Página 3 de 3

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Seg Out 08, 2018 7:18 pm
por yuri
Este documentario do netflix indicado pelo Tulio terminei de assistir, é longo porem vale muito apena, uma visão dos dois lados, bem politico e bastidores, top

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Ter Out 09, 2018 2:03 pm
por Guilherme
Vi os três primeiros episódios e gostei muito. O nível de detalhe faz lembrar do seriado "World at War".

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Sáb Dez 22, 2018 2:48 pm
por papagaio
Essa série da Netflix é muito boa mesmo.
É para entender toda complexidade do conflito, não apenas o campo de batalha.
Não tinha noção de como essa Guerra literalmente dividiu a sociedade americana.
Mas tem que ter paciência, são 10 episódios com cerca de 1h 40 minutos cada.

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Ter Mar 12, 2019 3:34 pm
por paulof
The CIA Predicted Disaster in Vietnam. Why Did No One Listen?

President Trump is famous for ignoring the advice and expertise of advisers who tell him something he doesn’t want to hear. But he is not the first president to spurn good counse


https://www.thedailybeast.com/the-cia-p ... ref=scroll

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Dom Jun 16, 2019 2:56 am
por Bourne
Senhores, depois de muitos anos venho admitir que errei feio sobre a Guerra do Vietnam sobre os norte-americanos terem vencido. O interesse veio depois da morte do John McCain. Pesquisando um pouco mais fica claro que foi parte da estratégia "vamos declarar vitória e sair correndo. Não tem como vencer". Similar ao que a URSS fez no Afeganistão e, mais recentemente, o EUA no Iraque e Afeganistão em menor escala.

Três chamaram atenção no material que li e assisti.

Primeira, a Guerra do Vietnam foi algo gigantesco. A mobilização de pessoal e equipamento drenava os recursos norte-americanos. Os EUA chegaram a ter 500 mil soldados no sudeste asiático. Só nesse número gera o problema de ter que renovar as tropas e buscar novos soldados nos EUA. Além disso, adiciona a necessidade de material e logística para abastecer as tropas norte-americanas, vietnamitas e tantas outras nações que se envolveram como Austrália e Coreia do Sul. Isso durante a guerra em que os EUA tinha que suporte a Europa e Coreia, além de outros aliados e regiões. Os livros de história econômica que colocam o Vietnam como um fator importante para quebrar o orçamento dos EUA na época não é exagero.

Segundo, o cenário de guerra é gigantesco na medida Vietnam é extenso e tinha uns 60 milhões de habitantes com grandes cidades, terrenos montanhosos, selva. Assim, existia batalhas na selva que era os mais famosos, mas grandes batalhas em cidades, ataques contra bases e posições norte-americanas. Mas também bombardeios, combates aéreos e anti-aérea. O Vietnam do Norte era uma região muito protegida e as forças norte-vietnamitas sabiam como forçar o atrito e desgastar o inimigo. As missões de bombardeio e ataque norte-americano tinham perdas de aeronaves e pilotos. Por exemplo, o McCain que foi derrubado quando cumpria uma missão de ataque em Hanoi. Na medida em que o conflito aprofundava os vietnamitas começam a se virar contra os norte-americanos devido a violência, bombardeios e massacres. No final das contas todo mundo era guerrilheiro e inimigo.

Terceiro, mais impactante, o conflito comprometeu as forças armadas e a sociedade norte-americana. Porque estavam metidos em uma guerra em larga escala, convencional e sem perspectivas de vitória, do outro lado do mundo, drenando recursos do país, veteranos e familiares que passavam a dar real sobre o que era o Vietnam. Ao mesmo tempo, aumenta as deserções, o índice de suicídio dos recrutas, uso de drogas álcool, aumento da violência contra os nativos. No final das contas a confiança e a hierarquia nas forças armadas norte-americanas estavam sendo comprometidas. E como vai mobilizar para uma guerra contra a URSS?

A grande solução foi "vamos embora e declaramos vitória". E deixem que os vietnamitas se virem com o equipamento que ficou por lá. Depois os chineses tentaram se aventurar, viram que a coisa era feia e foram embora em menos de quatro semanas.

Isso é para lembrar os senhores que não é a quantidade de equipamento e pessoal que determina vitória. Ou melhor, o tamanho do pipi até vale, mas não vale tanto. Em particular se o inimigo estiver lutando pela sobrevivência e unidade. Assim não adianta terraplanar o país e usar ultra tecnologias. Porque em última instância vai precisar por a bota no chão e fazer o trabalho sujo em que deixa exposto para o inimigo reagir.

----------------------

O John Mccain era doidão. Para começar vai ser piloto naval que por si já era muito, mais muito perigoso na época. Se meteu em três acidentes graves como piloto naval e quase morre no USS Forrestal. E por fim, vai como voluntário no esquadrão que fazia as missões mais perigosas de ataque ao vietnam do norte.

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Dom Ago 04, 2019 11:57 am
por Clermont
KHE SANH, 1968.

William H. Dabney

O tocaieiro escondia-se numa colina de uns 400 m de altura, próxima a nossa posição na colina 881 Sul. Encontrava-se ali havia uma semana. Disparava raramente, apenas quando havia boa visibilidade e aparecia um alvo fácil. Tinha uma pontaria mortal. Com cerca de vinte disparos, matou dois fuzileiros navais e feriu meia dúzia de outros. Entre seus alvos prediletos estavam as missões "medevac" (de evacuação de feridos), nas quais os padioleiros deviam atravessar a zona de desembarque, em direção aos helicópteros que transportariam feridos.

Mas o tocaieiro não foi cuidadoso o bastante. Numa tarde calma, um metralhador - um dos muitos navais que mantinham vigilância sobre as encostas da colina - percebeu um leve movimento num arbusto. Havíamos calculado que o atirador estivesse numa fenda ou trincheira natural, bem protegido do fogo de armas portáteis. Assim, o metralhador atirou seguidamente para imobilizá-lo em sua posição, enquanto pedia reforços. Trouxemos, com muito trabalho, um canhão sem recuo de 106 mm, nossa principal arma antitanque. Seguindo as orientações do metralhador, disparamos sobre o arbusto uma granada HEP (High Explosive, Plastic), capaz de arrancar a lagarta ou a torreta de um tanque. O abrigo transformou-se numa cratera, e seu ocupante, numa massa disforme.

A colina do tocaieiro, contudo, ficava demasiado distante para que a ocupássemos com segurança. E o inimigo logo enviou um segundo atirador. Nos dez dias seguintes, ele matou um fuzileiro naval e feriu diversos outros. Afinal, o localizamos, e mais uma vez a peça de 106 mm disparou: outra cratera e outra massa disforme.

Dois dias depois, os tiros de um terceiro tocaieiro começaram a ser ouvidos. Qualquer exposição mais prolongada representava um convite para o sibilar agudo de uma bala de fuzil. Isso era ainda mais grave durante as missões "medevac", pois o zumbido do projétil passando próximo fazia com que os padioleiros realizassem movimentos evasivos derrubando o companheiro ferido. Seguiu-se o procedimento habitual: descobrimos sua posição e recorremos à peça antitanque.

Enquanto um atirador apontava para o local indicado, um jovem recruta aproximou-se de mim. Agachado na trincheira, ele observou que o terceiro tocaieiro havia estado em posição por uma semana e atirara tantas vezes quanto seus predecessores. Mas não acertara ninguém. Se o explodíssemos, um quarto tocaieiro certamente o substituiria, e talvez tivesse maior perícia. A peça de 106 mm retornou a sua posição original.

Durante algum tempo, os fuzileiros navais se divertiram, acenando com "ceroulas de Maggie" - o pano vermelho tradicionalmente erguido nos campos de tiro para indicar disparo desperdiçado - toda vez que o inimigo atirava. Depois ocorreu-nos que ele talvez não fosse tão inábil, e sim cauteloso (e muito inteligente). Ele sabia o que havia acontecido aos soldados que o antecederam. Tinha de atirar com regularidade, mas, como seus superiores nunca saberiam se atingira o alvo ou não, sua atitude mais sensata era errar de maneira deliberada, para não provocar nossa reação. O tocaieiro ficou na colina até o final do combate - cerca de dois meses - e jamais feriu alguém.


___________________________________________

O coronel William H. Dabney, como capitão, comandou a Companhia "I" do III Batalhão do 26° Regimento de Fuzileiros Navais em Khe Sanh.

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Seg Dez 02, 2019 7:09 pm
por FilipeREP

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Seg Out 17, 2022 8:00 am
por Orban89

Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Seg Nov 07, 2022 10:40 pm
por Guilherme
Mapa em tempo real da Operação Linebacker II com áudio das tripulações:


Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Ter Jan 02, 2024 12:16 am
por knigh7
Encontrei Paint It Black com outras imagens da Guerra. Decidi colocar aqui porque, neste caso, as imagens valem mais que a música:


Re: Guerra do Vietnã (1956-1975)

Enviado: Seg Fev 05, 2024 1:15 pm
por Guilherme
Impressionante a comparação que ele faz dos combates no Vietnã com o trabalho na polícia de San Francisco. Eloquência admirável também.