o satélite brasileiro

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12/06/2013

(Infodefensa.com) R. Caiafa, Roma - O Decreto Presidencial Nº 7.769, de 28 de junho de 2012, estabeleceu as linhas básicas de gestão, planejamento, monitoramento, construção e lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), e da implantação da sua infraestrutura de solo no Brasil. Este programa, considerado estratégico pelo governo brasileiro, envolve a participação do Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações, Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebrás), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O SGDC, quando no espaço, irá operar tanto na banda Ka como na banda X. Na banda Ka, usada para comunicação de dados pela Telebrás, serão disponibilizados 39 spots de 450 km e 10 spots de 900 km de cobertura. A parte de comunicação do satélite terá capacidade de 100 Gbps (gigabytes por segundo). Já a banda X é uma faixa de frequência (SHF - 8 a 12 GHz) para comunicação por satélite privativa para uso militar criptografado. Seu uso se daria em projetos estratégicos como o PROTEGER (defesa da infraestrutura estratégica nacional), o SISFRON (vigilância de fronteiras) e o SISGAAZ (vigilância da Amazônia azul).

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Para viabilizar o processo, foi criada em maio de 2012 a Visiona, uma associação entre a Embraer S.A, que detém 51% do capital, e a Telebrás, que possui 49% das ações. A empresa atuará como integradora do sistema SGDC, que visa atender às necessidades de comunicação satelital do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e um amplo espectro de transmissões estratégicas na área de Defesa. A Visiona recebeu, no início de abril corrente, as propostas das empresas interessadas em competir no fornecimento do SGDC, e após criterioso exame, baseado em requisitos técnicos operacionais, econômicos e de transferência de tecnologia, pré-selecionou três concorrentes: a Mitsubishi Electric Corporation-MELCO (Japão); a Space Systems/Loral (Estados Unidos-Canadá), e a Thales Alenia Space (França-Itália). Segundo o planejamento estabelecido pelo governo brasileiro, o SGDC deverá estar operacional até o dia 31 de dezembro de 2014. Espera-se o anúncio do consórcio vencedor pelo governo brasileiro no final do mês de julho deste ano.

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Construir um satélite e depois testá-lo em solo com o rigor exigido pelo alto grau de tecnologia envolvida, transportá-lo em segurança para a o centro de lançamento onde será feita a sua integração ao lançador (que dependendo do modelo sofre restrições de janelas de lançamento), tudo em pouco mais de dois anos (no caso do SGDC), é uma missão com muitos desafios e que requer um parceiro industrial capacitado em todas as fases do processo. Além disso, devem ser observados os critérios estabelecidos de transferências de tecnologias envolvidas, o suporte ao satélite durante sua vida útil e a qualificação de mão de obra brasileira envolvida na sua operação e uso dos serviços gerados. O valor alocado pelo Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (PAED), referendado pelo Livro Branco de Defesa para a aquisição do satélite, instalações associadas e lançamento está orçado em mais de R$ 1 bilhão.

Thales Alenia Space (TAS)

A TAS é resultado da aliança espacial entre o grupo francês Thales (67%) e o conglomerado italiano Finmeccanica (33%), formalizada em junho de 2005. O outro componente da aliança entre os dois grupos é a Telespazio, unidade de serviços espaciais controlada pela Finmeccanica (67%), com a Thales detendo os 33% restantes. A empresa tem importante presença no Brasil, e desde 1997 possui uma subsidiária no País, vários teleportos, sendo que o principal está localizado no Rio de Janeiro (Itaboraí), e escritórios regionais em São Paulo, Porto Alegre e Cuiabá, mais bases técnicas de manutenção espalhadas pelo Brasil. A Telespazio é hoje a quarta maior operadora brasileira no setor das telecomunicações satelitais, com ampla oferta de soluções avançadas e soluções multimídia, e conta com clientes não apenas no setor privado, como a Oi e Telecom, mas também governamentais, como algumas polícias estaduais e as Forças Armadas. Para o Comando da Aeronáutica, por exemplo, fornece serviços VSAT (Very Small Aperture Terminal), em banda Ku, e imagens radar para o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM); no setor de observação da Terra via satélite, comercializa no Brasil, como representante da e-GEOS, os produtos da constelação radar COSMO-SkyMed.

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As instalações da TAS em Cannes, sofisticado balneário da Riviera Francesa próximo a cidade de Nice, ocupam um conjunto de prédios de uma antiga fábrica de hidroaviões que ali existiu no final da década de 1920 do século passado. Hoje, são os modernos laboratórios de acústica, vibração (shaker), aferição de emissões eletromagnéticas, enormes autoclaves para a realização de testes que simulam as radicais mudanças de temperaturas encontradas no espaço, linhas de montagem e as bancadas de integração e testes de satélites que movimentam o local, tudo gerenciado com rigoroso controle de qualidade e limpeza clínica. Na produção dos satélites são utilizados materiais como a fibra de carbono e o alumínio espacial, formando uma espécie de sanduíche honeycomb (estrutura de favos) extremamente rígido e muito leve. Sobre esta base cortada em diferentes formas e detalhadamente preparada, quilômetros de cablagens, dezenas de atuadores, motores, painéis solares, computadores e sensores (avionicos) e propulsores com seu combustível, que formam os chamados payloads (carga paga), são instalados. Estes engenhos são montados de forma cirúrgica por pessoal altamente qualificado e só a fase de testes após a construção costuma consumir pelo menos 10 meses de trabalho intensivo.

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Infodefensa Brasil visitou o Centro de Integração de Satélites da unidade de Cannes, onde puderam ser vistos diferentes estágios de produção de vários satélites contratados, dentre outros, o MSG4-MTM Meteosat 2ª Geração, o empreendimento de telecomunicações com ênfase em defesa e segurança doméstica binacional Athena-Fidus (França e Itália), o observador dos oceanos Jason 3, que utiliza a multiplataforma Proteus, e o satélite do programa militar turco Gokturk, primeiro a ser empregado para observação terrestre naquele país e dotado de instrumentos ópticos de alta resolução. Destaque para a bancada de testes de aviônicos, um dos pontos focais de transferência de tecnologia proposta para o Brasil pela TAS. A seguir, foram visitados o prédio do centro óptico, totalmente vedado e a prova de vibrações (local onde estão sendo fabricados itens ópticos e eletrônicos do Programa Helios e da constelação Plêiades), e a sala de integração de painéis solares, a fonte de energia que mantém o satélite recebendo e emitindo sinais durante sua vida útil no espaço.

No encontro posterior com Jean Loic Galle, CEO da TAS, este fez questão de destacar as características da proposta de transferência de tecnologia e a importância do País como membro do chamado BRICS no cenário internacional “Não se trata de off-set, trata-se de capacitar plenamente o Brasil nos processos necessários para que as empresas participantes absorvam a transferência real tecnologia em aviônicos, software dedicado, integração de satélites, ópticos e radares usados em vigilância, etc. É uma negociação de governo a governo (esperamos) para definir o nível de cooperação espacial desejado. No dia 12 de junho, o governo francês irá se reunir com o vice-presidente Michel Temer para discutir aspectos cooperativos no setor militar, com o apoio do Ministério da Defesa Francês, na questão de telecomunicações militares, e na área comercial, questões relativas ao trabalho conjunto entre a Agência Espacial Europeia e a AEB, uso da banda K para fins meteorológicos, e o entendimento, já em fase avançada, com a Universidade Federal do ABC (UFABC) para que seis estudantes de PhD dessa instituição de ensino viagem para intercâmbio na França, no projeto aeroespacial, dentro do programa Ciências Sem Fronteiras, do governo brasileiro”, afirmou o executivo, que também estará presente. Para ele, o Brasil pode vir a representar futuramente 5% do budget mundial da TAS, cerca de 100 milhões de euros/ano, ao se tornar parte da cadeia de suprimentos como resultado da capacitação realizada com a transferência, obtendo assim sua independência para criar novas tecnologias e atendendo contratos de produção dentro da sua área de influência.

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Em Roma, Infodefensa Brasil conheceu a unidade da TAS especializada no desenvolvimento e fabricação de soluções que utilizam radares de altíssima resolução (uma especialidade dos italianos), capazes de gerar imagens de observação e exploração da superfície terrestre que independem das condições climáticas ou da presença de luz, ponto fraco dos sistemas ópticos. Exemplo desta performance, um satélite Sentinel 1 de duas toneladas e meia, dotado de radar de abertura sintética (SAR), e baseado na plataforma PRIMA estava bem adiantado no seu processo de construção e sendo submetidos a testes de câmara de vácuo. Esta unidade será lançado ao espaço em 2014 por um foguete Soyuz, sendo que dois deles já se encontram em órbita. A seguir, foi mostrado o centro de integração de antenas com dois satélites do tipo O3b de comunicações em diferentes etapas de montagem. Um deles está previsto para ser lançado em Kouru (Giana Francesa) já no mês de julho próximo. E, um local importante, a sala de testes de aviônicos de missão recebeu especial atenção, por ser considerada pela TAS uma capacitação fundamental para o início da transferência de tecnologia que o SGDC poderá absorver. Na sala de aviônicos são simuladas as condições de funcionamento dos computadores, sensores e atuadores, entre outros, dos payloads designados para cada satélite. Os aviônicos são o cérebro do satélite, e dominar esta tecnologia é mandatário para a sequência do processo como um todo. Também foram demonstrados pelos engenheiros Massimo de Lazzaro (especialista em radares de alta resolução), Vittorio Pagni (gerente de programas de observação terrestre) e Michelangelo L´abbate (projetos avançados), os recursos necessários para uma correta interpretação e manipulação das imagens geradas com radares, e aplicações das mais variadas para este tipo de sistema dual (civil e militar), que pode atuar na vigilância terrestre e marítima, na prevenção e acompanhamento de fenômenos climáticos dos mais diversos, na medição e avaliação de ações do homem no solo e subsolo, exploração de recursos naturais, defesa ambiental, etc.

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De Roma a reportagem de Infodefensa Brasil viajou por 130 km até ao Centro Espacial de Fucino, o maior da Europa e de uso “civil” no mundo, ode foi recebida por Lucio Magliozzi, oficial chefe de operações da Telespazio, e por Gianne Riccobono, responsável pelo Centro. Essa instalação estratégica da Telespazio é localizada em uma região cercado por um anel montanhoso, o que serve de escudo natural contra interferências nos sinais. Mais de 100 antenas servem para controlar as órbitas, e prover as telecomunicações, transmissões de televisão e outros serviços multimídia em escala global. Lá são controlados, por exemplo, a Constelação italiana de observação da terra COSMO-Skymed, ou os mais de 30 satélites e respectivas atividades operacionais do sistema GPS europeu Galileo. Existem 14 salas de controle nas edificações, e as antenas dispersas pelo centro impressionam pelo tamanho de algumas delas. Quase 300 pessoas trabalham ali, muitas em escala de 24 horas. O consumo de energia elétrica pode chegar a até 4,5 megawatts de potência para manter tudo funcionando, e a localidade inteira é protegida por tropas das Forças Armadas italianas localizadas próximas dali, câmeras, cercas especiais, vídeo-cameras e posto policial dedicado. Fucino recebe e controla sinais de redes como a INTELSAT, INMARSAT, EUTELSAT, fornece serviços de banda larga (back-bone nacional e internacional de rede), realiza a telemetria, traqueamento (acompanhamento) e comando de uma miríade de artefatos no espaço, e transmissão multicasting em terra e no mar.

A proposta de ToT da TAS

A Thales Alenia Space oferece um amplo plano de transferências de tecnologia para o Brasil, do qual o SGDC será o primeiro passo, já que os governos da França e da Itália apoiam irrestritamente tal operação com os brasileiros. Empresas de pequeno, médio e grande porte serão beneficiadas pelo apoio contínuo as atividades de desenvolvimento de tecnologias espacias por empresas locais. A TAS já dispõe de uma sólida rede de empresas no setor aeroespacial brasileiro com as quais pretende construir um entendimento comum sobre quais e como as tecnologias serão transferidas, e dispõe de cartas de intenções com várias destas: Orbisat, Atech, Orbital, Mectron, Fibraforte, Compsis, Omnisys, CENIC, etc, além da forte relação com a Embraer, da qual a Thales é a fornecedora do sistema de navegação inercial (INS) e de posicionamento global (GPS) do novo jato de transporte militar KC-390. A subsidiária brasileira da Thales, a Omnisys, já recebeu 120 milhões de euros (cerca de R$ 320 milhões) em transferência de tecnologia para o desenvolvimento e produção de radares de tráfego aéreo de banda L, criou um sistema que identifica emissão eletromagnética que poderia atrapalhar testes no centro de lançamento de Alcântara (Maranhão), integrou sistemas de guerra eletrônica para navios da Marinha do Brasil.

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http://www.infodefensa.com/?noticia=tha ... brasileiro

Veja também matéria Tecnologia & Defesa visita instalações da Thales Alenia Space na França e Itália

http://www.tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=1091


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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#6 Mensagem por arcanjo » Seg Jul 15, 2013 10:11 am

Defesa destaca urgência de o País ter seu satélite

15 Jul 2013

Tânia Monteiro
Lisandra Paraguassu
Brasília


As denúncias de violação de telefonemas e transmissão de dados de empresas e cidadãos brasileiros serviram para reforçar a tese das Forças Armadas da necessidade de o Brasil dispor de seu próprio satélite de comunicação militar, em vez de continuar alugando a Banda X do satélite para a Embratel, cujo controlador é a mexicana Telmex, ao custo anual de R$ 14 milhões, como ocorre hoje.

Nas reuniões de governo dos últimos dias, o Ministério da Defesa tratou da preocupação dos militares e a necessidade de acelerar o investimento. A expectativa é a de que o episódio seja decisivo para que não ocorram novos atrasos na licitação para a construção do satélite, que está em andamento. E sejam garantidos os recursos para que o satélite fique pronto e entre em operação, em uma nova estimativa otimista, em abril de 2016.

Em 2009, quando foi mais uma vez prometida a construção do satélite geoestacionário brasileiro, a previsão era que sua entrada em operação ocorreria em 2014, ao custo de R$ 700 milhões, na época. Agora, a expectativa de gastos já ultrapassa a casa do R$ 1 bilhão.

Desde que surgiram as informações sobre a violação do sigilo de e-mails e telefonemas de autoridades brasileiras, ficou no ar a pergunta a respeito da segurança das correspondências de funcionários de alto escalão. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou ao Estado que costuma renovar os "tipos de criptografia usados para proteger as informações sensíveis do governo federal".

Para garantir o sigilo das comunicações feitas pelo governo, o GSI informou que dispõe do Centro de Tratamento de Incidentes de Rede (CTirGov), que pertence ao Departamento de Segurança e Informação.

Mas o Brasil depende de empresas estrangeiras para estabelecer canais de comunicação via satélite dentro do próprio território. Dos oito satélites utilizados pelo País para esse fim, nenhum é estatal. Para dar conta dessa demanda, o Brasil aluga os equipamentos ao custo anual de mais de R$ 100 milhões. O sistema em licitação é para o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).

Para tal, foi criada a empresa Visiona Tecnologia Espacial SA, parceria entre a Telebrás e a Embraer. A conclusão da licitação deve ocorrer no fim do mês e espera-se que o contrato seja assinado no final de agosto. A estimativa de entrada em operação é de 32 meses após a assinatura do contrato, ou seja, abril de 20i6? se houver vontade política e não ocorrerem novos atrasos. O novo satélite triplicará a capacidade de utilização do sistema.

A preocupação de possuir um satélite próprio é antiga no País. O governo brasileiro também tenta, há anos, desenvolver um veículo lançador de satélites para ser usado na base de : Alcântara, mas até hoje não teve sucesso. Da mesma forma, os servidores-raiz da internet, por onde passa todo fluxo de informações via rede mundial, são controlados pelo Departamento de Comércio dos EUA. Até mesmo as redes de fibra ótica que conectam a maior parte dos países passam pelo território americano.

Em 2003, 0 Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, foi incendiado na explosão do foguete VLS. Passados dez anos, a infraestrutura da base ainda não está 100% recuperada.

Fonte: Estadão.com.br via Resenha EB

http://www.exercito.gov.br/web/imprensa ... .mode=view


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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#7 Mensagem por Grifon » Ter Ago 13, 2013 10:36 am

Francesa Thales Alenia é a escolhida para fazer satélite

A francesa Thales Alenia foi a empresa escolhida pelo governo para construir o satélite geoestacionário brasileiro, segundo apurou a Folha. O consórcio europeu Arienespace será o responsável por lançá-lo em órbita.

O projeto sairá por cerca de R$ 1,1 bilhão, incluindo os desembolsos com as duas companhias e o seguro, que ainda está sendo negociado.

O contrato prevê a transferência de tecnologia à Agência Espacial Brasileira. O satélite servirá para a comunicação do governo e para levar internet banda larga a municípios ainda não servidos pela rede da Telebras.

A indicação das vencedoras foi feita ontem à Telebras pela Visiona, sociedade entre a Embraer e a estatal de telecomunicações, que coordenou o processo de escolha.

A Thales Alenia disputava o contrato com a japonesa Mitsubishi e com a canadense Loral. Já a Arienespace concorria com a ILS, dos EUA.

A decisão ainda será referendada pelo comitê executivo da Telebras, formado pelos ministérios das Comunicações, da Defesa e de Ciência e Tecnologia. Não se espera que haja alterações, já que a concorrência foi acompanhada de perto por representantes das três pastas.

A Telebras ainda irá negociar o valor que será pago à gerenciadora do projeto. A Visiona deve assumir o contrato, já que foi criada justamente com esse objetivo, mas a Telebras diz que fará cotação com outras duas empresas.

O governo ainda tem de escolher a seguradora do satélite. Como o valor é muito alto, foi escalada uma corretora para montar um consórcio segurador com empresas internacionais. A expectativa é que esse grupo seja definido nos próximos 30 dias.

Inicialmente, a ideia do governo era lançar o satélite até o final de 2014. Mas o prazo já está sendo revisto.

O governo já decidiu que irá adquirir um segundo satélite. A nova concorrência pode ser lançada antes do lançamento do projeto atual, segundo apurou a Folha.

A expectativa é que a Visiona possa assumir também a coordenação desse segundo empreendimento. Outros 12 projetos de satélite serão lançados nos próximos anos, privados e do governo.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... lite.shtml




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#8 Mensagem por arcanjo » Sáb Ago 17, 2013 12:20 pm

Luiz Padilha - 16/08/2013
Satélite geoestacionário vai ampliar capacidade de cobertura das comunicações militares

Imagem

O novo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC, a ser lançado pelo Brasil, vai possibilitar o aumento da capacidade de cobertura das comunicações das Forças Armadas.

O equipamento contará com a Banda X, composta por cinco transponderes suficientes para ampliar a largura de banda de 160 MHz, e o aumento de potência em cerca de dez vezes, em comparação ao satélite da Star One, atualmente alugado pelo Ministério da Defesa (MD).

Segundo fontes do ministério, o aumento possibilitará ampliar o atendimento aos demais projetos da Defesa, principalmente o Sisfron, de monitoramento das fronteiras terrestres. O projeto do SGDC prevê, ainda, o lançamento de mais dois satélites espaçados em mais ou menos cinco anos.

A expectativa do MD é que o satélite seja lançado em agosto de 2016. Esta semana, o Comitê Diretor do Projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) anunciou a indicação das empresas Thales Alenia Space (TAS), para fornecimento do satélite, e da Arianespace, para o lançamento do artefato. Foram analisadas três propostas: Mitsubishi Eletric Corporation, Space System/Loral e Thales Alenia Space.

De acordo com comunicado divulgado pelo Ministério das Comunicações e pela Telebras, o processo de escolha pelo Comitê Diretor levou em consideração os seguintes critérios de análise: solução técnica, cronograma, riscos, condições contratuais, condições de absorção e transferência de tecnologia e custo global do projeto. O Comitê é composto por representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério das Comunicações e do Ministério da Defesa.

O SGDC atenderá às necessidades do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), da Telebras, e também um amplo espectro de comunicações estratégicas brasileiras nos âmbitos civil e militar.
“Com o satélite geoestacionário, o Brasil ampliará o acesso à banda larga de internet para todo o território brasileiro e terá assegurada a soberania em suas comunicações estratégicas, tanto na área civil quanto na militar”, afirma o presidente da Telebras, Caio Bonilha.

Atualmente, existem mais de 2 mil municípios brasileiros com condições de difícil acesso para chegada de uma rede de fibra óptica terrestre. Eles seriam atendidos por meio do satélite.

Para o presidente da Visiona, Nelson Salgado, “a seleção destes fornecedores encerra uma etapa importante do processo de definição do sistema SGDC, criando condições para que o contrato entre Visiona e Telebras seja assinado e o trabalho de desenvolvimento do sistema possa ser efetivamente iniciado”. Os termos e condições do contrato entre Visiona e Telebras serão divulgados oportunamente, quando da sua assinatura.

Centros de controle

Outro fator considerado importante pelo MD é que os centros de controle – principal e reserva – do satélite geoestacionário ficarão em Organizações Militares (OM) e operados conjuntamente pela Defesa e pela Telebras. Atualmente, os satélites alugados têm seu centro de controle em uma área da Star One, no estado do Rio de Janeiro.

Banda larga e Visiona

O Programa Nacional de Banda Larga foi criado pelo Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010. O objetivo do Programa é expandir a infraestrutura e os serviços de telecomunicações, promovendo o acesso pela população e buscando as melhores condições de preço, cobertura e qualidade. A meta é proporcionar o acesso à banda larga a 40 milhões de domicílios brasileiros até 2014 à velocidade de no mínimo 1 Mbps.

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. é uma empresa dos grupos Embraer (51%) e Telebras (49%), controlada pela Embraer e constituída com o objetivo inicial de atuar na integração do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro, que visa atender às necessidades de comunicação satelital do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e um amplo espectro de comunicações estratégicas de defesa. A Visiona deverá também se capacitar como uma futura empresa integradora e mesmo fornecedora de novos satélites no mercado brasileiro.

FONTE: MD
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=26681


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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#9 Mensagem por Túlio » Sáb Ago 17, 2013 6:15 pm

Ainda não me parece o ideal, afinal, se OUTRO faz, ele é que tem o verdadeiro controle, pois é o dono das "caixas pretas" e pode incluir o que quiser, até meios próprios para desligar o equipamento todo, temo...




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#10 Mensagem por Brasileiro » Sáb Ago 17, 2013 10:53 pm

Tem que ver quem vai fazer o Software. É isso que vai determinar a segurança das comunicações que passarão pelo satélite.

É bom que o MD esteja atento a isso.



abraços]




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#11 Mensagem por LeandroGCard » Dom Ago 18, 2013 10:54 am

Brasileiro escreveu:Tem que ver quem vai fazer o Software. É isso que vai determinar a segurança das comunicações que passarão pelo satélite.

É bom que o MD esteja atento a isso.



abraços]
Vai ser o fabricante do satélite, é claro.

Se quisermos ter gente preparada para fazer qualquer intervenção nesta área específica do satélite podemos desde já marcar o lançamento lá para depois de 2018 ou 2020. Só de negociação vão-se alguns anos... :roll: .

Temos que parar com estas bobagens de querer autonomia e segurança absolutas comprando lá fora itens de alta tecnologia. Quem não tem competência para fazer os seus próprios tem que aceitar que o sistema nunca será 100% confiável e ponto. Se fôssemos nós os fornecedores para outrem seria diferente?


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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#12 Mensagem por Túlio » Seg Ago 19, 2013 7:24 pm

Falou tudo. 8-]




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#13 Mensagem por Boss » Qua Ago 21, 2013 1:52 pm

VISIONA

Visiona Tecnologia Espacial: Uma Empresa Integradora Para o Brasil

Por Himilcon Carvalho*

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. foi criada em 2012 como uma joint-venture entre a Embraer e a Telebrás. Voltada para o fornecimento do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), ela conta com o apoio dos Ministérios das Comunicações, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Defesa (MD) e, também, da Agência Espacial Brasileira (AEB). A Visiona tem por missão capacitar-se e constitui-se como empresa integradora especializada na concepção, desenvolvimento, integração, testes e operação de sistemas espaciais em conformidade com o preconizado na última edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O mercado em vista é, principalmente, o do Programa Espacial Brasileiro em suas diversas vertentes de observação da Terra, meteorologia e comunicações para aplicações civis, de defesa ou científicas.

Para atingir esse objetivo, a Visiona deve, primeiramente, formar um corpo técnico com profissionais experientes, ao mesmo tempo em que novos profissionais são treinados nas diversas disciplinas de engenharia de sistemas espaciais e de solo, operações e qualidade. O projeto SGDC será o instrumento principal para o que se denomina “absorção tecnológica”, processo que permitirá a técnicos da Visiona e do governo participar, nas instalações do fabricante selecionado, do dia-a-dia de um projeto espacial de grande complexidade, atuando diretamente nas atividades de gerenciamento, projeto, integração e testes do satélite.

Tão importante quanto o corpo técnico é a formação de parcerias com as empresas da cadeia produtiva nacional, fornecedoras tradicionais de equipamentos, subsistemas e serviços. Elas formam a base industrial que, juntamente com a Visiona, responderá aos desafios propostos pela estratégia de desenvolvimento do setor espacial no Brasil, expressa no Programa Nacional de Atividades Espaciais e no Plano Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) do Ministério da Defesa.

Tanto a Visiona quanto as empresas parceiras deverão trabalhar em conjunto com universidades e centros de pesquisa, por meio de programas de desenvolvimento tecnológico em suas diversas áreas de especialidade, com o objetivo de atingir níveis de maturidade que reduzam riscos na implementação dos projetos. Áreas de maior vulnerabilidade deverão ser identificadas e cursos de ação traçados para garantir o domínio de técnicas e processos a tempo de serem aplicados dentro dos cronogramas estabelecidos pelos clientes governamentais e, possivelmente, privados.

Nesse contexto, o Termo de Referência do SGDC prevê como parte das obrigações do fornecedor contratado a execução de um programa de transferência tecnológica em que o próprio fabricante ou seus subcontratados deverão oferecer a empresas brasileiras e institutos de pesquisa um conjunto de tecnologias em áreas estratégicas selecionadas. A Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) terá o papel fundamental de avaliação das propostas e da coordenação de sua execução.

O resultado esperado de todas essas iniciativas e da criação de uma empresa integradora que trabalhará em harmonia com outras do setor e órgãos públicos – como o Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ou no futuro centro espacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – será um maior dinamismo do setor industrial brasileiro na área espacial, em conformidade com as prioridades estabelecidas pela AEB na última edição do PNAE.

Trata-se de uma ocasião única de transformação positiva e estabelecimento de uma rota de crescimento sustentável do setor espacial brasileiro, para a qual são convidados a contribuir e participar ativamente todo os atores envolvidos, governamentais e privados, industriais e de pesquisa. Nesse esforço conjunto, a Visiona espera ser uma catalisadora de novos projetos e oportunidades que favoreçam toda a comunidade espacial.

*Himilcon Carvalho – Diretor de Tecnologia da Visiona




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#14 Mensagem por Pedro Gilberto » Qui Ago 22, 2013 9:51 pm

Brasileiro escreveu:Tem que ver quem vai fazer o Software. É isso que vai determinar a segurança das comunicações que passarão pelo satélite.

É bom que o MD esteja atento a isso.



abraços]
O satélite geoestacionario atua como um grande repetidor localizado num ponto fixo no céu. Ele não codifica/decodifica nenhuma comunicação pois essa ação é realizada pelas estações terrenas (Hub e remotas) e, portanto, onde esta inserido a criptografia necessaria para a seguranca da informacao. O risco maior para o SGB é a perda do controle do mesmo caso seja inserido algum "backdoor" para possibilitar acesso por um agente externo.

[]'s




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Re: Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)

#15 Mensagem por LeandroGCard » Qui Ago 22, 2013 10:19 pm

Pedro Gilberto escreveu:
O satélite geoestacionario atua como um grande repetidor localizado num ponto fixo no céu. Ele não codifica/decodifica nenhuma comunicação pois essa ação é realizada pelas estações terrenas (Hub e remotas) e, portanto, onde esta inserido a criptografia necessaria para a seguranca da informacao. O risco maior para o SGB é a perda do controle do mesmo caso seja inserido algum "backdoor" para possibilitar acesso por um agente externo.

[]'s
Ele também pode simplesmente deixar de re-emitir mensagens de emissores específicos ou em frequências e códigos determinados, impedindo as comunicação de forma seletiva. Ou emitir mensagens trocando os canais, criando um falso emissor ou receptor para enganar o usuário original com mensagens falsas. Ou sei lá mais o que a eletrônica permitir. Ou pode ser simplesmente desligado remotamente, deixando seus usuários sem comunicações.

Muito esforço e centenas de milhões de dólares são gastos pelas potências principais para desenvolver formas de interferir, jamear e eventualmente até destruir fisicamente satélites do inimigo com lasers e sistemas ASAT. No nosso caso, dependendo das afinidades do inimigo bastará emitir uma palavra-código... 8-] .


Leandro G. Card




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