Boa noite Senhor,Marechal-do-ar escreveu:É estatal porque quando o setor precisava de investimentos pesados a iniciativa privada estava cagando pra isso.nveras escreveu:Não respondeu por que tem que ser estatal, que é a questão levantada.
Acabou de falar que o problema não são as estatais.Sakuray escreveu:Creio que a coisa seja bem mais complexa do que uma comparação de números, somente pra ficar nessa questão de Estatais e utilizando o mesmo exemplo que postou, as estatais suécas tem um sistema de Governança Corporativa, transparência e sobretudo eficiência econômica absolutamente diferentes das estatais brasileiras, não há empresas estatais deficitárias na Suécia, são dirigidas com a mesma eficiência e mentalidade das empresas privadas, inclusive competindo no mercado privado e com grande preocupação com o retorno do Capital, com exigências similares ou superiores das empresas privadas.
Tá, e quem aqui está defendendo regalias? Alias, no país inteiro, acho que só os beneficiados por elas as defende.Sakuray escreveu:Por outro lado, não creio que a questão deva ser limitada a empresas estatais, estamos falando do tamanho do Estado, isso implica numa comparação mais abrangente.
Como deve ser do conhecimento do Senhor o parlamentar suéco não goza de regalias, motorista particular, segurança pessoal e coisas do tipo, é comum irem trabalhar de bicicleta e os apartamentos, somente para aqueles que não residem na Capital, é um quitinete onde preparam sua alimentação, lavam e passam suas próprias roupas, onde a transparência é inacreditável a ponto de uma parlamentar ter sérios problemas por ter pago um restaurante com o cartão corporativo.
Compare isso com o Brasil, somente no Congresso Nacional
Congresso Nacional custa R$ 23 milhões por dia
http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/852
Parlamento tem 28.762 funcionários, contingente maior que a população de 79% das cidades do país
Congresso possui o dobro de funcionários da Polícia Federal
http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%AD ... -1.1233926
STF tem 269 funcionários por gabinete. Mais do dobro do Senado
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... inete.html
Temos 5.570 municípios, todos inchados, todos com vereadores que tem direito a inúmeros funcionários em seus gabinetes, toda a estrutura dos Governadores de Estado, voltando ao Congresso temos 513 deputados e 81 Senadores, além dos 28.700 funcionários, todos com direito a motorista, segurança privada, refeições, além do absurdo de se aposentarem depois de um único mandato e de regalias vitalícias para os mandatários dos três poderes e não para por aí, em efeito cascata, são criados sindicatos dos servidores do Congresso, associação dos Servidores do Congresso, criando todo esse gigantismo ineficiente, pesado e lento.
Daí nasce a burocracia, uma forma do cidadão ter que pagar pelo 'serviço' de toda a cadeia, assim para se abrir uma empresa, faz-se necessário licença da Prefeitura, licença ambiental, licença de utilização de solo, licença do Ministério ligado a atividade da empresa, registros de produtos, anvisa, cetesb (SP), registro no órgão tributário, alvará de funcionamento, bombeiro, CCMEI, inscrição na Junta Comercial, vigilância sanitária e claro toda a papelada com cópia autenticada e firma reconhecida para alimentar os cartórios.
E fica um monte de funcionário sem ter o que fazer, pegando pelo em ovo e dificultando a vida de qualquer empreendedor que queira se aventurar no Brasil, não vamos falar da carga tributária e do escritório de contabilidade que toda empresa tem que manter para traduzir o emaranhado de impostos de cada atividade.
Enfim, Senhor, essa é a diferença de um Estado liberal enxuto e eficiente, onde quem paga o imposto tem o devido retorno em qualidade de vida (IDH), seguindo seu exemplo, a Suécia por exemplo e um estado Gigante e 'progressista' ineficiente lento oneroso, cujo retorno do imposto pago reflete nossa 79a no ranking de IDH.
Como pode observar não é bem uma falácia.
Se os auto-intitulados liberais defendessem a eficiência do estado, com o fim das regalias, fim dos aspones e uma governança corporativa em todos os setores eu apoiaria eles totalmente.
Mas não é isso o que eles dizem, a única palavra que eles sabem dizer é "privatização", mas isso não vai resolver nada por dois motivos que volto a repetir:
1) Os bandidos que estão lá não vão se livrar das estatais que os servem, no máximo vão doar as estatais que eles não conseguem usar em benefício próprio a amigos;
2) O governo ainda vai precisar de órgãos e instituições, essas vão servir de cabides de empregos e serão inchadas e ineficientes, e o governo ainda dependeria de muitos contratos (todos sujeitos a corrupção) para funcionar.
Enfim, se for para botar esses bandidos na cadeia (ou melhor, se for para fuzilar eles) e deixar cada instituição goernamental bem gerida e eficiente então eu apoio, mas se for só para repetir "privatização" esses liberais vão continuar na "lista negra".
Não se trata somente de regalias, trata-se do tamanho do Estado e todas as implicações disso.
Porque um País com uma das maiores taxas tributárias não consegue converter isso em bem estar para a população?
Porque além da corrupção e do eterno projeto de permanência no poder e do gozo das regalias o recurso arrecadado é destinado a manter o gigantismo, o cabedal de empregos, a ineficiência, a burocracia para que uma classe privilegiada de eleitos mantenha as coisas exatamente como estão, pessoas empobrecidas e ignorantes, dependentes do Estado e convencidas a votar no partido tal, no parlamentar tal que os 'ajudam', assim, estatais deficitárias é só parte do problema, em termos simples é muita gente improdutiva dependendo do Estado, e é aqui que mora o nosso problema crônico de desigualdade social, porque o Brasil que produz e que com seus impostos banca tudo isso é cada vez menor se comparado ao Brasil que gasta esse recurso sem nenhum retorno importante para o cidadão comum.
A noção de igualdade do socialismo é bela, porém, para se distribuir recursos é necessário gerar recursos e é por esse motivo que vemos alguns Estados que se dizem socialistas levar suas populações à miséria igualitária é nesse ponto que uma bela ideia deixa de ser bela e passa a ser nociva.
Minha opinião é que com o atual nível de arrecadação de nosso País, mas com um Estado pequeno, enxuto, eficiente focado unicamente em suas atribuições, ou seja, sem nenhum esforço direcionado para estatais, mas unicamente para educação, saúde, segurança pública, mobilidade e infra-estrutura em pouco tempo nosso IDH estaria no nível Europeu.
Como consequência nossas empresas seriam mais eficientes explorando todo nosso potencial de exportação, gerando milhões de empregos, a própria educação contribuindo para o encolhimento da desigualdade social.
Sobre a demonização das privatizações, analisando o que de fato ocorreu com os principais (e polêmicos) casos :
VALE
Como estatal, valia apenas U$ 8 bilhões. Em 2010, a Vale teve capitalização no mercado internacional de U$ 160 bilhões de dólares. Em 2011, o valor de mercado da Vale era de U$ 190 bilhões
Com 11 mil funcionários até a privatização, em 2010, a Vale empregava 174 mil pessoas, das quais 130 mil no Brasil.
A Receita Bruta alcançou U$ 53 bilhões. A empresa passou de um lucro líquido de R$ 1,378 bilhão em 1997, para R$ 37,8 bilhões, em 2011. Em 2010, o lucro líquido foi de R$ 30,1 bilhões. O lucro líquido da empresa em 2011 – R$ 37,8 bilhões – rendeu 5,5 salários para cada funcionário a título de Participação nos lucros.
O processo de privatização permitiu aos brasileiros comprar ações com FGTS. Elas renderam, desde 1997, mais de 4.290,26%.
http://www.brasil-economia-governo.org. ... ar-a-vale/
TELEBRÁS
19% das ações que o governo detinha, foi a parcela vendida no leilão de 29 de julho de 1998 e pela qual o governo recebeu R$ 22,2 bilhões ( equivalente a US$ 19 bilhões na época)
Além dos R$ 22,2 bilhões recebidos pela privatização da Telebrás, o governo brasileiro recebeu mais R$ 45 bilhões com a venda de licenças às diversas operadoras, de 1996 até hoje, o que soma R$ 67,2 bilhões.
Após a privatização, o Brasil saltou de 24,5 milhões de acessos a linha telefônica, para 230 milhões.
Com um dos impostos mais caros do mundo, (43%) sobre este serviço, o governo arrecada hoje cerca de R$ 40 Bilhões anuais em tributos.
Outro dado que não poderia faltar, o setor empregava 20 mil trabalhadores antes da privatização. Hoje, são 390,9 mil.
http://acordandoalicesemarias.blogspot. ... r-foi.html
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional
Faturamento pulou de 1,5 bilhão de reais em 1994 para mais de 12 bilhões em 2010, não pagou nenhum dividendo ao governo em seu último ano como empresa estatal (1992). Em 2010, entrou mais de meio bilhão de reais em impostos nos cofres públicos.
EMBRAER
A Embraer, antes de ser privatizada, estava à beira da bancarrota e sequer figurava entre as empresas com maior valor de mercado. Quase vinte anos após a privatização, seu ativo total estava avaliado em R$ 20,4 bilhões (março/2013), além de figurar como a terceira maior fabricante de jatos do mundo.
Após a privatização, o número de funcionários da Embraer foi reduzido de 9 mil para cerca de 6 mil pessoas. Hoje, a empresa tem um total de 19,3 mil mil empregados, dos quais 14 mil em São José dos Campos.
O presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, informa que a companhia fatura hoje (2014) cerca de dez vezes o que faturou em seu melhor ano como empresa estatal, além de empregar mais de três vezes a quantidade de pessoas que empregava. "A Embraer investe mais de dez vezes o que investia e tornou-se uma marca reconhecida em todo o mundo, não apenas no mercado de aviação comercial, como no de aviação executiva e de defesa e segurança", completou.
A Embraer paga anualmente mais de meio bilhão de reais em impostos.
http://exame.abril.com.br/revista-exame ... -m0051381/
http://exame.abril.com.br/revista-exame ... -m0051381/
http://acordandoalicesemarias.blogspot. ... r-foi.html
Dessa forma sou a favor da privatização, não somente para inibir corrupção ou cabides de empregos e ingerência política, mas para o bem do País e sobretudo para o bem da população do Brasil.