Bolovo escreveu:Novamente a falácia de "empresa estatal = menos liberdade econômica".
Vamos para um extremo. Tomemos por exemplo a Suécia. Esse país tem 48 empresas controladas totalmente ou parcialmente pelo governo sueco e 137 mil funcionários nessas empresas (
http://www.government.se/government-pol ... terprises/). A maior parte delas são indústrias de base ou do setor energético. Em compensação, a Suécia é o 19º país com maior liberdade econômica (
http://www.heritage.org/index/country/sweden) e tem o 14º maior IDH do planeta (
http://hdr.undp.org/sites/default/files ... report.pdf).
Agora vamos a comparação. O governo federal brasileiro (não vou contar as empresas estatais dos Estados da União) conta com 154 empresas estatais e emprega 530 mil pessoas (
http://www.em.com.br/app/noticia/econom ... rios.shtml), está numa distante 140ª posição em liberdade econômica (
http://www.heritage.org/index/country/brazil) e está em 79º na lista de países por IDH. Olha, já sei porque o Brasil está tão mal no ranking: são as malditas estatais.
Mas se formos realmente ver, a Suécia é um país com 10 milhões de habitantes e o Brasil tem 207 milhões, apenas 20 vezes mais. A Suécia tem uma estatal a cada 208 mil habitantes. Já o Brasil tem uma estatal a cada 1,3 milhão de habitantes. Agora vamos ao dado realmente interessante: a Suécia tem uma força de trabalho de aproximadamente 5 milhões de pessoas e 137 mil dessas são empregadas em estatais, ou seja, 2,74% da força de trabalho sueca estão nas estatais. Já aqui no Brasil a força de trabalho é composta por 102 milhões de pessoas (
http://www.valor.com.br/brasil/4742759/ ... o-diz-ibge) e se contarmos as 530 mil empregados em estatais, veremos que elas correspondem a apenas 0,5% da força de trabalho nacional.
Oras, estou confuso.
Não era para o Brasil ter maior liberdade econômica e um maior IDH do que a Suécia pelo fato de termos, proporcionalmente, um menor número de estatais e de empregados nas estatais?
Prezado Senhor,
Creio que a coisa seja bem mais complexa do que uma comparação de números, somente pra ficar nessa questão de Estatais e utilizando o mesmo exemplo que postou, as estatais suécas tem um sistema de Governança Corporativa, transparência e sobretudo eficiência econômica absolutamente diferentes das estatais brasileiras, não há empresas estatais deficitárias na Suécia, são dirigidas com a mesma eficiência e mentalidade das empresas privadas, inclusive competindo no mercado privado e com grande preocupação com o retorno do Capital, com exigências similares ou superiores das empresas privadas.
Quando as empresas estatais têm as mesmas demandas econômicas em suas operações que outras organizações, a competitividade, o desenvolvimento de valor e a eficiência de capital são aumentados.
O Estado tem uma grande responsabilidade de ser um proprietário ativo e profissional. Os objetivos gerais do governo são que as empresas gerem valor e, quando aplicável, assegurem que as atribuições de políticas públicas especialmente encomendadas sejam bem executadas.
Objetivos econômicos
Quando as empresas estatais têm as mesmas demandas econômicas em suas operações que outras organizações, a competitividade, o desenvolvimento de valor e a eficiência de capital são aumentados. Ao mesmo tempo, isso reduz o risco de risco de competição distorcida. Os objetivos econômicos são estabelecidos em consultas entre proprietários e empresas e adotados pela Assembléia Geral Ordinária.
O objetivo de estabelecer metas econômicas para as empresas é:
Certifique-se de que o valor seja gerado,
Alcançar a eficiência do capital,
Manter um nível razoável de risco financeiro,
Garante ao proprietário um retorno sustentável e previsível, e
Permitem avaliar a rentabilidade, a eficiência e o nível de risco da empresa.
Ou seja, empresa pública na Suécia é uma empresa Capitalista.
Fonte:
http://www.government.se/government-pol ... companies/
Por outro lado, no Brasil da 43 empresas criadas nos últimos 15 anos, duas fecharam e 41 geraram um prejuízo para a população brasileira na ordem de R$ 8 bilhões
http://www.josepedriali.com.br/2016/08/ ... ranca.html
Empresas são criadas para gerarem super salários para os amigos do Rei, para os apoiadores do Rei e sobretudo como fonte de corrupção e meio de legalizar fonte de renda para o partido do Rei.
Alguns comentários / exemplos dessa ineficiência
- A Petrobras, por exemplo, chegou a contar com 1.100 profissionais para sua comunicação, um número 25 vezes maior que o da Vale e duas vezes maior que o da Shell.
- Cinco anos atrás, a Eletrobrás era a maior empresa de energia da América Latina. Agora, teve que receber aportes de quase R$ 2 bilhões pagos pelo pagador de impostos para sobreviver. Assolada pela corrupção dos seus indicados políticos, a estatal foi obrigada assumir três distribuidoras estaduais deficitárias e foi a ponta de lança do plano de Dilma Rousseff para baixar o preço da energia no Brasil na marra, às custas do caixa da companhia.
- Além de mal administradas, as estatais brasileiras ainda são um risco para a democracia e o funcionamento das instituições do país. Tendo seus cargos trocados por votos no Congresso, tais companhias se tornaram o instrumento pelo qual o Executivo transforma o Legislativo em um mero anexo dos seus interesses.
- Apesar de não consumir seu conteúdo, a população paga caro para manter a EBC – apenas nos últimos oito anos foram R$ 3,6 bilhões. Valor semelhante ao que é investido anualmente pelo Governo Federal na merenda de 39 milhões de crianças.
- Além de cara, a EBC foi utilizada nos últimos anos para pagar salários altíssimos a apoiadores do governo. Os contratos dos contumazes defensores das administrações petistas Lúcia Scarano de Mendonça, Emir Sader, Luis Nassif, Paulo Markun, Tereza Cruvinel e Paulo Moreira Leite somavam quase R$ 3 milhões por ano.
- Mais do que uma estrutura ineficiente e cara, a EBC é um exemplo do uso da máquina do Estado para agredir a democracia: pagando jornalistas a peso de ouro para que eles falem bem do governo de plantão e ataquem qualquer um que se oponha.
- Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com praticamente um único objetivo: destravar o trem-bala brasileiro. Após os leilões serem adiados três vezes e a Copa do Mundo passar, a obra acabou simplesmente sendo deixada de lado, apesar do seu projeto-executivo ter consumido quase R$ 1 bilhão. Apesar de ter fracassado em seu objetivo principal, o governo tentou fazer a EPL realizar o planejamento de outras grandes obras e concessões. Entretanto, Dilma Rousseff passou a deixar a estatal à margem dos projetos, e sua estrutura, que custa quase R$ 100 milhões por ano, é simplesmente inútil e cara.
Pra não dizer que sou contra apenas estatal petista
- A Infraero foi criada em 1973 com a missão de administrar os principais aeroportos do país. Não muito diferente das outras estatais, a corrupção se espalhou em todos os níveis da companhia. Apenas uma reforma no Aeroporto Internacional de Guarulhos teve desvios de incríveis R$ 254 milhões.
https://spotniks.com/7-estatais-que-dev ... -urgencia/
Por outro lado, não creio que a questão deva ser limitada a empresas estatais, estamos falando do tamanho do Estado, isso implica numa comparação mais abrangente.
Como deve ser do conhecimento do Senhor o parlamentar suéco não goza de regalias, motorista particular, segurança pessoal e coisas do tipo, é comum irem trabalhar de bicicleta e os apartamentos, somente para aqueles que não residem na Capital, é um quitinete onde preparam sua alimentação, lavam e passam suas próprias roupas, onde a transparência é inacreditável a ponto de uma parlamentar ter sérios problemas por ter pago um restaurante com o cartão corporativo.
Compare isso com o Brasil, somente no Congresso Nacional
Congresso Nacional custa R$ 23 milhões por dia
http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/852
Parlamento tem 28.762 funcionários, contingente maior que a população de 79% das cidades do país
Congresso possui o dobro de funcionários da Polícia Federal
http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%AD ... -1.1233926
STF tem 269 funcionários por gabinete. Mais do dobro do Senado
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... inete.html
Temos 5.570 municípios, todos inchados, todos com vereadores que tem direito a inúmeros funcionários em seus gabinetes, toda a estrutura dos Governadores de Estado, voltando ao Congresso temos 513 deputados e 81 Senadores, além dos 28.700 funcionários, todos com direito a motorista, segurança privada, refeições, além do absurdo de se aposentarem depois de um único mandato e de regalias vitalícias para os mandatários dos três poderes e não para por aí, em efeito cascata, são criados sindicatos dos servidores do Congresso, associação dos Servidores do Congresso, criando todo esse gigantismo ineficiente, pesado e lento.
Daí nasce a burocracia, uma forma do cidadão ter que pagar pelo 'serviço' de toda a cadeia, assim para se abrir uma empresa, faz-se necessário licença da Prefeitura, licença ambiental, licença de utilização de solo, licença do Ministério ligado a atividade da empresa, registros de produtos, anvisa, cetesb (SP), registro no órgão tributário, alvará de funcionamento, bombeiro, CCMEI, inscrição na Junta Comercial, vigilância sanitária e claro toda a papelada com cópia autenticada e firma reconhecida para alimentar os cartórios.
E fica um monte de funcionário sem ter o que fazer, pegando pelo em ovo e dificultando a vida de qualquer empreendedor que queira se aventurar no Brasil, não vamos falar da carga tributária e do escritório de contabilidade que toda empresa tem que manter para traduzir o emaranhado de impostos de cada atividade.
Enfim, Senhor, essa é a diferença de um Estado liberal enxuto e eficiente, onde quem paga o imposto tem o devido retorno em qualidade de vida (IDH), seguindo seu exemplo, a Suécia por exemplo e um estado Gigante e 'progressista' ineficiente lento oneroso, cujo retorno do imposto pago reflete nossa 79a no ranking de IDH.
Como pode observar não é bem uma falácia.